sábado, 18 de fevereiro de 2012

Glamourous - Capítulo 4 - Bienvenue à Paris!

Hotel Concorde Montparnasse...



Assim que chegamos ao hotel Maria nos reuniu no saguão do mesmo, tenho que confessar que estava igual uma tonta olhando pra tudo, era tão irreal pra mim que eu estivesse ali.



__ Muito bem meus queridos, vocês já sabem como funciona o esquema. Hoje o dia de vocês é livre para fazerem o que quiserem, desde dormir ate passear pela grande Paris. – apesar de estar mega cansada, eu não perderia a chance de conhecer Paris dormindo, mesmo que ninguém fosse comigo, hoje eu ia andar por essa cidade feito uma louca. – mas lembrem-se amanhã bem cedinho vocês tem ensaio, então nada de farrear ate tarde me ouviram? – todos balançamos a cabeça em afirmativo, Maria deu um grande sorriso e saiu com Pepe em seu encalço. Eu me virei sorrindo pra Carlla que roia suas unhas freneticamente.



__ Que foi? – ela perguntou ao ver meu sorrisão estampado na cara. – Nem pensar dona Annie, eu vou é dormir. – desmanchei o sorriso e abaixei a cabeça.



__ É claro, você já deve estar enjoada de Paris, vem pra cá sempre né, aiiinn – dei um suspiro longo. – tudo bem fazer o que, quem sabe....



__ Chega Annie!! Eu vou com você. – abri um sorriso de novo. – fica fazendo chantagem emocional né, tenho que aceitar.



__ Vai ser legal eu prometo, você nunca vai se divertir em Paris como hoje. – ela ajeitou sua franja e me olhou desconfiada.



__ Quero só ver. – eu sorri. – E aonde você esta pensando em ir?



__ Carlla Hello! Eu nunca vim pra Paris, como quer que eu saiba. – ela coçou a cabeça como quem pensava em alguma solução.



__ É que eu também não conheço tão bem Paris assim. – eu arregalei os olhos.



__ Como assim não conhece? – falei um pouco alto.



__ Vejo que as mocinhas estão com problemas não é? – Georg tinha acabado de chegar e se apoiou no ombro da Carlla, meu coração só faltou pular pra fora do peito.



__ Ain Listing dá um tempo ta legal? – Carlla falou revirando os olhos.



__ Calma ai Carllinha eu só to querendo ajudar você e a...a...quem é você? – meu Deus ele tava falando comigo.



__ Annie Totzzi, sou a nova modelo. – ele pareceu surpreso quando eu disse isso, mas logo abriu um belo sorriso.



__ Ah, então é você a garota que o T... erg então vocês vão sair por Paris? – não entendi porque ele não completou a frase, mas balancei positivamente a cabeça sorrindo. – Posso ir com vocês.



__ Nem pensar, eu não to com saco pra te aturar. – Não entendia porque Carlla odiava tanto aquele Deus Grego.



__ Sabe o que é isso Carllinha? Amor, puro e doce amor. – ela olhou ele dos pés a cabeça.



__ Nem nos meus piores pesadelos Listing. – aquilo iria virar um briga, eu estava sentindo isso. – Você é o tipo de cara que eu tenho repulsa, alem do mais nem tem tanta coisa pra oferecer assim. – ela falou num tom sarcástico, Georg fechou a cara na hora e começou a se aproximar de Carlla.



__ O que você disse? – ele perguntou se aproximando cada vez mais dela, e ela não se movia apenas o olhava com um ar superior. – Por que não repete olhando nos meus olhos? – ele falou a segurando pelos ombros, tenho que confessar que estava boquiaberta com aquilo, concerteza eles iam se pegar ali, Carlla estava sem ação, eu não queria atrapalhar, mas também não queria ficar de vela né, soltei um pigarro alto fazendo com que os dois se separassem, sabia que haveria outros momentos, Carlla correu pro meu lado. – Como eu já disse, eu vou com vocês. – Carlla abriu a boca pra falar, mas eu interrompi.



__ Tudo bem Georg, sem problemas. – Carlla me fuzilava com o olhar.



__ Muito bem, me esperem aqui, eu já volto. – ele saiu caminhando em direção a um grupo de modelos que estavam reunidos conversando. Virei-me para Carlla sorrindo, a mesma ainda me fuzilava com o olhar. Decidi ficar quieta. Alguns minutos depois vi Georg vindo em nossa direção, mas ele não estava sozinho, Tom estava vindo junto dele. Não sei porque mas Tom também me encantava, mas era de um jeito diferente, eu tinha vontade de ficar perto dele, de descobrir coisas sobre ele.



__ Olá. – ele falou com um sorriso fofo no rosto. – Então estão prontas pra conhecer a magnífica Paris?



__ Concerteza, e você será nosso guia turístico? – perguntei curiosa.



__ Não! Eu serei seu guia turístico e o Georg da querida Carllinha. – Carlla arregalou os olhos, eu ia protestar, mas Tom me puxou rápido pela mão, me arrastando pra fora do hotel.



__ Rápido, antes que Carlla nos alcance. – nós corríamos pelo jardim do hotel, Tom chamou um táxi que passava por ali, entramos ofegantes pela corrida que tínhamos dado.



__ Será que dá pra me explicar o por que de termos feito isso. – ele se virou pra mim com um meio sorriso nos lábios.



__ Digamos que o Georg precisa resolver uns assuntos pendentes com a Carllinha. – já tinha entendido do que se tratava. Fomos o resto do caminho em silencio, não sabia o que conversar com ele. Estava distraída quando percebi que o táxi tinha parado. Tom pegou em minha mão e me puxou pra fora do carro, assim que saímos eu fiquei paralisada. Estávamos em frente à Torre Eiffel, senti como se meu coração tivesse parado de bater, era inexplicável o que eu estava sentindo, só sabia que era bom, ah se eu pudesse ficar ali pra sempre, admirando aquele lugar. Tom estava do meu lado.



__ E então, o que achou? – ele perguntou me tirando do transe.



__ É perfeito. – falei ainda olhando pra aquela imensa Torre. – eu já achava lindo quando via nos filmes, mas assim pessoalmente é maravilhoso! – ele sorria pra mim.



__ Você ainda não viu nada. – ele ofereceu seu braço para que eu pegasse, eu aceitei. Tom me mostrava tudo com muita paciência e calma. Passávamos por lugares incríveis, Paris era mesmo fascinante. As pessoas eram tão bonitas e chiques, sempre bem arrumadas. Estava ate envergonhada da forma como estava vestida, all star preto, calca jeans surrada e uma camiseta branca escrito : I Love Itália, mas eu era pobre, não tinha roupas da moda, mas isso teria que mudar se quisesse ser uma modelo bem sucedida. Ah tinha os casais apaixonados também, a cada esquina tinha um casal abraçado, ou se beijando, tenho que confessar senti um pouco de inveja, já fazia 7 meses que não me relacionava com ninguém, será que Paris me traria sorte? Naquele momento Bill me veio em mente, não sei porque, mas me lembrei daquele rosto lindo e angelical e que talvez escondesse uma pessoa totalmente diferente.



__ Ain vem comigo. – Tom pegou em minha mão e me puxou para um carrinho lindo que tinha ali naquela pracinha, supus que era de sorvete pelo desenho que tinha. – Gosta de chocolate? – eu fiz que sim com a cabeça. – Deux glace au chocolat, crème, s’il vous plaît. ( Dois sorvetes de chocolate, por favor) – ele falava francês! E ficava tão fofo fazendo aquele biquinho. Comecei a rir me lembrando dele pedindo os sorvetes, ele olhou pra mim curioso. – Por que ta rindo?



__ É que você fica fofo falando francês. – ele abriu um sorriso e pude ver suas bochechas ficarem rosadas, okay, agora estava mais fofo ainda. O senhor nos entregou o sorvete, era uma delicia. Eu me divertia com Tom e com suas piadas, ele era super extrovertido. Meus olhos chegaram a brilhar assim que o vi : o Rio Sena estava bem a minha frente. – Tom por favor eu quero muito andar no rio Sena, é meu sonho.



__ Oui Madam. – ele fez uma reverencia, pegou em minhas mãos e fomos em direção aquele lugar lindo. Entramos no barco e ele não estava cheio, pelo contrario só havia mais um casal conosco. Eu não queria, mas era difícil não se emocionar naquele lugar, comecei a me lembrar da minha família, que saudade sentia deles, tinha certeza que minha mãe adoraria esse lugar. Quando vi já estava chorando, Tom pareceu notar. – Hey, por que ta chorando? – ele perguntou atencioso.



__ Saudades. Queria muito que minha família estivesse aqui comigo sabe, esse sempre foi nosso sonho e agora eu to aqui, realizando ele, mas sem eles. – ele se aproximou um pouco de mim e delicadamente limpou uma lagrima que escorria.



__ Não pense assim. Tenho certeza que o orgulho que eles sentem por você já é enorme. – ficamos em silencio por mais um momento. – esse lugar me deixa arrepiado sabe, e o incrível é que mesmo depois de já ter vindo pra cá milhares de vezes eu ainda tenho essa sensação. - Passando esse tempo com Tom é que eu tinha percebido como ele era diferente, sempre pensei que ele fosse apenas engraçado nada demais, mas não, alem de engraçado ele podia ser um ótimo amigo e guia turístico. Não sabia se era o momento certo, mas eu precisava saber...



__ Tom... – ele se virou me encarando docemente. – o que aconteceu com você e com seu irmão? – ele pareceu surpreso com a pergunto, seu rosto mudou de expressão, ele abaixou a cabeça e depois levantou novamente.



__ Annie eu não quero falar sobre isso. – sabia que essa seria sua resposta. – me desculpa ta, não é nada com você é só que falar sobre isso me machuca. – eu acenei afirmativamente.



