sábado, 23 de junho de 2012

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 13 - Ensaio

- Estou indo ensaiar na casa do Marcos! – Gritei antes de abrir a porta.
- Eu sei o que vocês vão fazer... – Tom apareceu com uma tigela de bolinhas de chocolate, falando com um tom de provocação.
- Cala a boca. – Resmunguei abrindo a porta – Onde Bill está?
- Não sei, - Jogou-se no sofá – Desde ontem ele está muito estranho. O que você fez com ele, hein?
- Nada, seu estúpido.
- Anã.
- Troglodita.
- Alpinista de rodapé.
- Idiota.
- Mestre dos magos.
- Ahm, - A voz de Marcos na porta cortou os xingamentos – vamos, Bi?
- Claro, já não era sem tempo. – Bati a porta com força e olhei para Marcos – Desculpe, não queria que você ouvisse aquilo.
- Tudo bem, - Riu – Vamos?
Novamente, não quero parecer nenhuma garota desesperada, mas meu coração saltou outra vez quando ele segurou minha mão e seguiu atravessando a rua. Eu corei e deixei alguns fios do meu rabo-de-cavalo caírem no meu rosto para cobri-lo. A casa de Marcos não era grande como a dos Kaulitz, claro, eles eram “meio que famosos”, a casa dele era bem humilde. Lembrava a minha.
Entramos e eu vi um homem sentado numa cadeira. Ele era meio velho, cabelos meio longos e grisalhos, magro e, quando virou-se para nos cumprimentar, percebi que era bonito como Marcos. Eu sorri com o abraço que o velhinho me deu, e percebi que Marcos me puxava rápido para uma outra porta, mas antes de alcançar a maçaneta, ele deu um suspiro de derrota e desespero ao ouvir uma mulher falar.
- Quem é ela? – A voz esganiçada cortou a pequena sala.
- Uma amiga. – Ele disse sem virar-se.
- Olá, eu sou B... – Comecei esticando a mão para cumprimenta-la.
- Não me interessa! – Interrompeu-me. Olhou novamente para Marcos com certo rancor – Foi ela que te influenciou a isso? Foi?
- Vamos, Bi. – Marcos disse rápido abrindo a porta, me empurrando para dentro e trancando-a. – Me desculpe.
- O que eu falei sobre desculpas? – Nós rimos.
- Bem, - Ele passou a mão pelos cabelos azuis sem me olhar. – Vamos começar?
A tarde foi bem cansativa. Criamos uma grande coreografia e ficou muito boa. Ensaiamos muito toda a tarde e, quando fomos perceber, já era tarde da noite. Mas Marcos pareceu não se importar, trouxe um lanche e sentamos na varanda.
- Então, - Marcos falou enquanto comíamos sanduíches que preparamos na cozinha – o que você é dos caras?
- Algum tipo de prima distante. – Eu disse comendo.
- Deve ser bem legal morar numa casa daquele porte.
- Até que é... – Ele riu – Mas aguentá-los é o que me deixa com o juízo no ralo.
- Sei... – Ele riu. – Aquele mais moreno parece ser bem afim de você.
- QUE? – Me engasguei – Tom? Não! Jamais! Nunca!
- Ok, ok. – Ele riu – Não achei que você fosse surtar. – Nós rimos.
- Mas... – Eu mudei de assunto – porque mesmo você estava trabalhando de barman lá?
- Ahm, preciso do dinheiro para uma coisa. – Ele puxou a latinha de refrigerante e bebeu o restante.
- Entendo que você não possa me contar, - Falei olhando-o – até porque somos semi-desconhecidos.
- Semi-desconhecidos?
- Sim, - Eu ri – é um termo que uso para quando não conheço muito bem a pessoa.
- Preciso dizer que não deve me conhecer. – Ele juntou as coisas e levantou-se.
- Por...Porque? – Levantei-me num salto e o acompanhei até a porta. – Por acaso você matou alguém? – Nós rimos.
- Não sei... – Ele parou e ficou olhando para o tempo. – Sou alguém muito cheio de segredos, e isso me faz... como se diz? – Ele levou o dedo à boca, um sinal de que estava procurando uma palavra – Ah! Isso me faz alguém nada simpático.
- Sério? – Eu ri fazendo-o me olhar – Pois eu penso ao contrário. Acho você muito simpático.
Nós rimos e ele abriu a porta para que fossemos deixar as coisas na cozinha. Lavamos a louça e tudo, então peguei minha mochila e fui para a porta da frente.
- Obrigada por tudo, Marcos. – Eu disse na porta.
- Ah, eu que agradeço. – Ele sorriu e meu coração saltou outra vez. – Então, te vejo amanhã?
- Claro! – Antes que eu me virasse para ir embora, fui surpreendida com um abraço.
Bom, prefiro não comentar que meu coração quase explodiu com isso. Eu sorri de vergonha e caminhei até a casa dos Kaulitz. Abri a porta devagar analisando a sala e entrando, fechando silenciosamente a porta.
- Acabou de chegar, foi? – Tom murmurou de uma poltrona.
- Não, - Sorri sarcástica – ainda estou lá.
Ele me olhou com desprezo e eu subi. Abri a porta do quarto de Bill e peguei algumas roupas, seguindo para o banheiro. Após tomas banho e trocar o curativo, desci para a sala, onde Tom estava antes. Estava vazia. Novamente fui à sala de música e encontrei Bill lá. Ele estava na frente do piano outra vez, com as luzes apagadas.
- Oi. – Murmurei da porta fazendo-o me olhar – Posso entrar?
- Pode. – deu um meio sorriso triste e voltou a olhar o piano.
- E a música? – Sentei-me ao lado dele.

You see my soul,
(Você minha alma)
I’m a nightmare,
(Eu sou um pesadelo)
Out of control , I’m crashing
(Fora de controle, estou colidindo)
Into the dark,
(Na escuridão)
Back to the blue,
(De volta a tristeza)
Into the world of our cocoon
(No mundo do nosso casulo)
You’re the sun and I’m the moon.
(Você é o Sol e eu sou a Lua)

- Bill, eu só acho que devíamos ser apenas parentes. – Murmurei após ele cantar. – Não sou o tipo de garota que você imagina. Eu sou mais um desastre ambulante.
- Ótimo. – Ele levantou-se batendo nas teclas e produzindo um som estridente por toda a sala e depois saindo, me deixando sozinha.
– É, não melhorou em nada. – Falei para mim mesma olhando o piano.
Admirei as teclas uma segunda vez antes de, involuntariamente, começar a tocar. Toquei a música que eu mais lembrava no momento e, baixinho, comecei a cantar.

Open up, your heart to me
(Abra seu coração para mim)
And say what’s on your mind
(E diga o que pensa)
I know that we have been through so much pain
(Sei que nós sofremos muito)
But I still need you, in my life, this time.
(Mas ainda preciso de você em minha vida)

- Não sabia que você cantava. – A voz de Tom ecoou me fazendo estremecer – Tem mais alguma coisa sobre você que eu não sei?
- Te muita coisa que você não sabe sobre mim. – Sorri de leve sem olhá-lo. Vi que, pela sobra escura, ele sentou-se ao meu lado. A sala estava escura, porque, ao que parecia, Bill apenas tocava no escuro.
- Nossa, isso me deixa animado. – Ele esticou a mão sobre as teclas e me olhou rápido – Canta para mim?
- Nunca. – Murmurei baixando a cabeça e encarando o banco.
- Ótimo.
Então ele começou a tocar a mesma música que eu estava tocando antes e, como esperado, comecei a cantar. Cantei o mais baixo possível, primeiro porque eu era uma bailarina e não a Beyonce. Depois porque eu morria de vergonha dos deboches de Tom, mas o pedido dele foi mais como um estimulante.

I figured out what to say to you
(Pensei no que dizer a você)
Sometimes the words, they come out so wrong
(Mas algumas vezes as palavras, elas saem tão erradas)
And I know in time that you will understand
(Mas eu tenho certeza que você vai entender)
That what we have, It’s so right,
(Que aquilo que temos está tão certo)
This time.
(Agora)

- Isso foi engraçado. – Ele disse e eu olhei-o incrédula. – De um modo bom, eu acho...
- Você... – Murmurei fitando-o e dando um meio sorriso – Sempre imprevisível.
- Faz parte do meu charme. – Ele levantou-se e saiu.
Como já era tarde, eu entrei no quarto sorrateiramente quando Bill já estava dormindo e peguei meu lençol e travesseiro, então desci para a sala e me deitei no sofá. Não ia dormir no mesmo quarto depois do desprezo que Bill havia me dado mais cedo. Me arrumei o mais confortável que pude e fechei os olhos, caindo no sono pesado.

Postado por: Grasiele

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