quarta-feira, 6 de julho de 2011

Angel In Disguise - Capítulo 8

Entrei na multidão e comecei a dançar como louca. Martelava a frase de Ethan dizendo que iria se casar, e eu rebolava cada vez mais. Dois rapazes vieram em minha direção e dançaram colados junto comigo e eu apenas seguia o movimento dos rapazes que estavam loucos ao me ver completamente possuída, liberta dançando até o chão. Beijei um deles e em seguida me virei para beijar o outro. Um deles me deu uma bebida e me pediu para abrir a boca, eu abri e ele colocou uma bala em minha boca e sorri, em seguida tomando metade da garrafa de cerveja e voltando a abraçar o moreno que havia beijado primeiro. O efeito da bala e da cerveja já tinham começado, e eu ria sozinha, via tudo girando e tudo muito psicodélico, estava voando, estava me sentindo leve, sem o peso das palavras do Ethan ecoando em meu ouvido, sem as palavras do meu pai me chamando de inútil, sem cliente revoltados com meu atendimento, estava oco, estava vazia, estava livre.
O outro rapaz, de cabelos aparentemente castanhos, não percebi direito por causa das luzes da boate, me puxou pela mão e me levou para fora do estabelecimento, seu amigo saiu logo atrás e fomos para um esquina. Nos amassamos ali, um deles tirou uma camisinha do bolso e já desabotoou a calça vindo em minha direção enquanto eu estava encostada de costas para o moreno que beijava meu pescoço com vontade. A pegação não parava e tudo ainda girava. Foi tudo rápido e não senti nada, apenas ouvia gemidos de sonoridades diferentes e sentia minha pele sendo sugava e apertada até que os gemidos pararam, e os apertos também. Ainda sonsa olhei a minha volta e não tinha mais ninguém, os dois rapazes tinham saído e resolvi voltar para a boate, mas estava sem calcinha. Chegando à boate não me importei em dizer que tinha saído para Damon, que só me olhava de longe, e voltei para o balcão, bebendo uma dose de tequila e ficaria ali, viajando até que a noite acabasse.
A noite acabou e estava acabada, ainda estava bêbada e drogada. Não me despedi de ninguém, peguei minha bolsa e fui embora, a pé novamente.
Atravessei a avenida e havia um grupo de moleques me chamando, eu conhecia um eles, era um traficantezinho que me vendia erva de vez em quando e resolvi ir até ele. Chegando lá eles perguntaram se queria algo, e disse que estava sem dinheiro, eles insistiram e eu gritei que estava sem dinheiro, um deles puxou minha bolsa e eu gritei mais alto o chamando de viado. Os outros dois tiraram um sarro do amigo e ele abriu a porta de um caminhão frigorífico e me jogou lá dentro sem que eu tivesse força para revidar, ele tentou pegar minha bolsa e com medo que eles tentassem me matar, fechei a porta do caminhão por dentro e tranquei. Eles batiam com força, gritando que eu iria morrer congelada ali dentro e que era bem feito para mim, e alguém deve ter passado por ali porque ouvi passos deles correndo.
Eu estava congelando, e aquele cheiro de carne crua estava me dando náuseas. Não pude evitar de vomitar e começar a passar mal pelo frio e pelo excesso de bebida. Fui tentar a abrir a porta, pois não ouvia mais os gritos dos moleques, mas não consegui, empurrei novamente e ela não abria, minha mão doía com aquela maçaneta congelada e escorregava devido ao gelo. Fui ficando fraca e encostei minha cabeça na porta, fui escorregando até chegar ao chão e fiquei ali, esperando a morte fria me buscar, meus olhos piscavam, eu via tudo escuro e vi somente um flash de luz e a imagem de Bill apareceu em minha cabeça.
- Bill. – Disse fraca, vendo minha visão ficar turva e apagar.




- Rescue Me -
http://www.youtube.com/watch?v=OYYhW_hWgx4&feature=related




Bill estava sentado tomando café e assistindo pica-pau quando sentiu algo estranho.

-         Sara! -  Se levantou rapidamente pegando seu casaco e saindo como louco sem trancar a porta.

Bill procurava Sara por todos os cantos, ele conseguia sentir sua presença quase desaparecendo em algum lugar próximo a boate onde trabalhava, ele temia por ser tarde e corria como louco, sem se importar com frio que fazia aquela noite.
Ele parou na esquina de um cruzamento e olhava para todos os lados daquelas ruas pouco iluminadas até avistar uma van branca no fundo da rua, ele observou por dois segundo e correu em direção a ela. Quando chegou bateu na porta traseira da van gritando.

-         Sara!! Sara!! -  batia com força sem obter resposta.  Bill pegou uma pedra e um pedaço de madeira para abrir a porta, sem sucesso. Entrou em desespero e levou as mãos a cabeça sem poder fazer nada. – Eu não queria fazer isso. -  Disse olhando para suas mãos e em seguida a encostando sobre a maçaneta da van. Olhou para os lados para ver se não vinha ninguém, fechou os olhos, se concentrou com as mãos fechadas sobre a maçaneta e ouviu estalo. A porta estava destravada,  Bill abriu desesperado e sentiu algo forçando a porta pelo lado de dentro, empurrou devagar pois sabia que era Sara. A pegou nos braços e ela estava branca e dura e seus lábios estavam num tom azul com roxo. Ele tirou o casaco e a enrolou nele, a pegando mole no colo e correndo pela ruas até chegar no apartamento dela.

Bill abriu a porta com dificuldade e foi direto para o banheiro. A deitou na banheira e ligou o chuveiro no quente. Tirou o casaco e a roupa de Sara a deixando somente de lingerie e com o desespero se jogou dentro da banheira e começou a tirar sua camiseta e sua calça. Grudou seu corpo no dela enquanto a água quente caia sobre eles e arrumava seu cabelo para trás. Passava água sobre seu rosto e a chamava com súplica.

-         Sara, acorda, por favor. – Deu leves tapas em sua bochecha e a mergulhou na banheira que já estava parcialmente cheia. Bill deitou-se junto com ela e não parava de esfregar o corpo de Sara que mexeu a mão e logo ele voltou a olhá-la, pedindo que ela acorda-se.
-         Anda, acorda.
-         B...Bill? -  A voz de Sara estava fraca, mas aquela voz havia feito Bill respirar fundo de alivio e a abraçar com força.

Sara abriu os olhos devagar, e ao sentir o calor do corpo de Bill e ao ouvir sua voz se sentiu amada, se sentiu segura, mesmo com dificuldade levantou os braços e abraçou Bill pela cintura.

-         Não me deixa, por favor, eu não quero ficar sozinha.
-         Eu não vou a lugar nenhum, eu vou ficar aqui com você, você não está sozinha.


E ali eles ficaram até que Sara recuperasse a cor. Bill a levantou e a secou com uma toalha. A deitou na cama ainda semi nua, um pouco úmida e pegou todos os cobertores que tinham no guarda roupa, a cobriu dos pés a cabeça e secou o seu cabelo o deixando quase seco. Arrumou o travesseiro.

-         Eu já volto, vou fazer algo quente pra você tomar. -  Disse indo para cozinha completamente molhado.
-         Café. -  Sara disse vendo Bill se virar para olhá-la e soltou um sorriso para seu anjo.

Bill se secou rapidamente enquanto a água esquentava e vestiu uma calça de moletom somente. Preparou o café quente e levou para Sara. Chegando ao quarto ela estava dormindo e ele apenas deixou o café na cabeceira e se virou para ir para a sala quando sentiu sua mão sendo segura por uma mão delicada e fria.

-         Fica aqui. – Pediu num sussurro tão amedrontado que fez Bill fechar os olhos. 
-         Ta bom. -  Disse deitando sobre o cobertor.

Sara se enrolou no braço de Bill e deitou em seu tórax, Bill não sabia como reagir, apenas acariciou o cabelo de Sara e cheirou seu cabelo involuntariamente, não pode evitar de sentir uma sensação estranha na barriga e pensou que estava com fome. Mas teria que ficar ali, pois Sara havia pedido. Arrumou a colcha mais grossa sobre de Sara e ficou ali, ao lado dela durante a toda a noite.


*Bill*


Estou me sentindo estranho, parece que minha barriga está pegando fogo. Não pode ser fome, quando é fome ela só dói. Não sei se como alguma coisa, quem sabe a dor passa, mas a Sara me pediu para ficar aqui com ela então... acho que eu agüento.

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