domingo, 17 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 37

Bill

Antes que pudesse pensar em me controlar, mordi sua bochecha e continuei abraçado ali com ela até que infelizmente, fomos interrompidos pela fome. Até tinha estranhado que passamos tanto tempo sem comer nada, uma vez que o quarto já estava começando a ser banhado pelos primeiros raios de sol dourados que escapavam por entre as persianas. A iluminação dali era algo simplesmente... Incrível. 

Quando a deixei se levantar, não teve como não ficar olhando para a Iza e a admirando. E assim que me flagrou a fixando, perguntou, arqueando a sobrancelha e dando um meio sorriso:

- Apreciando a vista?

- Tanto quanto ontem à noite, quando a senhorita perdeu toda a timidez e tirou a roupa para mim. 

Quase morreu de vergonha ao me ouvir dizendo tudo aquilo. Mas ainda sim, sorriu. 

Depois que comemos algumas panquecas que eu havia feito para nós, me ajudou a lavar a louça, embora não tivéssemos resistido à tentação de uma guerra de água. Depois disso, acabamos tomando banho juntos (não aconteceu nada.) e, quando saí do banheiro, uns minutos depois dela, foi muito difícil manter meu autocontrole: Tinha ido até seu apartamento para pegar umas coisas. Eu só não imaginava que essa conta incluía um hidratante. E vê-la deslizando a mão pelas pernas e coxas, quase chegando aos quadris... Estava sendo uma das piores torturas. Minha mão coçava para poder tocá-la, mas, naquela hora, preferia não correr o risco de tomar um tapa no ombro, para dizer o mínimo. 

Ela ficou a tarde inteira ali comigo e enquanto víamos um filme na televisão, perguntei: 

- Eu estava pensando... Onde você vai querer casar comigo? Aqui na Alemanha mesmo, no Brasil ou na Itália? 

Me olhou, curiosa e disse: 

- Olha... Para ser sincera, aqui mesmo. 

- Vai querer pegar a cidadania alemã?

- Não sei ainda. Quer dizer, já é uma burocracia danada só para a gente se casar no civil aqui na Alemanha... 

- Mas era melhor pedir a cidadania antes de casar, não?

- Não. Eu tenho que, obrigatoriamente, me casar com você no civil para aí sim, pedir a cidadania. 

- Que bom, hein? - Perguntei, sarcástico; Nisso que dava conviver com ela por tanto tempo. 

- Pois é. - Resmungou.

Voltamos a ver a televisão. 

Os dias foram se passando, aos poucos íamos contando a novidade para as pessoas e, ao mesmo tempo, olhávamos tudo que precisaríamos, como os convites, o bufê onde seria a festa e etc. Já tínhamos decidido quem seriam as damas de honra, as madrinhas, já que os padrinhos tinham sido escolhidos há bem tempo. 

A minha mãe se ofereceu para ajudar com as roupas de todo mundo, até o vestido da Iza. Conforme aquela tradição idiota, não pude ver nem os croquis com os modelos. 

Agora o melhor mesmo foi quando a Iza descobriu uma brasileira que fazia doces e salgados de bufê, exatamente como no Brasil. Resultado: Em um único dia, eu e o Tom experimentamos junto a ela os vários doces e salgados que a mulher fazia. A primeira exigência da Iza foi que tivesse brigadeiros. Quando a mulher foi buscar mais doces, o Tom comentou, rindo: 

- Só você mesma... 

- Vai negar que é bom? - Perguntou, fazendo meu irmão rir. 

Uma vez que essa parte do bufê tinha sido resolvida, nós fomos olhar os ternos. E a Iza, que não tinha qualquer restrição quanto a ver as nossas roupas, foi com a gente. Tínhamos combinado com os outros, o Andreas e o Jost de irmos todos juntos e, assim que viram a Iza, obviamente, tiveram aquelas piadinhas infelizes de sempre. E ela, como sempre, respondia à altura, deixando meu irmão, por exemplo, sem palavras. Quando terminei de experimentar um dos ternos, a chamei e, assim que entrou na cabine, perguntei:

- O que você achou? 

- Um pecado. Sério, você está lindo. 

- 
Danke, ainda que eu me ache parecido com um pinguim. E ache injusto que não posso ver seu vestido. 

- Traz azar. - Disse, se justificando. - Mas gostei desse. Ah! E aviso que, se o Tom cismar de usar a calça mais larga... Afogo ele no ponche! 

Ri da ameaça e, assim que saímos da loja, cada um foi em um carro, exceto a Iza, que veio comigo. Quando estávamos parados no sinal, ela estava ligando para a equipe que faria a segurança do casamento quando reconheci o carro parado ao meu lado. Vi o Tom fazendo sinal para que baixasse o vidro e, assim que o fiz, perguntou:

- Estão indo para a casa? 

- Na realidade... Não. Por quê? 

- Vamos na mamãe? 

Olhei para a Iza, que, mesmo com o celular colado à orelha, concordou com a cabeça. 

- Ok. Só que a gente vai passar em um lugar antes. 

- Que lugar? 

- Tom, deixa de ser fuxiqueiro! - A Iza protestou, guardando o celular na bolsa. - E está fechado com a segurança. 

- Que bom. - Respondi. O Tom disse: 

- Vejam se não demoram. E usem camisinha! 

- Sorte sua que o sinal abriu. Mas deixa estar... O que é seu, está guardado, Kaulitz. - Ela respondeu. Rindo, eu e o Tom continuamos a seguir os nossos caminhos e, assim que parei o carro na frente da Starbucks, perguntei:

- Vai querer o mesmo de sempre? 

- 
Bitte. 

- Já volto. E a senhorita se comporte, ouviu bem, futura Sra. Kaulitz? 

Um sorriso todo bobo apareceu nos seus lábios e não resisti: Roubei um selinho demorado. 

Quando voltei para o carro, para variar, estava digitando uma mensagem no celular. Entreguei o seu café e o saco de papel com os muffins de mirtilo que ela adorava e agradeceu com um murmúrio. Perguntei:

- O que foi? 

- Nada. Só estou... Mandando uma mensagem para uma amiga, porque uma outra me falou uma coisa e fiquei cismada.

- Que coisa? 

- Aparentemente, uma terceira amiga está grávida. E estou perguntando para as meninas da nossa turma se alguém sabe se é verdade ou não. 

- Está animando a fazer um também? 

Me olhou, incrédula. 

- Já falamos sobre isso, Bill. 

- Eu sei. Mas... Sei lá. Não queria esperar muito. 

- Por que não é você quem vai ficar nove meses inchado, com variações absurdas de humor, com o olfato ultra apurado... 

- Tem certeza que você quer ter filhos? 

Deu um tapa leve no meu braço, rindo e disse:

- Deixa a gente casar primeiro para aí sim, voltarmos a falar nisso, combinado? 

- Combinado. - Prometi. - E... Posso te confessar uma coisa?

- Ai meu Deus... Pela sua cara, lá vem. Anda, fala. 

- Mal posso esperar para te ver grávida. Tenho certeza de que vai ficar linda. 

Sorriu e acariciou meu rosto. 

- 
Danke. Mas como estou te falando... Um passo de cada vez. 

Assenti e, depois que terminamos de comer, fomos até a casa da minha mãe. Assim que chegamos lá, as duas se enfiaram no quarto e só o Gordon podia entrar lá, porque, obviamente, ele também dormia ali. 

Então, depois que estávamos os três no quintal, brincando com os nossos cachorros, perguntei para o meu padrasto:

- Conseguiu ver alguma coisa? 

- Tirou a sorte grande, Bill. - Disse, sorrindo. - Mesmo sem ver como vai ficar o penteado, deu para ver que a Luiza vai ser uma noiva linda. 

Não vou negar que fiquei decepcionado por ele não ter entrado em maiores detalhes. Mas já que não tinha remédio... 

Luiza

Meu mantra era basicamente: “Respira. Inspira. Respira. Inspira.”. Me sentia uma barata tonta, de tanto andar de um lado para o outro, tamanha era minha ansiedade. Estava até com a maldita síndrome das pernas nervosas. O Tom só me olhava e nem se dava ao trabalho de disfarçar um riso discreto. Respirei fundo pelo que deveria ser a enésima vez e, finalmente, a Simone chegou. 

Quinze minutos depois, fui com ela e o Tom a tiracolo até o salão de festas. E eis que você me pergunta: “Para que tu carregou o Tom junto?” Por vários motivos. Mas principalmente porque ele era o cupido e eu pedi para que me fizesse companhia, por mais que aquele não fosse um programa exatamente interessante para ele. 

A cada detalhe que era comentado, via o Tom torcer o nariz, ou então fazer uma cara muito alegre, que conseguia arrancar alguns risos ou pelo menos sorrisos meus. 

Quando a Simone foi atender ao celular e nos deixou sozinhos, perguntei para ele: 

- E aí? O que você achou? 

- Vai ser um casamento ótimo. 

Sorri, tímida. Quando fui para a casa dele, no final da tarde, ainda estava me ajudando com os preparativos para o casamento, e, no caso, a escolher os convites. Me estendeu um dos modelos que havia gostado mais e perguntou:

- O que você acha desse aqui? 

Torci o nariz e me mostrou 
outro. E antes que eu pudesse pensar em reclamar, ouvimos a campainha e ele foi atender. Cerca de um minuto depois, voltou e acompanhado do Bill, que estava com um sorrisinho maroto nos lábios... Vendo que estava escondendo alguma coisa nas costas, perguntei: 

- O que você está escondendo aí, hein, moço? 

