quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 25 - She is a snake!

(Contado pelo Tom)

Estava no quarto, quando ouvi uma “gritaria”, vindo da sala. Imaginei que fossem os meninos jogando vídeo-game, e nem me importei muito. Continuei tocando violão. Pouco depois a Rute aparece ali no quarto, dizendo que o Bill estava brigando com a Beth.

– É briga de casal. – disse. – Deixe os dois resolverem os problemas em paz.
– Se fosse uma simples briguinha de casal, a Savannah não estaria no meio.
– A Savannah? – coloquei o violão em cima da cama. – O que ela tem a ver com isso?
– Não sei. Mas é melhor você descer, antes que aconteça alguma coisa.

Conheço muito bem a Rute, e sei que ela exagera às vezes. Mas ainda assim, fui ver o que estava acontecendo. A briga já havia parado, quando cheguei ao topo da escada. Só que o clima estava meio estranho.

– O que tava acontecendo aqui? – perguntei, enquanto descia os últimos degraus.
– A Beth descobriu tudo! – disse Savannah, nervosa. – Ela descobriu sobre meu casamento com o Bill.
– Como? – dei a volta no sofá.
– A maluca da sua ex namorada fez esse favor pra gente. – disse Bill. – E ainda ameaçou falar toda a verdade pro juiz.
– Ela não pode fazer isso!
– Não só pode, como vai. – Savannah se sentou no sofá.
– Tom, se a Megan abrir a boca, nós estaremos bem encrencados.
– E tudo por minha culpa! – os olhos dela começaram a se encherem de lágrimas. – Eu não deveria ter aceitado essa idéia maluca, e muito menos meter vocês nessa. Sabia que não daria certo!
– Calma! – me aproximei, e me sentei ao seu lado. – Desde o inicio, sabíamos dos riscos e das conseqüências, e também sabíamos que tudo isso valeria a pena. Se ficarmos nervosos e com medo, as coisas darão errado. Precisamos pensar e encontrar a melhor solução.
– Tá, mas qual? – Bill se sentou na poltrona. – Não temos muito tempo pra pensar.

Que a Megan não vale nada, todo mundo sabe, mas não imaginei que ela pudesse ser tão baixa assim. E o pior, é que fiquei com ela durante muito tempo, e não percebi o seu péssimo caráter. Se a conheço bem, sei que não descansará até conseguir o que quer.

– Tive uma idéia. – me levantei.
– Aonde vai? – pergunta Bill.
– Tentar impedir a Megan de falar qualquer coisa.

Fui correndo até o quarto, e peguei as chaves do carro, que estavam na mesinha de cabeceira, e depois fui em direção a garagem. Aproveitei que a Bella estava com um tempinho livre, e a chamei pra ir comigo. Não sei, mas talvez a única maneira de convencer a Megan a não falar nada, seria indo pedi-la pessoalmente. Obviamente terei de deixar o meu orgulho de lado, e fazer qualquer coisa pra ajudar a Savannah.

Não demorei muito a chegar ao condomínio onde ela mora. O porteiro já me conhece, e nem precisamos esperar nada. Pegamos o elevador, e subimos até o vigésimo segundo andar. Toquei a campainha, e aguardamos. A Megan abriu a porta, com um sorriso nos lábios, e um vestido rosa, que era ridiculamente pequeno e muito provocante.

– Que surpresa vê-los aqui.
– Ah, corta essa! – disse Bella. – Podemos entrar, ou não?
– Claro. – abriu um pouco mais a porta, e nos deu espaço. – Sentiu saudades de mim, Tom?
– Só sinto saudades das pessoas que gosto, e você... Não faz parte desse grupo de pessoas. – seu sorriso desapareceu, e ela bateu a porta. Bella soltou uma leve risada.
– O que querem aqui? – cruzou os braços.
– Eu... Vim lhe pedir pra não... Pra não falar nada sobre o casamento do Bill com a Savannah.

Megan ficou quieta, e por um momento pensei que fosse aceitar. Mas logo soltou uma gargalhada, que fez eu me corroer de raiva por dentro. Sério, minha vontade era de matá-la.

– Tá rindo do quê, vadia? – disse Bella.
– É desse jeito “carinhoso” – riscou as aspas no ar. -, que vocês querem que eu fique quieta?
– Bella, por favor... - olhei pra Bella.
– Tudo bem, já estou calada. – sei que ela estava morrendo de vontade de soltar umas boas verdades pra Megan.
– Megan, a Savannah não pode ser deportada, por uma infantilidade sua!
– Você mal conhece aquela garota, mas parece ser capaz de defendê-la com a própria vida, não é? – fez uma pausa. – Ela tirou você de mim!
– Deixa de ser idiota, garota! – diz Bella, com raiva. – O Tom nunca foi seu!
– Se depender de mim, a Savannah já teria sido deportada.

Eu estava respirando fundo, me controlando o máximo que podia, pra não cometer nenhuma besteira. Mas só de olhar pra cara da Megan, me fazia ter ainda mais raiva. Não só raiva dela, também de mim, por não estar conseguindo absolutamente nada até agora.

– Sinceramente, se eu não fosse homem, faria questão de dar uns bons tapas nessa sua cara sínica. – disse.
– Isso – falou com uma voz e olhar sexy, depois levantou um pouco o vestido. -, vamos relembrar os velhos tempos. Me faça gemer, como só você sabe fazer. – disse Megan.
– Mais que vadia! – disse Bella, perdendo a cabeça e metendo a mão na cara da Megan.

Por mim, deixaria as duas se pegando ali no meio da sala. Mas isso só faria uma das duas sair com algum hematoma. Tentei apartar a briga, e acabei levando um tapa na cara também. Não sei quem foi, mas doeu.

– Já chega! – gritei, enquanto ficava entre as duas.
– Sai da frente, Tom! – Bella dizia.
– Me espera no carro, Isabella! – com muita raiva, e por um milagre, ela me obedeceu.
– É melhor você ir embora também, Tom. – disse Megan, ajeitando o vestido. – Não vou mudar de idéia. A sua namoradinha vai embora, nem que seja a última coisa que faça na vida!

Sim, era melhor mesmo eu ir pra casa, porque daqui a pouco eu que acabaria grudando nos cabelos dela, e lhe metendo a mão. Quando entrei no carro, a Bella se olhava no espelho.

– Olha só o que aquela filha da mãe fez comigo. – havia um pequeno corte em sua sobrancelha. – Mas ela saiu mais machucada do que eu, não saiu?
– Não reparei. – respondi.
– Estraguei tudo, não é? – olhei pra ela. – Desculpa.
– A culpa não é sua. – coloquei o cinto de segurança. – Se você não tivesse batido nela, eu teria feito. – ela riu.
– Violência contra mulher é crime, sabia?
– A Megan merece.

–--
(Contado pela Savannah)

Ele vai conseguir, sei que o Tom vai conseguir convencer a Megan. Esse era meu único pensamento naquele momento. Enquanto eu andava de um lado a outro, na sala, o Bill ficava sentado. O nervoso dele talvez pudesse ser comparado ao meu, mas pelo menos tentava não transparecer isso. Às vezes ele ia até a cozinha e pegava um copo de água pra mim, mas meu nervoso e ansiedade eram tantos, que nem conseguia beber nada.

– Vai pedir pra Rute fazer um curativo nisso daí. – disse Tom à Bella, que passou direto e foi pra cozinha.
– E ai, você conversou com a Megan? – perguntei.
– Conversei, mas não deu muito certo. – responde Tom. – Ela e a Bella até se atacaram.
– O que vamos fazer agora? – diz Bill.
– Desculpa, mas... Eu não sei.
– Obrigada, por tentar. – disse. Tom se aproximou e segurou minhas mãos.
– Eu prometo que... Que vou fazer de tudo pra você ficar.

HORAS MAIS TARDE...

Eu estava tão preocupada com essa história, que acabei esquecendo até de comer, dá pra acreditar? Fui até a cozinha pra beber um pouco de água, e a Rute estava lendo uma revista. Me sentei na mesa, de frente pra ela. Der repente me veio uma idéia maluca na cabeça, que talvez pudesse dar certo.

– Rute... Será que eu poderia te pedir um favor? – perguntei, e me ajeitei no assento.
– Desde que não seja pra matar alguém...
– Ah, não. – nós rimos. – Será que... Que você conseguiria o endereço da ex-namorada do Tom, pra mim?
– Qual delas?
– Megan.
– E pra quê você quer saber o endereço daquela maluca?
– Assunto nosso.
– Um-hum. – ela pareceu um tanto desconfiada. – Acho que dá pra conseguir.
– Obrigada. – sorri, me levantei, e coloquei o copo na pia. – E... Por favor, não conta nada pro Tom.
– Tudo bem.

Postado por: Grasiele

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