domingo, 4 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 4 - Cuidando de Gerthe

Depois da briga que tive com Tom fui obrigado a sair pra relaxar um pouco, esfriar a cabeça. Dei um passeio com Gerthe, andamos por algumas pracinhas cheias de crianças.
Eu gosto de vê-las brincar,elas são tão alegres, tão cheias de vida. Imagino que em um futuro próximo será a vez de Gerthe estar ali, nos brinquedos, no balanço, depois estarei a levando para a escola. Imagino como ela será quando crescer.
Não sei o que o futuro nos reserva, mas com certeza eu a farei feliz.
Queria ficar mais um pouco aqui sentado nesse banco de praça, apenas vendo as crianças brincarem, e com minha filha em meus braços, sonhar com um futuro mais feliz para nós dois. Porém vejo que nuvens negras vêm se aproximando.
Antes que chova, preciso ir embora. Espero que Tom não esteja mais lá.
Porém ao chegar em casa, vejo que meu desejo não se tornou realidade.


– Está mais calmo? – pergunta Tom ao ver o irmão.
– Nunca estive nervoso.
– Me desculpa pelo que aconteceu mais cedo. Eu só não consigo ver você nesse estado.
– Não fale mais na Camila e ficará tudo bem entre nós.
– Mas ...

Bill então olha para Tom, erguendo uma de suas sobrancelhas, em sinal de que aquela conversa acabava ali.
Bill leva Gerthe, que dormia, até o quarto, colocando-a no berço. Cobre a filha com a sua manta branca de detalhes cor de rosa, e a beija levemente no rosto.
Antes de sair do quarto sorri carinhosamente para a filha que dorme tranquilamente.
Bill então volta para a sala e passando pela cozinha, abre a geladeira pegando um copo de água.
Tom na sala, apenas de bermuda floral azul come alguns morangos, ao ver o irmão na cozinha, vai até a mesma, pega um prato que estava em cima de uma mesa e o destampa. Em seguida vira-se para Bill.

– Pega, come eu guardei pra você. – diz oferecendo ao irmão o sanduíche que havia feito mais cedo.
– Não estou com fome... depois eu como.
– Nada disso... dá só uma mordidinha... A coca-cola eu bebi se não ia perder o gás. Mas acho que ainda tem na geladeira.

Bill nada diz, apenas continua a beber sua água.

– Toma... – diz Tom, com voz triste.
– Você não vai parar de me perturbar enquanto eu não comer esse sanduíche, não é mesmo?
– Cara você demora pra entender as coisas, hein...

Bill então pega o prato das mãos do irmão e vai até a sala onde senta-se no sofá. Tom o acompanha depois de pegar mais alguns morangos.

– Sabe quem me ligou? – pergunta Tom.
– Claro que eu sei, eu sou um adivinho.
– Hahaha... – diz Tom com ironia. – Quem me ligou foi o David Jost.
– E...?
– Ele me perguntou como você estava, eu disse que bem. Então ele disse “Ótimo, vejo vocês em breve com as novas músicas”.
– Que novas músicas?
– As músicas que nós deveríamos estar compondo. Quer dizer nós não, você.
– Eu não escrevi nenhuma música.
– Eu sei disso. Então não querendo te pressionar nem nada.... Mas já está na hora, né?
– Eu não tenho um pingo de vontade de escrever alguma coisa.
– Se esforça! Toma escreve aqui... – disse Tom pegando o caderno de anotações da estante entregando ao irmão.
– Não faço idéia sobre o que escrever.
– Bom,... ai o compositor aqui é você!
– Depois eu penso em alguma coisa.
– É bom que seja logo... os caras da gravadora não vão querer esperar por muito mais tempo.
– Se está com tanta pressa, por que não escreve você?
– Ta, ta... não se apressa a arte,eu entendi!

Os irmãos então passam todo o fim de tarde assistindo televisão, Tom sempre com o controle remoto em mãos para que caso fosse necessário trocasse de canal rapidamente, evitando assim que a mesma situação desconfortável voltasse a acontecer.
Enquanto assistiam Prision Break, Gerthe começa a chorar.
Tom imediatamente se levanta do sofá para ir buscar a menina, mas é impedido por Bill, que o segura pelo braço.

– Ela sempre chora um pouco quando acorda... mas depois dorme de novo. – diz Bill.