- A solução para os nossos problemas. Pelo menos com relação aos convites. 

Olhei para ele, sem entender. Mostrou 
uma caixinha pequena, forrada com uma montagem com várias fotos nossas, cuja tampa era roxa e uma fita prateada a fechava. 

- Tá vendo? Era disso que eu estava falando! - Respondi, olhando para o Tom, que revirou os olhos. Abri a caixa e descobri que era o próprio convite, quando estava 
desdobrada. De repente, algo pareceu despertar a curiosidade do Tom, que perguntou:

- No Brasil fazem festa de casamento, não é?

- Ai, Tom, pelo amor de Deus! Quando eu digo que parece que o país parou no século I, não digo que é literalmente. Óbvio que tem festa de casamento por lá. 

- Bom saber. Esse vai ser meu presente para vocês. - Disse, nos olhando e sorrindo. 

- Quê? Tom, ficou doido? Uma festa de casamento é cara! - Respondi. Deu de ombros e disse:

- Você sabe que não tem problema se eu financiar. E se quiser, falo com o Georg e o Gustav para a gente fazer uma vaquinha, está bom? 

Concordei com a cabeça, mesmo a contragosto. 

- Só não exagera na dose, OK? Festa mais para a família e amigos. Coisa mais discreta. Aliás... A gente podia escolher uma data tipo... - Perguntei, pensando numa data qualquer. -
Três de outubro ou Halloween. 

- E por que nessas datas? - O Bill perguntou. 

- Se fosse o Halloween, por exemplo, dava para despistar a imprensa. - Respondi, dando uma piscada na sua direção. 

- Cara... Você dá medo! - O Tom respondeu, me fazendo rir. 

- Acho que uns dias antes da Páscoa era bom, né? - O Bill sugeriu. Concordei e dei o veredicto: 

- Por mim, voto na caixinha - O Bill sorriu. - rola a festa, mas desde que seja “o” poço de discrição, ouviu bem, Tom? - Concordou, sorrindo também. 

- Cara... É estranho. - O Tom resmungou, fazendo com que olhássemos para ele. - Vocês dois... Vão casar! 

Rimos e perguntei:

- E a Lilian? 

- Muito bem, obrigada. - Respondeu, sorrindo. - Daqui a pouco vou busca-la para a gente ir jantar. 

Nessas horas é que eles me dão aquelas olhadas tortas por causa da minha empolgação e o acidental som que emito quando acho uma coisa extremamente fofa. 

Depois de um tempo, acabei voltando para a casa de carona com o Bill e, enquanto estávamos parados em um sinal, fiquei pensando no que o Tom tinha dito. Realmente era estranho que eu ia me casar. 

- Luiza? - O Bill me chamou, finalmente me tirando dos meus devaneios. Pisquei diversas vezes até conseguir assimilar que ele deveria estar me chamando umas cinquenta vezes, para dizer o mínimo. 

- Ai. Desculpa. Estava... 

- Sendo aquariana. - Disse, rindo. Concordei e ele continuou: - O que estava se passando por essa cabecinha? 

- O que o Tom disse. Que é estranho pensar que a gente vai casar. 

- Está arrependida? 

- De jeito nenhum! - Respondi. - Só que é... Estranho. Sei lá, acostumei a ser sua namorada e... Daqui a uns meses, vou ser sua mulher. 

- Eu sei que você não gosta de ser conhecida por “A namorada do Bill Kaulitz”... 

- Não é que não gosto. Quer dizer, eu não me importo. Pelo contrário. Desde que a gente ficou junto pela primeira vez que só escuto as fãs dizendo o quanto você está mais... Radiante. OK, eu sei que isso não é exatamente um elogio bom, mas enfim... - Riu e continuei: - O fato é que elas são gratas, dá para ver isso. E é justamente por esse motivo que não me importo de ser conhecida por “A mulher de Bill Kaulitz”. Bom, tem outras razões também, que não vêm ao caso agora e... 

- Por que não? - Perguntou, me interrompendo. 

- Ah... Porque eu prefiro deixar para te enumerar cada uma delas em um momento mais propício. Tipo... A nossa lua-de-mel. 

Concordou, vendo que não ia ter mais jeito. 

- Ah! - Disse, toda animada. Adorava a cara que ele fazia nessas horas. Era meio de curiosidade e meio segurando o riso. - Tive uma ideia. E você vai me ajudar. 

- Eu? 

Assenti, sorrindo toda marota para cima dele. 

- Estou até com medo de descobrir o que você está planejando... 

- Aguarde e confie. - Disse, tentando fazer cara de malícia. 

