quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 23 - Little House.

Eu preciso ser corajoso
Preciso pular na água fria
Preciso envelhecer com uma garota como você
Finalmente vi que você é naturalmente,
A única que torna isso tão fácil
Quando me mostra a verdade
É, eu preferiria estar com você
Diga que você também quer a mesma coisa
Diga que você se sente do jeito que me sinto

(Contado pela Savannah)
Meu pai tomou alguns remédios, e quando os mesmo começaram a fazer efeito, ele pegou no sono. A televisão do quarto estava ligada, e eu a desliguei. Me sentei no sofá branco, próximo à janela. Se continuasse ali, acabaria dormindo também, com aquele silêncio. Como sei que meu pai está em ótimas mãos, não teria problema algum se eu fosse em casa pra tomar um banho, conversar com o pessoal, comer os famosos sanduíches da Rute, e descansar um pouco.

Liguei pro Tom, e não demorou muito até ele chegar ao hospital. Entrei em seu carro, coloquei o cinto de segurança, e ele deu partida.

– Como seu pai está? – perguntou-me.
– Se recuperando. – respondi. – A Dr. Ellen é muito carinhosa com ele, e sempre vem vê-lo.

A conversa ia fluindo naturalmente, e ao invés do Tom entrar pela rua que costumávamos ir, ele passou direto.

– Onde estamos indo? – perguntei. – Não é mais um dos seus atalhos?
– Não. – ele riu. – Tenho que passar em lugar antes de ir pra casa.
– Ah tá.

O carro foi estacionado em frente a algo que parecia ser uma casa muito, mas muito antiga mesmo. Mas na verdade, era uma floricultura, de nome Little House. A fachada tinha as cores rosa e branca. Eu não iria entrar, mas como ele insistiu tanto, que acabei acompanhando-o. Entramos por uma enorme porta de madeira rústica, e dentro do local, a cor predominante era o branco. Nunca tinha visto tanta flor acumulada num só lugar. Cada uma mais linda e cheirosa do que a outra. Uma velhinha veio nos atender com um enorme sorriso nos lábios, que cheguei a pensar que poderia ser o sorriso mais falso do mundo.

– Olá, posso ajudá-los?
– A Suzana está? – pergunta Tom.
– No jardim. – responde a moça, que aponta para uma direção.

Fomos até os fundos do local, que era um gigantesco jardim, onde a maioria daquelas flores eram cultivadas. A tal da Suzana era uma moça jovem, de cabelos longos e negros, pele um pouco morena, e olhos castanhos.

– Tom, que surpresa vê-lo aqui. – disse a Suzanaa, com um sorriso simpático, e verdadeiro.
– Eu disse que viria, não disse? – eles se abraçaram. – Esta é a Savannah.
– Muito prazer. – estendi a mão, e a cumprimentei.
– Ela é a garota de quem me falou?
– Sim.

Eu estava boiando na conversa.

– Então venham comigo – disse ela, e a acompanhamos. -, irei mostrar-lhes como tudo acontece.

Mesmo não entendendo nada, eu estava prestando atenção em tudo que a Suzana falava. Ela explicava como era o processo de cultivo das plantas, até que elas fossem colocas cuidadosamente nos vasos corretos. Havia um enorme sistema de irrigação, que derramava a quantidade correta de água em cada grupo de plantas.

Por alguns instantes, a Suzana nos deixou sozinhos, pois precisou ir atender outras pessoas.

– Sabe por que lhe trouxe até aqui? – disse Tom, colocando as mãos nos bolsos.
– Porque eu gosto de flores?
– Também. – sorriu. – Mas principalmente, porque as flores lá do jardim só sobreviveram graças as suas mãozinhas milagrosas. – fiquei sem graça. – E sabe que... Você até se parece com uma dessas flores.
– Me pareço?
– Um-hum. – me olhava nos olhos. – A mais bela de todas. Foi plantada, colhida, regada, e colocada no vaso correto. – meu coração acelerava aos poucos.

Tom arrancou uma daquelas rosas vermelhas que estava por perto, sentiu seu perfume, e me entregou.

xxx
Saímos da floricultura, e fomos até um restaurante mais próximo. Eu estava pra cair de fome, e precisava repor minhas energias. Fora que eu ainda tinha que ir em casa pra tomar aquele banho. Tom e eu nos sentamos numa mesa e fizemos o pedido.

– Esqueci de te falar, mas a sua carta de permanência já chegou. – disse ele.
– Sério? – fique bem feliz. – Nossa, que ótimo!
– Agora poderá ficar sem problema algum.
– Ainda bem.
– Isso significa que você passará o natal comigo. Quero dizer... – ele gaguejou. – Com a gente.

