domingo, 4 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 5 - A procura de ajuda...

Tom dormia no sofá da sala, mas acorda por ouvir Bill aparentemente conversando com alguém.
Sem se levantar do sofá, espia o irmão que estava na cozinha, sem deixar que ele o visse, fica escutando a conversa.

– Amor, daqui a pouco eu vou levar a Gerthe no médico! Ai acho que estou com mais medo do que ela. Será que ela vai chorar?
Um pouco, né? – dizia Bill preparando a mamadeira.

Tom a cada minuto que passava vendo o irmão simplesmente falar sozinho, ficava ainda mais assustado. Sem reação apenas o observava.

– Camila você não sabe o que aconteceu! Ontem a Gerthe bem fez xixi no Tom, eu ri pra caramba, você tinha que ter visto! Iria rir muito também.
Quer café?
Ai... eu sei que você não gosta que eu fique me entupindo de café... mas olha, eu estou colocando um pouco de leite, ta bom?

Tom então se levanta do sofá, indo até a cozinha. Bill ao perceber que o irmão já estava acordado, se cala.

– Com quem você estava falando?- pergunta Tom.
– Com ninguém.
– Mas eu ouvi a sua voz...
– Eu estava cantando Tom! Posso?

Bill pega a mamadeira que havia preparado e vai para seu quarto, ele é seguido por Tom, que tenta também entrar, mas Bill tranca a porta.

Horas se passam enquanto Bill permanece trancado no quarto. Tom por vezes vai ao quarto do irmão perguntando-lhe se estava tudo bem ou se precisava de ajuda, porém era respondido apenas com um frio e seco “não”.
Quando Tom se levanta para novamente ir bater a porta do irmão, esta se abre.
Bill segurando Gerthe e a bolsa da menina, caminha em direção á saída da casa, avisando a Tom:

– Vou levar Gerthe ao médico, tchau.
– Peraí, eu quero ir com vocês.
– Não precisa, pode ficar aí.
– Não, eu vou! – diz Tom rapidamente calçando seus tênis.

Bill o espera, e juntos levam a menina até ao posto de saúde.
Chegando lá, os irmãos aguardam pela consulta, sentados à porta da sala do médico que os atenderiam, junto com algumas mães e seus bebês que também ali estavam.
Em certo momento uma senhora com um bebê em seus braços se aproxima dos gêmeos, olhando fixamente para Bill,como que se o reconhecesse de algum lugar.

– Olá! – ela diz.
– Oi... - diz Bill seguido por Tom.
– Se lembra de mim? – a senhora pergunta à Bill..
– Bem... me desculpe...
– Eu freqüentava as mesmas palestras que você e a sua esposa. Lembra... aquela de amamentação, cuidados com o bebê...
– Ah, sim! Já me lembro da senhora...
– Essa é a sua filha?
– Sim.
– Ela linda! .... E a sua esposa como está, tendo muitas dificuldades?

Bill cabisbaixo nada fala, logo Tom, toma a frente e responde:

– Ela faleceu.
– Ah, sinto muito... foi no parto?
– Esse assunto ainda é recente sabe... – diz ele fazendo sinais com os olhos, indicando Bill.
– Desculpa... é... tchau. – diz ela , se afastando.

Bill e Tom permanecem em silêncio, até que a doutora chama pelo nome de Gerthe, pedindo que a levassem até sua sala.
Gerthe chorava muito, assustada com aquela situação. A doutora a pesava, aferia seu comprimento e temperatura. Em seguida checou o cartão de vacina da menina, vendo que estava tudo em ordem, deu os parabéns ao pai de primeira viagem. Gerthe estava com a saúde perfeita, superando todas as prováveis complicações do seu nascimento prematuro.
A médica então os dispensou, após ter marcado a próxima consulta.
Bill consolava a filha, que minutos depois acabou por cessar o choro.

Enquanto se dirigiam a saída da unidade de saúde, Bill informa ao irmão que precisaria trocar as fraldas de Gerthe, saindo então à procura de um lugar especifico para isso.
Tom enquanto aguardava pela volta do irmão, caminhava pelos corredores, quando se depara com uma porta azul, esta possuía uma placa, que identificava que aquela sala pertencia ao setor de saúde mental.
Tom fica por alguns instantes olhando para a porta e se lembrando da cena que presenciara pela manhã.
Já ia embora, quando um homem vestido de forma casual, apenas com um crachá destinado aos funcionários do posto de saúde, abre a porta.
O homem ao ver Tom parado em frente a mesma, pergunta:

– Bom dia, precisa de ajuda?
– Não...

Diante da resposta dada por Tom, ele lhe dá as costas, mas então o rapaz se arrepende e o chama.

– Ei! – diz Tom se aproximando novamente do funcionário do posto.

Ele então olha para seu crachá que informa que aquele homem era um psicólogo.

– O senhor é psicólogo? – pergunta Tom com ar de dúvida.
– Sim, sim... estou em horário de almoço, por isso não uso o jaleco.
– O senhor está ocupado, então...
– Não, pode falar....
– Bom, é que... o meu irmão ficou viúvo há alguns meses, e ele ficou muito triste, o que é normal... Mas já se passaram quase 5 meses e ele só vem piorando, a cada dia fica mais triste, e isolado...
– Por favor me acompanhe até a minha sala para podermos conversar melhor...

Eles então se dirigem até a sala em que momentos antes Tom observava, sentando-se um de frente para o outro diante de uma mesa de madeira.

– Continue falando do seu irmão por favor.
– Como eu dizia, o Bill está me preocupando, porque ele não está se alimentando, não dorme.. Está totalmente diferente do que ele costumava ser!
– Isso é normal, afinal ele sofreu uma grande perda, porém você não deve insistir para que ele se recupere... Não é assim, você deve dar tempo ao tempo...
– Mas ele está piorando! Hoje de manhã ele estava falando sozinho! Falava como se estivesse conversando com a Camila, a esposa dele que morreu!
– Isso é um sinal de solidão, mas precisamos averiguar se ele não está tendo alucinações, isso torna o caso mais grave.
– O que eu faço?
– Ele faz uso de algum anti-depressivo?
– Eu não sei dizer... O senhor acha que é caso de internação?
– Veja bem, pelo o que você me informa o seu irmão pode estar passando por uma depressão. Porém eu não posso fazer o diagnóstico sem ver e avaliar o paciente.
– Se eu trazer ele aqui, o senhor faz esse diagnóstico?
– Dificilmente um paciente depressivo aceita que está nessa situação, recusando-se a procurar ajuda médica, é preciso ter paciência para convence-lo a vir até aqui.
– Sim, mas eu sei que não é nem necessário o diagnóstico do senhor. Meu irmão está com depressão, ele não está bem!
– Traga-o, então para que eu possa fazer uma avaliação.
– Isso ... a depressão pode ser grave?
– Há dois tipos de depressão, uma em que o paciente apresenta fases deprimidas e maníacas e outra em que ele fica apenas depressivo, mas é preciso estar atento quando esse quadro evolui para uma tentativa de suicídio, e quando o paciente passa a ter alucinações.
– O Bill está tendo alucinações!
– Não tenha tanta certeza disso, ele pode apenas estar se sentindo solitário.
– Ok, eu vou tentar traze-lo aqui.
– Sim, e tente ficar calmo.

Tom então sai da sala do médico, e vê Bill ao final do corredor, aparentemente o procurando.

– Onde você se meteu? – pergunta Bill.
– Só estava dando uma volta....

Bill, Tom e Gerthe voltam para casa, mas durante todo o caminho Tom pensava no que o psicólogo havia lhe dito, a idéia de ajudar o irmão vinha com ainda mais intensidade a sua mente, o deixando ansioso para que anoitecesse para que então pudesse conversar com Giselle.

Postado Por: Grasiele

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