segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 9 - Manhã seguinte

(Contado pelo Bill)

           - Eu vou... te levar pra casa. – disse.
           - Não quero voltar pra lá! Eu quero...
           - Se acha que irei te deixar beber, está muito...
           - Me beija?
           - O quê? – perguntei incrédulo.
           - Você é surdo ou o quê? – ela me deu um leve empurrão, se afastando um pouco.

      Ta legal, ela está bêbada e não faz idéia do que está falando.

           - Vai ficar ai parado ou vai me beijar?
           - Não está falando sério, não é?
           - Por acaso estou com cara de quem está brincando? Ô Bia, me beija logo!
           - É Bill!

      Sinceramente ela não parecia estar brincando. Mas ela estava bêbada! E eu não sou maluco de beijá-la. A Duda se aproximou.

           - Eu sei que você quer. Não adianta mentir.

      Fiquei sem reação.

           - Tá legal. – ela bateu palma. – Feche os olhos. – colocou sua mão sobre meus olhos. – Eu vou te beijar, e você vai gamar. Eita, isso rimou. – começou a rir.

      Eu estava com medo. Sim, muito medo. O que essa maluca pensa que está fazendo? Fiquei ali parado, mas deveria ter afastado-a de mim antes que pudesse fazer qualquer coisa. Senti que ela tirou sua mão dos meus olhos, e abri os mesmos. Cadê a Duda de novo? Olhei pro chão, e ela estava caída.

           - Duda, você está bem? – perguntei.

      Não sei se ela estava dormindo ou se havia desmaiado. Só sei que a peguei no colo, e a levei até o carro. A coloquei sentada no banco do passageiro, e pus o cinto de segurança. Fechei a porta, e dei a volta. Entrei no carro, e dirigi até minha casa.

      Uns cinco minutos depois, estacionei na garagem. A peguei novamente, e fui levando-a até a entrada da casa. Com muito trabalho consegui abrir a porta, e depois fechá-la. Subi as escadas com medo de que pudesse cair com ela. O quarto do Tom estava trancado, então o jeito seria colocá-la no meu. A deitei na cama, e a cobri com o lençol.

      Já estava saindo, quando me virei para olhá-la. Uma mecha de seu cabelo cobria seu rosto. Voltei até lá, e coloquei a mesma atrás de sua orelha. Ela tinha um leve sorriso nos lábios. Apaguei a luz, e sai do quarto, fechando a porta.

–--
(Contado pela Duda)

      Acordei com o meu celular tocando, e o Sol batendo em meu rosto. Abri os olhos devagar, e notei que estava num lugar desconhecido. Me sentei na cama, e minha cabeça parecia querer explodir de tanta dor. O celular continuava tocando. E o atendi.

           - Alô, minha vida é sem graça. – disse.
           - Gostaria de falar com Aline.
           - Quem é essa?
           - De quem é este número?
           - É meu.
           - E quem é você?
           - Com certeza não sou a Aline.
           - Desculpa.

      Meu dia não poderia começar melhor. Me levantei, e vi que no local havia duas portas. Caminhei até uma delas, e era um banheiro. Lavei meu rosto, minha boca, e fiz um coque no cabelo.

      Sai do quarto, e me deparei com um corredor não muito grande. Eu não sabia pra onde seguir. Resolvi ir pro lado esquerdo. Desci as escadas, e cheguei à sala. A casa estava silenciosa, quando ouvi um ruído vindo de outro cômodo. Fui até lá, e era a cozinha. Tom estava sentado na mesa, tomando café da manhã. Bill estava de costas, e parecia estar preparando alguma coisa.

           - Bela casa. – disse. Tom quase se engasgou, e o Bill se assustou e se virou rapidamente.
           - Pensei que fosse dormir até mais tarde. – disse Bill.
           - O quê que eu tô fazendo aqui? – perguntei.
           - Bom dia gatinha. – disse Tom. – Olha pessoal, eu vou terminar meu café lá no quarto. – disse pegando algumas coisas e se retirando.
           - Não se lembra de nada?
           - Nadinha. – respondi. – Não vai dizer que você e eu...
           - Claro que não!
           - Ainda bem.
           - Você bebeu demais ontem, e acabou desmaiando. Não sabia se era uma boa idéia te levar pra sua casa, então a trouxe pra cá.
           - Isso significa que ficarei te devendo um favor.
           - Não está me devendo nada.
           - Deveria ter me deixado lá. Outra pessoa poderia ter me ajudado.
           - E você acha que eu sou tão mau assim?
           - Acho. – ia me retirar. – Ah, e da próxima vez, não me ajude! Não quero que tenha trabalho comigo.

–--
(Contado pela 3º pessoa)

      Bill bem que tentou fazê-la comer algo antes de ir embora, mas a Duda não quis. Ela preferiu ir pra casa. Assim que ouviu a porta bater, Tom desceu até a cozinha novamente.

           - Ela já foi embora? – pergunta Tom.
           - Já.
           - E como foi a noite?
           - Acho que a pior de todas.
           - O que aconteceu?
           - Como você viu, ela estava completamente bêbada. Acredita que até um beijo ela me pediu?
           - Então vocês...
           - Não. Ela desmaiou antes que pudesse acontecer algo. Fiquei preocupado e achei melhor trazê-la pra cá. Ela dormiu no meu quarto.
           - E ela... não disse nada que fosse comprometedor?
           - A única coisa que me deixou “intrigado” foi quando ela disse que havia prometido a si mesma que não iria mais chorar por mim.
           - Como assim?
           - Não faço idéia.
           - Bom, eu vou ver um pouco de TV, vem comigo?
           - Vou arrumar algumas coisas no quarto.

      Bill foi pro quarto, e trancou a porta. Notou que a cama estava desarrumada, e se aproximou para deixar tudo no lugar. Ajeitou o lençol, e quando pegou o travesseiro, pôde sentir o perfume que ficara nele. Seu travesseiro agora estava com o cheiro da Duda. Um perfume agradável, e bom de sentir.

(Flashback)

           - Se acha que irei te deixar beber, está muito...
           - Me beija?

(/Flashback)

      Um leve sorriso estava formado no rosto do Bill. Ele colocou o travesseiro no lugar, e foi pro banheiro. Tomou seu banho, se arrumou, e se juntou ao Tom.

      Enquanto isso, a Duda chegava a casa.

           - Dormiu na casa de sua amiga? – pergunta Carol.
           - Não te interessa! – responde ela.
           - Como você é mal educada, garota!
           - Querida, me deixe em paz!

      Duda subiu pro quarto, fechou a porta. Começou a tirar sua roupa, ficando apenas de soutien e calcinha. Foi pro banheiro e tomou um banho quente, lavando o cabelo. Saiu de lá, minutos depois. Abriu seu guarda-roupa e escolheu um vestido bem confortável. Se deitou na cama, e abraçou seu travesseiro.

(Flashback)

           - O quê?
           - Você é surdo ou o quê? Vai ficar ai parado ou vai me beijar?
           - Não está falando sério, não é?
           - Por acaso estou com cara de quem está brincando? Ô Bia, me beija logo!


(/Flashback)

      Ela riu. Minutos depois, estava dormindo.

Postado por: Grasiele

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