sábado, 21 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 6 - Ela nem é tão legal assim.

(Contado pela Kate)

           - Não, eu não disse isso. – tentei me livrar.
           - Disse sim. – Brian insistiu. – E isso não faz nem cinco minutos.

      O quê que eu faço agora? A senhora C estava me fuzilando com os olhos, pedindo uma justificativa para aquilo. Que vontade de sair correndo só pra não responder nada.

           - Pode me explicar essa história? – pergunta a senhora C, com os braços cruzados.
           - Claro. – respondi. – Bem, o Brian havia me perguntado o significado de “gay”, e lhe respondi que era uma pessoa inteligente, e mais alegre que o normal. E quando ele fez esse desenho, lhe disse que era inteligente.
           - E quando foi isso? – ela descruzou os braços.
           - Não me lembro muito bem. Mas não faz muito tempo.
           - Se ele perguntou o significado, é porque ouviu em algum lugar.
           - Ah, isso eu não faço idéia. – mentira.

      Só estava torcendo para que ele não abrisse a boca de novo, e contasse que eu chamei o príncipe da história de gay.

           - Me desculpa. – disse. – Tomarei mais cuidado ao falar sobre certas coisas na frente dele.
           - Acho bom mesmo. – disse ela, pegando as sacolas e indo pro quarto.

      Me sentei no sofá, e soltei um suspiro de alivio. Brian se deitou novamente no chão, e continuou a desenhar. Meu celular começa a tocar; era Laura.

           - Liguei pra saber se ainda está viva. – disse ela.
           - Graças a Deus, e ao meu esforço, continuo viva. – respondi.
           - E como vão as coisas ai?
           - Acho que piores a cada dia.
           - Sério?
           - Acredita que o garoto ligou pros bombeiros, que vieram bater aqui no apartamento achando que tinha um incêndio?
           - Oh meu Deus! – disse ela, incrédula. – Eu preciso conhecer esse garoto.
           - Acredite em mim, você irá se arrepender se conhecê-lo.
           - E o que aconteceu depois?
           - Levei algumas broncas dos bombeiros, e conversei com o Brian sobre o assunto. Mas minha vontade era de bater nele. – ela riu.
           - Estou com saudades de você.
           - Também morro de saudades de ti. – estava quase chorando.
           - Precisamos marcar para sairmos juntas.
           - Concordo. Mas agora que estou cuidando dele, as coisas ficam um pouco mais difíceis.
           - Tem razão. Alguma novidade?
           - Ah, tenho sim. – me animei. – Conheci um garoto.
           - E ai? Ele é gatinho?
           - Gatinho é só apelido! – rimos. – O cara é muito lindo. Além de ser simpático também.
           - Já está de olho nele, não é?
           - Só um pouquinho. – rimos de novo.
           - Sei. Olhe lá o que irá fazer, hein? Você não pode perder esse emprego.
           - Pode deixar. Não irei perder esse emprego por nada!
           - Amiga, eu tenho que desligar agora. Quando tiver folga, me liga, para sairmos.
           - Ok, ligo sim.
           - Te amo, e se cuida.
           - Também amo você.

      Desligue. O Brian olhou pra mim e sorriu. A porta do apartamento é aberta novamente, e desta vez era a Brenda. Ela me cumprimentou, e foi diretamente para a cozinha.

–--
(Contado pelo Bill)

      Estava sentado no sofá, assistindo televisão, comendo sanduíche com refrigerante, quando o Tom chega em casa cantarolando.