E assim, o tempo foi passando. No Natal, as famílias já estavam sabendo de tudo, alguns amigos escolhidos a dedo e algumas pessoas da equipe, tipo o próprio David e os seguranças. E o Bill tinha decidido contar tudo para as fãs assim que toda a confusão de final de ano passasse. 

Praticamente tudo estava decidido: O meu vestido, o terno que o Bill usaria já estava praticamente pronto, graças à habilidade da Simone, bem como os vestidos das damas e das madrinhas, o bufê já tinha sido escolhido e tudo que seria servido ali, os convites enviados e poucos ainda não tinham confirmado presença... O salão onde a festa aconteceria já tinha sido escolhido, inclusive o modo como seria decorado. E até as músicas tinham sido escolhidas. Ou seja: Só faltava o grande dia chegar mesmo. E dizer o “Sim”. E aproveitar a festa. E a lua-de-mel. 

E logo na primeira semana de janeiro... O Bill contou sobre o casamento em um programa de televisão italiano. Na mesma hora, houve aquele silêncio e, como eu estava na casa da Francesca, até ela ficou de queixo caído e sem palavras. 

- 
Adesso, vedrai come i suoi fans ti molestano ancora di più¹. 

Tive que concordar. Se o assédio já era meio... Descontrolado, imagina agora? 

Foi por isso mesmo que sumi das redes sociais, tipo facebook, twitter, tumblr e outras que costumava usar. Só tinha deixado o email mesmo por causa do pessoal de bufê e dos convidados. 

Com toda essa história, acabei emagrecendo ainda mais e faltando pouco menos de duas semanas, a Simone teve que apertar o vestido. Duas vezes. 

E tinha que confessar que a coisa que eu mais esperava... Foi incrivelmente divertida. Ou seja, o chá de lingerie. 

As minhas amigas que tinham sido convidadas foram bastante criativas nos presentes: Além dos clássicos 
baby-doll, houveram diversos... Brinquedinhos (Alguns me fizeram parecer uma beterraba, com certeza) e o mais interessante foi o da Natalie: Um kit da Victoria’s secret cheio de coisas: Além de um baby-doll sexy, ainda tinha um óleo de baunilha, um creme dechocolate, outro de amora, mais um de baunilha, além de um gel em formato de mel. Sem falar no brilho labial que prometia efeito gelado. Falei, brincando com ela: 

- Nat, quero morrer sua amiga! 

- Digamos que esse é só... Um agradecimento por finalmente ter feito o Bill tão feliz. 

- E com esse brilho aqui, garanto que a primeira coisa que ele vai ficar é feliz. - A Alessia disse, sacudindo o tubo branco na nossa frente, nos fazendo rir. - Isso aqui deve fazer um estrago... Depois vou usar no Alex e te conto como é. 

- Não é mais fácil ser o contrário, já que eu vou usar primeiro? - Perguntei. 

- Pelo visto teve merenda antes da hora do recreio, né? - Ela me perguntou, fazendo 
AQUELAcara de malícia e quase me matando de vergonha. A Natalie, obviamente, só ria. 

E por mais bisonho que pudesse parecer... A Simone estava lá também, se divertindo tanto quanto eu. Era constrangedor quando abria uma lingerie muito sexy. Sentia vergonha porque, mesmo que ela soubesse que o Bill estava longe de ser santo, ainda sim... Era a mãe dele. 

Quando ela me deu uma carona para a casa, ainda estávamos com o carro parado no sinal quando ela me perguntou: 

- Você corou tanto por minha causa? 

- É... Um pouco. Quer dizer, você é a mãe do Bill. Mesmo sabendo que ele não é mais um menino pequeno, ainda sim, me deu uma vergonha enorme quando via os baby-dolls. 

Sorriu igual ao Tom e disse:

- Não precisa se preocupar. Já tive sua idade, aproveitei bastante, apesar de os meninos terem nascido quando eu tinha vinte anos. Mesmo assim, não posso dizer que você teve menos sorte que eu. Afinal, quantas vezes a gente se casa com o primeiro namorado?

Dei um sorriso sem mostrar os dentes e perguntou:

- Está muito ansiosa, não é? 

Concordei com a cabeça. 

- É... Surreal. Nunca me imaginei entrando em uma igreja e me casando. Nem no civil! 

Riu e disse, daquele jeito maternal fofo:

- Não se preocupa, já que você e o Bill têm tudo para dar certo. 

De novo, sorri sem mostrar os dentes e, assim que ela parou na porta do prédio, perguntou: 

- Acredita se eu te disser que gostei de você desde o primeiro instante? 

- É recíproco. - Respondi, alargando meu sorriso.

¹ Agora você vai ver como as fãs vão te encher ainda mais.
 Postado por: Alessandra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog