domingo, 20 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo 2 - Capítulo 2 - E começa a viagem...

Narrado por Bill

Até que conseguíssemos decidir qual seria o ponto de partida da nossa viagem, tivemos de enfrentar várias discussões, quatro brigas, além do stress, dores de cabeça, além de gritos histéricos vindos das meninas. Sério. A Charlie conseguiu me surpreender, porque a voz dela é muito parecida com a da Joan Jett, mesmo quando ela fala, e você acha que aquela garota loirinha, parecida com uma boneca, nunca vai conseguir gritar tão... Agudo a ponto de quase estourar vidros. Mas quase conseguiu deixar todo mundo que estivesse perto dela (O Tom sempre estava no meio, era incrível) surdo. Mas, mesmo assim, decidimos visitar primeiro Amsterdam, depois iríamos até Antuérpia, Bruxelas e daí, a França. Como eram quatro garotas geniosas que queriam visitar quatro cidades diferentes (Paris, Marselha, Nice e o principado de Mônaco), então, este seria o único momento que estaríamos separados. Porém, iríamos nos reencontrar em Roma. De lá, iríamos para Milão, depois Veneza e, em seguida, iríamos para Atenas e Santorini. E, saindo de Santorini... Iríamos para o Egito, depois a Índia. É... Só de ouvir dá para ficar exausto. Mas, bem ou mal, seria bom. Porém, quando descobrimos que a viagem pela Europa não seria feita de avião... Eu não fui o único a ficar desanimado.

Estava tudo pronto, a Maia e a Charlie tinham ido dormir lá em casa, para facilitar as coisas na hora de irmos viajar. A Maia e a Charlie dormiriam no quarto de hóspedes e minha mãe fez questão de avisar o Tom para que ele ficasse longe do quarto que elas estavam. E, no entanto, eu acreditava que, como a Maia estaria ali, ele não ia se meter a ir atrás da Charlie no meio da noite. Então, enquanto a Charlie estava no banheiro, terminando de tomar banho, eu aproveitei e fui atrás da Maia. Assim que ela me disse para entrar, me sentei na beirada da cama dela e perguntei:

– Animada?

– Bom... Viajar em uma kombi vai ser estranho...

– É... Mas... Veja pelo lado positivo... Pelo menos a gente não vai precisar cruzar o deserto do Saara nela...

– Engraçadinho...

Eu sorri e, vendo o desânimo dela, disse:

– Maia... Vai ser divertido... A kombi agüenta o tranco numa boa...

– É... Depende da kombi, né? Se for uma que é pura ferrugem, que atira e dispara a buzina...

– Pelo menos vão saber que a gente está passando.

– Você está tão metido a engraçadinho hoje!

– Eu estou tentando é melhorar seu humor... Até agora, só tive um sorrisinho sem-graça.

Ela sorriu de verdade e eu falei:

– Era disso que eu estava falando!

Ela murchou o sorriso um pouco e, de repente, ouvimos o barulho da Charlie saindo do banheiro. Eu disse:

– Amanhã a gente se vê, então?
– Claro. - Ela respondeu. Dei um selinho demorado nela e a Charlie nos interrompeu:

– Vocês sabem que, por mim, vocês dois poderiam ficar à vontade. Mas, como a gente vai acordar cedo amanhã e o Tom vai demorar, no mínimo duas horas até conseguirmos tirar ele da cama... Então, aconselho que você - Ela apontou para mim.- vá para o seu quarto e a senhorita - ela apontou para a Maia. - desligue a luz do abajur, ajeite-se, feche os olhinhos e durma bem.

– Charlie! Tem que ser tão chata assim? - A Maia protestou.

– Maia... Ela tem razão. É melhor irmos dormir senão amanhã ninguém acorda e os quatro de lá chegam primeiro à Amsterdam... - Eu respondi, me referindo à Roxy, Georg, Jade e Gustav. Dei outro selinho nela e um beijo na bochecha da Charlie, antes de sair do quarto delas e ir para o meu.

Apesar da ansiedade, consegui dormir muito bem, até. Acordei com meu celular tremendo sobre o meu criado mudo, avisando que teria de me levantar e me arrumar. Por mais que eu quisesse ficar mais cinco minutos deitado na minha cama, resisti à preguiça e fui até o banheiro. Quando saí, mais ou menos arrumado (Faltava trocar de roupa e escovar os dentes), passei pela porta do quarto das meninas e as camas já estavam feitas e as malas delas tinham sumido. Fui para o quarto do Tom, que ainda estava escuro e eu consegui identificar o meu irmão, dormindo todo torto e embolado com os lençóis. De repente, a Charlie apareceu e me perguntou, sussurrando:

– Ele já acordou?

– Nada... - Respondi.

– OK. Sua mãe pediu para avisar que o café está servido e a Maia já está lá embaixo. - Ela disse. - Pode deixar que em menos de cinco minutos o Tom vai estar lá embaixo.

Ela praticamente me expulsou. Eu admito que estava curioso para ver como é que ela ia acordar meu irmão...

