quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 26 - Merry Christmas.

(Contado pela Savannah)

Poderia parecer mais uma das tantas loucuras que já fui capaz de cometer, apenas para ajudar meu pai, e provavelmente eu continuaria fazendo o que fosse preciso, o impossível, para vê-lo sorrir como antes. Ainda com aquela desconfiança de que eu estaria aprontando alguma, a Rute me deu o endereço da Megan. Lhe agradeci, depois fui até a sala, e peguei o telefone. Chamei um táxi, que não demorou muito a chegar.

– Está saindo? – pergunta Tom.
– Vou dar uma volta. – respondi, com medo que ele pudesse descobrir.
– Se esperar um minuto, te acompanharei.
– NÃO! – quase gritei, e ele achou estranho. – Quero dizer... Não que eu não queria que você vá comigo, mas é que... Eu queria pensar um pouco.
– Tá legal.

Pra ele não desconfiar de nada, lhe dei um beijo no rosto, e entrei no táxi. Entreguei ao motorista o endereço, e ele me levou rapidamente até lá. O porteiro do prédio dela, não queria me deixar subir, e até entendi isso. Depois de ter comunicado-a, foi que me liberou. Após sair do elevador, e ficar de frente para a porta dela, respirei fundo. Pensei mais uma vez, no que estava fazendo, e toquei a campainha.

– Savannah, que surpresa agradável. – disse Megan, com aquele mesmo sorriso falso. – Por favor, entre.
– Com licença. – disse, e entrei.
– Fique a vontade, querida.

Me mata, mas não me chame de querida, se não tivermos qualquer intimidade para isso. Me sentei no sofá, e a Megan se sentou ao meu lado, cruzou as pernas e olhou pra mim.

– Aceita alguma coisa? – perguntou-me. – Acabei de fazer um chazinho.
– Obrigada, mas não vim até aqui pra tomar chá. – respondi.
– Sobre o quê iremos conversar?

Respirei fundo novamente, e iniciei o assunto. Enquanto eu falava, ela ia me escutando, calada. Às vezes falava tão calmamente, que dava até a entender que não iria mesmo abrir a boca pra nada. Por alguns instantes, notei a garota simpática que há dentro dela, bem lá no fundo, mas bem lá no fundo mesmo! Dei todas as minhas justificativas, expliquei o motivo daquele casamento ter acontecido.

– Já terminou? – disse ela, se levantando.
– Sim.
– Então já posso falar, não é?
– Um-hum.
– Por mim, o seu pai teria morrido naquela sala de cirurgia. – fiquei pasma com o que ela falou. – A sua vida e a dele, não me interessam! – ela me olhava nos olhos. – Você só inventou essa historinha infantil, pra conquistar o Tom, que caiu perfeitamente no seu golpe. Pode até enganar todo mundo daquela casa, mas a mim, você não engana!

Tá legal, ela pode falar qualquer coisa de mim, mas não do meu pai! Quem ela tá pensando que é? Só sei que se eu piscasse, escorreria lágrimas pelo meu rosto.

– E quer saber de uma coisa? – disse ela. – Você vai voltar pro Brasil.
– Assim que o tratamento do meu pai terminar, com certeza voltarei.
– Dane-se o tratamento do seu pai! – quase gritou. – Vou te dar duas semanas pra ir embora.
– O quê?! – me levantei.
– Ou volta pro lugar de onde nunca deveria ter saído, ou te entrego pro Juiz, e ai você e o seu papaizinho vão juntos pra cadeia.

Se eu tivesse uma arma, ou qualquer coisa que pudesse matá-la, eu não hesitaria em fazer. Que garota fria! E ainda tem a cara de pau de dizer que ama o Tom! Não deve amar nem a si mesma, ou melhor, não deve nem saber o quê é isso.

– Mas Megan, eu não...
– Duas semanas! – me interrompeu. – Aproveita, que hoje estou de bom humor. Não sou tão boazinha assim com as pessoas.

É sério? Cara, se você não tivesse contado, eu nunca iria descobrir essa sua bondade!

– Nem adianta fazer cara de choro, que isso não me convence. E se você se atrever e contar qualquer coisa pro Tom, imediatamente falarei tudo que sei.
– E se... Se eu anular o casamento?
– E daí? Você vai continuar na casa dos Kaulitz, o Tom vai continuar gostando de você, e eu vou continuar aqui, sozinha.

Perfeito, então estava descontando sua falta de amor, em cima de mim. Que culpa tenho, se ela não sabe segurar homem? Até o momento eu estava sendo boazinha demais, mas a minha paciência estava chegando ao limite. Tá pensando que tenho sangue de barata por acaso?

