sábado, 23 de junho de 2012

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 15 - Biscoitos!

– Tom, acorda! A Biara sum... – A voz de Bill invadiu o quarto, mas no segundo em que me viu na cama com a camisa de Tom, estagnou na garganta dele.

O susto que, não apenas eu, mas também Tom, tivemos, foi tão grande, que ele me chutou e eu cai. Na verdade, só percebi que estava no chão quando senti o frio do assoalho no meu rosto. Eu dei um curto e grosso grito de dor antes de me sentar e olhar fumegante para Tom.

- Tem alguma coisa que eu deveria saber? – Bill retomou a postura nos lançando um olhar de raiva e intriga.

- Bill, - Comecei passando a mão no rosto – não é o que você está pensando.

- Não? – Ele riu de desdém. – Está parecendo que vocês dormiram juntos.

- Não! – Gritamos eu e Tom ao mesmo tempo.

- Quer dizer, sim, dormimos juntos, mas não tecnicamente. Quer dizer... – Eu tentei explicar.

- Bill, você sabe que ela não faz meu tipo. – Tom tentou se safar apontando para mim.

- Qualquer coisa que respire e se mova faz seu tipo! – Bill olhou para Tom furioso.

Sim, realmente me senti culpada. Porque? Não podia simplesmente dizer: Seu irmão me chamou para dormir com ele e eu aceitei. Não, isso nunca. Isso estragaria o restinho de amizade que tenho com Bill. Isso se depois dessa eu ainda tiver algo para chamar de “restinho de amizade”.

- Bill, escuta – Tom disse pulando da cama e andando até o irmão – ela estava dormindo no sofá e eu pedi para que dormisse no meu quarto. Apenas isso.

- Porque ela estava dormindo no sofá? – Interrogou meio segundo após Tom se pronunciar.

- Porque ela não queria te acordar. Você fica uma fera quando é acordado. – Tom voltou a explicar enquanto Bill me olhava ainda sentada no chão.

- E porque ela está com sua camisa? Vai dizer que ela não tinha roupa? – Bill voltou o olhar para Tom.

- Porque, sem querer, eu derrubei água nela e acabou molhando a blusa que ela estava. Para não entrar no seu quarto, eu dei uma minha. – Tom estava com as mãos levantadas, numa posição de rendição. Por um segundo eu ri, mas olhei para Bill que parecia, parcialmente, decepcionado.

- Não vai me dizer que beijou ele também, vai? – Bill falou, mais para mim do que para Tom, antes de sair do quarto e me deixar numa situação realmente constrangedora.

- Também? – Tom virou-se para mim. – Como assim?

- É que... Houve um incidente. – Murmurei mirando o chão.

- Assediou meu irmão? – Ele riu com desprezo – Eu sabia que você era uma pervertida.

- Eu não assed... Ei! Quando você pensou isso? – Me levantei num salto pondo as mãos na cintura.

- O que aconteceu? – Ele caminhou até mim mais sério do que eu pensei que ficaria quando soubesse.

- Bom, naquele dia do hambúrguer, que Gustav e Georg estavam aqui... – Eu comecei sem olhar para ele. – Na sala de música...

- O que houve? – Ele disse com a voz alterada enfiando a cara na minha.

- Nos beijamos. – Me joguei na cama enfiando a cara no travesseiro antes de ouvir os passos fortes de Tom saindo do quarto e batendo na porta do quarto de Bill.

Eu estava com o rosto totalmente submerso na cama, mas levantei um pouco, livrando os ouvidos, escutando uma conversa bem alta que eles estavam tendo. Acho que estavam gritando. Tá, admito que eles realmente estavam se esgoelando.

- ...SOU SEU IRMÃO! – Tom gritou. Deve ter falado muita coisa, mas só comecei a ouvir daí. – Como pode não me contar isso? Você me contava tudo e agora decidiu parar?

- Isso não era importante! Além do mais, você se aproveitou dela, fazendo-a dormir na sua cama! – Bill gritou de volta.

- Melhor que dormir no sofá, já que você tem o egoísmo de não arrumar a cama dela antes de se deitar! Sabe que você é intocável e se te acordarem é o fim do universo! Porque não fez essa boa ação, uma vez na vida?

- Tinha um colchão na droga do seu armário, qual era o problema de ela dormir lá?

- Eu esqueci, porra! Você sabe que quando eu fico com sono nunca lembro de coisas importantes!

- Sim, sei! Sei que você é um retardado! – Bill gritou mais alto que o normal.

- Falou o cara que procura um amor verdadeiro! – Tom não falou muito alto, então tive que me esforçar para entender. Mas um silêncio se fez, dominou a casa por completo. – Bill...eu não quis...

- Quer saber Tom... – Ele falou e eu voltei a enfiar a cabeça de volta no travesseiro.

Eu realmente tinha feito eles brigarem. Ótimo! Já não bastava fazer meus pais morrerem, ainda faço irmãos gêmeos brigarem? Eu devo ser um fardo. Se sou assim, nunca que Marcos vai gostar de mim. Droga.

- Olha só, peguei um roupa para você vestir. – Tom disse sorrindo entrando no quarto. – Vai tomar banho, não quero seu fedor na minha cama.

- D...des... – Comecei a murmurar contrariando todos os meus princípios. – Me desculpe.

- Por?

- Por fazer você e Bill brigarem. Eu realmente não queria isso. Me desculpe. Amanhã volto a dormir no sofá, e não há nada que você diga que me tirará de lá.

- Vai tomar banho. – Ele esticou a roupa, cabisbaixo.

Desistindo, me levantei e peguei a roupa que ele me estendeu. Entrei no banheiro, tomei banho e penteei os cabelos. Vesti a roupa e, quando saí do quarto, Tom estava deitado na cama encarando o teto.

- Tom? – Murmurei.

- Terminou? Ótimo. – Levantou-se e passou por mim voando e, sem me dar tempo de fazer nenhuma pergunta, bateu a porta do banheiro.

- Parabéns, Biara. Mais uma vida destruída. – Falei para mim mesma.

Desci e encontrei toda a casa vazia. Entrei na cozinha e fiquei mirando o fogão. Já sei, vou fazer biscoitos! Não seria grande coisa, mas demonstraria meu pedido de desculpas. Ao menos para Tom. Eu acho.

- O que está fazendo? – A voz e o cheiro dele invadiram a cozinha. Virei-me a tempo de ver a cabeça cheia de tranças desaparecer pela porta da geladeira.

- Biscoitos. – Murmurei feliz passando manteiga na forma.

- Odeio estrelas. – Tom murmurou criticando a forma dos biscoitos.

Eu me virei rindo, até que vi Tom esticando uma das estrelinhas e olhando como se fosse a coisa mais nojenta que já viu. Eu corri até ele o mais depressa possível, largando tudo que eu tinha nas mãos.

- Isso estica bastante. – Ele disse.

- Não fique esticando os biscoitos que acabei de alinhar! – Gritei puxando a massa. – Você está atrapalhando Tom!

- Idiota, estou te ajudando! – Ele disse tentando me empurrar – Além disso, estou dando um ar artístico para esses biscoitos sem graça!

- Você está estragando a surpresa que eu ia fazer para você! – Disse empurrando-o e tentando transformar a massa deformada novamente numa estrelinha.

- Para mim é? – Ele sorriu passando a língua no canto da boca.

- É. Em forma de pagamento ao que você fez. – Murmurei me arrependendo.

- Pode pagar com seu corpo.

- Tem razão. – Falei virando-me para ele, com uma expressão bem safada.

- Sério? – Ele sorriu.

- Claro. – Caminhei até ele e, antes que ele pudesse levantar-se, enfiei a massa do biscoito bem no meio da sua testa. – Paguei com meu corpo. Mais precisamente com minha mão.

- Já falei que você me irrita bastante? – Ele disse puxando um pano e começando a limpar.

- Não, mas é ótimo saber disso. – Sorri pegando a forma com os biscoitos e enfiando no forno. Após fechar o forno, encostei-me no balcão e um silêncio se instalou nos minutos seguintes.

As únicas coisas que faziam barulho eram o som das folhas sendo varridas no quintal e os grunhidos de Tom tentando tirar a massa da testa. Eu acho que grudou mesmo.

- Vem, me deixa te ajudar. – Andei até ele esticando a mão.

- Saia daqui, anã! – Ele mudou de banco no mesmo segundo. – Vai que você apronta mais uma comigo...!

- Não vou fazer nada, idiota! – Puxei o pano das mãos dele e molhei um pouco na pia. – Você que é retardado e não me deixa cuidar disso.

- Você não tem que ir se encontrar com seu namorado hoje? – Ele sorriu de puro deboche.

- Quem?

- Seu namorado, aquele vaga-lume.

- Se está falando do Marcos, ele não é meu namorado. – Terminei de tirar a massa do rosto dele e joguei o pano na pia, caminhando até o forno.

- Tá, ele não é seu namorado. Mas você está louquinha por ele. – Tom levantou-se vitorioso e caminhou até a saída.

- Como você sabe disso? – Olhei rápido para ele, temendo o pior.

- Você é muito ingênua. – Ele deu uma alta gargalhada – Eu não sabia, mas você acabou de confirmar.

- Seu idiota! – Virei-me para os biscoitos ignorando-o.

Ele realmente era um idiota, mas pior que ele, era eu. Estava mesmo apaixonada por Marcos, e a única saída é falar isso para ele. Vai que ele me corresponde também. Então estava certo! Eu ia contar a Marcos esta tarde, quando formos ensaiar para o balé. Era o único momento que tínhamos a sós.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog