domingo, 4 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 8 - Pressentimentos

A boate estava completamente lotada de jovens que dançavam ao som de uma música muito alta.
Assim que os gêmeos chegaram ao local despertaram vários olhares. Tom rapidamente se enturmou com algumas garotas que descaradamente o paqueravam.
Bill junto ao grupo apenas os observava conversar animadamente, uma das garotas que rodeava o irmão aproximou-se dele, porém foi intimidada por um olhar frio de Bill que em seguida se afastou indo em direção ao bar.
Tom entretido com as garotas não notou a ausência do irmão. Algum tempo depois quando finalmente deu por si, imaginou que Bill estava a se divertir com alguma garota então passou a aproveitar ainda mais sua noite.
Ele dançava com uma bela morena quando sente alguém tocar seu ombro, vira-se e vê Giselle que grita para ser ouvida por ele em meio a música alta.

– Cadê o Bill?
– Não sei! Mas ele deve estar se divertindo por aí!
– Mas ele está aqui, não é?
– Sim, sim está!
– Vou procurar ele então!
– Mas se ele estiver com uma garota vê se não atrapalha!
– Claro né!

Giselle caminha pela boate se desviando das pessoas ao mesmo tempo em que as olhava, procurando por Bill.
Após procurar por toda a pista de dança e não encontrá-lo, decide ir até a área em que as bebidas eram vendidas.
No fundo do local avistou Bill em uma mesa com vários copos vazios sobre a mesma.

– Oi? – diz ela sentando à mesa.
– Oi.

Ficaram alguns minutos em silêncio, apenas observando um ao outro.
Giselle visivelmente desconfortável com a situação passava as mãos sobre os cabelos, enquanto Bill fumava um cigarro e terminava de beber mais um copo de uísque.
Ele então levanta-se e cambaleante acaba por cair no chão. Giselle imediatamente apressasse em ampará-lo, fazendo com que ele novamente se sentasse.

– Bill, já chega de bebidas, não?
– Me deixa em paz!
– Você já bebeu muito por uma noite. – diz ela mostrando os copos sobre a mesa.
– Vocês não queriam que eu me divertisse?
– Isso não parece ser muito divertido.


Bill nada diz. Após acender mais um cigarro, tenta novamente levantar-se, porém é impedido por Giselle, que diz:

– Espera, eu vou chamar o Tom! Você não está agüentando nem ficar em pé!

A garota então apressadamente vai à pista de dança e desesperada procura por Tom. Mais tarde o avista aos beijos com uma garota, ficou envergonhada por ter de interromper o casal, mas era preciso.

Puxando o braço de Tom, fez com que ele se afastasse da garota na qual sensualmente beijava.
Ele vira-se irritado, com um olhar repreensivo.

– Tom, o Bill está completamente bêbado!
– Deixa o cara curtir! – disse ele dando-lhe as costas.
– Ele não está feliz... ele só está bebendo!

Tom sem dar atenção ao que Giselle dizia, novamente agarrou a garota que estava beijando antes de ser interrompido por Giselle.

Esta xingou alguns palavrões que não foram ouvidos por Tom e voltou ao bar, encontrando Bill debruçado sobre a mesa, chorando copiosamente.

– Vem Bill... – disse ela oferecendo seu ombro para que Bill se apoiasse.
Lentamente caminharam até a saída do local. Giselle com muita dificuldade tentava equilibrar-se para que não caísse juntamente com Bill.

Para sorte da garota assim que finalmente conseguiram sair da boate, um táxi acabava de chegar. Assim que os passageiros desceram do carro, Giselle empurrou Bill para dentro do mesmo.

Chegando na portaria do condomínio onde Bill morava, ela pediu ao taxista que a ajudasse a carregar o rapaz até sua casa, ele muito solidário aceitou.
Ao entrar pela porta, Bill imediatamente atira-se sobre o sofá e acaba vomitando.

– Bill, você não devia ter bebido tanto!
– Você já pode ir pra sua casa...
– Não eu vou te ajudar!
– Eu não preciso de ajuda! Não agora...
– Mas Bill, deixa...
– Muito obrigado por tudo. Pode ir...
– Você tem certeza?
– Eu preciso ficar sozinho. Vou tomar um banho... e tudo vai ficar bem.

Giselle despediu-se de Bill, e preocupada foi embora. Queria ter ficado para ajudar Bill no que fosse preciso, mas percebeu que não era bem vinda.

