segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tom Kaulitz Is Not Dead - Capítulo 13 - Mad World

Ficamos conversando sobre a festa até que vi aquela pessoa indesejada se aproximar de nós com uma cara não muito boa...  
Olhei com um pouco de receio pra aquele nariz empinado cheio de confiança e pensando que era superior. Me levantei pra encarar o rosto dela. Eu era corajosa e já tinha enfrentado coisa bem pior. Ela se aproximou de mim e ficamos frente a frente.
– Camila Evans...
– Renata Wolfgang...

Ficamos uma fuzilando a outra com olhares.  A raiva me consumia e eu poderia até arrumar uma briga no meio daquela festa,  mas eu não queria... Queria ser mais educada do que ela. Olhei pro seu rosto e vi uma pequena cicatriz no canto de seu rosto. Ela percebeu que eu estava encarando e disse:
– Isso aqui foi culpa sua. Foi no dia em que eu caí da escada pra correr  atrás daquele cretino – ela apontou pra Tom.
Ele se levantou da mesa e ficou ao meu lado fuzilando aquele projeto de Barbie Girl. Ela o olhou da cabeça aos pés e bufou.
– Eu não perdi grande coisa... – ela fez uma cara de nojentinha.
– Eu posso dizer o mesmo. Por que hoje em dia eu ganhei na loteria – ele disse me fazendo soltar sem querer um HAHA.
– Bom... Eu não vim aqui pra discutir o que se ganhou e o que se perdeu ok? Queria ver como o casalzinho estúpido está – ela disse me fazendo bufar.
– Está muito melhor do que você imagina ok. Se eu te pedir pra você sair daqui é muito Renata? – eu fiz a minha cara habitual de poucos amigos.
– Ela já estava saindo e deixando eles em paz, não é meu amor? – disse Gustav chegando por atrás dela e sorrindo sem graça pra gente.
– Oi Gustav – eu disse sorrindo.
– Oi Cams. E aí Tom?  – ele como sempre, era simpático.
– E aí Gust... Tá tendo muito trabalho ultimamente né? – ele quis se referir a Renata.
– Mais do que você imagina. Vem Renata, para de ficar enchendo o saco dos outros – ele puxou ela pelo braço e os dois saíram de lá.

Eu realmente não sabia o que aquela vaca albina queria. Provavelmente me provocar era uma das opções. Mas agora ela estava com Gustav e eu não deveria me preocupar. Mesmo assim eu ainda sentia no olhar dela que alguma coisa estava por vir... Renata não tinha cara de confiável e isso me irritava.
Sentei novamente ao lado de Tom e passei o resto da festa com raiva. Toda minha animação tinha ido pro buraco...

Duas semanas depois...

(Lucy POV’s)

– Lucy, você jura que está bem? Está mesmo com condições de ir pra escola hoje? – Camila perguntou preocupada.
– Sim, eu só estou um pouco enjoada, mas isso passa. – eu respondi pegando meus materiais. Ultimamente não tenho ido mais pra casa dos Wolfgang... Não tenho mais motivos pra ficar lá e eles estão cientes disso.
– Lucy, por favor... Não vai, você não está bem desde a semana passada. Acho que você está doente – ela disse tentando me fazer sentar no sofá.
– Não Camila. Eu estou perfeita... – eu não pude terminar a frase. Tive que correr pro banheiro pra vomitar.

Há alguns dias eu estava tonta, vomitando muito... Eu acreditei que era uma virose ou alguma coisa do tipo. Bill saía mais cedo do trabalho pra ficar cuidado de mim e eu ficava com raiva por isso. Ele não deveria ficar se preocupando atoa, era só uma virose.
Voltei pra sala com o rosto já lavado e o estado um pouco melhor. Camila estava tamborilando seus dedos no braço do sofá e de repente me encarou.

– Lucy... Me diz uma coisa. Naquele dia da festa, você e o Bill não estavam somente admirando a casa não é? – ela me perguntou fazendo rir de canto.
– Você sabe muito bem que não Camila. – eu disse sentando no sofá ao lado dela.
– E vocês usaram camisinha? – ela me perguntou fazendo-me ter um choque total. Claro... A camisinha.
– N-não – eu gaguejei.
– E você já pode ter pensado na hipótese de... Gravidez? – ela disse me assustando.

Eu grávida? Impossível. Eu não conseguia me imaginar cuidando de um bebê, principalmente na minha idade. Eu balancei a cabeça pra espantar essa idéia maluca, mas aqui ficou latejando em minha mente... “Você está grávida Lucy... Reconheça”.

– Espera aí um minutinho ok? – Camila disse se levantando do sofá. Rapidamente ela foi no quarto e voltou – Isso aqui é um teste de gravidez que eu ainda não usei. Eu guardei ele pra quando eu decidir engravidar do Tom. Mas como eu não quero isso agora, eu acho melhor você ir ver se está grávida. – meus olhos já estavam marejados. Não, eu não podia estar grávida... – Você sabe como usar não é?
– S-sei... – tremendo eu peguei aquele teste de gravidez na mão dela – azul positivo e vermelho negativo não é? – perguntei pra confirmar.
– Isso... Vai lá – ela disse – Ah Lucy... Não se esqueça de que qualquer coisa, eu sempre estarei aqui com você ok? Não se desespere. – ela me confortou com aquelas palavras. Então e fui pro banheiro fazer aquele maldito teste.
O que tivesse pra acontecer, aconteceria e eu não poderia mudar isso...

Uns minutos depois...
Eu saí daquele banheiro com uma expressão diferente... O teste estava na minha mão e Camila olhava pro meu rosto. Eu sentia que uma maré de coisas ia cair por cima de mim a partir dali...
– E aí? – ela perguntou.
Eu fiz silencio por um curto momento, mas não tinha como esconder.
– Positivo. – eu respondi meio robótica. Era muita informação pra mim... Eu estava grávida aos 16 anos...
– Lucy... Você já sabe que pode contar comigo não é? – ela disse se aproximando de mim – ninguém desta casa vai te abandonar Lucy. A gente vai estar com você agora.

Eu apenas fiquei fitando os olhos dela. Estavam marejados também. Ela queria chorar de emoção. Eu respirei fundo e abracei-a. Comecei a chorar também, mas eu realmente não sabia se estava chorando de tristeza ou de emoção, apenas estava chorando.
– Ok... Eu tenho que ir pra escola ok. Até mais tarde – eu disse secando as lágrimas.
– Você vai mesmo assistir aula assim? – ela me perguntou preocupada.
– Eu tenho que assistir. Enquanto der eu vou agüentar. Quando a criança nascer eu vou ver o que eu faço – eu dei de ombros.
– Tudo bem, vai lá Lu. Eu te amo. – ela disse e me deu um beijo no alto da testa.
– Eu também te amo Camila – eu sorri e então peguei a mochila e saí de casa direto pra minha escola.

Eu ainda estudava numa escola particular. Os Wolfgang ainda faziam questão de pagar. O uniforme tradicional ás vezes me dava raiva. O vento frio batia em meu rosto enquanto eu andava em direção da escola. Minha vida estava ficando cada vez mais louca. O que tinha acontecido comigo meu deus... Eu estava gerando um ser dentro de mim. Naquela hora eu precisava muito de uma pessoa da qual eu não falava há muito tempo... Abraam. Só que ele infelizmente tinha se mudado de cidade por causa do trabalho do pai dele. Aquilo doeu em mim. Não consegui esconder a dor de perder um amigo fiel como ele. Agora só me sobrava Camila, Tom e Mike. Bill não contava, pois era meu namorado, mas mesmo assim ele tinha aquela proteção de amigo que eu gostava. Continuei caminhando em direção da escola. Seria difícil enfrentar tudo aquilo. Mas eu sabia que podia contar com algumas pessoas.

Ao meu redor estão rostos familiares
Lugares estragados, rostos estragados
Claro e cedo para sua corrida diária
Indo a lugar algum, lugar algum
E suas lágrimas estão encharcando seus óculos
Sem expressão, sem expressão
Escondo minha cabeça, 
eu quero acabar com meu sofrimento
Não há amanhã, não há amanhã

Mais tarde...

(Bill POV’s)
Eu já estava saindo do trabalho louquinho pra ver Lucy. Ela estava mal e eu queria passar um tempo com ela. Assim que saí eu peguei meu celular e liguei pra ela.

– Amor?
– Oi amor – ela respondeu com a voz um pouco rouca. Parecia que estava chorando.
– O que foi Lucy? Ta tudo bem? – eu perguntei um pouco aflito.
– Bill... Tem como você me encontrar lá no parque? Preciso te contar uma coisa – ela disse com a voz fraca.
– Tudo bem amor, estou indo.

Eu não sabia o que ela queria me contar, mas de uns tempos pra cá Lucy tem sido estranha.  Eu realmente estou preocupado, pois ela pegou um tipo de virose e estava se sentindo mal há alguns dias. Automaticamente eu me preocupei.
Peguei meu carro e segui para o parque. Queria de verdade saber o que ela queria me contar. Estava curioso até, ela geralmente não deixava pra contar as coisas depois, sempre mandava tudo na lata.
Cheguei ao parque e ela estava lá sentada num banquinho me esperando. Estava com um saquinho cheio de jujubas. Ela sabia muito bem que eu amava jujubas.  Desci do carro e fui ao seu encontro. Me aproximei dela e disse um simples ‘oi’ e lhe dei um beijo.
– Que bom que você está aqui – ela disse sorrindo.
– O que quer me contar amor? – eu não estava me agüentando de curiosidade.
– Vem comigo – ela pegou em minha mão e nós fomos andando pelo parque até a beira de um laguinho que tinha lá.
Era um lugar totalmente calmo onde só estávamos eu e ela. Ela abriu o saco de jujubas e então sentou em uma pedra. Eu me sentei ao lado dela e peguei uma jujuba. Ela ficou olhando a correnteza passar e começou a falar:
– Bill... Você lembra no dia da festa, na hora em que nós dois estávamos lá naquela dispensa vazia?
– Como não posso me lembrar? Foi o melhor momento da minha vida.
– Então... Nós fomos imprudentes. Fomos dois imprudentes – ela disse me fazendo arquear a sobrancelha.
– Como assim?
– Bill... A gente não usou camisinha. A gente não tomou cuidado...
– Não entendi onde você quer chegar com isso.
Ela direcionou o olhar pros meus olhos e respirou fundo. Segurou em minhas mãos e com firmeza retomou a palavra.
– Bill... Eu to grávida.
Minhas pernas ficaram tremulas.  Eu realmente não sabia como reagir a tudo aquilo. Se por um lado eu estava vibrando por que ia ser pai, por outro eu percebia que Lucy era nova de mais pra ser mãe.

E acho isso meio engraçado
Acho isso meio triste
Os sonhos em que estou morrendo
São os melhores que já tive
Acho difícil dizer isso pra você
Pois acho difícil de encarar
Quando as pessoas andam em círculos
É um mundo muito, muito louco
Eu fiquei em choque. Não disse nada e ela olhou pra mim chorando.
– Então você não quer ser pai não é? – ela perguntou soluçando.
– Ao contrário amor... Eu quero. Só que eu fico preocupado com você... Tão nova e tendo que carregar um filho. É tudo culpa minha – eu disse atordoado. – a gente deveria ter esperado mais um pouco pra fazer amor, a gente iria se cuidar.
– Olha... Se você quiser eu aborto esse filho. A gente pode esperar um pouco pra ter um e...
– NÃO MESMO! – eu gritei – você não vai abortar ninguém ok? A gente vai criar essa criança com muito amor e carinho. Você não se preocupe com seus estudos, a gente vai dar o nosso jeito ok? A gente vai ser feliz meu amor – eu disse segurando seu rosto enquanto suas lágrimas ainda teimavam em cair.

Sem pensar ela logo me abraçou. Sei que seria difícil, mas podíamos lidar com isso. Daquele momento pra frente era só viver e ver no que dava... Mas por mim, aquela criança ia ser criada de uma ótima maneira.

Crianças esperando pelo dia em que sentirão bem
Feliz aniversário, feliz aniversário
Feitas para se sentir da maneira 
que toda criança deveria
Sentar e escutar, sentar e escutar
Fui à escola e estava muito nervoso
Ninguém me conhecia, ninguém me conhecia
Oi professor, diga me qual a minha lição
Olhe através de mim, olhe através de mim
 
(Mad World – Tears For Fears)

Postado por: Grasiele

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