terça-feira, 15 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 4 - Surpresas e mais surpresas...

 Narrado por Bill 

Eu tinha acordado bem cedo na manhã seguinte. Não sei porque, mas, eu, que era acostumado a ir dormir lá pelas quatro da manhã, fui dormir às dez horas da noite. Minha mãe, que sempre era a primeira a acordar, assustou quando me viu entrando na cozinha e sentando em um dos banquinhos em frente à bancada. Ela até comentou, pondo a mão sobre a minha testa e checando a temperatura:

– Vem cá... Você está doente? São oito da manhã e você acordou!

– E...? O que tem demais? - Perguntei, sem entender nada.

– Você está de folga! Eu sei que você e o Tom vão dormir tarde e só acordam no começo da noite... - Ela respondeu, surpresa.

– Mãe... Também não é para tanto... - Eu respondi.

– Ah, é sim, Bill... Eu te conheço. Até bem demais... Anda, o que aconteceu? - Ela quis saber.

– Não aconteceu nada.

– Você está estranho... Ontem você foi dormir dez horas da noite... Desde quando você dorme nesse horário, menino?

– Mãe... Não tem nada demais... Fui dormir às dez porque eu estava cansado. Só isso...

Quando minha mãe cismava com alguma coisa, não tinha nada que conseguisse convencê-la do contrário.

Assim que eu terminei de comer alguma coisa, o Gordon apareceu na cozinha e, quando me viu ali, naquela hora, perguntou para a minha mãe, logo que eu saí:

– Aquele... Era o Bill?

– Era. - Ouvi minha mãe respondendo.

– O... Que será que houve?

– Também estou me perguntando isso...

Fui para o meu quarto, tomei um banho, me arrumei e, quando fui escolher uma roupa para usar, peguei uma camiseta preta, normal, sem estampa, uma calça jeans e um par de tênis. Logo em seguida, saí de casa.

Narrado por Maia

Eu acordei às seis da manhã naquele dia. Do nada, fiquei enjoada de dormir e me levantei. Foi tão... Inesperado que até assustei comigo mesma. Eu estava fazendo uma faxina no meu apartamento (Ou deveria dizer apertamento, já que era pequeno?) enquanto ouvia "Heart of Glass" do Blondie na maior felicidade. De repente, percebi que o interfone estava tocando e, quando fui atender, a minha vizinha do lado, que era uma espanhola, me disse:

– Maia... Desculpa estar tocando interfone à essa hora, mas, eu fui no mercado, acabei de ver que esqueci a chave em casa... Tem como você abrir a portaria para mim?

– Claro. - Respondi. Abri a portaria e, como eu era prestativa, fui ajudá-la com as compras. Eu sabia que não ia ter mais ninguém no prédio, então, fui com minha camiseta do Bowie (Aquela estilizada da boate) e um short jeans bem curto. Eu nem bem tinha chegado ao térreo quando ouvi que ela estava conversando com alguém. Parei no meio do caminho quando ouvi meu nome. Logo em seguida, ouvi a minha vizinha, Dolores, dizendo:

–... Sim... E o apartamento dela é o vinte e um.

– Ah, sim, obrigada, viu? - Ouvi a voz do Bill. Por sorte, o prédio tinha elevador e as escadas. Então, fui correndo para meu apartamento enquanto isso e, seria perfeito se a porta do elevador não tivesse se aberto exatamente quando eu cheguei. Para piorar a minha situação, a minha blusa não era comprida o bastante para cobrir o short. Então, assim que o Bill me viu, devo ter ficado de todas as cores possíveis, de tanta vergonha que eu estava. Mas, como nessas horas é melhor fingir que não aconteceu nada, perguntei para ele:

– O que você está fazendo aqui?

– Desculpe, eu sei que deveria ter te avisado, mas, não tenho seu celular, então...

– Ah... Você sabe onde eu trabalho, sabe onde eu moro, mas... Conseguir meu telefone que é bom, para me avisar que está vindo, nada, né? - Eu respondi, brincando, enquanto colocava minhas mãos na cintura.

– Eu sei... Desculpa. - Ele disse, envergonhado.

– Tudo bem. - Respondi. - Hã... Você quer entrar um pouco? Só... Não repara na bagunça, porque eu estou justamente dando um fim nela.

– Se quiser ajuda com alguma coisa... - Ele se ofereceu. Eu fechei a porta, depois que ele passou e respondi:

– Bom... Já que você se ofereceu... Me ajuda puxando o sofá.

Ele me ajudou em tudo o que eu pedia e, depois que tudo estava terminado, fomos almoçar fora. Enquanto caminhávamos de volta do restaurante, um tempo depois, ele me perguntou:

– Você sabe cozinhar?

– Sei. Minha avó me ensinou a fazer algumas massas, entre elas, macarrão, e...

– Espera aí... Você faz massa de macarrão?

– Faço.

– Na mão?

– É.

– E... O que você usa para fazer aqueles... Fios ou tiras... Sei lá...

– Tenho uma máquina para isso. Minha avó me deu e, para você ter uma idéia do quanto ela é antiga... É à manivela.

Ele me olhou e riu.

– É sério! Mas, não sei se você já experimentou, mas, a massa feita à mão, em casa, é muito melhor que a industrializada.

– Depois quero ver se é verdade tudo o que você está me dizendo...

– Fechado. Me avisa e aí eu, literalmente, ponho a mão na massa...

– OK. - Ele respondeu, sorrindo. Continuamos andando até o meu prédio e conversando no caminho. Quando paramos em frente à portaria, percebi que ele não ia entrar comigo. Perguntei:

– Você tem que ir?

– Tenho. Infelizmente... - Ele respondeu, num tom de "Não tem jeito, né?".

– Ah... Bom, então... A gente se vê por aí...

– É... Mas, antes... - Ele disse, mexendo nos bolsos. Quando ele achou o celular, mexeu um pouco e, logo em seguida, me estendeu o aparelho, dizendo: - Coloca os seus telefones aí. Tanto o de casa quanto o seu celular.

Fiz o que ele pediu e, logo depois, ele guardou o celular dele dentro de um dos bolsos da calça. Eu perguntei:

– E o seu telefone?

– Vou te deixar na curiosidade por um tempinho...

– Tudo bem. - Respondi. - Além do mais, quando você me ligar, vai aparecer o número mesmo...

– E se não aparecer? Tem jeito de colocar o número privado...

– Você que sabe... - Respondi. - Mas, arrisca a não conseguir falar comigo...Vai saber se é você mesmo ou não...

– Eu vou me arriscar... - Ele respondeu. - Se eu conseguir falar com você... Bem, senão... Eu venho aqui de novo.

– E se eu não estiver em casa?

– Volto em um horário que eu sei que você vai estar...

– Ah... - Isso foi tudo o que eu consegui dizer. Ele já estava inclinando na minha direção quando eu, achando que ele ia tentar me beijar, virei o rosto. Teria dado certo, se a anta aqui não tivesse virado o rosto na direção dele. Resultado? Ele finalmente conseguiu me beijar. Ainda que tivesse sido um selinho, mas, conseguiu.

Postado por: Grasiele

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