Narrado por Charlie

Esperei até o Bill chegar ao primeiro andar e ouvir as vozes da Maia, da Simone e do Gordon conversando com ele, para entrar no quarto do Tom. Eu nem fechei a porta do quarto dele e fui até a cama, bem lentamente e tentando não fazer barulho. A pior parte até agora era encontrar um espacinho livre. Eu estava morrendo de medo de me sentar sobre a perna ou o braço dele. Assim que consegui achar o Tom ali no meio, quase sussurrando, chamei:

– Tom... Já está na hora de irmos... Anda, preguiçoso... Levanta!

Ele resmungou alguma coisa e eu falei:

– Eu vou fazer cócegas em você...

Desta vez, consegui entender o que ele disse:

– Prefiro que você se enfie aqui do meu lado... E sem roupa.

Desta vez, ele não escapou de levar um tapa daqueles. Sabe-se lá como, consegui achar a bunda dele no meio daquele monte de lençol e edredons emaranhados. E, para piorar, ele ainda respondeu:

– Bate mais que eu estou gostando!

– Tom, se você não se levantar agora, nesse exato instante, eu juro que eu abro as cortinas do seu quarto e não vai adiantar você se esconder sob essa... Confusão aí.

Nada. Continuou dormindo e eu perdi a paciência e, afastando as cortinas e puxando o bololô que estava envolvendo ele, finalmente consegui fazer com que ele se levantasse. Tomei um xingo daqueles, mas, valeu a pena. Quinze minutos depois, já tínhamos tomado o café da manhã, a Maia e eu levávamos algumas coisas que a Simone preparou e, enquanto isso, o Gordon ajudava os meninos a guardarem as malas dentro da kombi. A Simone dizia para a Maia:

– Eu não acho que seja uma boa idéia vocês viajarem pelo continente em uma kombi...

– Mãe... Não se preocupa. A gente vai estar sempre em contato e, se acontecer alguma coisa, ou as meninas ou o outro grupo avisa. - O Tom respondeu.

– Olha lá, vocês quatro, hein? - A Simone disse. - Boa viagem, então e juízo, ouviram, meninos?

Ela deu um beijo na bochecha de cada um e, nós embarcamos. Depois de um sorteio por ordem de idade, o Tom quem ia dirigindo a kombi primeiro. Depois seria o Bill, seguido da Maia e eu seria a última. Era estranho pensar que iríamos realmente fazer isso. Mas, ainda sim, fizemos. Fomos até a casa do Georg, onde eles também já estavam a postos e de lá, fomos em direção à Holanda. Quando chegamos ao hotel, todos estavam mortos de cansaço, a Roxy mal se agüentava de pé e enquanto esperávamos a Maia e o Bill nos registrarem, vi que o Tom tombou a cabeça para trás, na poltrona que ele estava sentado, e dormiu um pouco. Quando a Maia veio para perto da gente, ela disse, entregando uma chave para cada dupla. Eu perguntei:

– Não era para ser dois quartos de casais e quatro de solteiros?

– Era. Mas, os quartos de solteiros já estão todos ocupados. Só restaram os de casal... - Ela respondeu.

Eu perguntei para a Maia:

– Quando você diz de casal... A cama é separada, não é?

– Não. - Ela respondeu.

– Jade... Você fica comigo! - Respondi.

– Na boa... Prefiro dormir com você que dormir com o Gustav. - O Tom resmungou.

– Charlie... É só por hoje... - A Maia tentou me convencer. Com todo mundo ali, me encarando, o que mais eu podia dizer senão:

– OK. Eu vou dormir no mesmo quarto que o Tom. Mas, se você - Eu disse, olhando para ele e apontando um dedo em riste. - tentar alguma gracinha... Juro que amanhã de manhã você vai ter de fazer xixi sentado.

– Eu prometo que vou ser um bom menino. - Ele respondeu, com aquela cara de santo do pau oco dele.

Eu tinha acabado de trocar de roupa e estava saindo do banheiro (Capaz de eu trocar de roupa com o Tom me olhando...) e, de repente, percebi que ele tinha improvisado uma cama para ele, só que no chão. Eu perguntei:

– O que... Você pensa que está fazendo?

– Evitando tentações. - Ele respondeu, me olhando.

– E o que me garante que você não vai reclamar, no meio da noite, por dor nas costas, e me pedir para dormir na cama?

– Vai por mim... Já suportei dores piores que uma dor nas costas idiota. - Ele respondeu. Fiquei estática. Não sabia o que fazer. Ele se deitou no chão (Que era forrado por um carpete) e me pediu para apagar a luz. Eu estava sentada na cama, porém, só para obrigá-lo a vir para a cama, dei a volta e, quando ele percebeu que eu estava me deitando do lado dele, perguntou:

– O que você está fazendo?

– Só volto para a cama se você vier comigo.

– Percebeu que você está brincando com o fogo, não é?

– Eu te avisei que, se você tentar alguma gracinha, vai fazer xixi sentado. Então, se você preza pelo... Seu bem maior, é melhor se controlar. E eu não saio daqui.

Ele suspirou e eu pude ver, pela luz do letreiro do hotel que iluminava o quarto em intervalos, que ele tinha se levantado. De repente, ele me pegou no colo e me pôs em cima da cama. Não demorou e eu vi ele se deitando do meu lado. Tudo bem que eu não era que nem ele, que sempre ficava se vangloriando por ser o melhor e ter ganhado o que queria. Mas, neste caso... Eu tinha que comemorar a batalha ganha. Ainda que eu tivesse uma guerra inteira pela frente...

Postado por: Grasiele

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