quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tom Kaulitz Is Not Dead - Capítulo 6 - Basket Case

(Camila Evans Pov’s)

Cada dia mais eu to sentindo que ta virando rotina chegar em casa meio que irritada. Foi um dia super lindo pra variar – e eu não uso nenhum pouquinho de minha ironia. Além de eu estar morrendo de fome o meu lindo e eterno cunhado não estava em casa. Bravo, palmas pro Bill! Arg! Eu não sabia se era TPM ou algo do tipo, só sabia que de uma hora pra outra eu tinha ficado super bipolar. Como diz a Karolina “A Camila é estranha, a Camila é irritada, mas nunca deixa de ser a Camila”. É, nem tem tanto sentido assim, mas ok.
Eu fui direto pro meu quarto e caí na minha enorme king size sem dó nem piedade. Sempre quando eu estava assim que começava a assobiar a intro de Patience do Guns ‘n’ Roses. Eu fiquei meditando com meu assobio irritante por um tempinho até que ouvi a porta bater. Logo constatei que era Bill.

– DEMOROU A CHEGAR POR QUÊ? – gritei do meu quarto.

Ele nada respondeu, eu então me levantei rápido e fui ver o que tinha acontecido, por que Bill adora falar e sempre que tem oportunidade fala mais do que a boca. Eu cheguei na sala e Bill estava tão estranho. Toda a maquiagem que ele costumava usar no rosto tinha desaparecido e ele estava com o rosto limpo. Ele estava sentado no sofá balançando uma das pernas e a cabeça. Eu fiquei preocupada e então me sentei ao seu lado e logo perguntei:

– O que foi Bill?
– Nada Camila – ele respondeu como se aquilo fosse verdade. Pra me enganar tem que ser muito convincente, coisa que nem ele nem Tom eram.
– Bill, eu não nasci ontem, fala logo – eu insisti – o que foi, te roubaram, levaram seu celular, o que? – eu disse mais preocupada ainda.
– Camila eu já te disse que nada! – ele gritou comigo e logo depois saiu com raiva a caminho de seu quarto.

Bill não costumava agir dessa maneira. Fiquei um pouco magoada por ele ter gritado comigo. Bill era a única companhia que eu tinha desde que Tom tinha “morrido”. Por mais que eu tivesse meu pequeno Mike, a Karol e meus pais, eu sempre senti um vazio enorme dentro de mim e o único que amenizava esse sentimento era Bill, com toda sua amizade e risadas exageradas. Devia estar acontecendo algo sério com ele pra agir dessa forma. Eu não tinha mais coragem de perguntar nada... Apenas levantei-me do sofá e gritei:

– Está bem, já que não aconteceu nada acho que você ta tranqüilo pra dormir sozinho nessa casa enorme hoje! – eu disse pegando as chaves do carro e batendo com força na porta.

Entrei no meu Chevrolet vermelho e comecei a dirigir sem rumo. Estava de noite e muitas coisas na cidade não me atraiam essa hora. Então eu segui pra uma praça que tinha no centro e que era totalmente calma. Parei meu carro no estacionamento e logo desci. Era como um parquinho tinha areia, gangorra, balanços e muitas coisas de parquinhos. Um pouco atrás do parquinho tinha uns banquinhos de xadrez. Eu me sentei no que era mais perto do parque cheio de árvores enormes. Estava escuro lá e eu me senti muito bem lá sozinha.
Eu olhei para os outros banquinhos e lá estava um casal comendo pipoca. O mínimo que eu podia chamá-los era de apaixonados. Eu vi um sentimento tão lindo no olhar de um pra outro que até cheguei a sentir muita inveja. Ele era do tipo engraçadinho que sempre estava fazendo os outros rirem e ela ria de tudo o que ele fala, entre beijos, pipocas e abraços. Eu parei de olhar por que eu já estava me sentindo muito mal com tudo o que tinha começado naquela semana.
Novamente comecei a assobiar Patience pra ver se eu realmente criava paciência. Bem na hora meu celular vibrou no bolso de meu casaco e na tela aparecia “Bill Ligando”. Eu pensei duas vezes, mas logo considerei o primeiro pensamento e atendi.

– Alô – eu disse seca, como ele estava merecendo.
– Camila, me desculpa por ter gritado com você? – ele disse em tom de suplica... Homens! Só vêem o erro depois que pensam muito!
– Olha Bill... Eu não to a fim de falar agora ok? Eu vou pra casa depois daí nós conversamos, só me deixe em paz agora – eu disse desligando o celular na cara dele.

Eu mais uma vez vacilei e acabei olhando pro casal no outro banquinho. Agora tive uma surpresa... Ele abriu uma caixinha, lá dentro tinha dois anéis, ela ficou surpresa e ele a pediu em casamento. Eu quase tive um ataque mórbido de inveja na hora... Como podia existir tanto amor assim em duas pessoas?
Abaixei minha cabeça e gemi baixo. Eu estava tão estorvada, mas tão estorvada que se pudesse gritar de raiva eu o faria.

– Dormindo na praça? – uma voz surgiu de repente atrás de mim. Aquela voz grossa, conhecida e muito parecida com a de Bill.

Eu na hora me levantei e olhei pra trás e lá estava Tom. Estava com uma roupa semelhante a que usava antes: as calças largas, uma bela blusa grande com outra de botões por cima, alguma coisa na cabeça...

– Não... Eu não costumo dormir aqui – eu disse sem sorriso nenhum no rosto.
– Hmm – ele gemeu – posso me sentar com você? – ele disse todo educado.
– E desde quando você tem toda essa educação comigo? – eu perguntei juntando as sobrancelhas.
– Desde quando eu resolvi que deveria ser mais educado com você – disse ele com um sorriso de canto no rosto.

Tinha alguma coisa de diferente nele. Tom me olhava de uma forma desigual a de antes... Não tinha mais fome em seus olhos, tinha um certo... Amor. Era algo parecido com o que eu tinha visto no olhar do outro rapaz.
Tom então se sentou no banquinho da frente e pousou seus braços lá. Minhas mãos estavam em cima da mesa e logo foram tomadas pelas mãos quentes e super tremulas de Tom. Senti um arrepio estranho na espinha ao sentir o tremor dele. Ele me olhou e sorriu mais uma vez e disse:

– Camila, você sofre de alguma forma – ele perguntou. Porque Tom estaria me perguntando aquilo?
– Sofro... Muito – eu fui sincera. Sim, eu sofria por causa dele, com a mentira dele, com a falta que eu sentia dele.
– Hm... E se alguém pudesse curar esse seu sofrimento? Quero dizer, com amor, carinho, beijos... O que me diz? – ele insistia em perguntar essas coisas. O que ele queria?
– Acho que hoje em dia ninguém pode curar minha dor Tom... Ninguém. A pessoa que eu amo – eu disse com um pouco dificuldade mais depois prossegui – simplesmente não existe – eu disse a verdade por partes. Eu temia em nunca mais ver aquele Tom de antes, o que eu sempre amei. Eu estava enxergando o antigo agora naquele Tom que insistia em me perguntar.
– Camila, eu sei que algumas pessoas são únicas nessa vida, mas se eu pudesse ocupar o lugar dessa pessoa que você ama? – ele disse me fazendo arrepiar ainda mais.
– Tom! Você é quase casado com a va... Com a Renata – eu disse quase deixando escapar o apelido carinhoso que tinha dado pra minha “querida Renatinha”.  – eu não sei se você é capaz de me amar como a pessoa que eu amo amou – fazia um sentido enorme. Não seria como antes, ele não sabia que eu era a verdadeira Camila e ele nem fazia idéia de que eu sabia que ele era Tom. Nosso destino não era mais ficar junto... Infelizmente.
– Eu não amo a Renata! E sim, eu sou capaz de te amar mais do que tudo, por favor, Camila, deixe-me provar que posso ser melhor do que essa pessoa. – ele insistia cada vez mais.
– Não existe ninguém melhor do que essa pessoa! Ela foi única em minha vida e sempre será... Ninguém melhor e nem pior – eu disse irritada tirando minhas mãos das dele.
– Ah... Desculpe, não era isso que eu queria dizer Camila! Desculpe-me se te ofendi de alguma maneira – ele disse e vi que era mesmo verdade então amoleci um pouco.
– Tom... Não seria certo eu deixar que isso acontecesse... Não acho que seria certo. –eu disse vacilando um pouco com a cabeça. Mentiras rodam nossas vidas, meu coração está consumindo uma raiva tão grande por ele... Mas lá dentro de mim, Tom está sendo tão amado... Será que estou tentando negar meu amor por orgulho?

