domingo, 20 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo 2 - Capítulo 8 - Sheiks, odaliscas e eunucos

 Narrado por Charlie

Desde o primeiro instante, quando decidimos ir para o Egito, eu sabia que não era boa idéia. Por causa da perigosa combinação Tom Kaulitz + Odaliscas + Harém. Tanto que, assim que chegamos em Alexandria, percebi a animação do Tom e perguntei:

– Eu preciso te lembrar que, se você for se engraçar para o lado de alguma garota, ou o pai dela vai te obrigar a casar com ela ou você vai ficar sem o principal?

Eu olhei mesmo para o... dele, que sorriu e falou:

– Sabe o que eu acho? Que você está a ponto de mandar essa sua... Promessa de abstinência para o espaço... Daqui a pouco vai estar me implorando para...

– Você não ouse completar essa frase! - Respondi. - Senão eu mesma dou um jeito de você trabalhar de eunuco!

– Charlotte... - Ele falou, passando a língua naquele maldito piercing e me dando a mais tarada das olhadas. - Eu sei que você está falando isso só para me provocar... Eu sei exatamente o que você está querendo fazer...

– Tom, se enxerga, tá? - Retruquei. - Além do mais... Não sou que nem as outras garotas que você está acostumado a "pegar", ok?

Peguei minha mala e me levantei do sofá. Já tínhamos chegado ao hotel e, como se já não bastasse ver o Georg e a Roxy naquele mel todo, o Bill não desgrudando da Maia um minuto sequer e a Jade e o Gustav andando de mãos dadas para cima e para baixo, eu ainda tinha que agüentar as provocações do Tom. Tínhamos conseguido uma trégua em Roma, mas, assim que chegamos na França, lá foi ele, todo pimpão para cima das francesas, se exibindo. Óbvio que eu não agüentei, fechei a cara e, acabei discutindo com ele, que teve a cara de pau de tentar me beijar. Porém, tudo o que ele conseguiu foi uma joelhada... Lá. Eu estava fula com ele há quase um mês e, como eu estava descobrindo que, quanto mais eu dava desprezo, mais o Tom corria atrás de mim, então, se ele bobeasse, eu realmente transformaria ele num eunuco. E ai dele se reclamasse. Eu realmente não estava agüentando mais aquela "galinhagem" dele.

Como eu não estava agüentando passar mais nenhum minuto sequer do lado dele, saí do hotel e fui bater perna com a Jade e o Gustav. Eles nem se importaram em me ter como vela e eu também não estava nem aí. A Jade me perguntou, enquanto estávamos olhando umas jóias expostas em uma banquinha num mercado aberto:

– Pelo visto o Tom aprontou de novo, não é?

– Jade, não me fala nele! Sou capaz de comprar uma daquelas espadas curvas dos árabes e...

Ela riu e, de repente, fomos interrompidas por um homem, barrigudo, com um espesso bigode branco, com as pontas cuidadosamente viradas em curva, pele bem morena e um belo par de olhos verdes. Ele nos disse:

– Desculpe... Mas, não pude deixar de observá-las... Vocês são daqui?

– Não. - A Jade respondeu. - Somos inglesas. Estamos viajando pelo Egito.

– Ah... Vocês são irmãs? - O homem perguntou. Fiquei com medo e a Jade, como sempre, teve uma excelente tirada:

– Somos primas, na realidade.

– Ah, sim... Bom, meu Jafari Sethos e eu gostaria de convidá-las para ir à festa que eu vou dar na minha casa, hoje à noite. Se vocês estiverem viajando com mais amigos, podem levá-los. - O homem respondeu, sorrindo de um modo gentil. - Se quiserem, posso mandar o meu motorista buscá-los. É só me dizer o nome do hotel que estão hospedados e, por volta de oito horas ele estará à espera de vocês.

A Jade respondeu e o homem assentiu, dizendo alguma coisa. Repetimos o que ele disse e logo em seguida, o homem sumiu no meio da multidão. O Gustav perguntou, nos assustando:

– Quem era?

– Ai, Gustav! Sabia que as pessoas podem morrer de ataque cardíaco, se tomarem um susto? - A Jade reclamou.

– Desculpa...

– É um tal de Jafari Sethos. - Respondi. - Chamou todo mundo para ir à uma festa na casa dele.

– Todo mundo quem, exatamente?

– Todos nós. Tipo, eu, você, a Charlie, o Tom, o Bill, a Maia, o Georg e a Roxy. - A Jade respondeu. Por volta de oito da noite ele vai mandar o motorista dele nos buscar no hotel.

– Vocês duas são doidas? Nem conhecem o cara e já vão aceitando o convite dele para ir à uma festa na casa dele? Vai que ele tem alguma ligação com o Bin Laden? - O Gustav perguntou. Dava para ver que era brincadeira.

– Simples. - A Jade respondeu. Quando chegamos ao hotel, ela foi até a bancada da recepção e perguntou: - Com licença, mas... Pode me informar uma coisa a respeito de uma pessoa?

– Que pessoa? - A recepcionista perguntou.

– Jafari Sethos? - A Jade arriscou.

– Ah, sim... Ele é o dono dessa rede de hotéis. É uma excelente pessoa e gosta de dar festas em sua casa, para receber alguns hóspedes dos hotéis, escolhidos a dedo. -  A recepcionista respondeu.

