terça-feira, 15 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 1 - Encontros e desencontros

 Narrado pelo Bill 

Eu estava no estúdio, esperando os outros terminarem de gravar as bases das músicas para o novo CD do Tokio Hotel. Enquanto isso, eu estava fazendo alguns desenhos, para me distrair mesmo. De repente, meu celular começou a tocar e, quando vi o número, atendi:

– Alô?

– Bill... Sou eu, Eva... Eu estou te ligando porque eu queria saber se você já encontrou a modelo para apresentar a sua linha de roupas...

– Não, Eva. Ainda não... Sei que já estou abusando da sua paciência, mas, já cansei de olhar a foto de várias meninas, modelos profissionais ou não, e até agora nada... Acredite, estou tão desesperado quanto você...

– Eu sei, Bill... Mas o problema é que os organizadores da semana de moda de Milão já estão me pressionando para saber se você realmente vai lançar as suas roupas ou não...

– Olha... A semana de moda é daqui a vinte dias, não é?

– É.

– Me dá... Dez dias. Se eu não achar uma representante da marca, aí... Você pode ligar para os organizadores lá da semana de moda e dizer que não vai ser desta vez...

– Dez dias. Nem um dia a mais. - Ela respondeu. Eu concordei e nos despedimos. Quando desliguei o telefone, o Tom entrou na sala e, vendo que eu não estava de tão bom humor assim,  me perguntou:

– O que foi? Por que está com essa cara de bunda?

– Aquele problema da linha de roupas... Já estou ficando estressado com essa história toda...

De repente, percebi uma coisa e disse:

– E é você quem tem cara de bunda, tá?

Ele riu e me aconselhou:

– Faz o seguinte: Vai dar uma volta enquanto a gente termina aqui. Qualquer coisa eu te ligo...

– Ah, tá... E o que eu vou fazer?

– Andar... Se quiser, vai tomar um café... Sei lá. Tenta se distrair um pouco... - O Tom me disse, praticamente me puxando da cadeira e expulsando do estúdio. Comecei a andar pelas ruas perto do estúdio, sem rumo. De repente, entrei numa cafeteria, atrás de alguma coisa que pudesse me ajudar a relaxar um pouco.

Narrado por Maia

Eu tinha chegado do Brasil há pouco tempo e ainda estava me acostumando com a Alemanha. Sabia falar o alemão há um bom tempo, mas,  ainda não era perfeito. Ah sim... Tinha me esquecido. Meu nome é Maia (Por causa do povo que morava na região central do México - Sim, meus pais são historiadores) e eu poderia facilmente me passar por uma garota de qualquer lugar do mundo(Exceto do Oriente e África) menos o Brasil. Tudo bem que tem menina de tudo quanto é tipo por lá, mas, eu, definitivamente não seria o melhor exemplo, já que meu cabelo é castanho escuro, quase preto mesmo, liso e longo (Bate na cintura) e a pele é pálida. Tipo, cadavérica. É um exemplo terrível, mas, é a verdade. Os meus olhos são castanhos, pequenos e amendoados e, dependendo da iluminação, podem ficar cor de mel. O que mais chama a atenção no meu rosto é a minha boca. É parecida com a da Angelina Jolie, só que menos carnuda. Não sou muito alta (Na realidade, não tenho nem um metro e sessenta e cinco centímetros de altura) e magrela, mas, com curvas bem definidas. Se eu fosse falar sobe o meu estilo na hora de me vestir... Diria que é rock. Tanto que minhas musas inspiradoras são Debbie Harry do Blondie e a Joan Jett, do The Runaways. Às vezes, ter pais que foram novos na época que as duas estavam no auge da carreira, tem lá suas vantagens. Para mim, não tem nada melhor que camiseta, calça jeans rasgada e tênis all star. Ah! E os acessórios eram basicamente correntes, sempre tinha uma caveira em algum lugar, além das tachas.
Mas enfim, eu estava trabalhando numa cafeteria num bairro de classe média-alta de Hamburgo e, todo dia, via pessoas de todos os tipos. Mas, normalmente, a cafeteria recebia os intelectuais até umas... Cinco e quinze da tarde, mais ou menos, e desse horário até a meia-noite, vinha o povo mais "jovem", como meu chefe dizia. E, como meu trabalho era até o turno dos mais novos, então, logo que o expediente terminava, eu pegava um ônibus, ia para a região central da cidade e, chegando lá, entrava no outro trabalho: Uma boate. Eu não achava ruim de ter dois empregos que eram puxados, mas, pelo menos estava sendo paga e lidava com as pessoas. Naquela terça-feira cinzenta, eu já estava pegando as minhas coisas quando, na hora que ia saindo e estava com a mão sobre a barra de ferro e empurrando a porta, que se abria para fora, não vi que tinha outra pessoa entrando e acabei esbarrando no coitado que estava do outro lado. E, para piorar, ela (Ou ele) segurava um café. Que estava fumegando de tão quente. Assim que percebi o que tinha feito, pedi milhões de desculpas, estava morta de vergonha e, arrastando a pessoa para dentro da cafeteria, sem nem deixar nenhuma palavra ser pronunciada, puxei seu braço até chegarmos no banheiro, que tinha a pia separada do lugar onde ficava o vaso. Era tipo banheiro de escola mesmo. Comecei a pegar várias daquelas toalhas de papel para tentar limpar a bagunça que eu tinha feito e, quando a pessoa finalmente falou, fui olhar para cima (Só consegui ver que era alguém realmente comprido ou comprida) e quase caí para trás. Era o Bill Kaulitz que estava parado ali, na minha frente, sendo atacado por uma maluca frenética.

– Tudo bem... - Ele disse, segurando a minha mão. Quase morri quando senti a mão dele se fechando sobre a minha, me impedindo de continuar tentando secar a bagunça que eu fiz.

– Ah, não está não... - Respondi e a minha voz subiu algumas oitavas. - Eu derrubei café quente em você...

– E daí?

– Daí que, além de sujar sua blusa, posso ter te queimado não é?

– Não. - Ele respondeu, sorrindo. Ai... Aquele sorriso matava qualquer uma. - Eu estou bem, de verdade...

– Eu... Te pago outro café. - Respondi, rápido. Apesar de estar com uma maluca, ele até que estava reagindo bem...

– Não precisa. É sério. - Ele falou. De repente, os nossos olhares se cruzaram e senti uma coisa estranha. Parecia que a Terra tinha parado de girar.

– Tem... Tem certeza disso? - Perguntei. Agora, meia hora depois, que me dei conta que
estava falando mais que pobre na chuva e o coitado devia estar tonto.

– Tenho. - Ele respondeu, me olhando. - Como é o seu nome?

– Maia.

– Eu sou...

– Eu sei quem você é. E eu sei que eu sou muito sem-educação por ficar interrompendo as pessoas dessa maneira... Me desculpe. - Respondi. Ele sorriu e me perguntou:

– Você não é daqui da Alemanha, é?

– Não. Estou morando aqui tem pouco tempo...

– Ah... Deixa eu te perguntar uma coisa... Você trabalha como modelo?

– Não. Nem tenho altura para isso... Vai tentar ser pintor de rodapé para você ver o que é bom...

Ele me olhou, de um jeito estranho e eu perguntei:

– OK... Por que você está me olhando como se eu fosse... Um... Algodão-doce rosa-choque com bolinhas verdes?

– Eu tive uma idéia... - Ele respondeu. Eu fiquei com medo, mas, quando eu descobri o que ele queria... O medo que senti, fugiu que nem barata quando você acende a luz...  

Postado por: Grasiele

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