sexta-feira, 28 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 12 - Seu idiota! Você estragou tudo!

(Contado pela Kate)
                                                      
      Ele se levantou e foi até sua escrivaninha. Abriu uma das gavetas, e pegou algo que parecia ser um papel. Olhei no relógio, e vi que a hora do almoço já se aproximava. Minha mãe poderia ficar preocupada comigo.

           - É melhor eu ir. – disse me levantando.
           - Espera.

      Bill se virou e caminhou em minha direção. Ao dar mais alguns passos, tropeçou na alça da mochila e caiu sobre mim. Ficamos caídos no chão do quarto.

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(Contado pelo Bill)

      Aquela seria uma boa oportunidade para tentar beijá-la. E foi o que fiz. Aproximei meu rosto do dela, e quando nossos lábios estavam praticamente colados...

           - Com licença Sr Bill. – disse a faxineira entrando no quarto. – Ah, me desculpem. Não queria atrapalhar.

      Kate se levanta no mesmo instante.

           - Eu já estava de saída. – disse ela.
           - Não! Quero dizer... – me levantei. – fica mais um pouco.
           - Está um pouco tarde. Minha mãe pode se preocupar.
           - Quer que eu te leve em casa?
           - Não precisa.

      Enquanto conversávamos, Bianca permaneceu lá em frente à porta, parada esperando.

           - A gente se vê amanhã. – disse Kate.
           - Ta legal.

      A acompanhei até a porta da rua, e retornei para ver o que a Bianca queria.

           - Só queria avisar que já terminei meu serviço.
           - Sabe que quando terminar pode ir embora, não é?
           - Me desculpe. Eu não queria ter atrapalhado.
           - Tudo bem. Eu nunca conseguirei beijá-la mesmo.
           - O senhor gosta muito dela, não é mesmo?
           - Você não sabe o quanto. – suspirei. - Mas ela nem sonha com isso. Bom, já pode ir se quiser.
           - Tchau. Boa sorte com a garota.
       
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(Contado pela Kate)

      Cheguei em casa e bati a porta, fui direto pro quarto. Minha mãe me chamou, mas nem dei ouvidos. Entrei no quarto e tranquei a porta. Me deitei na cama e abracei o travesseiro. Passei a tarde inteira pensando em algo que nem chegou a acontecer.

      Horas mais tarde, quando o sol já tinha se posto. Me levantei e fui fazer um lanche antes de começar as atividades. Retornei ao quarto, abri o caderno para fazer as tarefas, mas não conseguia me concentrar em absolutamente nada. Fui dormir de novo.

      Estava sonhando com algo que era aparentemente bom, foi quando senti alguém me chacoalhar. E isso estava ficando cada vez mais forte. Ouvi uma voz bem longe chamar pelo meu nome, até que foi ficando mais alto.

           - Kate acorda! – gritou minha mãe, e eu quase pulei da cama de tanto susto.
           - O que foi mãe? – perguntei sonolenta.
           - O Bill está lá na sala. Ele quer falar com você.
           - Vou lavar o rosto e já desço pra falar com ele.

      Me levantei morrendo de preguiça. Espero que o que ele tenha pra falar seja importante. Me fez acordar de um sonho tão bom. Desci as escadas ainda tentando abrir os olhos, e por causa disso quase cai, por sorte o corrimão me ajudou.

           - Aconteceu alguma coisa? – perguntei ao Bill.
           - Desculpa se te acordei. Preciso te mostrar uma coisa.
           - E o que é?
           - Na verdade é um lugar.
           - Espera só um minuto pra eu me trocar?
           - Não precisa. Está linda assim.

      Eu estava vestida com uma calça de moletom rosa, e uma blusa de frio branca, com uma pantufa de porquinhos nos pés.

           - Vou tirar as pantufas. – disse.
           - Ok. Só não demore. – disse ele.

      Minutos depois... Saímos com o carro do Bill, e rodamos por quinze minutos até chegarmos ao local que ele queria me mostrar. Por todos os lados que eu olhava, só via matos, árvores, barulhos de grilos, e nenhum sinal de vida humana.

           - Onde está me levando? – perguntei.
           - Fica tranqüila. Não irei te seqüestrar.

      Andamos a pé por mais cinco minutos até chegarmos numa casa na árvore. Bill subiu, em seguida fui atrás. Confesso que estava desconfiada. Não acredito que me acordou para me mostrar uma casa na árvore. Pensei. Ficamos em pé na varanda. A vista lá de cima era incrivelmente linda! Apesar de ter só mato em volta. Mas o que mais me deixou encantada foram as estrelas. Que lindas elas estavam.

           - Olha! – apontou Bill. – Uma estrela cadente! Dizem que se deve colocar as mãos nos bolsos, fechar os olhos e fazer um desejo.
           - Não tenho bolsos.

      Solução? Colocar as mãos nos bolsos do Bill! Ele só tinha bolsos na parte de trás da calça, mas eu não estava nem ai, nem pensei e fui logo colocando minhas mãos e fechando os olhos.

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(Contado pelo Bill)

      Vê-la com os olhos fechados e praticamente abraçada a mim, era a melhor coisa. Estava irresistivel, e eu poderia tentar – de novo -, mas seria arriscado. Ela poderia simplesmente me ignorar pra sempre. Mas eu precisava seguir em frente e ver no que daria. Um sorriso surgiu em seus lábios. Toquei seu rosto, delicadamente, para não assustá-la, e ela abriu os olhos. Notei que sua respiração havia começado a se alterar. Aproximei um pouco meu rosto, e ela não ter recuado fora uma grande vitória. Corri todo seu rosto com os olhos observando cada detalhe, até que os mesmos pararam em seus lábios.
   
      Meus lábios tocaram os seus, em sintonia. Pode parecer besteira, mas eu me senti vivo, senti a necessidade de aprofundar. Toquei sua nuca, e ela entreabriu os lábios. Era a minha deixa. Explorei sua boca, enquanto ela tremia de nervosismo. Nos separamos, e ela não fugiu do meu olhar.

      Acho que tudo estava bom demais para ser verdade. Der repente Kate parece acordar de um transe, se afasta de mim.

           - Pode... pode me levar pra casa? – pergunta ela.
        
      Seu idiota! Você estragou tudo. Tinha que beijá-la logo agora?

Postado Por: Grasiele

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