Terminamos de comer, e agora sim fomos pra casa. Como de costume, a Beca veio me dar um abraço apertado. Falei rapidamente com os meninos que estavam jogando vídeo-game, e subi pro banho. Fiquei meia hora de molho na banheira, com os olhos fechados, tentando tirar tudo da minha mente – o que não deu muito certo.

–--
(Contado pelo Tom)

Ia passando pelo corredor, e notei que a porta do quarto da Savannah estava meio aberta. Olhei pela fresta, e ela estava sentada na cama, com uma toalha branca enrolada em seu corpo. Pra completar, segurava a rosa que eu havia lhe dado, e tinha um leve sorriso nos lábios. Saí dali, antes que me visse e achasse ruim. Cheguei ao meu quarto, e a Bella estava sentada em minha cama, com uma cara estranha.

– O que foi? – perguntei.
– Você demorou, e a Megan ligou três vezes.
– Disse a ela que morri? – me sentei ao seu lado.
– Infelizmente não. E a sua ex não ficou nada feliz em saber que você está enrabichado com a Savannah.
– Ela não tem que ficar feliz. Aliás, a Megan já não faz mais parte da minha vida.
– Então... Você está mesmo gostando da Savannah?
– Você é boa em guardar segredo?
– Nem precisa responder, só de ver os seus olhos brilhando toda vez que escuta o nome dela, já da pra saber. – ela se levantou.
– Por favor, não conte pra ninguém. Desta vez, quero que tudo dê certo.
– Tudo bem, e se precisar de mim, é só chamar.

–--
(Contado pela Savannah)

Terminei de me arrumar, coloquei algumas coisas dentro da bolsa, e ia sair do quarto, quando fui surpreendida pela Bella. Ela fechou a porta, e me fez sentar na cama.

– Desculpa estar fazendo isso, mas o que tenho pra falar é importante.
– Bella, eu preciso voltar pro hospital.
– É rapidinho.
– Tá legal.
– Tenho um pedido a lhe fazer.
– Qual?
– Por favor, não magoe o Tom.
– E porque eu faria isso?
– Porque ele está apaixonado por você. E mesmo a gente brigando muito, nos odiando muito, eu gosto daquele garoto. Ele é praticamente como um irmão pra mim. E se você magoá-lo, serei obrigada a lhe dar uma boa surra.

Sério, fiquei com muito medo dela. Após dizer isso, a Bella se retirou. Minha intenção nunca foi magoar ninguém, principalmente o Tom, que sempre esteve ao meu lado e me ajudou quando mais precisei. Mas também não tenho culpa dele estar apaixonado por mim.

4 DIAS DEPOIS

Meu pai finalmente recebeu alta, e já estava na mansão dos meninos, deitado numa confortável cama, sendo paparicado por todos. Fiquei ainda mais despreocupada, pois o Bill insistiu em contratar uma enfermeira, para cuidar do meu pai 24 horas. E mesmo assim, eu gostava de ficar algum tempo ao lado dele, conversando.

Era fim de tarde, e o céu dava sinais de que iria chover. O dia foi meio abafado, e provavelmente a chuva seria um tanto forte. Aproveitei para ir ao jardim, e fiquei um pouquinho com as flores. Me assustei com o Tom, e o Scotty.

– O céu está ficando escuro. – disse Tom. – Será que vai chover muito forte?
– Espero que não.

Bastou terminar de falar, pra começar a chover.

– Vamos pro estúdio! – Tom segurou minha mão, e me arrastou com ele.

Estúdio? Tô dizendo que essa casa é tão grande, que eles têm até um estúdio onde costumam ensaiar, e eu não sabia. A chuva aumentava a cada minuto que passava, e aquilo sim me deixou preocupada. É meio perigoso ficar num lugar sozinha com o Tom. Ele se sentou num sofá de cor marrom, e eu fiquei encostada na janela, esperando ansiosamente que a chuva parasse. Pro meu desespero, começou a trovejar, e meu coração quase saia pela boca.

– Está com medo? – pergunta ele, em seguida se levanta e se aproxima.
– Não, eu só... Não gosto de trovões.

–--
(Contado pelo Tom)

O próximo trovão foi tão forte, que eu tive a leve sensação de que o estúdio tremeu um pouco. Foi o suficiente pra Savannah gritar, e me abraçar. Isso porque ela não tem medo de trovões, imagine se tivesse. Ela estava tão colada a mim, que provavelmente sentia as batidas do meu coração. Savannah se desvencilhou devagar, e pela sua expressão, estava sem graça pelo ocorrido. Mordi o lábio inferior.

– Desculpa. – disse ela. – Eu não...

Como ainda estávamos próximos um do outro, só fiz chegar ainda mais perto, e lhe dei um beijo, antes que pudesse terminar a frase. De inicio, ela bem que tentou resistir, mas enlacei sua cintura, e não deixei que se afastasse. Acho que os nossos beijos estão ficando cada vez melhores.

Postado por: Grasiele

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