segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 7 - Convite

(Contado pela Duda)

           - Tenho certeza que é por isso que ela não tem amigos! Ninguém quer ter alguém como ela por perto! Aposto que nem os pais dela devem agüentar.

      O sangue me subiu pra cabeça, meu mundo desabou, e fiquei morrendo de raiva. Me aproximei rapidamente, segurei no ombro do Bill, o fazendo se virar para mim. E assim que ele ficou de frente, lhe dei um soco.

      Tá legal, isso não aconteceu. Bem que eu queria que tivesse acontecido. Eu teria descarregado toda minha raiva! O Tom ficou completamente mudo.

           - O que foi? – pergunta Bill.

      Me arrependo de não ter dado um soco nele. Mas não consegui. Minha voz naquele momento parecia ter desaparecido. Senti meus olhos começarem a se encher de lágrimas, e tirei forças de não sei aonde para dizer:

           - Muito obrigada, Bill.

      Ele se virou rapidamente, e pensa numa pessoa que mudou de cor? O Bill já é branco, e quase ficou transparente! Me retirei ali da sala, e fiquei vagando sem rumo pelo colégio. Acabei encontrando um corredor vazio, onde me sentei, e desabei a chorar.

–--
(Contado pela 3º pessoa)

      Os irmãos continuaram na sala...

           - Porque não me avisou que ela estava atrás de mim? – pergunta Bill.
           - Eu tentei. Mas você é meio lesado e não percebeu os sinais. – responde ele. - Deveria ir atrás dela.
           - Acha mesmo?
           - Um-hum.
           - Ah, ela não deve ter ficado tão abalada assim.
           - Você quem sabe.

      Tom pegou sua mochila e saiu. Alguns minutos pensando ali na sala, e Bill pegou suas coisas e foi pra casa. Tom resolveu ficar, pra poder sair com alguns de seus colegas. Duda, que estava no chão do corredor, abriu sua mochila, pegou seu celular e começou a discar os números. Como ainda chorava, preferiu colocar no viva-voz.

           - Alô?
           - Mãe, por favor, vem me buscar.
           - Duda? Filha, você está chorando?
           - Eu não agüento mais ficar aqui! Esse lugar é horrível!

      Tom passava pelo local, que estava silencioso, e acabou parando para ouvir a conversa.

           - O papai continua casado com aquela mulher, e ele nem se importa mais comigo! Pra completar, reencontrei o Kaulitz! Não tenho nenhum amigo, e todos devem me odiar! Por favor, mãe me tira daqui! Eu quero ir pra casa.
           - Primeiro, fique calma. Olha querida, eu não posso te buscar agora.
           - Não me deixe aqui! Isso é tortura!
           - Ainda hoje irei conversar com meu advogado, e verei o que posso fazer.
           - Só não demore muito.
           - Prometo que tentarei marcar uma audiência com o juiz o quanto antes, ok?
           - Um-hum.
           - Querida, agora eu preciso desligar. Mais tarde te ligarei.
           - Ok.
           - Promete que ficará bem?
           - Vou tentar.
           - Eu te amo muito, filha.
           - Também te amo.

      Duda secou suas lágrimas, guardou o celular, e se levantou. Tom saiu dali antes que ela pudesse vê-lo. Ele desistiu de sair com os amigos, e foi direto pra casa.

           - Bill, você tem que pedir desculpas a Duda. – disse Tom.
           - Por quê?
           - Ouvi uma conversa dela com a mãe, e ela chorava muito. É sério, aquilo que você falou, a machucou demais.
           - Eu não vou pedir desculpas! Ela que não deveria estar lá escutando nossa conversa!
           - Deixa de ser cabeça dura! A garota estava suplicando pra mãe vir buscá-la.
           - Perfeito! Assim ela vai embora e me deixa em paz!

      Na manhã seguinte, Bill ficou parado em frente à entrada do colégio, esperando pela Duda. Ele havia pensando durante a noite, e decidiu pedir desculpas. Assim que a viu descer do carro, caminhou até ela.

           - A gente pode conversa? – pergunta ele.

      Ela nem se deu o trabalho de parar para ouvi-lo. Seguiu seu caminho. Bill viu que aquilo seria mais difícil do que pensara, e foi atrás dela. Teve que correr um pouco para alcançá-la.

           - Duda! – gritou Bill. – Duda, espera!

      Quando a alcançou, segurou em seu braço para fazê-la parar.

           - O que quer? – pergunta ela, se desvencilhando. – Dizer novamente que sou a garota mais irritante? Jogar na minha cara que não tenho amigos, e que nem os meus pais me agüentam? Obrigada, mas não estou nem um pouco a fim de ouvir isso de novo!
           - Não! Me desculpa. Eu... eu não deveria ter dito aquilo.
           - É um pouco tarde pra isso, não acha?
           - Foi por impulso! Eu estava com raiva!
           - Não precisa perder seu tempo me pedindo desculpas. Sei que não está sendo sincero.

      Ela lhe deu as costas e continuou andando. Sem sucesso, Bill vai pro refeitório, e se senta na mesma mesa em que Tom se encontrava.

           - E ai, falou com ela?
           - Tentei. Mas não deu muito certo.
           - E vai desistir?
           - O que mais posso fazer? Agora é que ela me odeia mesmo!
           - A Débora vai dar uma festa, e ela quer que estejamos presentes. Ela me entregou esse convite aqui. – ele mostra o convite. – Você vai?
           - Não tenho nada melhor pra fazer. Quando será?
           - Hoje é sexta-feira, então será hoje.
           - Ok. Eu vou pra sala, que a aula já vai começar. Você não vem?
           - É aula de matemática, não é?
           - Um-hum.
           - Odeio matemática. Prefiro ficar aqui.

      Durante a aula... A professora estava dando um assunto novo, mas Bill não conseguia se concentrar. Na verdade, ele não estava nem prestando atenção.

(Flashback)

           - O que quer? Dizer novamente que sou a garota mais irritante? Jogar na minha cara que não tenho amigo, e que nem os meus pais me agüentam? Obrigada, mas não estou nem um pouco a fim de ouvir isso de novo!

           - Não precisa perder seu tempo me pedindo desculpas.

(/Flashback)

           - Bill. – chamava a professora.
           - Desculpa. – disse ele.
           - Está tudo bem?

      Ele olha pra Duda, que desvia o olhar.

           - Sim. – responde.
           - Então preste atenção.

      Mais tarde, quando o sinal toca, Duda vai pra casa. Ela chega calada, e quando já estava subindo as escadas, seu pai a chama.

           - Que carinha é essa? – pergunta John.
           - A única que tenho. – responde.
           - Andou chorando? – pergunta Carol, se aproximando dali.
           - Isso não é da sua conta! – responde ela.
           - Não vão começar a brigar agora, não é? – diz John.
           - Ô pai, eu não to com cabeça pra ficar aqui ouvindo os seus discursos, e muito menos a voz dessa daí. Então, vou pro meu quarto.
           - Chegou isso daqui pra você. – ele mostrou um envelope rosa.
           - O que é isso? – pergunta ela.
           - Descobrirá quando abrir. – responde Carol.
           - Isso é algum tipo de brincadeira? Porque se for...
           - Estava no correio. – diz John.

      Duda pega o pequeno envelope, e o abre.

           - O que tem ai? – pergunta John.
           - É um convite pra uma festa. – responde.
           - Que tipo de festa?
           - Não sei. Mas descobrirei quando chegar lá. – ela guarda o convite na mochila. – Vou pro quarto.

      Subiu as escadas, entrou no quarto e trancou a porta. Jogou a mochila no chão, e caminhou em direção a sua estante onde estava o som. O ligou, e estava passando a música “I’m With You – Avril Lavigne”. Se aproximou da cama, se sentou e ficou olhando pro carpete roxo. Se deitou, desta vez fitou o teto. Dos seus olhos começaram a escorrer algumas lágrimas, que ela enxugava, mas que insistiam em escorrer pelo rosto.

      Se levantou dali, abriu sua mochila e pegou seu caderno de desenho, e o estojo. Foi até a escrivaninha, e começou a desenhar. As lágrimas ainda caiam.


(Flashback)

          - Não tem como agüentá-la.

(/Flashback)


      Duda enxugou as lágrimas que molharam o caderno, e com a cabeça um pouco baixa, disse:

           - Eu te odeio Kaulitz.

Postado por: Grasiele

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