sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 8 - Childhood friends.

As pequenas coisas que você me faz
estão me dominando. eu quero te mostrar
tudo dentro de mim
como um coração nervoso que está batendo loucamente
meus pés estão presos aqui contra a calçada
eu quero me libertar. eu quero chegar
mais perto dos seus olhos. chamar sua atenção
antes que você passe por mim

(Contado pela Savannah)

Sabe quando você está dormindo e sonhando com algo bom, e não quer ser acordada naquele exato momento? Era assim que eu estava me sentindo. Mas meu sonho foi interrompido, quando alguém entrou no quarto, e abriu as enormes cortinas. Abri os olhos, e a luz do Sol veio diretamente de encontro ao meu olhar, fazendo com que os mesmos se fechassem novamente. Numa nova tentativa, fiz meus olhos se abrirem, ignorando o Sol, que parecia estar me encarando e me chamando para um logo dia. Me sentei na cama, e olhei em volta. Uma moça vestida de uniforme limpava os vidros da porta.

– Olá. – disse, e ela se virou.
– Bom dia, senhorita. – respondeu. – Desculpe por tê-la acordado.
– Tudo bem.

A moça foi muito educada comigo. Me levantei, e comecei a arrumar a cama, já que eu fazia isso em minha casa.

– O que está fazendo? – pergunta a moça, em seguida, se aproxima rapidamente. – Se os patrões a verem fazendo isso, brigarão comigo!
– Só estou arrumando a cama. – parei o que estava fazendo.
– Este é o trabalho da camareira.
– Meus braços não irão cair, só por deixar a cama arrumada.
– Por favor, senhorita.

Caminhei em direção ao banheiro, e fechei a porta. Prendi o cabelo, e fiz minha higiene bucal. Estava pronta pra tirar minha camisola, quando notei a banheira toda preparada. Comecei a rir, pois não estava acostumada com toda aquela regalia. Abaixei as alças da camisola, que escorregou pelo meu corpo até chegar ao chão. Em seguida tirei o sutiã e a calcinha. Coloquei a pontinha do pé dentro da água, que estava quentinha. Entrei, e fiquei de molho por alguns minutos.

A água estava tão relaxante, que se duvidasse, eu acabaria dormindo. Aos poucos, a mesma foi começando a ficar fria. Já era hora de sair. Coloquei um roupão branco, e retornei ao quarto. A cama estava impecável, sem nenhum amassado pra contar história. Olhei em direção ao sofá, e notei que havia algumas peças de roupa.

– Não acredito que até minhas roupas foram escolhidas.

Me aproximei, e não é que eram minhas roupas? Tranquei a porta do quarto, só pra ter certeza de que ninguém entraria. Me troquei, e me coloquei em frente à penteadeira. Penteei o cabelo, e o deixei meio solto. Após estar toda arrumada, sai do quarto.

Desci as escadas, e não encontrei ninguém ali na sala. Nem pensar que irei me perder de novo. Mas o quê que eu faço? Com certeza ficar ali parada não iria resolver muita coisa. Dei o primeiro passo para a direita, e avisei um enorme cachorro.

– Olá, cachorrinho. – disse, morrendo de medo.

Ele começou a se aproximar, com a língua para fora e balançando o rabo. Quando ele chegou perto, percebi que não faria nada comigo, e que estava apenas querendo me conhecer. Me ajoelhei, e acariciei seus pêlos.

– Você sabe onde está o Tom, não sabe?

Realmente estou começando a ficar doida. Até com cachorro estou falando!

– Me leva até ele? Não quero me perder novamente.

O cachorro começou a andar em direção ao mesmo lugar de onde tinha vindo. Eu o segui. E não é que deu certo? O bicho me levou até a sala de jantar, onde todos estavam reunidos, tomando o café da manhã.

– Bom dia. – disse.
– Bom dia. – responderam em uníssono.

O único lugar livre da mesa era ao lado da Beth. Sorte ou azar? Só sei que a empregada veio até mim, e colocou uma toalhinha branca em cima das minhas pernas.

– Suco ou café? – pergunta a empregada.
– Suco, por favor. – respondi.
– E ai, como passou a noite? – pergunta Tom.
– Dormi como um bebê. – disse.
– A cama é confortável? – pergunta Bill.
– Demais. Até pensei que estivesse flutuando. – eles riram.

E aquelas risadas me fizeram ficar sem graça. Estava me sentindo um peixinho fora d’água.

– O que fará hoje? – pergunta Beth.
– O Tom e eu procuraremos um médico...

Tom começou a fazer sinais, para eu não falar nada sobre o assunto.

– Um médico... – pensei um pouco. - Dermatologista.
– Isso não é problema. – diz ela. – Posso te levar ao meu, mesmo sabendo que você não precisa de um. Poderíamos aproveitar e fazer algumas comprinhas.
– Pode ser. – disse. – E você, Bella, não virá conosco?
– Sei que você não se sentirá ofendida, mas o negócio é que – ela olha pra Beth. -, eu não saio com esse tipo de gente.
– Você não conseguirá estragar o meu dia. – diz Beth.
– Que pena, porque era exatamente isso que eu estava pensando.
– Meninas, por favor. – diz Tom.
– O que você tem contra a Beth, hein? – pergunta Bill à Bella.
– Nada. – responde. – Só acho que você deveria arranjar uma namorada que não usasse a cabeça apenas para ficar colada no pescoço! – Bella se levanta. – Você merece uma garota muito melhor do que isso. – se retira, em seguida.

O clima havia ficado meio tenso, mas logo o Gustav começou a puxar assunto pra descontrair. Terminamos de tomar o café, e a Beth desapareceu com o Bill. Georg e Gustav foram pra sala, e começaram a jogar vídeo game. Eu quis ficar um pouco sozinha, e fui até a área da piscina. E desta vez não errei o caminho, por causa do cachorro. To até parecendo uma cega.

Me sentei à beira da piscina, com os pés dentro da água, e o cachorro se deitou ao meu lado. Continuei a passar minhas mãos por seus pêlos. O canto dos passarinhos ali nas árvores, eram incríveis.

– Pelo visto você e o Scotty já se conhecem. – diz Tom, se aproximando, com as mãos nos bolsos.
– Sempre tive medo de cachorros, mas ele é... É bem fofinho.
– É, o Scotty é bem tranqüilo. – fez uma pausa. – Agora que já é dia, não quer conhecer a propriedade?
– Claro.

Começamos a caminhar, e pude ver a paisagem do local. As belas e enormes árvores que decoraram o caminho, traziam uma certa privacidade. Algumas folhas caídas, deixava o chão incrivelmente lindo. Ali parecia haver muito mais passarinhos, pois o canto estava mais alto. Scotty corria na frente, e às vezes parava, para nos esperar. Tom continuava com suas mãos nos bolsos, e um sorriso nos lábios.

– Como conseguem ficar numa casa tão grande? – perguntei. – Acho que eu não duraria dois ou três dias.
– No inicio foi um pouco difícil, mas já me acostumei. Talvez pelo fato de os meninos morarem aqui também, ou por sempre estarmos dando festas.
– Do jeito que sou medrosa, acabaria imaginando que tem alguém me observando. – ele riu.
– Você é tão medrosa assim?
– Nem queria saber o quanto.
– Posso te dar um conselho?
– Sim.
– Não se iluda com a boa aparência da Beth. Ela pode mesmo estar gostando de você, ou estar fazendo isso, simplesmente para agradar o Bill.
– Poxa, ela é tão má assim?
– Não é o caso dela ser má. É que ela só pensa em si mesma.
– Pode deixar, que não irei me iludir. – fiz uma minúscula pausa. – Mas mudando de assunto... Sabe onde posso comprar um skate?
– Skate? – pergunta, incrédulo. – Você anda de skate?
– Um-hum.
– Não, você não tem cara de quem faz isso.
– Porque não?
– É um esporte meio radical, e você parece ser tão... Delicada.
– Ei! Garotas podem ser delicadas e gostar de esportes radicais!
– Eu duvido que você saiba andar mesmo.
– Está me desafiando?
– Não era pra ser um desafio, mas já que tocou no assunto...

Alguns minutos depois, e já estávamos de volta a casa. Entramos pela sala, rindo.

– Ai, pessoal! – diz Tom. – Dá pra acreditar que a Savannah anda de skate?
– Tá brincando? – diz Gustav.
– Diz ela, que é verdade. – Tom se sentou num dos sofás.
– Mas é verdade! – disse.
– O que é verdade? – pergunta Beth, enquanto descia as escadas.
– Nada não. – diz Georg.
– Está pronta para o nosso passeio?
– S-Sim. – respondi.

Ela se despediu do Bill com um selinho, segurou em minha mão, e me levou até a garagem. Entramos num carro, que parecia surreal, de tão bonito e luxuoso. Ela deu partida, e em pouco tempo, já estávamos rodando pelas ruas de LA.

Passamos em várias lojas de grife, e a primeira delas foi a D&G. A Beth comprou inúmeras coisas pra ela, e outras pra mim. A segunda, foi a Vitória Secrets. Era inacreditável como ela gastava dinheiro à toa. Com certeza é viciada em compras. Entramos em lojas que eu só ouvia falar na televisão, e que pessoas como eu, não se atreveriam em passar perto.

Saiamos de uma dessas lojas, quando a Beth parou para conversar uma amiga. Fiquei de boca aberta ao ver que sua amiga era a Paris. Sim, a Hilton. As duas se cumprimentaram com um leve abraço, e beijinhos no rosto.

– Pari, está é a minha mais nova amiga, Savannah. – diz Beth.
– Olá. – diz Paris.
– Oi. – respondi.
– Estão fazendo compras, e nem me convidam?
– Achei que estivesse com sua agenda cheia. – Beth justificou. – Mas o dia ainda não terminou. O que acha de irmos comprar mais alguns mimos?

Dá pra acreditar que eu estava fazendo compras com a Paris Hilton?! Quando que eu iria imaginar que isso fosse acontecer um dia? Por onde passávamos, alguns fotógrafos surgiam der repente, e registravam aquele momento. Entre elas duas, eu estava começando a me sentir como uma estrelinha apagada.

Não posso dizer que aquela tarde não foi divertida, porque estaria sendo hipócrita demais. E apesar de estar com duas típicas patricinhas, fui muito bem tratada e mimada, como nunca antes. Beth e eu, chegamos em casa, por volta das 18h40, cheias de sacolas nas mãos. 

Postado por: Grasiele

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