sábado, 21 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 1 - Tudo de uma vez!

(Contado pela Kate)

      Não costumo sair com muitos homens, e talvez seja por eu trabalhar muito. Mas a Laura insistiu tanto pra eu sair com um amigo dela, que fiquei até sem jeito pra dizer que não iria. Tomei meu banho, me arrumei inteirinha, e fiquei sentada no sofá de casa, esperando a hora passar pra eu não chegar tão cedo ao restaurante. Comecei a balançar os pés, e me cansei de esperar. Me levantei, peguei minha bolsa, e sai. Sei que ainda faltava algum tempo, e como o rapaz havia me dado seu endereço, resolvi dar uma passadinha em sua casa. Toquei a campainha, e aguardei um pouco.

           - Oi. – disse ele, sorrindo. – Você chegou cedo.

      Ele estava sem camisa, e um pouco ofegante. Imaginei que tivesse acabado de chegar da academia, ou de alguma corrida.

           - Desculpa. – disse. – É que eu estava aqui perto, e resolvi vir logo.
           - Tava me masturbando.

      Oi? Como assim? Fiquei sem reação na hora.

           - Oh, me desculpe por... por estragar esse seu momento. – disse, finalmente.
           - Sem problemas. Entre.

      Se esse cara tentar me agarrar, eu juro que mato ele! Entrei um pouco desconfiada, e ele disse que eu poderia ficar a vontade.

           - Espera só um pouquinho que terminarei de me arrumar. E se eu ainda estiver com tesão vou me masturbar mais, sem você ouvir.

      Fiquei com medo. Muito medo. Ele subiu as escadas e sumiu. Fiquei sentada no sofá, aguardando.

           - Me sinto constrangida por ter chegado tão cedo. – disse, tentando puxar algum assunto. – E estou achando que começou a se masturbar, porque está tudo muito quieto, e você disse que ia tentar sem que eu ouvisse.

      O quê que eu tava falando? Ele vai acabar achando que eu sou uma louca por sexo! Instantes depois, o rapaz desce as escadas, abotoando sua camisa azul.

           - Acabei de me masturbar. – disse ele.
           - Então... Que restaurante escolheu? – perguntei, tentando desviar o assunto.

      Fomos até um restaurante japonês. Conversamos sobre várias coisas, e sempre que ele começava a falar de sexo, eu iniciava outra conversa. Aposto que ele está há séculos sem pegar ninguém. A Laura me paga, por me fazer sair com um maluco! Só podia ser amigo dela. Uma hora ou outra, o rapaz tentava passar sua mão pelo meu rosto, e eu desviava. Em mim mesmo não, que ele não iria tocar com aquela mão, que eu nem sei se foi lavada! Nojento! Terminamos o jantar, ele me levou pra casa, e nos despedimos apenas com um aceno. Não tive coragem nem de cumprimentá-lo. Entrei em casa, e a primeira coisa que fiz, foi ligar pra Laura.

           - Como foi o encontro? – pergunta ela.
           - Pedi pra me arranjar um homem descente, e não um tarado que fica se masturbando enquanto estou sentada no sofá de sua sala!
           - Droga! Eu disse pra ele não comentar nada sobre isso.
           - Você sabia, e não me contou nada? Muito obrigada! Com uma amiga igual a você, eu nem preciso de inimiga.
           - Foi mal. Mas é que ele estava tão necessitado.
           - Percebi.

      Conversamos por várias horas. Desliguei o telefone, fui pro banheiro e tomei meu banho. Cai na cama, e nem notei quando dormi. Acordei na manhã seguinte com o barulho do despertador, que tocava pela terceira vez. Olhei pro relógio; 8h15. Mais uma vez eu estava atrasada. Meu chefe havia prometido que se eu me atrasasse novamente, ele me colocaria no olho da rua.

      Tentei tirar o cobertor de cima de mim, mas meu nervosismo foi tanto, que acabei me embolando no mesmo, e cai no chão feito um casulo. Me levantei com algum esforço, fui tropeçando na bagunça do quarto, até chegar ao banheiro. Fiz minha higiene bucal e tomei um banho de cinco minutos. Isso por acaso é banho de gente descente? Foi o banho mais rápido que já tive em toda minha vida! Sai, abri o guarda-roupas, e fui procurar algo pra vestir. Mas como é que alguém consegue achar alguma coisa no meio de tanta bagunça? Comecei a jogar algumas pecar pro chão, e finalmente consegui encontrar algo que ficasse bom. Penteei meu cabelo e o deixei solto. Corri até a escrivaninha, peguei minha bolsa, e fui jogando dentro dela tudo que eu via pela frente. Mais uma vez olhei pro relógio; 8h40. Me desesperei! Não deu tempo nem de tomar café. Só sei que sai de casa, com a bolsa em uma mão, e os sapatos em outra. Teria que colocá-los durante o percurso que o táxi faria. Por sorte, não encontrei o senhor Phillips para me cobrar o aluguel que já estava atrasado.

      Mal cheguei à revista, e já fui recebida pela Laura, que estava totalmente furiosa comigo.

           - Você perdeu a noção do perigo, só pode ser! – disse ela. – Tá querendo perder mais esse emprego?!
           - Acordei atrasada. – justifiquei.
           - Você chegou essa semana inteirinha atrasada.
           - Mas é verdade!
           - O Harry perguntou por você.
           - E o que disse a ele?
           - Que você deu uma diarréia braba e correu pro banheiro.
           - O quê? Não tinha algo melhor não?
           - Te ajudei, e é assim que retribui?
           - Tudo bem, me desculpa. E obrigada por me cobrir novamente.
           - Sem problemas. Agora corre pra sua sala, antes que ele comece a desconfiar.

      Lhe dei um beijo estalado na bochecha, e fui pra minha sala. Antes de entrar na mesma, perguntei a minha secretária se havia algum recado pra mim.

           - Bom dia, Dana. – disse
           - Bom dia, Kate. – respondeu com um sorriso.
           - Alguma coisa pra mim?
           - O Harry te procurou, e está vindo ai pra ver se toma coragem pra despedir você. Se não der, ele disse que vai com certeza despedir amanhã.
           - Droga! – eu já esperava. Mas não imaginei que fosse ser tão rápido- Mais alguma coisa? Algum recado que não tenha a ver com a demissão?
           - Não.
           - Obrigada.

      Entrei em minha sala, me sentei na cadeira atrás da minha mesa, e comecei a ver as entrevistas e noticias que entrariam na revista daquele mês. Uns cinco minutos depois o Harry bate na porta, e entra.

           - Chegou atrasada de novo, não é Kate?
           - Eu posso explicar! – me levantei.
           - Não precisa. Já fez aquele relatório que eu havia lhe pedido?

      Esqueci completamente. Será que ele pode me dar mais duas semanas?

           - Não. – respondi. – Mas se você me der mais...
           - Está demitida! – disse ele.
           - O quê?
           - Vou soletrar. D-E-M-I-T-I-D-A, demitida!
           - Não pode fazer isso comigo!
           - Já fiz.
           - Mas...
           - Recolha as suas coisas, e passe em minha sala para acertarmos seu pagamento. – ele se virou, e abriu a porta.
           - Filho da mãe!
           - O que disse?
           - Disse que já estou recolhendo tudo.

      Fui demitida mais uma vez. Se a Laura descobre isso, ela me mata! E foi só pensar nela, que a mesma entrou em minha sala.

           - O que o Harry queria? – pergunta ela.
           - Fui demitida.
           - De novo?!
           - Infelizmente.
           - Essa é a terceira vez só nesse mês, Kate!
           - Eu sei. Mas eu posso fazer o quê?
           - Se não chegasse sempre atrasada, nada disso aconteceria.
           - Eu sei.
           - Não deveria dormir tão tarde.
           - Eu sei.
           - Aposto que não fez o relatório. Tinha que ter feito.
           - Eu sei.
           - E mais uma vez está desempregada.
           - Eu sei, eu sei! Não precisa ficar me dando sermões! O negócio agora é encontrar um novo emprego.
           - Para perdê-lo novamente?

      Terminei de recolher as minhas coisas, passei na sala do Harry, peguei meu pagamento, e voltei pra casa. Bastou eu fechar a porta, pra campainha tocar. Eu estava exausta, mas tive que ir atender. Era o senhor Phillips.

           - Vim cobrar o aluguel. – disse ele.
           - Eu já ia falar com o senhor. Fui despedida.
           - Já fiquei sabendo. Por isso vim cobrar.
           - Não poderia me dar mais uma semana, só até eu me restabelecer?
           - Te dei duas semanas. Não posso dar mais nada.
           - Mas não tenho dinheiro o suficiente.
           - Quanto você tem?
           - Uns 600 dólares.
           - O aluguel é 900.
           - E acha que não sei? Mas não tenho esse dinheiro todo. Pelo menos não hoje.
           - Está despejada. Tem um dia pra tirar suas coisas.
           - E como é que eu vou fazer?
           - Tem 600 dólares, então alugue um caminhão de mudança.

      Velho miserável! E as pessoas ainda querem que sejamos bonzinhos com umas desgraças dessas! Poderia ter esperado um pouco mais. O quê que eu vou fazer sem emprego, e sem um lugar pra morar?

Postado por: Grasiele

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