quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 24 - Things seem to be heating up.

(Contado pela Savannah)

Por mais que eu quisesse me afastar, interromper aquele beijo, dar um belo soco na cara do Tom, xingá-lo... Eu não conseguia. Era mais forte do que eu, e algo me dizia pra não fazer nada, simplesmente deixar rolar. Foi só quando precisei recuperar o fôlego, que me afastei um pouco. Mas suas mãos continuaram em minha cintura, e seus olhos fixados nos meus. Ele deu um meio sorriso, e meu coração voltou a acelerar.

(Flashback)

– Prometa que não terá nada com esses rapazes que só querem enganar?
– Mas...
– Promete?
– Prometo.

(/Flashback)

Meu Deus, o que foi que eu fiz? Há poucos dias atrás meu pai me fez prometer, e agora estou aqui, agarrada com o Tom. Isso tá errado, muito errado. Me desvencilhei dos seus braços, e dei alguns passos.

– O que foi? – pergunta Tom. – Você não gostou do beijo?
– Não é isso, é que...

Como eu falaria pro Tom, que fiz uma promessa pro meu pai, e que essa promessa era de ficar bem longe dele ou do Bill? Porque não podemos mandar em nossos corações? Porque as coisas não são mais simples? Porque eu me sinto assim, toda vez que ele está perto de mim? Há alguma receita pra fazer isso parar?

– Não deveria ter feito isso. – disse.
– Porque não? – ele se aproximou, e me afastei.
– Porque... Porque eu não... Eu não consigo... Não consigo ficar longe de você, Tom.
– Então não fique. – novamente se aproximou de mim, e segurou minha mão esquerda. – Me deixa ficar ao seu lado, Savannah?

A Beca cansava de me avisar, vivia dizendo coisas, e eu nunca prestava tanta atenção. Talvez pelo fato de não querer enxergar o que estava na minha frente, ou por simplesmente ter medo de estar sentindo algo semelhante, e que não pudesse estar acontecendo.

Aos poucos fui parando para notar pequenas coisas do dia-a-dia, que ele fazia propositalmente, ou não. Coisas que antes poderiam ser consideradas atos de bondade, agora fazem todo o sentido e o entregam para a verdade. Obviamente algumas dúvidas ainda me “atormentavam”, e só havia um jeito de descobrir.

– Tá apaixonado por mim? – perguntei.

Sua primeira reação foi soltar a minha mão, em seguida colocou as suas mãos dentro do bolso, e abaixou levemente a cabeça. Poderia ser muito atrevimento meu, mas era a única maneira d’eu saber. E além do mais, se as pessoas falam, eu queria ter a certeza e ouvir de sua própria boca.

– Se eu disser que sim – ele me olhou. -, vai mudar alguma coisa?
– Talvez. – suspirei.
– Olha... Eu tentei. Sério, eu tentei controlar, fingir que não estava acontecendo, menti pra mim mesmo, mas... Mas não deu. – fez uma pausa. – Não dá pra ficar fingindo, principalmente quando... Quando você está por perto.

A chuva continuava caindo lá fora, e fazia um barulhinho agradável, enquanto aqui dentro o silêncio tomava conta. Eu não sabia o que dizer, e sabia menos ainda se deveria dizer algo. Mas confesso que gostei de ouvir aquilo.

Não consegui controlar aquele sorriso, que apareceria de qualquer maneira em meus lábios. Foi a deixa que o Tom precisava pra se aproximar de mim, passar uma de suas mãos em volta da minha cintura. Com a outra, acariciou meu rosto e ajeitou meu cabelo atrás da orelha. Meus olhos se fecharam, e pude sentir seus lábios - um tanto gelados - encostarem-se aos meus. Era um beijo delicado, e que a cada movimento, me fazia sentir arrepios. Naquele momento, nem me lembrei da promessa, que a essa altura já estava quebrada.

– Não imagina quanto tempo esperei pra fazer isso, sem medo. – disse ele, em seguida encostou sua testa na minha.
– Por sua culpa, quebrei uma promessa. – ele riu.
– Que promessa?
– Nada não, esquece.

A chuva ia parando aos poucos, e até parecia nos avisar que era hora de pararmos também, e acordarmos para a realidade.

– Acho que a chuva já parou. – fui até a janela, para verificar. – Sim, ela parou. Temos que voltar.
– Ah não. – me abraçou. – Vamos fingir que ela continua caindo, e bem forte.
– Tom, o meu pai precisa de mim agora. – me desvencilhei.

Caminhei em direção a porta, e a abri.

– Depois do que aconteceu... Vai mudar alguma coisa entre nós?
– Talvez seja melhor deixarmos as coisas acontecerem naturalmente.

–--
(Contado pelo Bill)

Depois que a chuva parou, o pessoal e eu continuamos ali na sala, assistindo filme. Mas aos poucos o lugar foi ficando mais vazio. Georg e Beca deram um jeitinho de fugir, e avisaram que só voltariam na manhã seguinte. O Gustav estava mais misterioso que de costume, e também saiu. Só restou a Bella, que não era a melhor companhia, mas dava pro gasto.

Enquanto conversávamos, a Savannah passa pela sala e sobe as escadas. Não demorou nem um minuto, e aparece o Tom, com um sorriso no rosto. Ele se sentou numa das poltronas e ficou lá, parado, olhando pro nada.

– Tom? – chamei, e ele nem se moveu. – Tom?!
– Tom! – grita Bella, e ele se assusta.
– O que foi? – pergunta ele. – Tá ficando doida?
– Doido é você, que aparece com esse sorriso de psicopata na cara, e fica ai paradão, como se estivesse bolando um plano. – diz ela.
– Estou feliz. – se levantou. – Não posso ficar feliz? – se retirou, e provavelmente foi pro quarto.

Abduziram o meu irmão! Essa é a única explicação pra ele não ter dado uma boa resposta a Bella. Desde quando ele é tão “educado” assim com ela?

– O que deu nele? – pergunta Bella.
– Não faço idéia. – respondi. – Mas vou descobrir agora.

Fui até seu quarto, bati na porta e entrei. O Tom estava deitado em sua cama, e aquele sorriso continuava em seu rosto. Puxei a cadeira da escrivaninha, me sentei, e fiquei olhando pra ele.

– Você está bem? – perguntei.
– Perfeitamente bem. – respondeu, e se sentou.
– Então me responda uma coisa: Quem foi que te deu uma paulada na cabeça?
– Ninguém.
– Tem certeza? Vai ver te bateram tão forte, que você nem se lembra.
– Bill, ninguém me bateu.
– Deve haver algum motivo pra você ficar com essa cara.
– Já disse que estou feliz.
– Eu sabia! – quase gritei. – Você está bêbado, não é? Olha, é melhor você parar com esse vicio. Não quero nenhum guitarrista alcoólatra na banda, tá ouvindo?
– Quem disse que estou bêbado?
– Não é por isso que você está com essa cara de idiota?
– Vai pro inferno! – me jogou uma almofada.
– Anda, me conta logo o motivo dessa alegria. É por causa da Savannah, não é?
– Apenas falei que estou gostando dela.
– Quer dizer que se declarou?
– Praticamente. A gente se beijou novamente, e acho que desta vez as coisas vão melhorar.
– Deixa só o Georg e o Gustav descobrirem que você está apaixonado.
– Você não vai contar pra eles, vai?
– Claro que vou! – me levantei. – Ou acha que perderei a oportunidade de vê-los zoando com a sua cara?

Nunca! Eu nunca perderia uma oportunidade como esta. Me lembro, como se fosse ontem, a primeira vez que apresentei a Beth como minha namorada. O Tom foi o primeiro a fazer brincadeirinhas.

– Bill, por favor, não conte nada a ninguém. – ele se levantou e veio atrás de mim. – Não tenho certeza de que tudo dará certo, e não quero estragar antes que possa acontecer.

Era a primeira vez que ele me pedia algo assim. Antes, o próprio anunciava que estava saindo com uma garota, agora está pedindo pra guardar segredo? O que as mulheres não fazem com nossas cabeças, hein?

– Tá legal, não contarei nada pra ninguém, até você se ajeitar com ela. Mas não pense que ficarei calado por muito tempo.

–--
(Contado pela Savannah)
Eu não tinha muita coisa pra fazer, meu pai estava dormindo – pra variar -, e a maioria do povo da casa, saiu. Desci até a sala, e o Bill assistia televisão. Me sentei ao seu lado, e a conversa foi fluindo. A campainha toca e a Rute vai atender, pouco depois aparece a Beth, falando tão alto, que parecia estar brigando com alguém.

– O que é isso? – diz Bill, se levantando. – Tá pensando que essa daqui é a sua casa, pra entrar fazendo essa bagunça?
– Seu filho da mãe! – ela lhe deu um tapa no rosto. – Como você pôde fazer isso comigo?

A Beth estava descontrolada, e começou a dar tapas no Bill, que tentava se defender. Num certo momento ele segurou as mãos dela, e gritou:

– Pára! – e tudo ficou em silêncio. – Tá ficando maluca? Esqueceu de tomar o remédio hoje?
– Você vai se arrepender de ter se casado com essa vadia! – disse Beth, olhando pra mim.
– Como soube disso? – diz Bill.
– A Megan me disse. – ela se desvencilha. – E ela contará pro Juiz que esse casamento é falso.
– Ela não teria coragem de fazer isso.
– Ah não? Então espere para ver a sua “prima” ser deportada.

Se a Megan contar pro Juiz, com certeza o meu pai e eu seremos deportados de volta pro Brasil, e ainda corremos o risco de sermos presos, por estarmos “clandestinamente” no país. E se isso acontecer, como meu pai continuará o tratamento?

Postado por: Grasiele

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