– O Tom vai querer saber o motivo d’eu estar indo embora, o quê eu digo?
– Se vire! Isso não é da minha conta. Invente qualquer coisa idiota, você deve ser muito boa nisso. Só não me deixe contar tudo, porque a imprensa pode ficar sabendo,e a carreira dos meninos ficará prejudicada. Você não quer que o sonho do Tom acabe por sua culpa, quer? – sínica.
– Tudo bem, eu... Eu vou dar um jeito. – ela sorriu, e seus olhos chegaram a brilhar.
– Sabia que você iria concordar comigo. – se aproximou, e me deu um abraço apertado.

Vê se pode? A pessoa realmente não tem vergonha nenhuma! Porque eu não trouxe uma arma? Nos desvencilhamos, então peguei minha bolsa e abri a porta, mas antes de sair, lhe disse:

– Continue desse jeito Megan, e conseguirá afastar as pessoas de você, rapidamente.

Fechei a porta, e fui pro elevador.

–--
(Contado pelo Tom)

UMA SEMANA DEPOIS...

De algum tempo pra cá, a Savannah ficou um pouco estranha. Ela dizia que estava tudo bem, mas eu sabia que deveria haver alguma coisa em sua mente, que lhe preocupava. Talvez fosse o tratamento do pai. Fora isso, estávamos bem um com o outro. Praticamente namorando, escondido, mas é melhor que ficar longe dela. Ela me explicou a implicância do pai dela, contra mim, e entendi.

O Natal estava “batendo na porta”, e comemoraríamos essa data, na casa da minha mãe, que sempre dá um jeitinho de fazer uma pequena festa para a família, e às vezes alguns amigos bem íntimos.

Já era noite, e a maioria do pessoal já estava arrumado. Gustav desta vez não viria com a gente, pois decidiu visitar sua mãe. Bella resolveu seguir os passos dele, e ao invés da mãe, ela foi ver o irmãozinho de três anos que mora com seus tios, desde que seus pais sofreram um terrível acidente de carro e faleceram. A Rute nos pediu dois dias de folga, mas a liberamos por uma semana. O pai da Savannah não estava muito a fim de ir, então tivemos que contratar uma enfermeira pra poder ficar com ele.

– Acho melhor irmos todos no meu carro, que é mais espaçoso e mais bonito. – disse Georg.
– Tá legal, vou fingir que não ouvi essa última palavra. – disse Bill, rindo em seguida.
– Tá todo mundo pronto? – pergunta Georg.
– Sim. – responde Beca.
– Cadê a Savannah? – perguntei.
– Ele pode se esquecer de tudo, menos da Savannah. – disse Bill, e os outros riram.

Bastou ele terminar de falar, pra ela aparecer, mais linda do que nunca. Usando um vestido curto, com detalhes em flores, que deixava tudo bem delicado, completamente a cara dela. O cabelo preso, e um perfume que impregnou a sala, de tão bom que era. Era quase impossível não ficar olhando pra ela, e percebendo isso, o pessoal saiu de fininho.

– Tô bonita? – pergunta ela, sorrindo.
– Linda. – seu sorriso pareceu ter aumentado ainda mais. – Não vejo a hora de apresentar você a minha mãe.
– Apresentar a sua mãe? – o sorriso se desfez. – N-Não. – gaguejou.
– Relaxa, a dona Simone é a mulher mais legal desse mundo. Além de você, é claro.

Depois fomos pro carro, e finalmente fomos pra casa da minha mãe. Acho que demoramos uns vinte minutos pra chegar até lá, e nesse tempo, a conversa rolou solta. Quando chegamos a casa, já havia varias pessoas, e a festa estava bem animada. Enquanto Bill e os outros cumprimentavam algumas pessoas, fui direto ao ponto e levei a Savannah pra conhecer minha mãe, que estava conversando com algumas amigas.

– Mãe? – disse, e ela se virou.
– Tom. – me abraçou. – Você cresceu ou é impressão minha?
– Devo ter crescido um pouquinho. – nós rimos.
– Cadê o Bill?
– Por ai.
– Como estão as coisas lá na nova casa? Vocês estão se alimentando direito? Estão dormindo no horário certo?
– Mãe, já somos bem crescidinhos, e não precisa se preocupar tanto.
– Como não? Vocês são minha vida!

Mãe parece ser tudo igual mesmo, não é?

– E quem é essa bela moça? – pergunta Simone.
– Esta é a Savannah. – respondi, e Savannah sorriu.
– Ah, então quer dizer que finalmente estou conhecendo a garota de que tanto ouvi falar. – minha mãe se aproximou dela, e lhe cumprimentou com beijinhos no rosto. – Ela é mais bonita do que você comentou.
– É sim. – disse.
– O Tom não parava de falar em você.
– É mesmo? – diz Savannah.
– Venha, quero apresentar a minha mais nova nora às minhas amigas.
– O quê? – Savannah e eu, dissemos em uníssono.

Minha mãe levou a Savannah para apresentar as amigas, e eu fiquei lá parado, ainda tentando absorver o que aconteceu nos últimos segundos. Pelo visto, a noite de Natal será inesquecível, e eu espero que seja mesmo.

Postado por: Grasiele

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