domingo, 22 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 12 - Se esse maldito brinquedo não funcionar...

A música começa
Ouça o calor, estrelas
Estou apaixonada (apaixonada)
Por essa música
Então apenas shhh (shhh)
Querido, cala a boca
Já ouvi o bastante



(Contado pela Kate)

      Com muito esforço consegui convencer a senhora C a me deixar levar o Brian pro boliche. Ela fez um discurso enorme, e disse tudo que ele poderia e não poderia comer. Que horas deveríamos voltar... Vocês precisavam ver a cara de felicidade que o Brian fez. Ele nem parecia aquele moleque irritante de antes. E até acho bom que as coisas comecem a mudar.

      A primeira coisa que fiz, foi dar um banho nele. E lá estava eu novamente, “lutando” para não ficar molhada. Nunca vi garoto mais estranho ao tomar banho. Porque as crianças às vezes são tão malucas? Ele saiu do banheiro enrolado numa toalha azul com detalhes em branco, e no meu colo. O coloquei em pé, em cima da cama. Sua roupa já havia sido separada; bermuda jeans, tênis all star, blusa branca de malha, e um casaco preto. Penteei seu cabelo, e passei o perfume. Ele estava a coisa mais fofa. Até parecia gente. O levei para a sala, e o deixei assistindo televisão, enquanto eu me arrumava.

      Tomei um banho não muito demorado; mais ou menos quinze a vinte minutos. Sai do banheiro, e tranquei a porta do quarto. Vai que o Brian decide dar a louca e entrar? Abri o guarda roupas, e aquela dúvida cruel de sempre, me atacou; Que roupa usar? Iria para o boliche, e deveria usar algo que fosse confortável. Após pensar um pouco, escolhi; http://www.polyvore.com/cgi/set?id=23418194 Passei desodorante, hidratante, coloquei a roupa, penteei o cabelo e o prendi num coque. Coloquei o perfume, fiz uma leve maquiagem, e sai do quarto.

      Cheguei a sala, e o Brian estava sentado no sofá, quietinho, comendo batata frita. A senhora C acabara de sair, e fora se encontrar com suas amigas. Ou seja, a Brenda ficaria sozinha, já que o senhor C praticamente não existe.

           - Cadê sua amiga? – pergunta Brian.
           - Ela já deve estar chegando. – olhei pro relógio de pulso. – Daqui a pouco ela toca ai.

      Foi só o tempo d’eu terminar a frase, para a campainha começar a tocar. Brian pulou do sofá, largando o pacote de batata frita, e foi correndo atender. A Laura estava usando um short jeans curtinho, uma blusa folgada, e sapatilha. Como sempre, estava sexy e pronta para atacar sua vitima. Ela veio me abraçar, e me deu um beijo no cantinho da boca. Me senti constrangida, pois o Brian ficou olhando. Disse a ela para não fazer esse tipo de coisa na frente do garoto, e ela sussurrou em meu ouvido:

           - Isso quer dizer que poderemos fazer em outro lugar?
           - Não! – quase gritei. – Vamos logo pro boliche, antes que o Brian coloque um ovo.

      Nos despedimos da Brenda, e saímos. Na rua, o carro da Laura nos aguardava. Abri a porta traseira, e pedi que o Brian entrasse. Como não havia uma cadeirinha especial para sua idade, achei que não haveria problema em colocar apenas o cinto de segurança. Chequei para ver se estava tudo certo, e me sentei no banco do passageiro, ao lado da Laura. Chegamos ao local combinado, uns dez minutos depois. Mal havíamos entrado, e o Brian já estava quase pulando de tanta felicidade.

      A Laura olhou em volta para ver se conseguia achar o Bill, mas não o encontrou. A única pessoa que conseguiu avistá-lo de longe foi o Brian, que como de costume, correu até ele e o abraçou. Bill o pegou no colo. Nos aproximamos também.

           - Pensei que não fossem vir. – disse Bill, colocando o Brian no chão.
           - Não perderíamos isso por nada. – disse Laura.
           - Venham, quero lhes apresentar o meu irmão.

      Caminhamos até a mesa onde o gêmeo estava aguardando com um enorme sorriso.

           - Bem, a Kate você já conhece. – disse Bill ao Tom. – E essa é a Laura.

      Tom se levantou e a cumprimentou. Em seguida fez o mesmo comigo.

           - Vamos começar a jogar, ou preferem esperar um pouco mais? – pergunta Bill.
           - Viemos aqui pra jogar, não é? – diz Laura. – Então vamos começar logo, que estou doida pra vê-los perder.

      Os meninos soltaram gargalhadas. Pedi ao Brian que ficasse sentado, enquanto jogávamos um pouco. E ele só aceitou, se eu lhe desse um copo de Milk Shake. Fui até a lanchonete e lhe comprei um copo duplo, de chocolate. Ele ficou quietinho, só observando.

      Começamos a jogar, e os meninos já iniciaram o jogo perdendo. Mas confesso que também não sei jogar praticamente nada, e foi pura sorte minha acertar alguma coisa. Não havia se passado nem meia hora, e eu já estava ficando cansada.

           - Por favor, vamos trocar de dupla? – diz Laura. – A Kate não sabe jogar nada, e acabará me fazendo perder.

      Ela sempre teve espírito competitivo, e só entra num jogo se for pra ganhar. E seria capaz de fazer qualquer coisa para sair vencedora, até mesmo seduzir o juiz da partida de vôlei, como ela já fez, mas não deu certo e acabou sendo expulsa do jogo.

