sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 6 - This will still give a crap.

(Contado pela Savannah)

Até agora estou sendo persistente em não ir morar com o irmão do Tom. O que meu pai pensaria sobre isso? Seria bem capaz que ele tivesse um ataque cardíaco, e morresse por minha causa.

Após sairmos da capela, Nicolle e eu voltamos direto pra pensão, onde nos trancamos dentro do meu quarto, e começamos a falar sobre minha possivel mudança para a casa dos Kaulitz – o que eu não queria fazer.

– Porque não me avisou sobre ter que morar lá? – perguntei, enquanto tirava o vestido, dentro do banheiro.
– Fiquei tão feliz por ter encontrado um noivo pra você, que acabei me esquecendo. – respondeu.
– Isso não é coisa que se esqueça!
– Eu sei. Mas esqueci.
– Não posso ir morar com ele. – sai do banheiro, vestida com um short jeans e uma blusa branca de malha.
– Porque não?
– Ele também tem namorada. – me sentei ao seu lado, na cama. - O que falaríamos pra ela?
– Essa parte, você deixa pro Bill. – me levantei.
– Acabei de me casar com um estranho, e ainda tenho que ir morar na casa dele?

A dona da pensão bateu na porta, e avisou que havia dois rapazes lá na recepção esperando por mim. A Nicolle também não se agüentou de curiosidade, e foi atrás de mim. Fiquei um pouco surpresa ao ver Tom e o irmão, parados próximos ao balcão.

– O que fazem aqui? – perguntei.
– Viemos conhecer o lugar onde você está hospedada. – responde Tom, olhando em volta. – E preciso ser sincero em dizer que este não é um bom lugar.
– Eu sei. – disse. – Mas vieram apenas pra isso?
– Não. – diz o irmão. – Na verdade... Viemos te buscar.

Me senti num filme sobre alienígenas. E não queria acreditar que eles estavam ali simplesmente para me levarem pra outro lugar.

– Não entendi. – me fiz de boba.
– Pra ser mais direto, você morará conosco a partir de hoje! – disse Tom.
– O quê? – olhei pra Nicolle, que sorria.
– Isso não é um pedido, é uma ordem! – diz Tom, se aproximando. – E nem adianta dizer que não, porque quando colocamos uma coisa em mente, é muito difícil de tirar.
– N-Não... – gaguejei.
– Vá até seu quarto, e traga as suas coisas. – diz o irmão. – O carro já está esperando, e viemos com o propósito de somente sair daqui, se você for junto.

Um sonho maluco! Só poderia ser isso. Estou sonhando, e alguém precisa me beliscar o mais rápido possivel. Como não tive escolha, subi até o quarto, e arrumei as minhas coisas. Retornei à recepção um pouco sem graça por toda aquela situação que eu estava causando aos meninos. Eles já fizeram muito em ter me ajudado com o casamento, e agora farão mais isso por mim. Estou com um pouco de vergonha.

–--
(Contado pelo Tom)
A timidez estava estampada no rosto da Savannah, e achei aquilo fofo. Quando perguntávamos, ela respondia, mas ao invés disso, ficava calada. E foi assim, durante boa parte do percurso. Todas as ruas pelas quais passamos, ela observava atentamente, pela janela do carro. Bill se sentou no banco do carona, só para não deixá-la ainda mais sem graça.

– Está gostando aqui de Los Angeles? – perguntei.
– Sim. – respondeu sorrindo. – Aqui é lindo.
– É a sua primeira vez? – pergunta Bill.
– Um-hum.

Às vezes eu tinha a leve impressão, de que a Savannah tinha mais vergonha de falar com o Bill do que comigo. Meu celular começou a tocar, e como eu dirigia, pedi ao Bill que atendesse. Ele conversou por pouco tempo...

– Quem era?
– Georg e Gustav. – responde ele. – Queriam saber se iríamos demorar muito a chegar em casa.
– Aqueles meninos também moram com vocês? – pergunta ela.
– Sim. – diz Bill. – Nós temos uma banda. Provavelmente já deve ter ouvido falar em Tokio Hotel?
– Ah... S-Sim. Já ouvi falar algumas vezes, mas... Não tive a oportunidade de escutar as músicas.

Pelo modo como demorou um pouco a responder, e como gaguejou, eu sabia que ela havia falando aquilo somente para agradar o Bill. Disfarcei o riso, pra não dar muito na cara que eu tinha percebido.

– Agora que irá morar com a gente, terá várias oportunidades de escutar o nosso som. – disse.
– Espero que sim.

Nossa conversa estava boa, e aos poucos Savannah parecia ir se acostumando com o Bill. Depois de passarmos pouco mais de cinco minutos dentro do carro, finalmente chegamos à rua da nossa casa. Parei ao lado do interfone e em frente ao imenso portão de grades brancas.

– Olá Dylan! – disse.
– Boa noite, senhor Kaulitz. – respondeu.
– Pode abrir o portão pra mim?
– É pra já!

O portão foi aberto, e ao mesmo tempo, uma das janelas traseiras do carro. A Savannah colocou a cabeça pro lado de fora, e ficou observando o lugar.

– De dia dá pra observar melhor. – disse Bill.

Estacionei o carro com cuidado, e desci do carro. O Bill fez o mesmo logo em seguida. Quis ser cavalheiro, e abri a porta para que a Savannah pudesse sair. Ela permaneceu parada, extasiada. Parecia não conseguir dizer uma palavra se quer.

– Perdeu a fala? – Bill brinca.
– E como não perder? – finalmente ela diz algo. – É aqui que vocês moram?
– Sim. – respondemos em uníssono.
– Seja bem-vinda. – disse.
– Quantos dias ou semanas, se leva pra conhecer essa casa? – Bill e eu, rimos.

Começamos a caminhar em direção a entrada da casa, e ela veio nos acompanhando. Entramos, e ela continuou calada. Logo os meninos apareceram, meio que fazendo a festa.

– Finalmente chegaram, hein? – disse Georg.
– É que demos algumas voltas pela cidade. – disse Bill.
– Você veio pra ficar, não é?
– Claro! – respondi, antes que a Savannah pudesse dizer alguma coisa.
– Seja bem-vinda! – disse Gustav.

Tudo parecia estar perfeitamente bem, até a Beth aparecer no topo da escada.

– Como vocês demoraram, viu? – diz ela, em seguida desce.
– Droga, o que eu digo? – Bill sussurra.
– Sei lá. – respondo da mesma maneira.

Ela se aproximou, abraçou o Bill, e depois lhe deu um selinho. Olhei pra Savannah, e sua face estava levemente avermelhada.

–--
(Contado pela Savannah)

Então aquela é a Beth, namorada do... Como é mesmo o nome dele? Bem, isso não vem ao caso. Só sei que ela é bem bonita, elegante, e parece ser uma garota legal.

– Quem é ela? – pergunta Beth.
– Essa é... – o namorado dela tentou dizer.

O olhar do namorado foi diretamente ao Georg, que olhou pro Gustav, que conseqüentemente olhou pro Tom. Ninguém sabia o que responder. E como eles já haviam me ajudado o bastante, resolvi tomar a frente e falar algo.

– Sou prima do Tom.
– Até que enfim alguém respondeu alguma coisa. – ela se aproximou sorrindo, e deu um beijinho em cada lado do meu rosto. – Sou Beth.
– Savannah.
– Um nome diferente, e muito bonito.
– Obrigada.

Os meninos continuavam calados, só olhando nós duas falarmos.

– Porque não me contou que sua prima chegaria? – pergunta ela, ao namorado.
– Quis fazer uma surpresa. – responde ele.
– Sabe que odeio surpresas, não é? Mas isso não importa. – ela sorri. – O importante é saber que não serei mais a única garota desta casa.
– Isso ainda vai dar em merda. – sussurra Georg.
– Cale a boca. – sussurra Gustav.
– Pelo visto – Beth segura minhas mãos. -, seremos boas e grandes amigas.
– Tomara. – disse.
– Depois vocês conversam direito, porque agora irei mostrar o quarto pra prima. – diz Tom.

Subimos as escadas, e caminhamos por um corredor não muito longo. Paramos em frente a uma porta, e o Tom abriu a mesma. Fiquei encantada com a beleza do cômodo. Móveis rústicos e muito bem conservados. Era um quarto espaçoso e bem arejado. Havia uma porta de vidro, que levava a varanda. A vista era incrivelmente linda, para a piscina.

– Este quarto está bom pra você? – pergunta ele.
– Tá ótimo. – respondi, sorrindo educadamente.
– Espero que fique confortável.
– Impossível não ficar. É tudo muito bonito.

Ficamos calados por alguns segundos.

– De onde... De onde tirou a idéia de dizer que somos primos?
– Não sei. – disse.
– Foi muito bom.
– Ainda bem, porque precisávamos de uma boa desculpa pra namorada do... Como é o nome dele?
– Bill.
– Isso! - ele riu.
– Vou... Lhe deixar sozinha, para que possa se acomodar direito.

Ele já estava saindo do quarto, quando segurei em sua mão e o fiz virar-se para mim.

– Obrigada por tudo que está fazendo por mim. – lhe dei um abraço.

Postado por: Grasiele

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