sábado, 3 de março de 2012

Ironias Do Destino - Capítulo 18 - Um grito na noite

(Cotado pela Holly)

      O dia amanheceu, e acordei ao lado do Bill. Havíamos passado a noite juntos, e não tive coragem de dizer nada sobre a gravidez. Estávamos abraçados. Ele trajando apenas sua cueca, e eu, calcinha e soutien.

           - Bill... já imaginou se eu ficasse grávida? – disse.
           - Como assim?
           - Ah... se acontecesse. O que faria? – olhei pra ele.
           - Não sei. Por quê?
           - Por nada.
           - Tá querendo ficar grávida é?
           - Não, não. É que... me veio isso na mente.
         
      O beijei. Estava preocupada com a resposta que ele deu. Isso significa que ele não quer o bebê? Precisava esquecer aquele assunto pelo menos por um segundo, então o beijei novamente, desta vez, vorazmente.

           - Uau. – disse ele, recuperando o fôlego.
           - Sei que ainda é cedo, mas... to afim. – disse.

      Bill me beijou de novo, e tirou meu soutien. Em seguida tirou sua cueca, e minha calcinha.

           - Faça-me perder o controle. – disse, e ele sorriu maliciosamente.

      Me penetrou com um pouco de força, me fazendo gemer. Acho que ele levou a sério demais, pois não teve “dó” nenhuma, e a cada segundo ia mais rápido. Para não incomodar ninguém, peguei o travesseiro dele, e coloquei no meu rosto para abafar o barulho. Ele estava mesmo me fazendo perder o controle. Quanto mais ia rápido, mais ele gemia também. Tirei o travesseiro, e olhei pra ele. Bill me beijou, e continuou. Notei que ele já estava ficando “fraco” assim como eu. Ele realmente sabia me surpreender. Pude sentir seu bafo quente e ofegante em meu pescoço, me fazendo delirar ainda mais. Chegamos ao ápice. E sem forças, ele “desmoronou”. Ficou em cima de mim, sem nem ao menos tirar seu membro das minhas vergonhas.

           - Me responde uma coisa. – disse ele, ofegante.
           - O quê? – perguntei, também ofegante.
           - Consegui te fazer perder o controle?
           - E ainda tem dúvidas?

      Ele sorriu, e me deu um selinho. Retirou seu membro das minhas vergonhas, e deitou-se ao meu lado. Puxei o lençol com os pés, e depois com a mão, até nos cobrir.

           - Quando quiser de novo, é só avisar. – disse ele, sorrindo maliciosamente.
           - Não seria mais fácil agir?
           - Você quem manda.

      Um dia depois. Era noite, e eu resolvi ir ao super mercado. Fiz algumas compras, e voltei pra casa. Mais uma vez, estava passando o jogo da Alemanha. Época de copa do mundo. Entrei, e vi os meninos nervosos, ansiosos, loucos para verem um gol. A Maggie provavelmente estava em seu quarto assistindo outro canal.

           - Alguém pode me ajudar com as compras? – perguntei.
           - Agora não dá! – disse Georg.
           - Isso é só um jogo! – disse.
           - Um jogo importante. – disse Tom.
           - Bill! – disse.
           - Desculpa amor, mas é muito importante.
           - Ok. Acho que terei de fazer isso sozinha.

–--
(Contado pela 3º pessoa)

      Com a noite quente, Bill havia ligado o ar-condicionado e as janelas estavam fechadas. Os meninos estavam concentrados, quando ouviram um barulho. Um som agudo e demorado. Tom abaixou o volume da televisão, e todos ficaram congelados tentando ouvir. E ouviram novamente atravessando as janelas fechadas, mais alto do que o barulho do ar-condicionado. Um grito. Um grito de mulher, alto e claro. Gustav disse que talvez pudesse ser algumas garotas que moram na casa ao lado fazendo algum tipo de festa, o que não era comum. Mas não era um grito acompanhado de gargalhadas. Havia desespero nele, um terror verdadeiro, e logo começaram a suspeitar que alguém tivesse em perigo. E mais uma vez ouviram o grito. Foi o bastante para Bill.

           - Essa é a voz da Holly! – disse Bill.
           - Georg, chame a policia. – disse Tom. – E você Gustav, vem com a gente.
      
      Eles saíram na varanda, a tempo de ver alguém escapulindo rua abaixo. Holly gritou novamente. Do lado de fora, sem o abafamento das paredes e dos vidros, o grito encheu o ar da noite com uma rapidez e agudeza surpreendentes, como somente alguém ouvira em filmes de terror. Outras luzes de varanda começaram a acender. Mas Bill ainda não sabia onde a Holly estava.

           - Ali! – diz Gustav, apontando. – A Holly está ali!

      Um rapaz que também saiu de sua casa para saber o que estava acontecendo, logo disse:

           - Ela foi esfaqueada!

–--
(Contado pelo Bill)

      Quando o rapaz disse isso, senti meu mundo desabar. Corri em direção a ela, e a encontrei na entrada da garagem, dobrada ao meio, chorando convulsivamente. Holly apertava as costelas, e sob suas mãos pude ver uma mancha de sangue em sua blusa.

           - Ele me disse que eu não gritasse, senão me esfaquearia. – disse Holly, soluçando.

      Ela cuspia as palavras, respirando com dificuldade.

           - Mas eu gritei. Eu gritei e ele me esfaqueou.

      Como se não acreditasse nela, levantou sua blusa para me mostrar a ferida em sua caixa torácica.

           - Eu estava pegando as compras. Ele surgiu do nada.

      Coloquei minha mão sobre seu braço para acalmá-la, ao fazer isso, seus joelhos se dobraram. Holly caiu sobre mim, dobrando as pernas pra frente. A deitei no asfalto e a coloquei sobre meu colo. Suas palavras saiam mais devagar agora, enquanto lutava para manter os olhos abertos.

           - Ele me disse pra não gritar. – repetiu ela. – Ele colocou sua mão sobre minha boca e disse pra não gritar.
          - Você fez o que devia. – respondi. – O espantou daqui.

      Notei que ela estava entrando em choque e não fazia idéia do que fazer para ajudá-la. Estava com medo de perdê-la. “Venha ambulância. Onde estão vocês?”. A consolei da única forma que sabia, alisando seu cabelo, colocando a palma da minha mão sobre seu rosto, secando suas lágrimas. À medida que ela ia ficando mais fraca, eu continuava dizendo a ela para resistir, que a ajuda estava chegando.

           - Por favor, não feche os olhos. – disse. – Você vai ficar bem! – afirmei, mas nem eu tinha certeza disso.

      Sua pele estava ficando acinzentada. Tom, Gustav, Georg e Maggie ficaram ao nosso lado o tempo todo. E pelo que me pareceu por horas, mas, na verdade, de acordo com o relatório da policia, foram cerca de três minutos.

           - Estou com você. – disse a ela. – Não me deixe.

      Me senti culpado. Se tivesse concordado em ajudá-la com as compras, nada disso teria acontecido.

           - A policia está chegando. – acrescentei. – Agüente firme, por favor.

      Antes de fechar os olhos, Holly sussurrou:

           - Eu te amo.

      Puxei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha, e disse:

           - Sempre te amarei.

      Como um anjo enviado dos céus, um policial veio subindo à calçada. Em seguida, chegaram mais policiais, e logo uma equipe de salvamento chegou em uma ambulância, com uma maca e pedaços de gaze esterilizada. Antes de levarem para dentro da ambulância, segurei a mão de Holly e disse:

           - Você está segura agora.

Postado por: Grasiele

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