A Jade agradeceu e, enquanto estávamos no elevador, indo para os nossos quartos, recebemos uma olhada de "Eu não falei que o cara não era perigoso?". Nos separamos, assim que saímos do elevador e, quando eu abri a porta, perguntei, tentando me recuperar do susto:

– Custa você, pelo menos, enrolar uma toalha na cintura quando for sair do banho?

– Charlie, deixa de frescura! - Ele me falou. Senti que ele estava se aproximando e eu me virei de frente para ele, tentando não olhar para baixo, por mais que meus olhos fossem atraídos para o... O amigo dele, que nem um imã. Ele parou de andar, assim que eu coloquei minha mão sobre o peito dele. Lógico que o corpo dele reagiu e agora eu tive que fazer um esforço sobrehumano para manter meu olhar no rosto dele.

– Você fica longe de mim! Pelo menos até... Colocar uma roupa.

Preciso mesmo dizer que ele fez aquela coisa irritante com o piercing e a cara de tarado?

– Eu estou te avisando... - Respondi, sentindo a voz falhando e andando para trás até bater contra a parede. Vendo que eu estava cedendo, ele pôs a mão na minha cintura e estava com o rosto dele tão perto do meu que eu conseguia sentir a respiração quente dele vindo ao meu encontro. Me obrigando a ficar com o olhar fixo naqueles olhos castanhos que eu inexplicavelmente amava, ele me perguntou:

– Tem certeza que eu não significo nada para você, que nem me falou naquele dia, em Mônaco?

O meu coração gritava, com todas as letras: Não! Você é tudo para mim!. Mas minha cabeça, em contrapartida, dizia: Sim. Você é um safado que não presta e só sabe me fazer sofrer. Porém, antes que eu pudesse tentar me controlar, já estava fazendo aquele estrago:

– Me deixa em paz. - Minha voz era firme.

Ele tirou a mão da minha cintura e se afastou, indo até uma das malas dele e pegando uma roupa qualquer.

Quem falou com ele da festa foi o Bill. Achei que, por causa daquele meu ultimato, ele não quisesse ir, mas, para minha surpresa, não se opôs. Às oito horas em ponto, ele estava pegando algumas coisas, como celular e a carteira, e, eu saí do banheiro, depois de colocar o meu vestido, que era comportado. Quando abri a porta, percebi o olhar dele acompanhando meus movimentos, porém, não retribuí o olhar dele. Ainda que estivesse muito difícil resistir à tentação. Assim que terminei de pegar minhas coisas, olhando para baixo, falei:

– Eu estou pronta, se quiser ir...

Por um instante, achei que ele fosse tentar alguma coisa, mas, como eu não ergui minha cabeça, ele mudou de idéia e foi até a porta.

Quando chegamos à casa do Sr. Sethos, ele nos recebeu como se fôssemos nobres. O salão onde jantamos era uma coisa absurda de tão grande. Tinham mesas baixas, tipo as de restaurante japonês. Tinham alguns músicos e, quando eu estava comendo um pouco de tâmaras, o Sr. Sethos se aproximou de mim e eu percebi que tinha um rapaz lindo do lado dele. Parecia-se com ele, só que, obviamente, mais novo. Os cabelos eram negros e ele não tinha bigode, ainda bem. O Sr. Sethos me falou:

– Senhorita Watson, gostaria de apresentar o meu filho, Amen.

– Como vai? - Ele perguntou, apertando minha mão e sorrindo. Vi o sorriso mais branco e perfeito da minha vida.

– Bem, e você? - Perguntei, em resposta. Eu podia sentir o Tom me fuzilando com o olhar por eu estar falando com o filho do Sr. Sethos.

– Me desculpe se eu posso parecer... Ousado demais, mas... Quer se sentar comigo à mesa dos meus pais?

– Claro. - Respondi, olhando para o Tom. Foi irresistível não sorrir, quando eu ia com o Amen até a outra mesa. Parecia que o Tom tinha engolido o mais azedo dos limões. Eu me diverti ao ver a cara fechada dele.

Narrado por Tom

A Charlie estava conseguindo me tirar do sério e isso era um fato consumado. Eu juro que, se eu não voei no pescoço daquele idiota, foi porque ele é filho do anfitrião e não pega nada bem socar a cara do filho do dono da casa. Quando a Maia desgrudou do Bill um pouco, meu irmão ainda teve a coragem de me encher o saco:

– Se eu fosse você... Parava de correr atrás da Charlie.

– Bill... Fica quieto senão quiser que eu te dê um soco aqui e agora. E foda-se sobre o que os donos da festa vão pensar. - Respondi, azedo.

Eu estava com ciúmes, sim. E quem não estaria, se o folgado de um egípcio aparecesse do nada e levasse a garota que você está pegando para a mesa dos pais dele? Minha vontade era jogar ele dentro de um sarcófago e praticar aquele castigo lá daquele filme, "A múmia". Mesmo que o castigo não existisse, ia dar um jeito de jogar o infeliz no meio de um monte de besouros carnívoros. E se não existissem os besouros... Arrumava um monte daquelas formigas vermelhas que devoram o sujeito aos poucos... Só por essa folga, esse motorista narigudo de tapete voador merecia sofrer bem aos poucos... E a Charlie ia ter de se ver comigo também. Toda assanhada para o lado do narigudo... Deixa ela... O que é da Charlie está separado...

Postado por: Grasiele

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