           - Então como ficarão as duplas? – pergunta Bill.
           - Quero jogar com o Tom! – disse ela, abraçando ele.
           - Perfeito! – disse Tom. – O jogo já está ganho!

      Se eu já estava sem graça antes, imagine agora. Até vontade de desistir me deu. Mas só por eles estarem cantando vitória antes do tempo, resolvi fazer dupla com o Bill. Começamos a jogar, e perdemos a primeira partida. Foi pura zoação da outra dupla, e até o Brian participou.

           - Que complô é esse? – disse! – Até você, Brian?!
           - Só torço pro time que vence! – respondeu.

      Que moleque interesseiro. Tive que lhe dar mais um Milk Shake, para poder ficar quietinho novamente. Começamos uma nova partida, e jogamos por mais ou menos uma hora. Era a minha vez de jogar, e se eu fizesse um strike, o jogo estaria ganho.

           - Vai lá Kate! – Bill torcia. – Boa sorte.

      Peguei a bola e fui para a pista. Respirei fundo, e joguei. De inicio pensei que não acertaria um pino se quer. Mas finalmente, e pela primeira vez, fiz um strike. Fiquei tão feliz com aquilo, que dei pulos de alegria, e acabei abraçando o Bill. Quando notei o que havia feito, me afastei rapidamente. Aposto que as minhas bochechas ficaram vermelhas. Depois nós cinco nos sentamos em volta da mesa. Brian comia um hambúrguer e bebia coca-cola. Os meninos pediram o mesmo. A Laura comia batata frita com refrigerante de laranja. Eu comia uma porção de batata frita, suco de laranja, e um pedaço do hambúrguer que eu havia tirado do Brian.

           - Topam jogar novamente, ou já ficaram cansadas? – pergunta Tom.
           - Por mim, tudo bem. – diz Laura.
           - Kate, eu quero chocolate. – disse Brian.

      O menino tava com a barriga parecendo uma pulga, de tão redonda, e ainda pedia chocolate.

           - Tem certeza que agüenta? – perguntei.
           - Eu quero! – disse ele.

      Me levantei e fui buscar. Ele não resistiu, e veio atrás de mim, para escolher. Fiquei plantada em frente ao balcão, enquanto ele escolhia. Bill se aproximou, e também comprou chocolate.

           - Estão se divertindo? – pergunta Bill.
           - Sim. – respondo.
           - Não precisa agir dessa maneira, quando estou por perto. – disse ele, sorrindo.
           - De que maneira?       
           - Com timidez.
           - Mas sou assim.
           - Não. Você ficou assim depois do que aconteceu.
           - E você falou que poderíamos esquecer aquilo. – abaixei um pouco a cabeça.
           - Tá, eu disse. Mas você sabe tanto quanto eu, que é praticamente impossível esquecer.
           - Estou tentando. – olhei pra ele.
           - Se conseguir, me avisa. Porque pra mim está sendo bem difícil.
           - Do que vocês estão falando? – Brian se intromete.
           - Nada. – respondi.

–--
(Contado pela 3º pessoa)

      Enquanto isso, na mesa...

           - Há quanto tempo conhece a Kate? – pergunta Tom.
           - Há muito tempo.
           - Está solteira?
           - Você é rápido, hein?
           - Nem imagina o quanto. Mas ainda não me respondeu.
           - Sim. Infelizmente estou solteira. Como a vida é injusta, não?
           - Demais. – ele sorri. – Isso é um desperdício.
           - Concordo. Mas fazer o quê?
           - Se quiser, podemos sair daqui e ir pra um lugar mais tranqüilo.
           - Olha, eu até que concordaria, mas...
           - Mas...?
           - Não sei se isso fica claro, mas da fruta que você come, eu chupo até o caroço.

      Ele fez cara de incrédulo, e ela sorria. Tom apoiou os braços em cima da mesa, e olhou bem no fundo dos olhos dela.

           - E desde quando isso impede alguma coisa? – diz ele, e a Laura também apóia os braços na mesa.
           - Desde que a garota por quem sou interessada, está logo ali conversando com seu irmão.
           - Ela também é lésbica?
           - Acho que não. – ela tira os braços da mesa. - Mas não custa nada tentar.
           - Enquanto espera por ela, poderíamos estar nos divertindo em outro lugar.
           - Só saio desse boliche com você, se me der um ótimo motivo.
           - Tem um motivo interessante, mas não posso te mostrar aqui. – sorriu maliciosamente, e ela entendeu o recado.
           - Se esse maldito brinquedo não funcionar da maneira que eu quiser, você está ferrado comigo! – ela se levantou e caminhou em direção a saída do local.

      Tom se levantou em seguida, correu até onde o irmão estava...

           - Leve a Kate pra casa, por que a Laura vai estar um pouco ocupada pra fazer isso. – disse ao Bill, e começou a correr.
           - Esperai! – Bill chamou, e ele parou de vez. – Aonde você vai?
           - Me divertir! – gritou, e correu atrás da Laura.

      Bill olhou para Kate, sem entender muita coisa. Ela apenas sorriu, e caminhou até o caixa do local.

           - Deixa que eu pago. – disse Bill.
           - Obrigada, mas não precisa.
           - Eu insisto.

      Após pagar tudo, a Kate segurou na mão do Brian, voltou até a mesa para pegar sua bolsa, e também caminhou em direção a saída. Bill a seguiu.

Postado por: Grasiele

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