__ Mas se um dia precisar desabafar, saiba que eu estou aqui. – ele sorriu.



__ Você será a primeira pessoa que eu procurarei. – ele me deu um beijo estalado na bochecha. – Lindinha! – eu sorri. Nem me dei conta como o tempo tinha passado rápido, quando vi o passeio já tinha acabado. – Saímos de lá e decidimos voltar ao hotel, mas como era perto dali fomos caminhando mesmo. Um pouco antes de chegar ao hotel passamos pela vitrine da Channel e juro que quase tive um enfarte com o vestido que vi, era simplesmente maravilhoso. Tom me olhava curioso.



__ Como é lindo! – falei encantada olhando para o vestido, ele era tomara que caia, vermelho sangue, bem apertado no busto e soltinho em baixo, era bem curto. Eu simplesmente me encantei com o vestido, mas ele devia ser muito caro. – Vamos vai Tom, vamos antes que eu assalte essa loja. – ele começou a rir.



__ Você gostou? – eu me virei estupefata.



__ Se eu gostei? Eu amei, mas vamos logo vai, não quero mais olhar pra ele. – o peguei pela mão e o puxei. Chegamos ao hotel e tinha que confessar estava cansada. Assim que entramos no saguão me deparei com ele. Bill estava sentado em uma poltrona lendo uma revista, mas quando nós entramos ele virou sua atenção para nós. Pela primeira vez nossos olhares se encontrarão eu senti uma coisa diferente, era como se ele tirasse todo o ar que existia dentro de mim, mas sua feição era triste e fechada, principalmente depois de ver com quem eu estava. Balancei a cabeça e desviei meu olhar do dele.



__ Então, vamos sair hoje à noite? – Tom devia ter falado bem alto, pois ele não tirava o olho na gente.



__ Vamos, ah não vamos não.



__ Por que? – ele perguntou incrédulo.



__ Porque eu não tenho roupas adequadas pra sair. – exclamei triste.



__ Fica tranqüila, você confia em mim? – eu não entendi o que ele queria. – Confia?



__ Confio, mas Tom...



__ Ótimo, então você terá uma roupa linda e nós sairemos pra curtir adoidado Paris okay? – eu dei risada e de novo olhei pra ele, mas seu olhar agora não era mais triste e sim um olhar bravo e nervoso.



__ É melhor eu ir então.



__ Okay! – ele deu um beijo demorado na minha testa fazendo com que eu abrisse um sorriso. – adorei o dia que passamos juntos.



__ Eu também. – dei uma ultima olhada em Bill. – Xau. – Tom acenou com a mão pra mim, eu me virei e caminhei ate o elevador, tive a sensação que ele me acompanhava com os olhos. Entrei no elevador ofegante, Bill fazia aquilo comigo, mas por que? Meu Deus o que eu estava sentindo?



7:00 horas da noite, quarto 654...



Carlla estava falando um monte de merda pra mim porque eu tinha deixado ela e Georg sozinhos. Nós estávamos no mesmo quarto. Eu ria enquanto ela gritava lá do banheiro.



__ SUA TRAIRA, ME DEIXOU SOZINHA COM AQUELE MAL AMADO! – tava mais do que na cara que ela era louca por ele. Eu não tinha percebido que ela tinha saído do banheiro e continuava rindo. – PARA DE RIR DE MIM! – tapei a boca com as mãos segurando o riso, me levantei e fui ate ela.



__ Me desculpa Carllitá? – fiz cara de pidona, ela estava com um bico enorme. – Por favor vai!



__ Vou pensar no seu caso. – ela falou erguendo a cabeça.



__ Por favor Carllitá? – comecei a fazer cosquinhas em sua barriga, ela começou a se retorcer e rir sem parar.



__ Ta bom, Ta bom, eu te perdoa, agora PARA!!! – eu parei e lhe dei um abraço forte. – Sua bobolina.



__ Bobo o que? – perguntei rindo.



__ Bobolina, a nem tenta me entender.



__ Ok! Você vai sair com a gente hoje né? – ela se olhava no espelho.



__ Pra você me deixar sozinha de novo com o Listing, nunca! – ela exclamou se virando pra mim com uma cara de é obvio!



__ Não vamos! Eu te prometo que... – fui interrompida pela campainha que tocou, ela fez sinal para que eu atendesse. Me levantei e abri a porta, mas não tinha ninguém, apenas uma grande caixa branca no chão. Dei de ombros, peguei a caixa e entrei.



__ Quem era? – ela me perguntou curiosa.



__ Uma caixa. – respondi rindo.



__ Não tem nenhum bilhete? – ela perguntou olhando pra caixa, procurei mas não tinha nenhum. Decidi abrir a caixa e ai sim havia um bilhete por cima do pano que cobria o presente. Carlla pegou o bilhete. – “ Quando disse pra você confiar em mim era porque tinha um motivo, disse que iria ter roupa pra sair comigo e aí esta, espero que goste. Beijos Tom! P.S. : Você vai ficar linda nele.”



Ele não podia ter feito o que eu pensava que ele tinha feito, olhei para Carlla e ela tinha um sorriso em seus lábios.



__ Abre logo! – ela mandou, calmamente fui tirando o pano que o cobria. Quando o vi quase cai pra trás, Carlla tapou a boca com as mãos de tão grande a surpresa.

Postado por: Grasiele

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