quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Broken Heart - Capítulo 52

– Mas essas ligaduras nos olhos dela, porque ela tá com isso? – disse o Bill passando a mão nos olhos para tirar as lágrimas.

– Amor, ela…bem…ela… - a Chris gaguejava com medo de falar.

– Chris fala logo, o que ela tem! Eu quero saber! – disse o Tom que virou o rosto para a encarar enquanto passava a mão no meu rosto.

– Ela tá cega! – a Chris soltou rápido.

– Ah!? – exclaram os quatro em coro.

– Como cega? – disse o Ge surpreso.

– É um cegueira temporária! Ela pode recuperar, mas ela tem isso por ter sofrido tantos traumas emocionais em tão pouco tempo, então criou essa barreira contra o mundo, para não se machucar mais! Só quando a mente dela se sentir preparada é que ela vai voltar a ver! Mas
isso não vai ser fácil, ela tá no limite emocional dela, e essa recuperação
pode até levar anos, mas também pode só durar poucos dias.- disse a Chris encarando o chão.

– Fui eu quem provocou isso! – disse Tom me puchando para mais perto dele.

– Me desculpa te dizer isso, mas foi você mesmo! Olha no seu quarto a mesa de vidro estava toda quebrada e cheia de sangue, você sabe se ela caiu!? – disse a Chis olhando triste.

Os outros olhavam o Tom esperando uma resposta.

– Bem, eu a empurrei com um pouco de força, mas depois sai do quarto. Eu estava tão furioso que nem voltei atrás mas ouvi algo se quebrando! Ela deve ter caido, com o meu empurrão e feito esse corte na cabeça! – disse ele deixando cair algumas lágrimas.

– Tom! Mano, você tem que se controlar! Um dia ela não aguenta mais, essas suas crises de ciúmes sem sentido! Olha bem no que essas brigas te estão levando, olha para o estado dela! – disse o Bill o olhando triste.

– Me desculpa, eu não quis provocar esse sofrimento em você! Eu nunca me vou perdoar por te ter causado isso! – ele disse no meu ouvido.

– Vamos, para dentro! Ela tem de descansar! – disse o Gus colocando a mão no ombro do Tom.

O Tom me tirou do carro do Bill com cuidado, e me aconchegou no seu colo. Entraram no hotel e na recepção estava o casal dos donos do hotel.

– Moço, como ela está? Ela está bem? – perguntou o dono preocupado para o Tom.

– Infelizmente, ela continua sem enxergar, mas vai ficar bem! – disse Tom triste.

– Espero que sim, se precisarem de algo, nós ajudaremos! – disse o senhor.

– Muito obrigada por tudo! – disse o Tom.

Todos subiram para os seus quartos e foram descansar. Tom me carregou até ao nosso quarto e me deitou na cama.

– Amor, meu anjo, como eu te machuquei desse jeito? Eu nem sei que deu em mim! Eu nem tinha razões para desconfiar de você, me perdoa! Só imploro que não me deixe! Eu não iria aguentar se você me abandona – se! – ele disse e dei um beijo no meu peito junto do coração.

Depois começou por tirar a minha blusa e as minhas calças jeans. Ele refez todos os curativos do meu corpo com muito cuidado, sem conseguir controlar as lágrimas que rolavam pelos seus olhos, sem dó nem piadade, com a nossa discussão sempre passando que nem um
filme na cabeça dele.

Depois vestiu o meu pijama com calma, e me cobriu com os lençois e as cobertas. Ele foi tomar um banho para tentar relaxar alguma coisa, mas estava impossível, ainda mais depois de ver no estado em que o quarto estava com o meu sangue espalhado, no chão. Eram as marcas do descontrole dele.

Ele saiu do banho, já muito cansado, e sem forças! Ele ainda assim estava com medo de qual seria a minha reacção quando acorda – se, afinal como ficaríamos depois disso!?

Vestiu apenas a box e se deitou do meu lado, e eu me encostei nele passando o meu braço no tronco dele. Ele me abraçou bem forte, como se tivesse medo que eu fosse fugir!

Dormimos abraçados e bem juntos, mas no dia seguinte…

Eu acordei, mas tudo continuava escuro, e aquilo me deixava mais que triste, muito mal, mal de mais! O pior de tudo eu nem sei onde estou, e precisava de fazer a minha higiene e tinha fome. Senti uns braços de volta de mim e quando os toquei, eu tinha certeza era o Tom! Ele estava ali, e de certa maneira isso me aliviava, eu tinha ficado nervosa e preocupada com ele, se ele estaria bem de verdade!

Calmamente tirei os seus braços de volta de mim, mas eu não sabia para onde ir, onde era o banheiro, nada! Era desesperante, não saber onde se está e o que fazer, para além de ver tudo preto.

Depois percebi que tinha algo em volta dos meus olhos, eu pus as mãos e senti um tecido nos meus olhos. Eu me levantei, tentei andar bem devagar e tentava apalpar as coisas, mas estava muito complicado, acabei batendo com o rosto contra uma parede e caí no chão, as lágrimas correram pelo o meu rosto, pela aquela dificuldade toda apenas para ir ao banheiro. Ouvi alguém correndo na minha direcção.

– Meu bem, poderia ter me pedido ajuda! – disse o Tom meigo comigo. Eu o abraçei com força e encostei o rosto no seu ombro.

– Calma, não chora! Não chora por favor! – ele dizia enquanto passava a mão nos meus cabelos.

– Me desculpa, eu não sabia que te ia machucar se não assumissemos o namoro agora! Desculpa! – eu disse bem nervosa.

Ele me apertou num abraço.

– Não fica assim, você tava certa! Eu é que sou o mesmo idiota e ignorante de sempre! Me perdoa, não me abandona, promete? Não fica nervosa, você não pode ficar assim! Nada do que eu te disse era verdade, eu nunca te quis machucar do jeito que você está agora! – ele disse preocupado.

– Eu não te vou abandonar eu prometo! Eu nem consigo fazer nada sozinha, fico sem saber onde estou, o que fazer! – eu disse.

– Eu vou ser os seus olhos! Pode confiar que eu vou ser aquilo que você precisar! Amor, você caiu na mesa de vidro? – ele disse no fim curioso.

– Eu…eu…bem… - eu gaguejava bem nervosa, eu não queria que ele ficasse ainda se sentindo mais culpado, do que ele já se sentia.

– Amor, pode dizer a verdade! Já percebi que foi quando eu te empurrei não foi? – ele disse triste.

– Foi, eu bati com a cabeça na mesa, por isso esse sangue no quarto! Mas por favor não fica se sentindo ainda pior do que você está! – eu disse.

Postado por: Grasiele

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