segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 2 - Reencontro nada agradável

(Contado pela Duda)

      Estava dormindo tranquilamente, e até sonhando com algo que aparentemente era bom, quando fui acordada pelo despertador que fazia um barulho estranho. Era acostumada a acordar pela minha mãe, que sempre me dava um beijo no rosto. Mas como estou aqui, acho que não devo esperar por isso. Desliguei o despertador, e me levantei. Caminhei em direção ao banheiro, mas como ainda estava com um pouco de sono, dei de cara com a parede. Depois disso não tinha nem como não ficar completamente acordada. Segui meu caminho, fiz minha higiene matinal, tirei minhas roupas, liguei o chuveiro e deixei que a água quentinha percorresse meu corpo. Minutos depois voltei para o quarto enrolada numa toalha branca que havia achado numa das gavetas do banheiro. Abri o guarda-roupa, e escolhi as primeiras peças que vi.

      Estava vestida com uma calça jeans skinny, uma blusa branca com a frase “Girls Just Wanna Have Fun”, e all star. Me pus em frente ao espelho, e sequei meu cabelo, o deixando solto. Passei um pouco de máscara nos cílios, lápis de olho, e blush. Antes de sair do quarto, dei uma bagunçada no cabelo, peguei minha mochila, meu celular com os fones já preparados, e ai sim sai.

      Cheguei a cozinha, e meu pai já estava tomando seu café, acompanhado pela Carol. Não disse uma palavra se quer, somente me sentei e comecei a fazer minha refeição. Ele olhou para seu relógio.

           - Termine o seu café, que irei te levar no colégio. – disse ele.

      Fiquei calada. Terminei de tomar o suco de laranja, e fui até o banheiro para mais uma vez fazer higiene bucal. Sai de casa, eles já estavam dentro do carro. Pus a mochila sobre minhas pernas, coloquei os fones de ouvido, e comecei a ouvir “Know Your Enemy – Green Day”, no volume máximo. Fiquei ouvindo música durante o percurso inteiro.

      Desci do carro, e caminhei em direção a entrada do colégio. Fui direto a direção para saber onde seria minha sala. Uma moça baixinha, um pouco gorda, de cabelos negros, usando óculos enormes, e de aparelho nos dentes, me atendeu.

           - Posso ajudar? – pergunta ela, educadamente.
           - Sou nova no colégio, e queria saber onde é a minha sala. – disse.
           - Você é a...?
           - Eduarda Drummond.

      Ela procurou algo em seu computador, em seguida me levou até a sala. O professor já havia iniciado sua aula, quando foi interrompido pela moça.

           - Com licença professor Daniel. – disse ela.
           - Sim?
           - Esta é a nova aluna.
           - Seja bem vinda.
           - Obrigada. – disse.
           - Pode se sentar ali. – disse ele, apontando para a única carteira vazia.

      Caminhei até lá, e senti vontade de perguntar o que tanto olhavam. Os alunos não tiravam os olhos de mim, e me senti um alienígena. A moça conversou um pouco com o professor, e logo se retirou. Ele mais uma vez me deu as boas vindas.

           - Pode se apresentar para a turma? – pergunta ele.
           - Sou Eduarda Drummond. – disse. – Mas podem me chamar de Duda

      O sinal tocou, e vários alunos saíram da sala. Outros ficaram conversando. Liguei meu celular, e fiquei ouvindo música. Uma garota ruiva se sentou em minha frente e começou a puxar assunto.

           - Sou Dakota. – disse ela.
           - Oi. – disse, tirando os fones de ouvido.
           - Você é filha da famosa estilista Amanda Drummond, não é?
           - Sim.
           - Eu adoro as roupas que ela faz! São simplesmente incríveis!
           - Se você está dizendo, não é?
           - Como é ter uma mãe famosa?
           - Você por acaso é jornalista?
           - Não.
           - Que bom. Olha, me desculpa pela grosseria, mas não to a fim conversar.
           - Tudo bem.

      Ela se retirou. Ouvi dois alunos conversando, e disseram que aquele horário seria vago, e ficar dentro da sala não seria tão legal. Me levantei e fui conhecer o colégio, já que não tinha nada melhor pra fazer.

      Uns idiotas passaram correndo, e um deles esbarrou em mim.

           - Vai esbarrar na sua mãe, seu imbecil! – gritei.

      Provavelmente não me escutaram. Mas aqueles que estavam passando pelo local, com certeza ouviram muito bem, e ficaram me olhando estranhamente.

           - Tá olhando o quê? – perguntei a uma loirinha com cara de patricinha.
           - N-Nada. – ela gaguejou.

      Segui meu caminho. Estava dobrando um dos corredores, quando bato de frente com alguém. Aquele primeiro dia não estava sendo o melhor.

           - Me desculpa. – disse o garoto.
           - Olha pra frente da próxima vez! – disse.
           - Duda? Tá fazendo o quê aqui?
           - Não é da sua conta! – disse após perceber quem era o garoto.
           - Continua a mesma garota irritante, não é?
           - E você continua o mesmo chato!
           - O que faz aqui?
           - Já disse que não é da sua conta!
           - Deixa de ser ignorante garota!
           - Escuta aqui, não lhe devo satisfações!
           - Como você é marrenta!
           - Vai pra merda, Bill!

      Disse o empurrando um pouco, e me retirei. Ainda não estava acreditando que o encontrei aqui. Só pode ser uma brincadeira de muito mau gosto. Ah já sei! Isso é um reality show. Deve ter câmeras espalhadas pelo colégio. Só pode ser! Porque eu tinha que estar matriculada no mesmo colégio que ele? É alguma praga do destino! E que destino cruel!

Postado por: Grasiele

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