Eu me levantei daquele banquinho e fui com o rosto um pouco retorcido para o parquinho de areia. Eu me sentei no balanço e fiquei lá balançando um pouquinho. Tom ocupou o balanço do lado e ficou me observando calado.
Ele tirou o celular do bolso e então colocou Basket Case do Green Day. Não era uma música apropriada pro momento até por que ela é muita da animada, mas aquela música era a que ele costumava a tocar na guitarra pra mim. Naquela hora eu nem tinha lembrado isso, só olhei pra ele e falei:

– Gosta de Green Day?
– Sim, acho que essa música é legal – ele disse sorrindo de canto.


Às vezes eu me arrepio
Às vezes minha mente apronta comigo
Isso tudo se acumula
Acho que estou "pirando"
Eu estou paranóico?
Ou eu só estou drogado?

Eu me sentia como se estivesse na letra de Basket Case... Ás vezes eu me arrepiava, ás vezes minha mente aprontava comigo, isso tudo se acumula... Eu então me levantei e fiquei segurando na corrente do balanço. Olhei pra baixo e fiquei olhando pra aquela areia cheia de milhões e milhões de grãos. Então Tom se levantou e ficou em minha frente. Ele levantou minha cabeça com sua mão e então me olhou fixamente sem parar.

– Você vai me dar uma chance Camila? – ele perguntou sério e com esperança nos olhos.
– Ér... – eu fiquei sem fala na hora. Sentir Tom safado, e o Tom daquele jeito.
– Não precisa responder agora... – foi a última coisa que Tom disse e logo depois sua boca se juntou a minha.

Eu senti aquele beijo totalmente diferente... Não era um beijo desesperado, era um beijo calmo, com amor do qual eu sentia falta. Ele passou a mão por minha cintura e me puxou pra mais perto. Corpo a corpo, boca a boca. “Abrace-me, beije-me, me tome pra você” era o que eu pensava enquanto nossas línguas dançavam em sintonia. Ele logo finalizou o beijo quando estávamos já sem fôlego e ficou me olhando com esperança.

– Tom... Eu acho que posso pensar no seu caso – eu disse com um pouco de dificuldade. Com a cara que ele tinha feito na hora eu tive uma vontade imensa de rir muito.

Ele me abraçou com força e eu senti que ele queria muito aquilo, não sei por que. Eu comecei a rir. A música ainda estava tocando e eu ainda ouvia a voz do meu ídolo ecoar.

Você tem tempo
Pra me ouvir reclamar?
Sobre nada e tudo ao mesmo tempo
Eu sou um desses
Tolos melodramáticos
Neurótico até o osso
Sem dúvida nenhuma


Mais uma vez ri e então o sorriso desapareceu quando Tom me beijou novamente. Eu agora não sentia mais inveja daquele casal que tinha visto... Será que o amor estava me tomando? A raiva sumindo? O que estava acontecendo comigo? Eu não parei pra pensar nisso... Só me senti tomada por Tom e a única coisa que ecoava em minha cabeça era: Eu estou com ele e mais nada resta...

***

Muito mais tarde depois.

Eu estava com muito medo... Sentia-me tão desprotegida.
Senti um grande impacto tomar meu corpo naquela hora e então caí nos braços de uma pessoa que não sabia quem era. Senti que um beijo estava sendo selado em minha boca, mas não conseguia ver a pessoa.
Percebi que o impacto tinha sido uma grande dor no coração e essa tinha sido causada por Tom que se encontrava em minha frente. Eu não conseguia mesmo ver a outra pessoa. Tom deu um sorriso de canto e de repente eu consegui enxergar a outra pessoa que me tomava... Outro Tom? Esse tinha um olhar amoroso e suplicante por amor. Eu fiquei sem falar nada e ainda permanecia assustada. De repente o Tom que havia me dado um beijo desapareceu e fiquei sem os dois, lá sozinha... Depois de muito chorar eu ouvi um péssimo barulho de despertador tocando e então percebi que tudo não passou de um sonho... Ainda bem...

– Hoje é dia de coletiva de imprensa... – lembrei a mim mesmo e então cambaleei para o banheiro ainda morrendo de sono...

Postado por: Grasiele

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