sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 67

P. O. V. Duda

A sensação de afundar em si mesma era estranha, a escuridão não parecia tão apavorante quando cheguei ao fundo e, de alguma maneira, eu sabia que teria alguém para me salvar quando não suportasse mais, quando estivesse sufocando... E eu estava certa quanto àquilo. Meus sentidos voltaram aos poucos, ainda afetados por ver meus amigos todos na sala da casa de meus avós me esperando com sorrisos confortantes e olhares encrustados de saudade. Eu estava parcialmente pronta para me levantar de onde quer que eu estivesse, ainda faltava ter plena confiança de que minhas pernas não falhariam e precisava criar coragem para abrir meus olhos que, eu tinha certeza, procurariam imediatamente por Tom.
Meu corpo estava descansando sobre algo extremamente confortável, talvez fosse o sofá e minha cabeça repousava sobre o colo de alguém... Cheguei a essa conclusão quando senti dedos passearem lenta e carinhosamente em meus cabelos e o perfume quase imperceptível, mas próximo o bastante para que eu pudesse absorver, eu conhecia aquele aroma.
Abri meus olhos lentamente e, quando minha visão tornara-se completa, avistei o rosto de Bill acima do meu, me encarando com seus lindos olhos castanhos.

­-Olá, Bela Adormecida. –cumprimentou-me e sorriu cutucando a ponta de meu nariz com seu dedo indicador.


Apenas sorri em resposta e levantei rapidamente, sentando-me ao seu lado e, em seguida, o envolvi em um abraço apertado, tentando matar um pouco daquela saudade que parecia infinita.

–Eu quase morri de saudade. –murmurei aspirando seu perfume e acariciei sua nuca levemente.

–E você acha que eu não? –Bill perguntou me encarando como se estivesse se preparando para me dar uma bronca. –Eu só não corri atrás de você porque sabia que precisava de um tempo para pensar e, se soubesse que ficaria tanto tempo sem falar com você, a teria barrado.

–Desculpe por isso. –murmurei sentindo a culpa me invadir aos poucos... Porque mesmo longe eu continuava machucando as pessoas que eu amo?
–E você merece ganhar um prêmio por se esconder tão bem. –sorriu fazendo uma careta e riu em seguida.

–Como vocês descobriram onde eu estava? –perguntei arqueando as sobrancelhas, deixando minha curiosidade exposta.

–Bem, pergunte ao Tom. –respondeu dando de ombros, demonstrando indiferença e meu coração palpitou.

–Ele...

–Sim, foi ele quem achou você, Duda. –respondeu à minha pergunta inaudível.


Tom havia me procurado? Não podia imaginar por quanto tempo ele buscara, teriam sido aqueles três meses tentando me encontrar?
Eu queria perguntar para Bill, mas antes que eu o fizesse houvera batidas na porta do escritório de vovô... Só percebera onde estava naquele momento.
Bill levantou-se e seguiu até a porta, abriu-a e apenas pude vê-lo balançar a cabeça concordando sobre alguma coisa.

–Fique aqui, está bem? –pediu sem sair da frente da porta, impedindo-me de ver quem quer que estivesse falando com ele.

–Não tenho escolha. –girei os olhos e permaneci sentada, meu melhor amigo apenas sorriu e saiu fechando a porta atrás de si.


Eu queria sair dali e procurar por meus outros amigos, mas principalmente ver Tom. Não tenho ideia de quanto tempo fiquei sentada esperando que alguém fosse me chamar, o tedio era palpável e eu já estava começando a ficar irritada.
Levantei do sofá caminhando em direção à janela, mas parei dando meia volta ao ouvir uma melodia suave invadir o cômodo e, provavelmente, a casa inteira... Alguém estava tocando piano e era algo realmente lindo, uma melodia suave.
Segui para fora do escritório guiando-me através das notas e pouco tempo depois estava na sala, onde, para minha surpresa não havia mais ninguém além de Bill e Tom. Meu coração deu um salto quando vi
ele deslizando os seus dedos graciosamente pelas teclas e tive vontade de correr em direção aos seus braços, aconchegar-me e nunca mais sair.
Bill virou-se delicadamente ao perceber minha presença e sorriu.

Is there anybody out there walking alone, is there anybody out there out in the cold... One heartbeat lost in the crowd.
Tem alguém aí caminhando sozinho, tem alguém aí no frio... Uma batida de coração perdida na multidão.


Meu melhor amigo iniciara a canção acompanhando a melodia, que parecia encaixar-se perfeitamente àquela letra, era algo lindo e me fizera paralisar.

Is there anybody shouting what no one can hear, is there anybody drownin' pulled down by the fear.Tem alguém gritando o que ninguém ouve, tem alguém se afogando puxado para baixo pelo medo.


Eu me sentia parte daquela música, me deixara envolver pela melodia e a letra descrevia tudo o que havia acontecido comigo naqueles três meses... Aquela era minha música, eu podia sentir, mesmo que fosse de uma maneira estranha. 
I feel you, don't look away.
Eu sinto você, não desvie o olhar.

A frase que se seguira lenta e suave, me levou a questionar se Tom realmente me sentia ali e a certeza surgira de algum lugar desconhecido, me fazendo sorrir.


Zoom into me, zoom into me... I know you're scared.
Aproxime-se de mim, aproxime-se de mim... Sei que você está assustada.


Eu realmente estava me sentindo assustada, mas não de uma maneira ruim, o que era estranho.
Involuntariamente avancei alguns passos, aproximando-me.

When you can't breathe I will be there, zoom into me.
Quando não puder respirar estarei lá, aproxime-se de mim.


Algumas lágrimas começavam a escapar de meus olhos sem que eu tivesse controle, mas eu chorava de alívio por tê-los comigo e ver Tom, mesmo sem ter o tocado, aquecia meu coração e fazia o sangue correr por minhas veias rapidamente.



Is there anybody laughing to kill the pain, is there anybody screamin' the silence away... Just open your jaded eyes.Tem alguém rindo, para matar a dor, tem alguém gritando o silêncio distante... Apenas abra os seus olhos cansados.


Apesar de ter me sentido derrotada e cansada durante muito tempo por causa da dor que me consumia, naquele momento eu me sentia renovando a cada nota entoada. Não havia nada que me impedisse de ser feliz, porque aquele que me fazia viver estava lá, a poucos passos de distância.

Zoom into me, zoom into me... I know you're scared.Aproxime-se de mim, aproxime-se de mim... Sei que você está assustada.

When you can't breathe I will be there, zoom into me.
Quando não puder respirar estarei lá, aproxime-se de mim.

Ordenei aos meus pés que avançassem, eu queria poder vê-lo de perto e ter certeza que aquele era mesmo o meu Tom, precisava saber se aquilo estava realmente acontecendo ou se era apenas mais um sonho.

Come closer and closer.
Chegue mais perto e mais perto.


Eu estava totalmente alheia ao mundo, presa àquela música e me sentia enfeitiçada, agindo inconscientemente com obediência àquela letra.

When you can't breathe I will be there, zoom into me.
Quando não puder respirar estarei lá, aproxime-se de mim.


As lágrimas continuavam a escapulir, ficando mais intensas a cada segundo e forcei-me a afastá-las antes que meus olhos se cansassem e fechassem... Eu não poderia e nem queria perder um segundo sequer daquela visão.

Zoom into me, zoom into me when the world cuts your soul into pieces and you start to bleed.Aproxime-se de mim, aproxime-se de mim quando o mundo cortar sua alma em pedaços e você começar a sangrar.
When you can't breathe I will be there, zoom into me.
Quando não puder respirar estarei lá, aproxime-se de mim.


Mais algumas notas foram tocadas e a música finalmente havia chegado ao fim, Bill levantou-se após afagar o braço do irmão demonstrando seu apoio e, antes de se retirar, beijou minha testa.
Respirei fundo tentando acalmar minha respiração, que fora alterada devido ao choro e ao meu nervosismo, e ouvi Tom suspirando. Eu não me movi um milímetro sequer ao ver
ele levantando lentamente do banco e, quando avistei seu rosto encharcado pelas lágrimas, meus olhos instantaneamente umedeceram.
Segundos depois nossos olhares se encontraram, fazendo-me sentir atingida por uma corrente elétrica, meu corpo tremeu da cabeça aos pés e meu coração saltitou. Eu queria falar alguma coisa, mas eu sabia que palavras não seriam suficientes para descrever o que estava sentindo, então me contentei em apenas morder o lábio inferior, gesto que Tom imitou me fazendo sorrir.
Tudo o que eu queria era tê-lo de volta e ele estava ali, mas não perto o suficiente, meu corpo, meu coração e minha alma o queriam conectado a mim. Suspirei ordenando aos meus pés que seguissem em frente e ver Tom abrindo os braços para me receber serviu como um pontapé, me fazendo correr em disparada a seu encontro.
Corri mais rápido do que nunca e, quando estava perto o bastante, pulei enroscando meus braços em seu pescoço e minhas pernas envolveram sua cintura. Abracei-o colando nossos corpos o máximo possível, minhas mãos prenderam-se em suas tranças e colei meu rosto em seu pescoço aspirando seu perfume, o qual eu ansiava sentir novamente.
Senti uma das mãos de Tom acariciando minhas costas, enquanto a outra se infiltrava em meus cabelos, e seu rosto descansou na curva de meu pescoço, me permitindo sentir sua respiração quente e acelerada, e suas lágrimas molhando minha pele.

Eu não sentia mais aquela dor insuportável, nem a angústia... Ambas foram derrotadas pela felicidade extrema e o alívio de ter minha vida e meu coração sãos e salvos novamente.

Nos minutos que se seguiram ficamos abraçados sem qualquer movimentação, apenas sentindo a segurança penetrando em nossos corpos, permitindo que o medo fosse extinto e que levasse as lagrimas com ele.
Movi meu rosto lentamente para permitir que meus lábios entrassem em contato com a pele quente e macia do pescoço de Tom, e pude senti-lo estremecer quando o fiz. Senti seus lábios deslizando pelo meu pescoço e seguindo para o maxilar em seguida, impossibilitando o contato de meus lábios com sua pele. Suspirei ao sentir a respiração quente próxima à minha orelha e o apertei mais contra mim quando mordeu de leve o lóbulo de minha orelha.

–Agora eu estou aqui e nunca mais vou embora, meu anjo. –ouvi-o sussurrar, enquanto sua mão descia de meus cabelos para minha nuca. –Eu amo você.


Meu coração batia mais forte a cada palavra dita e, antes que Tom dissesse algo a mais, eu tomei seus lábios, beijando-o com desespero. Deslizei uma de minhas mãos até seu rosto e o acariciei delicadamente com as pontas dos dedos, enquanto ele guiava a mão que estava em minhas costas para a cintura e pressionava sem muita força.
Eu não queria interromper, mas eu precisava respirar antes que desmaiasse e eu não queria que acontecesse novamente. Partimos o beijo permanecendo com os rostos colados e as respirações colidindo, a mão de Tom que estava em minha nuca seguiu para minha bochecha e descansou ali, apenas o polegar movia-se acariciando minha pele.
Sorri agradecendo mentalmente por tê-lo ali, seguro em meus braços e senti-o mover seu rosto até que seus lábios tocassem a palma de minha mão e depositou um beijo, fazendo-me aumentar o sorriso.

–Eu nem acredito que esteja aqui. –confessei em um murmúrio.

–Nem eu. –confessou deixando escapar uma risada. –Não foi nada fácil encontrar você, senhorita recordista do pique-esconde.

–Obrigada por não ter desistido de mim. –falei fixando meu olhar em seus olhos castanhos.

–Eu iria atrás de você até no inferno. –me deu um selinho e ficou em silêncio durante alguns segundos, apenas me observando.

–O que foi? –perguntei após vê-lo desviando o olhar e o sorriso sumir de seu rosto, me deixando preocupada.

–Me desculpa por tudo o que eu fiz... –seus olhos umedeceram e sua voz soou baixa. –Eu disse coisas tão horríveis que, durante esses três meses, quase me fizeram enlouquecer sentindo a culpa de tê-la feito sofrer tanto a ponto de me deixar.

–Na verdade você deveria apanhar por aquilo. –falei tentando manter minha expressão mais séria o possível. –E qualquer garota nem iria querer olhar na sua cara... –respirei fundo e sorri ao ver seus olhos arregalados. –Entretanto sou diferente das outras e mesmo você sendo um cachorro e safado, não conseguiria viver sem você. –vi um sorriso surgir em seus lábios. –Eu nem teria me lembrado daquilo se você não tivesse falado, te ver aqui me fez esquecer e...


Minha tagarelice foi interrompida por um beijo roubado que no início me deixara sem reação, mas em seguida reagi sincronizando meus lábios com os de Tom numa dança perfeita e calma, demonstrando a felicidade que emanava de nós.

–Acho que esqueci de falar alguma coisa... –murmurei após terminarmos o beijo e Tom lançou-me um olhar curioso. –Já sei! –minha voz soou animada como se tivesse descoberto algo incrível. –Amo você, minha vida.

–Sério? –perguntou parecendo desconfiado. –Quanto?

–Para de ser idiota, garoto! –xinguei girando os olhos e fazendo bico. –O que eu sinto por você é tão forte e grandioso que você não tem nem ideia. –cutuquei seu nariz com a ponta de meu dedo.

–Adoro provocar você. –comentou sorrindo sacana e lambeu meu dedo.

–Pervertido!

–Gostosa. –apertou minha bunda e gargalhou após eu dar um tapa de leve em seu rosto. –Bate que eu gamo!

–Com licença. –a voz de Georg soou interrompendo nossa “briga”. –Nós gostaríamos de saber se está tudo certo entre vocês, me mandaram aqui pra ver se estão vivos e vejo que mais vivos do que nunca. –riu. –Agora, se não se importam, seus avós estão esperando, Duda!

–Claro, Ge. –falei descendo do colo de Tom.

–Vaza, anão. –Tom murmurou e Georg mostrou-lhe o dedo médio, saindo em seguida.

–Um poço de educação você, hein! –girei os olhos. –Agora vamos, meus avós deram duro pra que tudo saísse perfeito e, além disso, estou morrendo de fome.

–Como queira, meu bem. –beijou minha bochecha e seguiu-me em direção à sala de jantar, onde todos estavam.


Encostei-me no batente da porta e mantive-me em silêncio, apenas observando todos reunidos conversando, Tom abraçou-me por trás dando um leve beijo em minha nuca e pousou seu rosto sobre meu ombro, segurei suas mãos enlaçando nossos dedos e pousei-os sobre meu ventre.

–Eles estão demorando demais, não acham? –Camila perguntou parecendo impaciente.

–Quem? –perguntei e ri ao ver os olhos de minha melhor amiga saltarem.

–Aleluia, vocês se acertaram! –Simone levantou os braços como se estivesse agradecida por alguma benção.

–Eu poderia jurar que estavam brigando. –Georg comentou rindo.

–Mas já? –Anne perguntou e riu em seguida.

–Esses dois são assim mesmo, entre tapas e beijos. –Bill disse entre risos.


Sorri ao ver todos felizes, separei-me de Tom e cumprimentei cada um de meus amigos com abraços apertados e beijos nas bochechas.

Bill havia levado sua namorada consigo, ela era exatamente como meu melhor amigo havia dito: tímida, amável, doce, gentil e dona de uma beleza diferente, simples e natural.
Camila estava linda ostentando orgulhosamente a sua barriga, faltavam apenas dois meses para que meu afilhado ou afilhada nascesse e ela, assim como Gustav, estavam radiantes por causa do bebê que estava à caminho.
David e Anne permaneciam juntos e pareciam mais apaixonados do que nunca, Georg continuava solteiro e lindo, e Simone estava verdadeiramente encantadora e amável
, exatamente como quando a conhecera.

Após cumprimentar a todos, Simone, Anne e eu ajudamos meus avós a servir a ceia e, logo depois, sentamo-nos à mesa. Vovó fez a oração, jantamos e, após todos terminarem de comer, nós, as mulheres, seguimos para a cozinha e demos um jeito na louça.

–Estou ficando com sono. –Camila comentou bocejando.

–Está tudo pronto, já podemos fazer as entregas dos presentes. –falei terminando de secar a pia.

–Com licença. –Tom pediu após bater na porta da cozinha. –São cinco para a meia-noite. –informou.

–Já estamos indo, querido. –Simone gesticulou e saiu da cozinha acompanhada por Anne, Camila e Angel.

–Têm três minutos, ok? –vovó avisou direcionando-nos um sorriso cúmplice. –Vou espera-los na sala de jantar. –piscou nos fazendo rir e se retirou.


Tom sorriu e aproximou-se rapidamente, segurou minha cintura e ergueu-me, me fazendo sentar na bancada da pia. Sem perder muito tempo aproximei meu rosto e beijei-o, segurando sua nuca com uma das mãos, enquanto a outra escorregava com habilidade para baixo de sua blusa de malha, tocando seu abdome definido e arrepiando-o.
Uma das mãos de Tom prendeu-se em meus cabelos, enquanto a outra deslizou em direção ao meu joelho e, pouco tempo depois, acariciava minha coxa por cima da meia-calça. Arfei quando senti sua mão apertar minha coxa e provoquei-o arranhando sua pele, que queimava sob meus dedos.

–Tom. –seu nome saiu em um gemido quase inaudível. –Nós precisamos ir. –avisei.

–Ok. –concordou e, antes de me deixar sair de cima da bancada, me deu um último beijo.


Seguimos para a sala de jantar, onde encontramos vovó e fomos para a sala, onde todos estavam sentados confortavelmente em frente à lareira: vovô no sofá de dois lugares, David sobre um dos braços do sofá de quatro lugares e Anne ao seu lado, Simone estava sentada entre Anne e Camila, minha melhor amiga estava entre Simone e Gustav, este que estava sentado no outro braço do sofá, Bill estava sentado no tapete, entre as pernas de Angel, e Georg ao lado dos dois.

–Acho melhor imitarmos meu irmão, só que invertido. –Tom comentou e lancei um olhar interrogativo em sua direção. –Querida, estou com um grande problema. –sussurrou em meu ouvido. –E a culpa é toda sua. –riu.


Após a declaração de Tom eu entendi o porquê dele parecer tão desconfortável e não ter tirado as mãos cruzadas da frente de suas calças, o que me fez sufocar uma risada.
Vovó sentou-se ao lado de meu avô e, em seguida, Tom e eu sentamo-nos no tapete assim como ele havia sugerido e Bill olhou-nos contendo o riso... Bem, eles eram gêmeos e ambos conheciam-se bem o suficiente para perceber as reações um do outro.

–Hora dos presentes! –vovô avisou e olhou seu relógio. –Feliz natal! –desejou.

–Quem quer ser o primeiro? –vovó perguntou.


Ninguém se manifestara, então acabamos concordando em fazer as entregas em ordem alfabética, Angel entregou seus presentes, depois Anne, Bill, Camila e assim por diante, terminando em Simone.
–Preciso dormir. –Camila murmurou.

–Você e Gustav podem dormir no meu quarto. –ofereci.

–Muito obrigada, amiga, estou mesmo precisando. –agradeceu entre bocejos, me fazendo rir.

–Temos mais três quartos disponíveis. –vovó avisou. –Mas num deles alguém precisará dormir no chão.


Separamos os quartos, ficando da seguinte maneira: meus avós continuariam em seu quarto, Camila e Gustav dormiriam em meu quarto, Anne e David ficariam com o quarto de meus pais, Bill e Angel no quarto de hóspedes com uma cama de casal, Georg e Simone no quarto de hóspedes onde havia apenas uma cama de solteiro, Simone dormiria na cama e Ge em um colchão no chão e, por fim, Tom e eu ficaríamos com a sala onde havia o sofá confortável, algumas almofadas, travesseiros, a lareira e alguns cobertores.
Agradeci mentalmente por Simone ter levado mais roupas de cama por precaução, já que, mesmo vovó mantendo um grande estoque de cobertas e travesseiros, alguém passaria por maus bocados naquela noite fria.

Antes que Camila fosse dormir, segui para meu quarto para colocar um pijama, escovar os dentes e tirar a maquiagem. Após ter-me “desfeito” voltei para o andar inferior, onde estava apenas Tom segurando uma mochila enorme.

–Tem um banheiro aqui embaixo, ao lado do escritório, segunda porta à direita. –expliquei indo em direção à lareira, onde coloquei mais lenha.

–Obrigada, gracinha. –agradeceu e deu-me um selinho antes de sumir pelo corredor.


Improvisei uma cama no chão e pouco tempo depois Tom retornou vestindo uma calça azul marinho de moletom e uma regata branca, que deixava seus braços musculosos e perfeitamente esculpidos a mostra.

–Chão ou sofá? –perguntei tentando ignorar a vontade de agarrá-lo.

–Que tal os dois? –perguntou após largar sua mochila ao lado da árvore de natal.

–Não entendi. –disse franzindo o cenho.


Tom apenas sorriu mordendo o lábio, aproximou-se e iniciou um beijo lento, guiando-me a passos largos até o sofá. Poucos segundos depois estávamos os dois deitados, ele por cima de mim, e beijávamo-nos com mais urgência, nossas mãos passeavam livremente pelo corpo um do outro saciando a vontade do reencontro.
Eu não estava aguentando ser dominada e mantida presa por seu corpo, então o derrubei do sofá caindo por cima dele, o que fez um barulho um pouco alto.

