(Contado pelo Bill)
Contei a policia o que sabia, e até queria acompanhá-la na ambulância, mas o Tom não deixou. O Gustav a acompanhou. Georg e Maggie foram logo atrás de carro.
- A Holly está precisando de mim. – disse.
- Bill! Bill fica calmo! – disse ele.
- Não posso deixá-la sozinha!
- E não a deixará!
- Preciso vê-la, saber como está!
- Não pode ir pro hospital com essa roupa suja de sangue!
- Mas...
- Mas nada! Vá pra casa e tome um banho. Iremos juntos ao hospital.
A vizinhança parecia um set de seriado policia de TV. Luzes vermelhas atravessavam as janelas. Um helicóptero da policia passou por cima da casa, lançando seu facho de luz sobre ruas e alamedas circunvizinhas. Os policias fecharam a rua com fitas de isolamento e revistaram o bairro a pé. Seus esforços foram em vão: nenhum suspeito foi preso. Alguns dos vizinhos que saíram em perseguição do bandido depois relataram que nem chegaram a vê-lo de longe.
Tomei um banho rápido, e coloquei uma roupa limpa. Entrei no carro, e havia alguns lanches dentro dele.
- Come alguma coisa. – disse Tom, enquanto dirigia.
- Estou se fome. – respondi.
- Se passar mal, como ajudará a Holly?
Isso me convenceu, e acabei comendo um sanduíche natural. Chegamos ao hospital, e os três estavam sentados na sala de espera.
- Alguma noticia? – perguntei.
- Ela acabou de entrar na sala de cirurgia. – responde Gustav.
- Vai ficar tudo bem. – disse Tom.
Segurei a barra por um tempo, mas ali já não estava mais agüentando. Abracei o Tom, e chorei.
- Não posso perdê-la. – disse.
- Isso não irá acontecer. – disse ele, tentando me confortar.
Esperamos ali durante duas horas. Eu estava a ponto de invadir a sala de cirurgia pra saber como as coisas estavam indo.
- Quem são os acompanhantes de Holly Tyler? – pergunta o médico.
Me levantei rapidamente. Se viesse uma noticia ruim, as lágrimas já estavam prontas para caírem de novo, e meu coração preparado para sofrer pro resto da vida. Mas se fosse uma boa noticia, eu nem sei o que faria.
- Como ela está? – perguntei, ansioso.
- A cirurgia correu bem. – disse ele.
Me senti tão aliviado.
- Ela ficará bem. – disse ele. - Mas o bebê não resistiu.
- Bebê? – fiquei surpreso. – Que bebê?
- Ela estava grávida.
Aquilo foi um baque enorme. A Holly estava grávida e não me disse nada? Agora entendo o porquê daquelas perguntas. Ela estava tentando me avisar, e eu não consegui perceber isso.
- Daqui cinco minutos, poderão vê-la. – disse o médico. – Mas só uma pessoa.
O médico se retirou, e me sentei no sofá, tentando absorver tudo que ele havia dito. Tom se sentou ao meu lado.
- Ela estava grávida. – disse. – A Holly estava esperando um filho meu, Tom. Eu ia ser pai!
- Sinto muito. – disse ele.
- Maggie, - olhei pra ela. – você sabia disso?
- Sim. – respondeu ela.
- E porque não me contou?
- A Holly pediu segredo. Ela tinha medo de que você não quisesse essa gravidez.
- O quê? – disse.
- Ela estava feliz, mas tinha medo da sua reação. – disse ela.
Os minutos passaram, e uma enfermeira veio avisar que eu já poderia entrar no apartamento onde Holly estava repousando. Senti um aperto no coração ao vê-la naquela cama. Estava dormindo. Não consegui segurar as lágrimas.
- Eu prometo que irei encontrar o desgraçado que fez isso com você, meu amor. – segurei sua mão. - Não descansarei até colocá-lo atrás das grades. – disse, enquanto derramava lágrimas.
Postado por: Grasiele
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