(Contado pelo Tom)
Eu deveria ter agarrado a Amanda e ter feito tudo que ela queria, mas não. Eu não fiz! Logo eu que vivo pegando “qualquer” garota. O que está acontecendo comigo? Sei que não estou gostando da Kate. Ela é só mais uma garota, e o meu propósito não é gostar dela, e sim pegá-la e depois ficar com o carro do John.
- Vamos Kate? – disse chamando-a.
- Vamos. – disse ela, se levantando. – Tchau Bill.
- Tchau. – disse ele.
Entramos no carro, e partimos. Ficamos rodando por alguns minutos, até que paramos numa lanchonete. Pedimos batata-frita, mas não ficamos muito tempo ali, achamos melhor comer pelas ruas enquanto caminhávamos. Fomos andando, e me lembrei da tarde, quando a beijei. Comecei a rir.
- Do que está rindo? – pergunta Kate.
- De você me chamando de pervertido.
- E não é?
- Posso até ser. Mas você bem que gosta.
- Já vai começar a se achar.
- Quer saber um segredo? – perguntei, enquanto parava de caminhar.
- Quero. – ela parou em frente a mim.
- Você é a garota mais legal que eu já conheci.
- Sei.
- É verdade. Você não é como as outras que só querem ficar comigo porque sou o capitão do time de basquete, ou porque sou o mais popular. Você é diferente.
- Diferente como?
- Hoje a tarde, quando disse que talvez poderíamos transar, se fosse outra garota teria topado na hora mesmo sabendo que nosso namoro é fake. Mas você não. Resistiu até o último momento.
- É bom saber que pensa assim de mim.
- Nem sei como irão reagir quando descobrirem que estou saindo com a garota mais desastrada. – nós dois rimos.
- Está preocupado?
- É que as pessoas dizem “o Tom é um excelente jogador de basquete, um astro entre as mulheres. Devemos nos orgulhar muito”. Ás vezes eu não queria ser o melhor jogador ou o astro, como todos dizem. Queria ser... apenas eu.
- Você é um cara legal, mas não pelo que dizem.
- Sabe que... quando estou ao seu lado... me sinto assim. Apenas eu.
A Kate é tão... Acho que não há palavra que possa defini-la. Estávamos parados em frente a um parque infantil, e o silêncio tomava conta. Eu não sabia o que dizer, então disse a primeira coisa que me veio na mente.
- Aposto que te venço no salto.
- O quê? Quer mesmo saltar dos balanços?
- Por quê? Está com medo?
A cara que ela fez foi a melhor. Logo aceitou o meu desafio. Nos sentamos e começamos a balançar.
- Quem for mais longe ganha um drink do outro. – disse ela.
- E um beijo bem longo.
- Nem pensar!
- Só um beijo não irá matar ninguém!
- Ta legal.
- Um...
- Não! Um...
- Dois... Três! – gritamos em uníssono e pulamos.
Isso poderia parecer suicídio, mas foi muito engraçado. Nós tentamos pular o mais longe possivel, mas acho que não deu muito certo. Por sorte caímos na areia, e não nos machucamos. Caímos um ao lado do outro, e começamos a rir do nosso “momento infância”.
- Você está bem? – pergunta Kate.
- Eu deveria ter caído e rolado.
E os risos continuavam.
- Acho que estou ficando velho. – disse.
- Não está nada! Se você está, eu também estou.
Me sentei, e Kate continuou deitada. Estava usando um vestido cor de rosa, um pouco curto, o que deixava suas pernas bem amostra. Ela também se sentou, e entrelaçou seu braço ao meu. Com um pouco de timidez, começou a alisá-lo, e cada movimento que fazia, eu me arrepiava. Fixei meus olhos nela, que ficou corada.
- Está me deixando com vergonha. – disse ela.
- Me desculpa. Topa saltar de novo?
- Mais uma dessas e eu vou direto pro hospital.
Ficamos olhando a lua que estava enorme, e muito linda.
- Seu braço está tão gelado. – disse ela.
- Sabia que ele nunca ficou tão arrepiado assim?
- Está ficando tarde. – disse ela após minutos em silêncio. - É melhor irmos embora.
Nos levantamos e partimos. Mas antes de levá-la embora, dei uma passadinha rápida em casa.
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(Contado pela Kate)
Tom segurou em minha mão, subindo as escadas até a porta de entrada de sua luxuosa casa. Ele abriu a porta e pediu pra eu entrar.
- Tem alguém aqui sem ser nós? – disse, olhando em volta.
- Se contar com os criados, há pessoas aqui sim, mas se não contar com eles... – disse Tom, fechando a porta.
Ele se virou para mim, e me fitou com um olhar que me fuzilava por dentro, eu me senti refém dos seus olhos. Me senti fraca perante seu magnífico rosto que me observava, e sabia que não seria forte o bastante para resistir. Ele me olhava não como se eu fosse uma qualquer, não me olhava somente com desejo do meu corpo, eu podia sentir por fora, o que ele me transmitia com seu sorriso, por dentro. Eu não me senti uma qualquer, e ele sabia que eu não era.
-... Estamos a sós.
Tom disse que iria tomar um banho e se trocar antes de me levar para casa, então subimos até o quarto onde fiquei vendo algumas de suas fotos. E ele seguiu em direção ao banheiro.
- Kate, só irei colocar uma blusa e já partiremos. – disse ele. Levantei minha cabeça para poder olhá-lo, e estava vestido apenas com uma calça, deixando amostra seus braços fortes e musculosos. Viajei completamente naquilo, mas não demonstrei nenhum tipo de reação.
- Vou te deixar sozinho enquanto termina de ser arrumar. – disse.
- Não precisa!
Ele me puxou pelo braço e me fez entrar na mesma sintonia do olhar com ele novamente. Me senti vulnerável, e minhas pernas começaram a tremer. Com certeza cairia se ele não estivesse me segurando. Meu coração? Tive quase certeza que ele estava saindo pela boca.
Postado Por: Grasiele
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