–Maluca. –riu e acompanhei-o deixando que um riso escapasse por entre meus lábios.

Voltei a beijá-lo, Tom sentou obrigando-me a imitá-lo e encostou suas costas no sofá sem separar nossos lábios um segundo sequer. Senti suas mãos apertarem minha cintura me fazendo gemer baixo, deslizei minhas mãos por seus braços e apertei-os quando Tom pressionou seu corpo contra o meu.
Deslizei minhas mãos até chegar à barra de sua regata e em seguida joguei-a longe, Tom fez o mesmo com minha camiseta e, ao ver meu peito nu, trilhou um caminho de beijos até o mesmo fazendo meu corpo arrepiar e, quando seus lábios aproximaram-se de meu sutien, sua língua brincava nos limites impostos pela peça, causando a aceleração de meus batimentos cardíacos.
Tom fez-me deitar à medida que descia por meu abdômen e, quando chegou à barra de minha calça, deslizou-a lentamente por minhas pernas, acariciando minha pele durante o processo. Quando a peça estava fora de vista, senti seus lábios macios beijando um de meus pés, causando-me cócegas, ri e o vi sorrir, continuando a subir por minha perna até alcançar a parte interna de minha coxa, onde mordeu de leve, arrancando-me um gemido rouco.
Seus olhos desejosos me encararam por alguns instantes e depois repetiu o mesmo processo com a outra perna, mordendo minha coxa na parte interna com um pouco mais de força e não desgrudou seus lábios de minha pele, apenas seguiu com sua língua até minha virilha. Puxei-o de encontro aos meus lábios e beijei-o com urgência, senti suas mãos apertarem minha cintura e virou-me, permitindo que eu tomasse o controle.
Terminei de beijá-lo e trilhei um caminho de beijos, mordidas e leves chupões de seu pescoço até a barra de sua calça, livrei-me da peça e junto dela foi-se a cueca boxer. Tom sorriu malicioso e puxou-me para si, engolindo-me em seu beijo e deslizou uma de suas mãos para o fecho de meu sutien, livrou-se dele e seus lábios deslizaram com certo desespero até meus seios, onde depositou beijos carinhosos.
Fechei meus olhos ao sentir sua língua perder o contato com minha pele e sua mão deslizar minha calcinha por minhas pernas até que eu ficasse totalmente nua. Tom segurou minha cintura com uma das mãos e a outra acariciou meu rosto e, em seguida, nossos corpos encaixaram-se perfeitamente causando-me arrepios. Movíamos de forma sincronizada, aproveitando ao máximo o contato de nossos corpos, nossos lábios mantinham-se unidos evitando que nossos gemidos fossem audíveis, nossas mãos exploravam o corpo do outro sem pressa.
Giramos nossos corpos sem quebrar o contato entre nós e continuamos a nossa viagem ao paraíso juntos, suprindo a carência e matando aos poucos a saudade que sentíamos. Não havia nenhum som além das fagulhas de lenha na lareira que, naquele momento, queimavam menos que o sangue em nossas veias e pareciam inferiores ao calor que emanava de nossos corpos em movimento.
Pouco tempo depois o cansaço e o êxtase fizeram-se presentes, permitindo que correntes elétricas corressem de um corpo para o outro, causando uma grande explosão e, enfim, chegamos ao ápice juntos. Meu corpo cansado caíra sobre o de Tom, que me envolveu em seus braços e beijou meu rosto.
Ficamos por alguns minutos em silêncio, apenas ouvindo as batidas de nossos corações submersos em felicidade e amor, e, em seguida, nos vestimos... Tom me emprestou uma de suas camisetas gigantescas e ele dormiria apenas com as peças de baixo, deixando seu peito nu.
Deitei e, após cobrir-nos, Tom me abraçou enroscando suas pernas nas minhas e beijou-me carinhosamente.
–Amo você. –sussurrou roçando seu nariz no meu.

–Amo você. –declarei enquanto acariciava seu rosto.

–Durma bem, meu anjo. –desejou após dar-me um selinho.

–É claro que sim! Apagarei em menos de trinta segundos tendo a certeza de que estará aqui amanhã quando eu acordar. –pisquei lentamente, sentindo o sono tomar-me aos poucos. –Durma bem. –murmurei.

Senti os braços de Tom me apertando contra si e, em seguida, fui possuída completamente pelo sono, tendo certeza de que não estava sonhando.

Postado por: Grasiele

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