sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 64

 P. O. V. Bill Kaulitz

Meu irmão não aparecera durante dias após o meu retorno, eu estava preocupado, havia uma agonia imensa dentro do peito... Eu sabia que Tom estava sofrendo porque eu podia sentir. O que me preocupava não era o seu estado físico porque eu tinha certeza de que ele estava seguro, mesmo não sabendo onde.
A situação que todos nós estávamos vivenciando era muito triste, já que Duda decidira partir sem destino e eu, principalmente, estava tentando não gritar desesperadamente para que ela ficasse, mas eu sabia que não tinha o direito de impedi-la... Tudo o que minha melhor amiga precisava era de tempo, um tempo apenas dela.
Era terrível ver Duda partir porque eu tive a sensação de estar recebendo a dor em dobro, já que meu irmão não estava ali e ele realmente amava aquela garota. O sentimento de perda pegara a todos e, mesmo em silêncio, eu sabia que Anne e Camila culpavam Tom por tudo que havia acontecido, mas eu não consegui enxergar daquela maneira, mesmo que, de certa forma, ele tenha me traído... Meu irmão estava, pela primeira vez na vida, tentando ter a sua garota e não tinha ideia de como seguir sem errar.
O sentimento de culpa me atingiu quando vi Tom parado na porta da casa de Duda, porque seria eu a dar a notícia que apagaria o brilho que havia em seus olhos naquela manhã. Eu tive medo de que Anne ou Camila chegasse a ele e derrubasse suas esperanças de modo arrasador, mas foi impossível evitar que tal coisa acontecesse.
Senti-me impotente ao ver meu irmão mais velho arrasado, mas eu sabia que havia uma luz no fim do túnel, uma pequena esperança de poder ajuda-lo a reencontrar o motivo para que seus olhos voltassem a brilhar e eu o fiz, na verdade Georg e David nos apoiaram.
Lembro claramente que havia passado pouco mais de duas horas desde a partida de Duda, ela poderia estar em qualquer lugar, mas algo me dizia para procurar nos aeroportos e, como havia dois, dividimo-nos... Tom, eu e os outros estávamos correndo um grande risco, mas sabíamos que valeria à pena.
A busca durou pouco mais de uma hora e, quando havíamos desistido e indo embora, senti a agonia voltar com força total em meu peito, havia algo errado com meu irmão. Tom não estava me acompanhando, parecia estático, sequer piscava e aquilo me deixou preocupado... Ele teria visto ela?


–Hey, Tom, o que foi? –perguntei, mas não saiu nenhuma palavra de sua boca, mas em seguida apontou em direção a um táxi que saía do aeroporto e lá estava Duda sentada no banco de trás. –Gott, é ela! -arregalei os olhos. –Duda, hey. –gritei, mas ela sequer se virou para olhar.


Instintivamente envolvi meu irmão em um abraço apertado, ele precisaria de apoio e a única pessoa, além da mamãe, que poderia fazê-lo era eu. Era estranho ver meu irmão chorando como uma criança, parecia desprotegido, desamparado e perdido... Aquilo me cortava o coração porque eu queria vê-lo sorrindo e não se acabando em lágrimas.
Depois daquele dia meu irmão não foi mais o mesmo, vivia quieto e cabisbaixo, falava apenas o necessário. Todos estavam respeitando seu silêncio, mas nós sabíamos que na semana seguinte daríamos início à turnê e precisávamos de Tom inteiro e, por mais estranho que pareça, foi o que aconteceu, mas eu sabia que meu irmão não estava bem... Por fora parecia o mesmo, embora mais magro, e internamente adoecia aos poucos.
Tom parecia apegar-se com todas as forças na música e todos os dias eu o via compondo melodias e escrevendo letras... Aquele comportamento era normal, certo? Errado! Toda a equipe sabia que nenhum de nós trabalhava em canções novas enquanto estávamos no meio de uma turnê e aquele comportamento intrigava até mesmo Angel.
Angel e eu estávamos namorando... Sim! Eu a pedira em namoro no mesmo dia em que chegamos ao hotel, não aguentaria mais nenhum minuto longe dela e fiquei feliz ao saber que o sentimento era recíproco, embora tivéssemos que fazê-lo em segredo durante a turnê para que não houvesse problemas, e só concordei com tal condição porque minha namorada aceitara.
Antes das pequenas mudanças Tom era quem estava sempre por perto para me ouvir, mas devido às circunstâncias, Gustav e Georg faziam o papel de meu irmão mesmo que com certo receio.


–Eu não sei mais o que fazer. –murmurei sentando-me no sofá do quarto dos G’s, estávamos apenas nós três lá, Tom continuava enfurnado no quarto.

–Não sei nem o que dizer... –Gustav suspirou. –Também estou preocupado com essa situação.

–Já tentei de tudo, mas o Tom sequer presta atenção nas minhas piadas. –Georg revirou os olhos.

–Pra piorar a situação David comentou essa manhã que Anne não está conseguindo lidar com a Mila. –Gustav murmurou parecendo chateado. –Estou com medo que isso tudo afete o bebê. –tirou os óculos e esfregou os olhos.

–Eu acho que precisamos voltar. –respondi respirando profundamente, me sentia extremamente cansado.

–E eu acho que vocês deveriam parar de resmungar. –a voz de Tom soou debochada pelo quarto. –Ninguém vai voltar pra casa faltando menos de duas semanas pra acabar a turnê. –revirou os olhos. –Qual é, estão desistindo por quê?


Afinal, que merda era aquela? Meu irmão parecia o mesmo antes de eu deixa-lo no quarto com suas composições e depois aparecia parecendo aquele idiota debochado de sempre... Eu não estava entendendo absolutamente nada.


–Ok, eu não estou entendendo coisa nenhuma. –Georg falou ajeitando-se ao meu lado.

–Muito menos eu. –Gustav murmurou.

–Será que você poderia explicar só uma coisinha pra gente? –perguntei tirando um fio do meu cabelo, que estava arrumado em um moicano, do rosto. –QUE DIABOS DE MUDANÇA REPENTINA DE COMPORTAMENTO É ESSA? –falei entre dentes e pausadamente, tentando conter minha vontade de gritar.

–Bem, digamos que eu recebi uma ótima notícia agorinha há pouco. –meu irmão sorriu e se atirou no sofá vazio a frente.

–E assim, só por um acaso, você vai nos contar que notícia mágica foi essa que trouxe o velho Tom idiota de volta? –Georg perguntou inclinando-se para frente, apoiou os cotovelos sobre os joelhos e segurou o rosto com as mãos.

–Aposto 50 euros que sim. –Gustav murmurou.

–Eu dobro a aposta e acho que a resposta é não. –respondi tendo plena certeza de que iria ganhar.

–Não... Pelo menos não por enquanto. –meu irmão lançou-nos seu melhor sorriso de deboche.

–Pode passando a grana. –estendi a mão na direção de Gustav.

–Isso não vale! Eu tenho um filho pra criar, Bill. –resmungou e ri de volta.

–Ok, dessa vez passa. –sorri.

Observei atentamente Tom e, quando nossos olhares se encontraram, eu vi aquele brilho de volta, o que me deu a sensação de que meu irmão estava feliz de novo e eu tive a certeza que tudo se ajeitaria em breve.

Postado por: Grasiele

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