domingo, 22 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 18 - Resolveu dar o ar de sua graça, senhor C?

(Contado pelo Bill)

      Chegamos ao condomínio por volta das 22h15. Não estava tão tarde assim, mas também não estava tão cedo. E confesso que só voltamos nesse horário, por muita insistência da Kate.

           - Pronto – disse. –, está entregue.

      Estávamos parados em frente a porta.

           - Obrigada. – disse ela, sorrindo.
           - Da próxima vez...
           - Próxima vez? – ela me interrompeu. – Já está prevendo o futuro?
           - Vai sair comigo novamente, que eu sei.
           - E além de tudo é convencido. – nós rimos.
           - Tem razão, fui um pouco convencido mesmo. Mas... Você vai sair comigo mais vezes, não vai?
           - Irei pensar no seu caso.
           - Ok, ok.

      Ela se calou.

           - Bem... É melhor eu entrar.
           - Mas já? – tentei convencê-la a ficar.
           - Esqueceu que cuido de uma criança ativa, que não tem um botão de “liga/desliga” por praticamente vinte e quatro horas?
           - O Brian não está tão ativo quanto nos primeiros dias de emprego, está?
           - Ele está bem mais calminho. Mas tenho que ficar preparada pra qualquer coisa a qualquer instante.
           - Boa sorte com ele, e se precisar de alguma coisa, é só me avisar.
           - Obrigada. Ah, e muito obrigada pela noite.
           - Não tem que agradecer.

      Queria beijá-la novamente, mas ela virou um pouco o seu rosto, e achei melhor não insisti. As coisas devem mesmo acontecer com calma. Não quero assustá-la, e afastá-la de mim. Nos despedimos, e ela entrou em casa.

      Tirei a chave do bolso, e a coloquei na fechadura. Quando entrei e liguei a luz, me deparei com uma sala bagunçada. Havia pipoca espalhada por cima dos móveis, em cima da mesinha de centro havia várias garrafas de refrigerante e cerveja. O Tom estava deitado no sofá, sem camisa.

           - O-O que houve aqui? – me aproximei mais. Olhei em volta, e a bagunça era mesmo “assustadora”. – Tom! – gritei, e ele acordou meio atordoado.
           - Poderia falar mais baixo, por favor? – ele coçou os olhos.
           - Mais que droga é essa?! – gritei novamente, e ele se sentou.
           - Dá pra parar de gritar?! – ele também gritou, em seguida colocou a mão na cabeça.
           - Estava dando uma festinha, enquanto eu estava fora?
           - E qual o problema?
           - Quantas garotas você colocou aqui dentro?
           - Umas quatro ou cinco.
           - Cinco?! – perguntei incrédulo.
           - Eu disse quatro OU cinco.
           - Com que direito você acha que pode trazer garotas aqui?
           - Esperai. – ele se levantou. – “Com que direito”? Essa casa também é minha! Ou você já se esqueceu disso?
           - Não, eu não me esqueci. E como você disse, isso daqui é uma casa, e não um bordel!
           - Olha só quem fala. Você foi o primeiro a trazer uma estranha até aqui.
           - A Kate não é estranha.
           - Com certeza agora ela não é mesmo, já que transou com ela aqui, ao invés de levá-la num motelzinho barato!
           - É melhor calar a boca, antes que...
           - Antes que o quê?! – se aproximou de mim, e me encarou. - Não tem moral alguma para pedir que eu não traga garotas até aqui. Se quiser que eu faça isso, primeiro dê o exemplo, e não fique abrindo as portas pra qualquer uma.

      Ele chamou a Kate de qualquer uma? Minha vontade era de lhe dar um soco naquele mesmo instante. Mas o Tom estava bêbado, e preferi evitar que aquela discussão se transformasse numa briga.

           - Vou me deitar. – disse. – E amanhã quando eu acordar quero que esta sala esteja novinha outra vez.

      O deixei sozinho, e fui pro quarto. Tranquei a porta, e me sentei na cama. Suspirei. Depois me levantei dali e caminhei até o banheiro. Tirei minhas roupas, e tomei um banho quente. Sai enrolado numa toalha branca, vinte minutos após. Abri o guarda-roupas, e peguei apenas uma cueca boxe preta. Me deitei na cama, e fiquei fitando o teto.

      Mesmo que eu quisesse dormir, naquele momento algo impedia que isso acontecesse. Fiquei pensando no exato momento em que beijei a Kate, e também o instante em que o Tom a chamou de qualquer. Eu sabia que ela não era uma qualquer, mas parecia que não era suficiente. Queria poder mostrar quem ela realmente é.

–--
(Contado pela Kate)

      Já estava me preparando para dormir, quando me bateu aquela sede. Sai do quarto e fui até a cozinha. Eu sabia que todos estavam dormindo, então não vi problema algum em ir de camisola. As luzes estavam todas apagadas, e pra não correr o risco de acordar ninguém, liguei somente a luz da cozinha. Peguei um copo de vidro no armário, e o coloquei sobre o balcão de mármore escuro. Caminhei até a geladeira, e peguei a jarra de água. Quando me virei, levei um enorme susto.

           - Te assustei? – pergunta o senhor C, que estava encostado na parede.
           - Um pouco. – respondi.
           - Essa não era minha intenção.
           - Tudo bem. Precisa de alguma coisa?
           - Não. É que eu estava no escritório, vi a luz se acesa e vim ver quem estava aqui.
           - Desculpe-me se te incomodei.
           - Não me incomodou de forma alguma. Muito pelo contrário, eu estava mesmo precisando sair daquele lugar.
           - Hum.
           - Não deveria ficar acordada há essa hora.
           - Fiquei com sede. – comecei a despejar a água da jarra no copo.
           - E também não deveria caminhar por ai com uma roupa dessas. – ele se aproximou do balcão. – Nunca se sabe quando irá encontrar alguém.

      Fiquei super sem graça com aquele comentário. Mas por certo ponto, ele estava certo. Eu tinha que ter colocado pelo menos um robe por cima. E como é que eu iria adivinhar que esse homem ainda estava acordado? Ele é praticamente invisível, e quando aparece assim, até assusta.

           - É melhor eu voltar pro quarto. – disse.
           - Não precisa ter pressa. – disse ele, se sentado à mesa. – Já que está acordada, poderia me fazer companhia.
           - O quê?
           - Não gosto de ficar acordado sozinho.

      O problema é seu! Se não gosta de ficar sozinho, vá dormir!

           - Eu...
           - Vamos, sente-se ai. – disse ele, abrindo outra cadeira.

      Me sentei, e começamos a conversar. Eu já estava quase dormindo ali mesmo. Parece que o sono falou “é aqui”. Não estava mais conseguindo controlar meus olhos, e quase a todo instante eu bocejava. Estava louca pra ele ir dormir, pra eu fazer o mesmo. Fiquei ouvindo ele falar coisas até quatro horas da manhã. Miserável! Se quer passar a noite acordado feito um zumbi, pelo menos deixe que os outros descanse, ou está pensando que sou alguma sem o que fazer pra ficar te ouvindo?

      Finalmente fui pro quarto dormir. As horas passaram como num piscar de olhos. Acordei às 8h30 da manhã, quando meu celular começou a tocar. Estava com tanto sono, que não conseguia nem encontrar o aparelho. Tateei a mesinha de cabeceira, e acabei jogando-o sem querer no chão. Por sorte, ele havia caído no carpete peludo.

           - Alô?
           - E ai, como foi o jantar? – pergunta Laura.
           - Poxa, poderia pelo menos ter esperado até mais tarde, não é? – continuei deitada, e com os olhos ainda fechados.
           - Não imagina a curiosidade que estou! Anda, me responde logo!
           - Não houve jantar.
           - O quê?! E para onde foram?

      Não tive nem tempo de responder.

           - Ah, já sei! Vocês foram até um motelzinho e transaram até...
           - Até nada! – a interrompi. – Nós não transamos!
           - Que garoto lerdo, hein?
           - Pra começo de conversa, onde nós estávamos não dava pra fazer esse tipo de coisa.
           - Minha querida, qualquer lugar dá pra fazer sexo. – fez uma minúscula pausa. – E sabe que estou até pensando em realizar a minha próxima fantasia, que é transar no elevador?
           - Laura!
           - Enfim... Pra onde vocês foram?
           - O Bill me levou até um heliporto.
           - Pra quê?
           - Para olharmos as estrelas.
           - Que programa de índio foi esse?
           - Achei fofo.
           - Isso tá mais pra brega do que fofo.
           - Ele só quis me mostrar uma coisa diferente.
           - Quer ver algo diferente? Pede pra ele...
           - Nem termine! – a interrompi novamente. – Poderia parar de pensar em sexo, pelo menos uma vez na vida?
           - Impossível. Mas vou tentar me controlar.
           - Obrigada.
           - Mas me responde uma coisa, não rolou nada?
           - Apenas um beijo.
           - Filho da mãe! – ela resmungou baixinho, mas ainda assim ouvi. – Só foi isso, não é?
           - Sim.
           - Ainda bem.
           - Olha, eu preciso me levantar agora pra começar a trabalhar.
           - Já entendi. Depois nos falamos.
           - Ok. E vê se cria juízo.

      Desliguei o celular e o coloquei na mesinha de cabeceira. Me levantei com aquela preguiça, e fui diretamente pro banheiro.

Postado por: Grasiele

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