           - Que felicidade é essa? – pergunto.
           - Adivinha com quem eu tava? – diz ele, colocando a chave na mesinha de centro, e se esparramando no sofá.
           - Já disse uma vez, e irei repetir; não sou vidente, não tenho bola de cristal, e também não sou nenhum tipo de bruxo ou macumbeiro.
           - Engraçadinho. – eu ri. – Eu estava com a Brenda.
           - A empregada dos O’Connell? – fiquei surpreso.
           - Exatamente.
           - O que fazia com ela?
           - Notei que nossa casa está muito suja, e pedi que viesse limpar. – disse ele.
           - Fez isso mesmo?
           - Como você é lento, hein? Óbvio que não fiz isso! Estávamos...
           - Ah, não precisa responder. – coloquei o prato em cima da mesinha de centro. – Prefiro continuar acreditando que pediu a ela para vir limpar a casa.
           - Por mim, tudo bem. – ele se levantou. – Vou tomar um banho.
           - Esperai! – lhe chamei. – Senta ai, que tenho que te contar uma coisa. – ele se sentou.
           - O que foi?
           - Ontem, no parque no prédio, conheci a babá do Brian.
           - E ela é bonita, gostosa?
           - Sim. – respondi, e ele sorriu maliciosamente. – E também é muito simpática. Mas é igualzinha as outras.
           - Como assim?
           - Não tem muita paciência com o Brian. Aposto que não durará mais uma semana.
           - Acha mesmo?
           - Pelo que percebi, sim.

      Após o Tom dizer que faria o possivel para conhecer e se aproximar da nova babá, ele se retirou e foi tomar seu banho. Como eu não tinha mais nada pra fazer, resolvi dar uma volta. Peguei minha chave, e sai de casa. Encontrei no corredor, a babá e o Brian. A cumprimentei, mas nem deu tempo de conversarmos alguma coisa, pois o pequeno começou a correr, e ela teve de ir atrás.

      Alguns tempo depois, cheguei ao parque nacional. Era um belo lugar para se distrair, e muitas pessoas gostavam de ir até lá para passear com seus animais, filhos, e até mesmo para tirar uma soneca na grama verdinha. Me sentei num dos bancos, em frente ao lago, e comecei a ler uma revista que eu havia comprado a poucos minutos atrás.

           - Bill! – ouvi alguém me chamar. Desviei meus olhos da revista, e olhei para os lados.

      Como não sabia quem era, voltei minha atenção a leitura. Pouco depois o Brian se aproxima, um pouco ofegante.

           - O que faz aqui, sozinho? – pergunto, preocupado.
           - Não estou sozinho. – responde ele, ainda ofegante. – A Kate veio comigo.
           - E onde ela está? – olhei em volta para ver se conseguia enxergá-la.
           - Deve ter se perdido por ai. – ele se senta ao meu lado.
           - Como assim?
           - É que estávamos brincado de esconde-esconde, e ela deve estar me procurando.
           - Que irresponsável!
           - Eu sei. – disse ele.
           - Quer que eu te leve pra casa?
           - Quero.

      Nos levantamos e começamos a caminhar. Logo mais na frente, encontramos a Kate.

           - Aonde pensa que vai com o Brian? – pergunta ela.
           - Vou levá-lo para casa.
           - Eu não sei se você percebeu, mas eu sou a babá dele.
           - Uma babá muito irresponsável, por deixar um garoto de apenas seis anos vagando por ai.
           - O-O quê? – ela gaguejou um pouco. – Não deixei ninguém vagando por lugar nenhum. Ele é que fugiu de mim.
           - E deve ter um motivo pra isso.
           - Escuta aqui, não se intrometa em assuntos que não lhe diz respeito, ok?
           - Os O’Connell ficarão sabendo disso. Eles não podem deixar uma garota como você, cuidando dele.
           - Uma garota como eu? – ela cruzou os braços.
           - Exatamente! Você não sabe cuidar de crianças.
           - E você deve ser o melhor especialista nessa área, não é? – ela segurou na mão do Brian, fazendo com que o mesmo soltasse a minha mão.
           - Não tenho experiência, mas devo cuidar bem melhor do que você.
           - Já que se diz ser melhor, porque não pede o meu lugar aos O’Connell e cuida do Brian?

      Discutimos por pouco tempo. O Brian permaneceu calado durante toda discussão. A babá falou mais algumas coisas, e foi embora. Fiquei parado ali por pouco tempo, e depois segui meu caminho de volta para casa.

Postado por: Grasiele

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