domingo, 22 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 17 - Sem dúvida alguma.


Porque às vezes aquela montanha que você tem escalado
é apenas um grão de areia
E o que você tem procurado desde sempre está nas suas
mãos
Quando você percebe que o amor é o que importa depois
de tudo
Com certeza isso faz com que todo o resto pareça tão
pequeno

(Contado pela Kate)

           - Está pronta pra arrancar suspiros, e ter uma bela noite? – pergunto.
           - Também não precisa exagerar! – diz Kate. – É apenas um jantar.

      O nervosismo estava estampado em meu rosto. Sabia que ao sair daquele quarto, as pessoas me olhariam “diferente” e até fariam alguns comentários. Não queria me “constranger” dessa maneira.

           - Acho que você exagerou um pouquinho na produção. – disse.
           - Deixa de bobagem! – disse Laura.
           - Estou indo pra um jantar, e não uma... Festa.
           - Se esse idiota do Bill não querer nada contigo, pode deixar que estarei aqui te esperando!
           - Não quero que ele se interesse por mim.
           - Aham, sei. E o Tom me fez virar hétero novamente. – foi irônica.

(Roupa da Kate: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=23575347)

      O Brian saiu do quarto correndo. Em seguida, a Laura me arrastou até a sala. Sim, eu estava morrendo de vergonha. Sei lá, aquilo estava sendo estranho pra mim. Assim que chegamos à sala, nos deparamos com o senhor e a senhora C, sentados no sofá. Brian estava em pé, ao lado do Bill. O silêncio tomara conta do local, e a vergonha me invadiu ainda mais. Uma imensa vontade de sair correndo, ou cavar um buraco ali, apareceu.

            - A Kate está bonitona, não é pai? – diz Brian, sorrindo.
            - Sim, ela está bem bonita mesmo. – responde o senhor C.

      Alguém pode me ajudar a cavar um buraco agora?

           - Por favor, querida, não volte muito tarde. – disse a senhora C.

      Falando assim, até parece a minha mãe. Assenti com a cabeça, e a Laura mais uma vez tratou de me empurrar. Fui parar perto do Bill, que ficava me olhando, e me deixava sem graça.

           - Vamos? – disse ele.

      Da minha boca, nenhum som conseguia sair. O acompanhei. Entramos no elevador, e continuamos sem dizer nada. Comecei a imaginar que não era uma boa idéia sair com ele.

           - Você... Está linda. – disse ele, sem olhar pra mim. Ele olhava pra frente.
           - Obrigada. – agradeci um pouco sem graça.
           - Estava pensando em te levar num restaurante meio simples, mas depois de te ver, acho que não pegaria bem. – ele me olhou, e sorriu.
           - N-Não! Por favor, não tem que se preocupar com isso. – ele sorriu novamente. – Exagerei com a roupa, não é?
           - Claro que não. – colocou as mãos nos bolsos. - Já disse que está linda.
           - Restaurantes elegantes demais, são ótimos para nos fazer pagar micos.
           - Isso é verdade. – rimos.

      A porta do elevador se abre, e saímos. Na rua, caminhamos até seu carro, que nos aguardava. Ele foi educado, e abriu a porta para que eu pudesse entrar. Depois ele deu a volta, e entrou. Deu partida no carro...

           - Aonde quer jantar? – pergunta ele.
           - Não escolheu um lugar?
           - Escolhi. – respondeu. – Mas não acho que seja apropriado.
           - Por quê?
           - Quero que seja algo que pelo menos chegue aos seus pés.
           - Bill... Está me deixando sem graça. – sorri com timidez.
           - Desculpa. – desviou seu olhar da estrada por um instante, e me olhou. – Mas escolha um lugar.
           - Posso dizer uma coisa, sinceramente?
           - Um-hum.
           - Por mim, nós nem iríamos jantar.

      Ele me olhou sem entender.

           - Não pense besteiras. – tentei concertar. – O que eu quis dizer é que... Poderíamos fazer outra coisa.

      Acho melhor eu parar de tentar concertar. Cada vez mais fica pior! Ele soltou um riso.

           - Droga! – disse. – Estou me enrolando toda.
           - Relaxa. Não sou mente suja como o meu irmão. – fez uma pausa. – Se não quer jantar, o quê quer fazer?
           - Sei lá, aproveitar a noite de outra maneira. Tipo... Visitar algum lugar, ou simplesmente ficar admirando as estrelas.

      O quê? Que programinha romântico é esse? Ficou doida? Ele vai começar a te chamar de oferecida! Lembre-se do que fez naquele dia! Não vá repetir aquele ato novamente.

           - Tive uma idéia. – disse ele.
           - Qual? – fiquei curiosa.
           - Vou te levar num lugar, que tenho certeza de que irá gostar.
           - Que lugar?
           - Deixa de ser curiosa. – rimos.

      Minutos depois, o carro foi estacionado em frente a um antigo museu de cera. Bill disse pra eu esperar ali, que ele não demoraria. Saiu do carro, e caminhou em direção a entrada do local.

           - Que belo programa, hein Kate? – disse a mim mesma. – Visitar um museu de cera a essa hora da noite. – ri sozinha. – Acho que deveríamos ter ido jantar.

      Não demorou muito até o Bill aparecer, e abrir a porta para eu sair.

           - Vem comigo. – disse ele. Sai do carro.
           - Aonde vamos? – perguntei.
           - Quero te mostrar uma coisa.

      Nos aproximamos do museu, e entramos no local. Não poderíamos visitar o museu quando ele estivesse aberto? Pensei, enquanto tentava encontrar alguma resposta olhando pra ele. Entramos no local...

           - Podemos pegar o elevador? – pergunta Bill.
           - Sim. – o segurança simpático respondeu. – Mas não demorem muito.
           - Obrigado.

      A curiosidade estava me consumindo, confesso. Quando entramos no elevador, Bill apertou o botão do último andar. Comecei a imaginar besteiras.

           - Fica tranqüila. – disse ele, me olhando e sorrindo. – Não farei nada com você.
           - Não estou preocupada com isso. – respondi. – Só estou curiosa pra saber por que estamos aqui.
           - Logo saberá.

      Saímos do elevador, e ainda subimos uma escada com no máximo dez degraus. Chegamos ao heliporto do museu. Estava um pouco frio lá em cima. Andamos um pouco por ali, e eu continuava sem entender nada.

           - Pode me explicar o que viemos fazer aqui? – perguntei. E se ele não me respondesse, eu estava pronta pra lhe dar um soco por me ter feito “desperdiçar” meu tempo.
           - Você disse que queria ver as estrelas. – segurou em minha mão, e me conduziu até um certo ponto do local que dava pra ver a cidade. – Mas isso daqui é bem melhor, não é?

      Sem dúvida alguma. Eu nunca havia visto algo assim, e também não esperava ver, principalmente com ele. Me inclinei um pouco pra tentar enxergar a rua, e fiquei um pouco zonza, pela altura. As pessoas pareciam verdadeiras formigas, e o vento parecia estar um pouco mais forte.

      Sabe aquela sensação de ter quase certeza de que você pode voar? Era exatamente isso que eu estava sentindo. Só não me joguei lá de cima, porque sabia que eu não era um passarinho, borboleta, ou qualquer bicho que voa.

      Aquela vista era incrível, e dava vontade ficar apenas olhando e escutando o barulho. Por um instante fechei os olhos, e foi uma das melhores sensações.

           - Gostou? – ele sussurra em meu ouvido, e senti um arrepio percorrer o meu corpo. Continuei com os olhos fechados.
           - S-Sim. – respondi, com um leve sorriso nos lábios.

      Ele deveria estar bem perto de mim, pois também podia ouvir sua respiração em meu ouvido. O “silêncio” havia tomado conta do local. Eu já não escutava mais a respiração dele. Abri os olhos e Bill estava em minha frente, sorrindo, e como de costume, com as mãos nos bolsos.

           - Você fica ainda mais linda com os olhos fechados. – disse ele. – E sorrindo. – completou.
           - E você gosta de me deixar sem graça, não é?
           - Só um pouco. – rimos.

      Acho que minhas bochechas ficaram vermelhas. Mexi no cabelo, e desviei o olhar.

           - É legal ver sua face corar, você começar a mexer no cabelo, e desviar o olhar.
           - Pára.

      Foi se aproximando, e meu coração já começou a acelerar. Se aproximou um pouco mais, e tirou a mão direita do bolso. Com a mesma, acariciou meu rosto. Mais uma vez pude sentir meu corpo se arrepiar. Minha respiração foi se alterando, e ele estava cada vez mais perto de mim. Com a outra mão, segurou em minha cintura, e me puxou delicadamente para si. Naquele momento, eu já não estava mais sentindo as minhas pernas. Quando seus lábios gelados e macios encostaram-se aos meus, achei que havia dado um ataque cardíaco. Se ele não estivesse me segurando, eu com certeza teria caído. Nossas línguas brincavam uma com a outra, e aquele era o beijo mais delicado que eu já havia dado em minha vida! Tive que me desvencilhar para recuperar o fôlego que havia se esvaído de meus pulmões.

           - Você prometeu que não me beijaria. – disse, me afastando um pouco mais.
           - E também avisei que às vezes tinha impulsos quase incontroláveis.
           - Essa é a desculpa mais esfarrapada que já ouvi.
           - Eu sei. – ele riu. – Mas é a mais pura verdade.
           - Me leva pra casa, está ficando tarde.
           - A noite mal começou e já quer ir dormir?
           - Não posso chegar muito tarde, e você sabe disso.
           - Se o problema é a senhorita O’Connell, posso dar um jeitinho pra você.
           - Obrigada. Mas realmente acho que já está na minha hora. - ele suspirou.
           - Ok. Se a cinderela tem que chegar antes da meia noite...
           - Sim. – respondi rindo.
           - Mas antes...

      Me surpreendeu com um beijo, que depois me fez recuperar o fôlego de novo. 

Postado por: Grasiele

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