sábado, 3 de março de 2012

Ironias Do Destino - Capítulo 14 - Coração solitário.

(Contado pela 3º pessoa)

      Gustav estava em seu quarto, lendo um livro. Maggie e Tom, estavam na sala “assistindo” televisão. Na verdade, os dois estavam se agarrando. Holly e Georg chegaram, e se depararam com aquela cena.

           - Pelo menos eles estão se divertindo. – disse Georg.
           - É. – disse Holly.
           - Ah, vocês já chegaram? – pergunta Maggie.
           - Não. Isso aqui é só uma miragem. – responde Georg.
           - Tá aprendendo isso com o Gustav, não é? Aposto que aquele ET tá colocando minhocas em sua cabeça. – diz Maggie.
           - Vou pro meu quarto. – diz Georg, subindo as escadas.
           - Se eu fosse vocês, terminaria isso no quarto. – diz Holly. – De preferência, com a porta trancada.
           - De novo? – pergunta Tom.
           - Deixa pra lá. – diz Holly, também subindo as escadas.

      Os dois continuaram nos amassos lá na sala. Holly fechou a porta, depois se pôs em frente ao espelho. Começou a tirar sua roupa, ficando apenas de soutien e calcinha. Caminhou até o guarda roupa, e escolheu algo confortável. Instantes depois a Maggie bate na porta, e entra.

           - Como foi o jantar? – pergunta Maggie.
           - Horrível. – responde Holly.
           - Pode me contar o que aconteceu?
           - O Bill tá namorando uma prostituta.
           - O quê?
           - Também não acreditei, mas é verdade.
           - E como está se sentindo?
           - Como assim? Estou me sentindo bem.
           - Tem certeza?
           - Não vai começar logo agora, não é?
           - Ta legal. Desculpa.

      As duas conversaram por alguns minutos, depois a Maggie se retirou. O relógio marcava 23h12. Todos estavam dormindo, menos a Holly. Ela perdeu o sono, e resolveu se levantar para beber um pouco de água. Colocou um roupão, e desceu até a cozinha.

      Holly abriu a geladeira e pegou a jarra de água. Colocou um pouco da mesma, no copo. Ela tinha certeza de que era a única acordada ali na casa.

           - O que faz acordada há essa hora? – pergunta Bill.
           - Se quiser me matar, faça de outro jeito, não me assustando. – disse Holly.
           - Desculpa, eu não queria te assustar. Mas ainda não respondeu a minha pergunta.
           - Que mania essa sua de querer que eu lhe dê satisfações, hein?
           - Foi mal.
           - Como... como foi a noite com a Allyson?
           - Que noite? Depois que saímos do restaurante eu a levei para casa. Só isso.
           - Não tinha uma surpresa pra ela?
           - Não havia surpresa nenhuma. A não ser que deixar alguém em casa seja uma surpresa.
           - E que história é essa de comemoração de um dia de namoro? – ela riu.
           - Qual o problema? Está com ciúmes? – o sorriso se desfez.
           - É melhor eu ir pro quarto antes que comecemos a brigar.
           - Espera Holly! – ele a segurou pelo braço. – Me desculpa. Eu não... eu não queria ter dito isso.
           - Mas disse! Quando entenderá que não sinto nada por você?!
           - Nunca. Eu sei que isso não é verdade. Você deve sentir algo por mim, nem que seja pouca coisa.
           - Você é muito convencido!
           - Só estou tentando entender!
           - Já disse que não tem que entender! – ela se desvencilhou.
           - Não?! – ele a segurou novamente. – Então diga que não gosta de mim, olhando nos meus olhos.

      Holly ficou sem reação.

           - Diga que não gosta de mim! Diga Holly! – ele alterou um pouco a voz.
           - Não tenho que lhe dizer nada. E me solta! - ela o empurrou um pouco.
           - Só sairá daqui quando dizer que me odeia! – ele a encostou na parede, impedindo sua passagem.
           - Porque está fazendo isso comigo?
           - Porque eu...
           - Dá pra vocês dois pararem de gritaria? – interrompe Tom. – Ouvi os dois brigando lá do quarto.

      Bill se afasta da Holly, que continua no mesmo lugar.

           - Eu atrapalhei, não é? – pergunta Tom.
           - Não. Eu já estava indo pro quarto. – disse Holly.
           - Holly... – ela nem para pra ouvir, e vai direto pro quarto.
           - Desculpa ter atrapalhando, é que vocês não me deixavam dormir. – diz Tom.
           - Não tem problema. – diz Bill.
           - Como assim “não tem problema”? Deveria estar furioso!
           - E isso traria a Holly pra mim?
           - Acho que não.
           - Então relaxa, mano.

      No outro dia, o café da manhã estava meio tenso. Todo mundo completamente calado, comendo em paz.

           - Não estou gostando desse clima. – disse Maggie.
           - Cala a boca. Não está vendo que tá todo mundo quieto. – disse Gustav.
           - Nem vou me dar o trabalho de te responder.
           - Vocês dois não começarão a brigar logo agora, não é? – pergunta Georg.
           - Isso tudo é resultado da gritaria de ontem a noite? – pergunta Gustav.
           - Que gritaria? – pergunta Maggie.
           - A gente pode tomar o nosso café sem sermos interrompidos? – pergunta Bill.
        
      A campainha toca, e o Tom vai atender. Instantes depois volta acompanhado pela Allyson.

           - Bom dia gente. – diz ela. – Bom dia ursinho.
           - Allyson, não me chame desse jeito. – diz Bill.
           - Desculpa.

      Todo mundo começa a rir, menos a Holly. Ela se levanta da mesa, e sai da cozinha. Bill a segue com o olhar.

***

      Holly se senta na escada da varanda. Carlão estava dentro do carro, e viu quando ela chegou. Ele se aproximou.

           - Posso me sentar com você? – pergunta ele, educadamente.
           - Claro. – responde ela.
           - Eu não quero me intrometer, mas parece um pouco triste.
           - Só estou tentando entender porque a vida às vezes parece ser injusta.
           - É difícil entender isso.
           - Muito.
           - Posso te contar uma história?
           - Um-hum.
           - Quando eu era mais jovem, fui apaixonado por uma garota. Ela vinha de uma família muito formal, e eu era... apenas seu motorista. Tive muito medo do que as pessoas diriam se descobrissem que o motorista estava apaixonado pela filha do chefe. Já ela, não se importava nem um pouco com isso. Fazia de tudo pra eu desencanar dessa história, e viver o momento. Mas mesmo assim eu insistia em dizer não, justamente para não lhe trazer problemas familiares.
           - E o que aconteceu?
           - Os pais dela descobriram, e a obrigaram a ir para a Venezuela. Um mês depois ela faleceu num acidente de carro.
           - Sinto muito.
           - O Bill gosta muito de você. Eu tenho certeza que ele seria capaz de qualquer coisa só pra ficar ao seu lado.
           - Mas ele é o meu chefe.
           - E ela era a filha do meu chefe! Não deixe que as más línguas atrapalhem a sua vida. Não fique preocupada com o que os outros irão dizer. Quer mesmo esperar que alguma coisa aconteça, pra perceber o quando o ama? Vai esperar que alguém apareça e os separe?
        
      Holly ficou calada. Não soube o que responder diante daquela pergunta.

           - Lute pelo seu amor. – disse Carlão. – Preocupe-se apenas em ser feliz.

Postado por: Grasiele

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