O silêncio volta a reinar na casa, restando apenas o som vindo da televisão.

– Viu?
– Já ta sabendo tudo hein, cara! – exclama Tom.
– Conheço Gerthe como a mim mesmo, ou até mais.
– Não sabia que você seria um pai tão responsável... Me surpreendeu.
– Sério?
– Sério! Estou muito orgulhoso de você, muito mesmo!
– Você acha que a Camila também estaria?
– Bill... você não disse para não tocarmos no nome dela. Então...
– Tem razão...
– O quê? Repete! Você disse que eu tenho razão?
– É..
– Um milagre acabou de acontecer aqui!
– O milagre não é eu dizer que você tem razão e sim você ter razão.
– Vamos continuar vendo televisão que é melhor.
– Você só está falando isso porque não entendeu o que eu disse.
– Mas é claro que eu entendi!
– Então explica...
– Ah, Bill cala a boca e vê TV.
– Acho que agora não dá... Escuta só o choro. – disse Bill indo até o quarto de Gerthe.

Tom se levanta também e segue Bill até o quarto da menina, que fortemente chorava.

– O que aconteceu com ela? – pergunta Tom.
– O de sempre, fome e fralda suja. – diz Bill retirando a pequena calça da menina e em seguida sua fralda.
– Puta que pariu!!! O que é essa menina comeu?
– Para de graça e segura ela aqui enquanto eu preparo a banheira.
– Deixa ela ai no berço mesmo! Cara... ta podre....
– Larga de ser fresco que nem ta fedendo tanto assim! – diz Bill deixando Gerthe no berço e se dirigindo até o banheiro.

Tom tampando o nariz, apenas observava Gerthe, que não mais chorava e sim ria.

– Do que essa menina tanto ri? – pergunta Tom à Bill que no banheiro prepara a pequena banheira da menina, verificando a temperatura da água.
– O que?
– Ela tá rindo do nada... Rindo para o vento...
– Ela sempre faz isso. É normal... coisas de nenéns.
– Pelo menos ela é feliz, né? Mesmo no meio de tanta...
– Deixa ela em paz. Quando ela chora você reclama, quando ela ri você reclama também...- diz Bill trazendo a banheira para o quarto, a colocando em cima da cômoda.

Bill carinhosamente banha Gerthe, que parece gostar do banho dado por seu pai.
Ele então a envolve em uma toalha muito macia.

– Esqueci da pomada! Segura ela aqui. – diz Bill entregando a menina para Tom que a segura em pé em seus braços.
– Ela ta quentinha... peraí...

Tom então afasta a menina de seu corpo e vê um liquido escorrendo da toalha. Olha para seu corpo e vê que também está todo molhado.

– Cara ela fez xixi em mim! Não acredito...
– Que? – pergunta Bill, se aproximando dos dois com a pomada anti-assaduras em suas mãos.
– Ela só esperou vir para o meu colo pra fazer xixi!

Bill então olha para  tórax molhado de Tom e começa a rir.

– Bem feito! Só isso mesmo pra me fazer rir.
– Cara ela fez xixi em mim! Mas que droga, nem de camiseta eu estou! – diz Tom entregando a menina para Bill.
– Isso mesmo meu anjinho, de prêmio você vai ganhar uma mamadeira bem quentinha!

Bill então veste sua filha enquanto Tom corre até o banheiro para tomar um banho.
Gerthe era vestida com um macacão branco com vários ursinhos espelhados por ele, em seguida Bill a veste com uma toquinha, dando-lhe a chupeta, até que a mamadeira ficasse pronta.
Minutos mais tarde, Tom já devidamente recomposto volta à sala onde o irmão alimenta a filha.

– Já está tardão... onde é que eu vou dormir? – pergunta Tom.
– No sofá oras... Aqui não tem quarto de hóspedes.
– Legal, eu venho te visitar e sou expulso, mijado e ainda por cima vou dormir no sofá...
– Ninguém mandou você vir pra cá...
Vou ficar no quarto vendo TV com a Gerthe.
– Você não vai jantar?
– Depois eu como alguma coisa. Boa noite. – diz Bill indo para o quarto com Gerthe.
– Boa noite, qualquer coisa me chama.

Bill volta-se para Tom dando-lhe um tímido sorriso,então segue indo para seu quarto.

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog