sábado, 3 de março de 2012

Ironias Do Destino - Capítulo 17 - O Teste

(Contado pela Holly)

      Três semanas se passaram.
      Era de manhã, e estávamos todos reunidos na mesa para o café. Por mais incrível que pareça, o Gustav e a Maggie não estavam brigando. O Tom tomou a frente de tudo, e preparou toda a refeição. Ele também nos serviu. Assim que colocou o suco de laranja em meu copo, senti algo estranho. Minha cabeça doeu um pouco, e o cheiro do suco me fez ficar enjoada. Pedi licença, e corri direto pro banheiro. Me ajoelhei em frente ao sanitário, e vomitei por uns três minutos.

           - Está se sentindo bem? – pergunta Bill, da porta do banheiro.
           - Acho que comi algo que não me fez bem. - respondi.
           - Será que foi o hambúrguer de ontem?
           - Não sei.
           - Se precisar de alguma coisa é só avisar, que virei correndo.
           - Obrigada.

      Ele entrou, e me deu um beijo na testa, depois se retirou. Fiz uma higiene bucal, e fui pro quarto. Ainda não me sentia tão bem, então resolvi me deitar para descansar um pouco.

      Mais tarde, estava assistindo televisão ao lado da Maggie, do Tom e do Bill. Georg e Gustav jogavam vídeo game. Aquela mesma sensação que senti mais cedo estava voltando. Mais uma vez corri disparada para o banheiro, e repeti o mesmo processo de antes.

           - Não acha melhor procurarmos um médico? – pergunta Bill.
           - Isso vai passar. É só um enjôo bobo. – disse.
           - Tem certeza?
           - Absoluta.
           - Eu acho melhor irmos ao médico.
           - Deixa de bobagem. Não é nada grave, eu tenho certeza.
  
      Os meninos teriam um show daqui cinco dias, então a Maggie e eu teríamos que nos empenhar para criar o figurino deles. Estávamos em meu quarto, tentando entrar num acordo.

           - Esperai. – disse.
           - O que foi? – pergunta Maggie.
           - Estou com vontade de vomitar. – disse, e corri pro banheiro.

      Isso já estava virando rotina. Nunca vomitei tanto num só dia. Comecei a achar que o Bill tinha razão, e que eu deveria procurar um médico. Talvez fosse algo sério. Terminei de vomitar, e voltei ao quarto. A Maggie me olhava de um jeito estranho.

           - Holly, você está grávida? – pergunta ela.

      O quê? Claro que não! Óbvio que não estou grávida! Essa pergunta foi bem direta. Soltei uma risada irônica.

           - Só se for do espírito santo. – respondi.
           - A não ser que ele tenha mudado o nome para Bill Kaulitz.
           - Não fale besteiras. Não estou grávida.
           - Sei muito bem que você e o Bill andaram fazendo besteirinhas.
           - Como sabe disso?
           - O Tom me contou.
           - Mais que droga! Ele havia prometido que não contaria nada.
           - Isso não vem ao caso agora. O importante é saber se está mesmo grávida.
           - Já disse que não!
           - Como pode ter tanta certeza?
           - Porque sempre nos prevenimos.
           - Falhas podem acontecer.
           - Impossível. Eu tomo pílula.
           - Então me responda uma coisa: já viu alguém que tem uma boa saúde vomitar três vezes num só dia?
           - E-Eu não posso estar grávida.
           - Só há um jeito de saber.

      Não tive coragem de ir até a farmácia para comprar um teste de gravidez, então a Maggie fez isso por mim. Cinco minutos depois, ela retorna com uma pequena sacola na mão. Tranquei a porta do quarto, e fomos pro banheiro. Com o teste de gravidez aberto, ao lado da pia, ela leu as instruções.

           - Muito bem – disse ela. -, aqui diz que ele tem um acerto em 99% dos casos. A primeira coisa que você vai ter que fazer é pipi no copinho.

      O passo seguinte era mergulhar a fita plástica do teste na urina e depois em um pequeno tubo com uma solução que vinha junto com o teste.

           - Espere cinco minutos. – disse ela. - Depois colocamos na segunda solução por quinze minutos. Se ficar azul, você está oficialmente grávida!

      E isso era uma boa noticia ou não? Marcamos os primeiros cinco minutos, e depois Maggie colocou a fita no segundo tubo. Se o resultado do teste fosse positivo, puxa vida, nossas vidas mudariam pra sempre. O único problema é que não tivemos coragem de assumir o namoro, quanto mais uma gravidez. Se fosse negativo, eu talvez ficasse decepcionada, mas tentaria me proteger ainda mais quando fossemos transar. Depois do que pareceu uma eternidade, o temporizador tocou.

           - Está preparada? – pergunta ela.
           - Não. Mas... vamos em frente. – respondi.

      Fomos até o banheiro, e ela pescou a fita do teste do tubo. Sem dúvida, estava azul. Azul como o fundo do mar. Um azul-marinho escuro, denso, brilhante. Um tom de azul que não poderia ser confundido com nenhuma outra cor.

           - Parabéns, mamãe. – disse Maggie.
           - Oh, meu Deus! – foi tudo que consegui dizer, e a Maggie me abraçou.

      Estou grávida! Não dá pra acreditar nisso. E agora?

           - Quando contará pro Bill?
           - N-Não sei.
           - Porque não conta agora?
           - Preciso de um tempo pra me acostumar com isso.
           - Conte logo!
           - Maggie, eu estou grávida!
           - Eu sei, e isso é maravilhoso. Eu vou ser titia.
           - Tô falando sério! Criança não é brincadeira!
           - Mas não pode esconder isso dele.
           - Sei disso. Mas...
           - Não está feliz?
           - Estou, quero dizer... não sei. Não faço idéia do que estou sentindo. É muita coisa pra um só dia.
           - Tem razão.
           - Promete que não contará a ninguém até eu decidi revelar? Principalmente pro Tom!
           - Ok, eu prometo.

      A abracei, e ficamos daquele jeito por alguns minutos. Eu estava precisando de um abraço amigo, e o único que tive naquele momento foi o dela. Como irei contar ao Bill sobre isso? Será que ele vai ficar feliz? Será que vai querer esse bebê? São tantas perguntas, e não tenho resposta de nenhuma delas.

Postado por: Grasiele

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