O rapaz permaneceu deitado no sofá, buscando forças para ir banhar-se. Sua cabeça doía muito e sentia um enjôo muito forte. Bill nunca havia bebido tanto em uma noite, seu estado era lamentável.
Ele então levanta-se do sofá, e ainda meio zonzo esbarra pelos móveis, derrubando alguns objetos. Mas um em especial fez com que ele se ajoelha-se no chão.
 Com os olhos marejados Bill segura a caixinha de música que pertencia a Camila.
Vê os cacos espelhados pelo chão, desesperando recolhe os pedaços na esperança que pudesse a consertar.
Ao olhar para sua mão, vê o sangue deslizar sobre a mesma.
Novamente olha para os pedaços da caixinha de música, e pega a maior parte atirando-a com fúria contra a parede.

Com lágrimas a caírem de seus olhos, Bill grita a plenos pulmões.

– Me deixa Camila! Por favor sai de mim! Saia dos meus pensamentos, saia do meu coração! Por favor!!!

Bill passa alguns minutos deitado no chão, a pensar nas coisas que mais suplicava para ser capaz de esquecer.
Sua cabeça ainda doía muito, então ele decidiu ir ao armário do banheiro que continha alguns remédios.
Tal armário localizava-se fixado na parede, em cima da pia, sua porta era constituída por um espelho simples.
Com a vista embaçada começou a procurar por algum medicamento indicado para curar lhe a dor de cabeça. Porém não conseguia enxergar perfeitamente as letras contidas nos rótulos dos frascos.
Atordoado acabou por ingerir um calmante que havia comprado ilegalmente em uma farmácia. Escondido de todos ele consumia apenas uma fração de cada comprimido, para que assim pudesse dormir, mas não um sono pesado, o que o impediria de cuidar adequadamente de Gerthe.
Mas naquele momento ele não sabia de qual remédio se tratava, e confuso ingeriu dois por inteiro.
Apoiando-se na pia, ficou olhando para si mesmo, através do espelho. Reparava em suas olheiras, nos olhos já sem nenhum brilho, em sua face inegavelmente abatida.
Abriu a torneira e lavou agressivamente o rosto, como que se a força que ele usava para lavá-lo fosse capaz de fazer desaparecer as marcas de seu sofrimento.
Ao preparar-se para tomar banho sentiu uma forte tontura, tentou se apoiar na pia molhada, porém sua mão acabou escorregando. Perdendo o controle sob seu corpo, Bill caiu no chão, batendo sua testa na extremidade da pia.
A diminuição de seus reflexos e equilíbrio causado pelo consumo excessivo de bebida alcoólica facilitou que Bill não conseguisse equilibrar-se e nem segurar-se em algo, agora ele estava ali, desmaiado no chão do banheiro, sozinho em sua casa.

Naquele momento, Tom que se divertia na boate sente uma sensação estranha, inexplicável, um arrepio correu-lhe a espinha. Como que se soubesse que algo de ruim estava acontecendo ou prestes a acontecer.

– Eu preciso falar com o meu irmão. – diz ele à moça com quem estava flertando.
– O quê? Mas você volta, né?
– Sim...

Tom angustiado anda pela boate procurando por Bill ou Giselle. Caminha pela pista de dança, pelo bar, mas não os encontra. Lembra-se de que a garota havia lhe dito alguma coisa sobre o irmão. Ele então sai da boate e liga para Giselle.

– Alô? – atende uma voz feminina, com sonolência.
– É o Tom, você está na boate?
– Não eu estava dormindo em casa...
– E o Bill, você sabe me dizer se ele ainda está por aqui? Eu procurei...
– Você é retardado? Eu não te falei que o Bill estava se embebedando? Eu levei ele pra casa!
– E como ele estava?
– Bêbado?... – diz Giselle com ironia.
– Sim, mas feliz, triste...
– Ele veio controlando o choro durante todo o caminho...

Tom ao ouvir o que Giselle dizia, lembrou da conversa que havia tido com o psicólogo, lembrou dos riscos de suicídio. Desesperado, sem ao menos despedir-se de Giselle, desligou o celular, e o mais rápido que pode foi para a casa do irmão.
Durante todo o caminho, Tom tentava não pensar em coisas tristes, porém seu coração estava apertado, algo fazia com que ele tivesse certeza de que seu gêmeo precisava de ajuda.

Assim que chegou na entrada do condomínio, gritou para que o porteiro abrisse o portão, em seguida começou a correr desesperadamente para a casa de Bill.
Ao adentrar na mesma, ainda ofegante procurava por Bill em seu quarto, no quarto de Gerthe...
Foi quando entrou no banheiro, e viu Bill estirado no chão, com uma mão e a cabeça ensangüentadas.
Em choque ajoelha-se próximo ao irmão, tentando acordá-lo, mas em vão.
Liga para uma ambulância, que minutos mais tarde vinha socorrer Bill, o levando
para o hospital, acompanhado de Tom.

Postado Por: Grasiele

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