terça-feira, 15 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 2 - A garota perfeita

Narrado por Maia

Eu sou louca. E isso é um fato consumado e autenticado em cartório. Quando eu era pequena, minha mãe devia ter posto alguma coisa dentro da minha mamadeira que me fez ser desse jeito. Só pode! Não bastava ter aberto a porta e, com isso, derrubado café quente em uma pessoa, ainda arrasto o coitado para o banheiro do café que eu trabalhava, tento limpar a bagunça que eu fiz e, para completar, de tão nervosa que eu fiquei, comecei a falar que nem pobre na chuva. E, mesmo assim, a pessoa foi super-educada e mega-fofa comigo. O problema é que, se eu tivesse visto antes quem era, provavelmente não ia falar esse tanto. No máximo, eu ia ficar quieta e cair dura no chão. A pessoa era ninguém mais que o Bill Kaulitz, do Tokio Hotel.

Quando finalmente fiquei quieta, o Bill me perguntou, depois que eu me sentei à uma mesa, com ele e cada um tomava um copo com café:

– Quanto você mede?

– Tenho mesmo que responder?

– Quer que eu arrisque alguns palpites?

– Um metro e sessenta e quatro centímetros e meio. - Confessei.

– Você já pensou em trabalhar como modelo fotográfica? Acho que não tem um tamanho mínimo para seguir a carreira...

– É, pode até ser, mas, e se eu fosse tirar foto com short? Ia dar para ver o quanto minha perna é curta...

– A sua perna não é curta. Pelo o que deu para ver...

– É porque estou de calça. Mas, não acho que sirvo para trabalhar de modelo... Não sou fotogênica.

– Quem te disse?

– E quem te disse que eu posso seguir essa carreira?

– Você já arriscou, para saber se tem chances ou não?

– Já. Até me disseram que eu era... Normal demais!

– E você aceitou, assim, numa boa?

– E ia adiantar alguma coisa se eu desse chilique? O mínimo que eu ia conseguir era tomar um belo chute no traseiro e pronto!  Não... Não sirvo para modelo... Não sou tão bonita que nem as meninas que têm por aí.

– E quem foi que te disse que você não é bonita?

– Ah, tá... Vai dizer que meu nariz é bonito, por exemplo?

– E o que tem de errado com o seu nariz?

– Tudo!

De repente, eu vi que horas eram e, quando ele ia falar alguma coisa, me levantei e, pegando a minha bolsa, disse:

– Olha, me desculpa, mas, eu tenho que ir... Desculpa por ter... Jogado café quente em você e... Boa sorte com o CD novo e... Eu tenho que ir mesmo...

– Espera aí... Onde você vai?

– Desculpa, mas, eu estou realmente atrasada, já perdi um ônibus e, com muita sorte, a minha chefe não vai me matar... Tchau! - Eu disse, antes de sair correndo da cafeteria.
 
Narrado pelo Bill

Eu finalmente tinha encontrado a garota perfeita para fazer as fotos da linha de roupas que eu tinha criado. Era perfeita, por vários motivos, mas, o principal é que ela era espontânea. Eu precisava de alguém assim. E eu tinha certeza de que, se ela fosse arrumada como eu queria... O ensaio ia ficar perfeito...

De repente, uma das garçonetes veio pegar o meu copo vazio de café e perguntei para ela:

– O gerente está aí? Eu queria falar com ele, se possível.

– Está. - Ela respondeu, dando um sorriso. - Só um minuto que eu vou chamá-lo.

Quando o gerente veio falar comigo, eu perguntei algumas coisas que eu queria saber. Assim que eu voltei para o estúdio, perguntei para a recepcionista da gravadora:

– O pessoal ainda está aí?

– Só o seu irmão. Os outros já foram.

– Obrigada. - Eu respondi. Fui até o elevador e, enquanto esperava ele chegar, liguei para o Tom. Só que ele não atendia e, só consegui falar com ele quando saí do elevador:

– Onde é que você está?

– Desculpa. Eu estava vendo umas coisas aqui, com fone de ouvido e nem percebi o telefone tocando. E você? Onde está?

Abri a porta do estúdio e, quando ele me viu, nós dois desligamos os celulares. Ele me perguntou:

– E aí? Como é que foi?

– Achei a garota perfeita.

– Quê? Espera aí... Me conta essa história direito, Bill!

– Arruma as suas coisas que em quinze minutos, eu vou até o centro.

– Vai fazer o que no centro?

– Você vai ver... Faz o que eu estou te falando que eu não vou esperar por você. - Respondi, pegando as minhas coisas. Assim que saímos de lá, pegamos o primeiro táxi que passou.


Narrado por Maia


Eu estava enfiada no banheiro dos funcionários da boate que eu trabalhava, terminando de me arrumar. Uma das meninas que trabalhavam comigo como
bartenders, Sofia, entrou no banheiro e disse:

– A casa já está ficando cheia... Me empresta o gloss?

Procurei dentro de uma bolsinha que eu usava como necessaire, o gloss. Quando achei, entreguei o tubinho para ela. A gerente da boate bateu na porta do banheiro e disse para nos apressarmos. Quando estávamos prontas, guardamos nossas coisas no escaninho que tinha lá e saí, com a Sofia do meu lado. A dona do lugar, que era irmã da gerente, copiou
a idéia daquele filme, "Showbar" e, portanto, as bartenders tinham que subir no balcão e dançar, mais para animar o povo mesmo.

A boate estava apinhada de gente e, quando o DJ colocou "Poker Face" da Lady Gaga, a Sofia me olhou e nós duas e mais uma outra menina, Elena, subimos no balcão. Era divertido, não nego. Ainda mais que a gente sempre criava as coreografias das músicas. Muitas vezes, a gente tirava idéia das danças originais.

Quando a música acabou, descemos do balcão e voltamos a atender os clientes, como se nada tivesse acontecido. Eu estava fazendo o
drink de um dos clientes e, como sempre, fazia malabarismos com as garrafas. Assim que eu entreguei a bebida para o cliente, a Katrina, que era a gerente, veio falar comigo:

– Maia... Preciso que você vá até a área V.I.P., porque a Clara está sozinha lá e acabaram de chegar mais dois clientes.

– OK. - Respondi. Fui correndo para a área V.I.P. e, quando cheguei lá, logo de cara tive uma surpresa.

– Como... Descobriu que eu trabalhava aqui? - Perguntei para o Bill, quando o vi.

– Tenho as minhas fontes. - Ele respondeu, sorrindo.

Não demorou e o Tom veio ver quem era a garota misteriosa que estava falando com o irmão dele.

– É ela? - O Tom perguntou para o Bill, que confirmou com a cabeça. Logo, ele já veio se engraçando para o meu lado, óbvio: - Eu sou Tom, irmão do Bill... Como é o seu nome?

– Maia.

– E aí? - O Bill perguntou para o Tom. - O que você acha?

O duro foi agüentar a olhada de cima a baixo que o Tom me deu. Logo em seguida, veio o veredicto:

– É... Você tem razão... Ela é perfeita.

– Eu ainda estou ouvindo... - Reclamei.

– Eu posso conversar com você num lugar menos... Barulhento? - O Bill perguntou. Eu gelei, admito. Sabia da fama do Tom, mas, não desse lado do Kaulitz mais novo. Ele era sempre tão... Santinho em comparação com o irmão. Pelo menos, aparentava ser assim.

– Claro. Só... Um instante. - Pedi. Fui até a Clara e pedi para ela ficar alerta. Saímos da boate e, o Bill me disse:

– É o seguinte: Eu vou lançar uma linha de roupas agora, na semana de moda de Milão e preciso de uma garota para tirar fotos com as minhas roupas. E... Como você se veste assim... - Ele indicou a minha roupa (
Wet legging e camiseta com a estampa do Bowie, todo estilizado, e, nos pés, ankle boots com detalhes de tachas.) - Queria te chamar para fazer as fotos de promoção...

– Tá... E o tema da sua linha de roupa é rock?

– É. - Ele respondeu. - Não se preocupe, porque eu vou te pagar por esse trabalho...

– Não sei se você lembra, mas, eu te falei que eu não sou modelo...

– Eu não estou querendo uma modelo profissional... Por favor, aceita fazer esse  trabalho...

Hesitei e de repente, ele se ajoelhou na minha frente, no meio da rua. Falei com ele, puxando seus braços e tentando fazê-lo ficar de pé:

– Que é isso? Levanta daí, ô doido!

– Só levanto se você fizer as fotos.

Eu cruzei os braços e falei:

– Eu faço as fotos, mas, com a condição que você nunca mais faça isso e nem fique fazendo chantagem emocional comigo, senão eu estou fora.

– Tudo bem - Ele respondeu.
– Promete. - Eu exigi. – Eu prometo que não vou fazer chantagem emocional e nem me ajoelhar na sua frente. Nunca mais.  – Levanta. - Eu pedi. Ele se levantou e voltamos para a boate. Antes de ir embora, porém, ele anotou um endereço em um pedaço de papel e me disse: – Olha, amanhã, preciso que você esteja neste endereço às nove e meia da manhã, ok? – Tá. - Respondi, dando uma olhada no papel. Quando ele virou de costas, aproveitei que ele não estava olhando e guardei o papel dentro do sutiã, já que eu não tinha bolso. Quando ergui a cabeça, vi que o Tom estava me olhando e, antes de sair com o Bill, deu um sorriso malicioso. Me xinguei por ter guardado o pedaço de papel no sutiã e não ter checado se tinha alguém olhando. Mas, mesmo assim, na manhã seguinte, eu estava lá, pontualmente, no galpão onde eu ia tirar as fotos. O que não esperava era que a única pessoa ali, na hora que cheguei, era o próprio Bill...


Postado por: Grasiele

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