(Contado pelo Bill)
- Eu vou... te levar pra casa. – disse.
- Não quero voltar pra lá! Eu quero...
- Se acha que irei te deixar beber, está muito...
- Me beija?
- O quê? – perguntei incrédulo.
- Você é surdo ou o quê? – ela me deu um leve empurrão, se afastando um pouco.
Ta legal, ela está bêbada e não faz idéia do que está falando.
- Vai ficar ai parado ou vai me beijar?
- Não está falando sério, não é?
- Por acaso estou com cara de quem está brincando? Ô Bia, me beija logo!
- É Bill!
Sinceramente ela não parecia estar brincando. Mas ela estava bêbada! E eu não sou maluco de beijá-la. A Duda se aproximou.
- Eu sei que você quer. Não adianta mentir.
Fiquei sem reação.
- Tá legal. – ela bateu palma. – Feche os olhos. – colocou sua mão sobre meus olhos. – Eu vou te beijar, e você vai gamar. Eita, isso rimou. – começou a rir.
Eu estava com medo. Sim, muito medo. O que essa maluca pensa que está fazendo? Fiquei ali parado, mas deveria ter afastado-a de mim antes que pudesse fazer qualquer coisa. Senti que ela tirou sua mão dos meus olhos, e abri os mesmos. Cadê a Duda de novo? Olhei pro chão, e ela estava caída.
- Duda, você está bem? – perguntei.
Não sei se ela estava dormindo ou se havia desmaiado. Só sei que a peguei no colo, e a levei até o carro. A coloquei sentada no banco do passageiro, e pus o cinto de segurança. Fechei a porta, e dei a volta. Entrei no carro, e dirigi até minha casa.
Uns cinco minutos depois, estacionei na garagem. A peguei novamente, e fui levando-a até a entrada da casa. Com muito trabalho consegui abrir a porta, e depois fechá-la. Subi as escadas com medo de que pudesse cair com ela. O quarto do Tom estava trancado, então o jeito seria colocá-la no meu. A deitei na cama, e a cobri com o lençol.
Já estava saindo, quando me virei para olhá-la. Uma mecha de seu cabelo cobria seu rosto. Voltei até lá, e coloquei a mesma atrás de sua orelha. Ela tinha um leve sorriso nos lábios. Apaguei a luz, e sai do quarto, fechando a porta.
–--
(Contado pela Duda)
Acordei com o meu celular tocando, e o Sol batendo em meu rosto. Abri os olhos devagar, e notei que estava num lugar desconhecido. Me sentei na cama, e minha cabeça parecia querer explodir de tanta dor. O celular continuava tocando. E o atendi.
- Alô, minha vida é sem graça. – disse.
- Gostaria de falar com Aline.
- Quem é essa?
- De quem é este número?
- É meu.
- E quem é você?
- Com certeza não sou a Aline.
- Desculpa.
Meu dia não poderia começar melhor. Me levantei, e vi que no local havia duas portas. Caminhei até uma delas, e era um banheiro. Lavei meu rosto, minha boca, e fiz um coque no cabelo.
Sai do quarto, e me deparei com um corredor não muito grande. Eu não sabia pra onde seguir. Resolvi ir pro lado esquerdo. Desci as escadas, e cheguei à sala. A casa estava silenciosa, quando ouvi um ruído vindo de outro cômodo. Fui até lá, e era a cozinha. Tom estava sentado na mesa, tomando café da manhã. Bill estava de costas, e parecia estar preparando alguma coisa.
- Bela casa. – disse. Tom quase se engasgou, e o Bill se assustou e se virou rapidamente.
- Pensei que fosse dormir até mais tarde. – disse Bill.
- O quê que eu tô fazendo aqui? – perguntei.
- Bom dia gatinha. – disse Tom. – Olha pessoal, eu vou terminar meu café lá no quarto. – disse pegando algumas coisas e se retirando.
- Não se lembra de nada?
- Nadinha. – respondi. – Não vai dizer que você e eu...
- Claro que não!
- Ainda bem.
- Você bebeu demais ontem, e acabou desmaiando. Não sabia se era uma boa idéia te levar pra sua casa, então a trouxe pra cá.
- Isso significa que ficarei te devendo um favor.
- Não está me devendo nada.
- Deveria ter me deixado lá. Outra pessoa poderia ter me ajudado.
- E você acha que eu sou tão mau assim?
- Acho. – ia me retirar. – Ah, e da próxima vez, não me ajude! Não quero que tenha trabalho comigo.
–--
(Contado pela 3º pessoa)
Bill bem que tentou fazê-la comer algo antes de ir embora, mas a Duda não quis. Ela preferiu ir pra casa. Assim que ouviu a porta bater, Tom desceu até a cozinha novamente.
- Ela já foi embora? – pergunta Tom.
- Já.
- E como foi a noite?
- Acho que a pior de todas.
- O que aconteceu?
- Como você viu, ela estava completamente bêbada. Acredita que até um beijo ela me pediu?
- Então vocês...
- Não. Ela desmaiou antes que pudesse acontecer algo. Fiquei preocupado e achei melhor trazê-la pra cá. Ela dormiu no meu quarto.
- E ela... não disse nada que fosse comprometedor?
- A única coisa que me deixou “intrigado” foi quando ela disse que havia prometido a si mesma que não iria mais chorar por mim.
- Como assim?
- Não faço idéia.
- Bom, eu vou ver um pouco de TV, vem comigo?
- Vou arrumar algumas coisas no quarto.
Bill foi pro quarto, e trancou a porta. Notou que a cama estava desarrumada, e se aproximou para deixar tudo no lugar. Ajeitou o lençol, e quando pegou o travesseiro, pôde sentir o perfume que ficara nele. Seu travesseiro agora estava com o cheiro da Duda. Um perfume agradável, e bom de sentir.
(Flashback)
- Se acha que irei te deixar beber, está muito...
- Me beija?
(/Flashback)
Um leve sorriso estava formado no rosto do Bill. Ele colocou o travesseiro no lugar, e foi pro banheiro. Tomou seu banho, se arrumou, e se juntou ao Tom.
Enquanto isso, a Duda chegava a casa.
- Dormiu na casa de sua amiga? – pergunta Carol.
- Não te interessa! – responde ela.
- Como você é mal educada, garota!
- Querida, me deixe em paz!
Duda subiu pro quarto, fechou a porta. Começou a tirar sua roupa, ficando apenas de soutien e calcinha. Foi pro banheiro e tomou um banho quente, lavando o cabelo. Saiu de lá, minutos depois. Abriu seu guarda-roupa e escolheu um vestido bem confortável. Se deitou na cama, e abraçou seu travesseiro.
(Flashback)
- O quê?
- Você é surdo ou o quê? Vai ficar ai parado ou vai me beijar?
- Não está falando sério, não é?
- Por acaso estou com cara de quem está brincando? Ô Bia, me beija logo!
(/Flashback)
Ela riu. Minutos depois, estava dormindo.
Postado por: Grasiele
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