quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 29 - Love that's let's go.

Porque eu adoro o seu aperto de mão
Conhecendo meu pai
Eu amo como você anda com as mãos nos bolsos
Como você me beijou quando eu estava dizendo algo
Não há um dia em que eu não perca as interrupções rude
 
(Contado pelo Tom)

Era noite, e a casa inteira já dormia. Eu também deveria estar fazendo a mesma coisa, mas quem disse que eu conseguia? Só de pensar que a Savannah iria embora à tarde seguinte, me dava um frio na barriga. Pior ainda, era saber que eu não consegui fazer nada pra impedir.

Ficar ali dentro do quarto, só me deixaria mais ansioso, então desci até a sala e me sentei numa das poltronas. As luzes estavam todas apagadas, a cortina estava aberta, e a única luz que não poderia ser impedida de penetrar ali, era a da Lua, que estava cheia.

Com todo aquele silêncio, eu conseguiria ouvir qualquer coisa, e não demorou muito até eu começar a ouvir passos. Continuei do jeito que estava, e aguardei. Instantes depois, aparece a Rute, usando uma camisola enorme de seda branca, e vários bobs no cabelo. Sem contar a máscara verde no rosto. Sério, se eu não soubesse que era ela, acharia que estava começando ver gente morta.

– Ai que susto! – disse ela, dando um pulinho e colocando a mão no coração. – Tá fazendo o quê ai, garoto?
– Pensando na vida. – respondi.
– Tá parecendo mais uma alma penada. – acendeu a luz. – E pra quê essas luzes apagadas?
– Fiquei com preguiça de acendê-las, e a claridade da Lua está linda.
– Sabe que horas são? – colocou as mãos na cintura.
– Não faço idéia. – me ajeitei no acento.
– É hora de garotos como você, estarem na cama!
– Perdi o sono.
– E desde quando você tem insônia?
– Desde que fiquei sabendo que só poderei a ver a pessoa que gosto, daqui doze meses.
– Está falando daquela garota, a Savannah?
– Um-hum. Ela vai embora, Rute. – fui até o sofá onde ela estava sentada, me ajoelhei no chão, e coloquei a cabeça em seu colo. – E eu não sei o que fazer pra impedi-la.
– Ô criança – começou a acariciar meu rosto. -, talvez não tenha nada que você possa fazer. A minha mãe sempre me dizia que nada é por acaso, e que pra tudo há uma explicação ou solução.
– Eu sei. – olhei pra ela. – Mas nesse caso, não há uma solução e muito menos uma explicação.
– Tem certeza?
– Acho que sim.
– Vai dormir Tom. – ela se levantou. – Ficar acordado não vai fazê-la desistir da viajem.

Pensando bem, a Rute tinha toda razão. Ficar acordado só me faria sentir muito sono na manhã seguinte. Me levantei do chão, e fui pro quarto. Fechei a porta, e me deitei na cama, de barriga pra cima. Fiquei olhando pro teto, até que o sono veio...

MANHÃ SEGUINTE...

Quando acordei, todo mundo já estava de pé, reunidos em volta mesa, tomando o café da manhã. Como eu não conseguiria convencer a Savannah a desistir da viajem, resolvi sair para comprar algo de que ela pudesse se lembrar de mim quando estivesse lá no Brasil.

– Mas você não vai nem tomar café? – pergunta Bill.
– Como qualquer coisa no caminho. – respondi, peguei a chave do carro e fui diretamente pra garagem.

Rodei pelas ruas de LA, e tudo era luxuoso demais pra uma garota simples e que não se importava tanto com dinheiro. Enquanto caminhava, encontrei um amigo que eu não via há muitos anos. Paramos e começamos a conversar sobre algumas coisas. Olhei de relance para o lado esquerdo. Olhei mais uma vez pra ter certeza, e me dei conta que estávamos parados em frente a uma joalheria. A primeira coisa que os meus olhos avistaram, foi uma corrente de ouro. Pedi desculpas ao meu amigo, e entrei no local.

– Posso ajudar? – pergunta uma moça, sorridente.
– Por favor, quero aquela corrente ali. – apontei.

Só a corrente já seria um bom presente, mas pra mim ainda estava faltando algo. Pedi a moça, que me mostrasse alguns pingentes. A maioria eram corações. Mas um me chamou bastante atenção, um pingente de skate. Mas havia um pequeno problema...

– Senhor, este pingente não está à venda. – disse a moça.
– Porque não?
– Porque ele é meu!

Pois é, o tal pingente estava na corrente da moça.

– Quanto você quer por ele? – insisti.
– Mas já disse que não está à venda!
– Escuta - olhei pro seu crachá. -, Aline, eu conheci uma pessoa que adora andar de skate. Essa pessoa vai embora hoje, e só poderei vê-la daqui doze meses. E eu queria comprar algo que, quando ela olhasse, pudesse se lembrar de mim. Por favor, me venda esse pingente.

Aline ficou calada por algum tempinho.

– Não posso vendê-lo ao senhor. – fiquei desanimado. – Mas já que é pra uma pessoa especial, posso lhe dar.
– Sério? – sorri.
– Só porque o senhor parece ser uma pessoa legal.

Agradeci tanto aquela garota. E após sair da joalheria, fui direto pra casa.

–--
(Contado pela Savannah)

Já passava das 12h00, e o vôo para o Brasil sairia às 15h35. Eu estava na sala, com a Bella e a Beca. Os meninos sumiram, e não disseram para onde iriam. Enquanto as meninas e eu, conversávamos, o telefone toca. A Rute vem atender, e diz que é pra mim. Achei super estranho, porque quem estaria me ligando? Me levantei e fui atender.

– Alô? – disse.
– Suas malas já estão prontas? – pergunta Megan.
– Sim. – respondi.
– Não sabe o quanto me deixa feliz com essa noticia!
– Que bom, não é? – me sentei no braço do sofá.
– Agora falando sério. Vou sentir saudades de você.

Naquele mesmo instante, coloquei o telefone no gancho. Se eu continuasse ouvindo, acabaria falando umas boas verdades pra ela, e Bella descobriria tudo, contaria pro Tom... Seria a maior confusão!

– Quem era? – pergunta Bella.
– Ninguém. – respondi.

Pouco tempo depois, Bill e Georg aparecem, e trazem consigo uma pessoa que eu não via há muito tempo, mas que havia me ajudado muito quando cheguei aqui.

– Nicolle! – corri para abraçá-la. – Você sumiu.
– Sempre estive na pensão, você que ficou toda metida depois que se casou com o Bill. – disse ela, assim que nos desvencilhamos.
– Porque não veio me visitar?
– Falta de tempo. – respondeu. – E eu também não sabia onde os meninos moravam.

Aproveitamos para conversar, e ela acabou contando que iria passar algumas semanas lá no Brasil, pois seu esposo está precisando viajar e se divertir um pouco. A Nicolle não demorou muito tempo, pois tinha que voltar ao trabalho. Quando ela saiu, olhei pro relógio, e já era 14h15. Subi pro quarto, pra dar aquela conferida na bagagem. Alguém bateu na porta, e entrou; era o Tom.

– Está terminando de arrumar as coisas? – perguntou.
– Só estou conferindo, pra ter certeza de que não esquecerei nada.
– Eu... Sai hoje cedo, e comprei uma coisinha pra você. – me entregou uma caixinha de veludo vermelha.
– A-Ah, não precisava, Tom.
– É só... – colocou as mãos nos bolsos. – Algo pra você se lembrar de mim.
– Obrigada.

Abri a caixinha, e adorei o presente.

– Venha, coloque em mim. – lhe entreguei a corrente, me virei de costas, e afastei o cabelo. – Deve ter sido muito caro.
– Isso não importa agora. – me virei para ele. – Você gostou?
– Amei. – respondi, sorrindo.
– Doze meses. – disse ele. – Prometo que não passará disso, e quando menos esperarmos, estaremos juntos.
– Vou sentir muito a sua falta. – o abracei. – Bom... Eu não comprei nada pra você, mas... Te escrevi uma coisa.

Peguei um envelope que estava em cima da mesinha de cabeceira, e o entreguei.

– Por favor, só leia quando eu for embora. – disse.
– Tá legal.
– É melhor eu ir. – coloquei uma mecha do meu cabelo, atrás da orelha. – O meu pai foi fazer a última consulta e já deve estar me esperando no aeroporto.
– Vou pegar a chave do carro.
– Não!
– O quê?
– Não quero que me leve até lá.
– Porque não?
– Já está sendo difícil ter que me despedir de você aqui, e eu não conseguiria fazer isso lá.

Saímos do quarto juntos, e quem me levaria ao aeroporto, seria o motorista deles. Dei um abraço em cada um dos meninos, e não me esqueci da Rute. A Bella estava um tanto estranha, mas também me abraçou. Não é nem preciso dizer que a Beca não queria me largar. Deixei o Tom por último, só para poder ter a sensação de que não acabaria tão rápido.

– Espere por mim. – sussurrou em meu ouvido.

Entrei no carro, e quando fechei a porta, um flashback começou a passar pela minha mente. Era como se eu estivesse vivendo tudo novamente. O motorista deu partida, eu olhava pela janela, até que num certo momento, não pude vê-lo mais. Os olhos estavam marejados em lágrimas, prontas para serem descarregadas. Tentei me controlar, mas elas começaram a escorrer pelo meu rosto, involuntariamente.

–--
(Contado pelo Tom)

O carro desapareceu no horizonte, e a minha ficha só foi cair, quando entrei no quarto, tranquei a porta, me sentei na cama, e comecei a ler o que ela havia escrito.

“Querido Tom,

Algumas semanas juntos bastaram, pra eu me apaixonar por você. Quem diria que eu fosse gostar de alguém que eu não conhecia, mas que me ajudou tanto nos últimos tempos? Agora ficaremos um ano, separados. Mas o que é isso, após essas semanas juntos? Eu sei que algumas coisas não ficaram exatamente claras, e talvez nem cheguem a ficar. Acho que a pior coisa que eu já fiz nesta vida, foi me despedir de alguém tão especial. Sentirei tantas saudades de você, de cada momento que passamos juntos. E dor maior que a da saudade, é a da certeza. Certeza de que amanhecerá o dia, e não poderei ver o seu sorriso. Certeza de que ficarei aqui sozinha, esperando ansiosamente até que você chegue. Certeza de que a vida mudará. São tantas certezas, e cada uma consegue me atingir da pior forma possivel. Você me fez uma promessa, que sei que irá cumprir. Só peço que me prometa mais uma coisa, enquanto estivermos separados. Conte-me tudo! Escreva tudo, Tom, e me envie uma carta, sempre que puder. E quando menos esperarmos, eu o verei em breve.

Com carinho, Savannah.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog