quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não Confie Em Mim! - Capítulo 5


Só que eu tinha um pequeno problema, acho que estou... Grávida. Enjôos constantes, ciclo menstrual atrasadíssimo, cansaço além do normal, e um desejo incontrolável de comer doce o tempo inteiro. Eu nunca havia me sentido assim antes, e esses são sintomas muito característicos. Preciso de ajuda, preciso contar isso pra alguém, e eu sabia muito bem quem.
– Qual a emergência, Nati?- Perguntou Ash, sentada no sofá, de frente para mim, que estava na poltrona.
– Ash, ainda não tenho certeza...!- Hesitei, ela colocou a mão sobre minha perna, me incentivando. – Eu acho... Que estou grávida!-Soltei, e ela ficou parada.
De repente ela abriu o maior sorriso.
– Own... Você está grávida do Gust! Vai ser tão lindo quando ele souber...-Eu dei um pulo.
– Não! Eu não sei se ESTOU grávida, tudo INDICA que estou. O Gustav não pode saber ainda.
– Oras, faça um teste!- Ela disse como se fosse óbvio, e era.
– Eu comprei um teste, mas fiquei com medo de fazer! –Ash me abraçou de lado.
– Eu estou aqui agora, e vamos fazer esse teste de uma vez por todas.
Fomos até o banheiro, e alguns minutos depois eu saí, com o resultado em mãos, e é claro que era o que eu já sabia.
– Positivo!- Disse um pouco abismada.
– Ah!- Ash gritou e me abraçou. –Eu vou ser titia, vou ser titia. - Ela ficou repetindo isso, até que e fiquei parada, e ela percebeu.
– Tem alguma coisa errada?- Ash perguntou, vendo meu desânimo repentino.
– Eu sei que posso confiar em você Ash!- Comecei. – E isso que eu vou te contar, tem que ficar entre nós!- Decretei.
– Tudo bem, pode falar!- Disse séria.
– Eu o encontrei Tom!- Ela me olhava atenciosamente.
Eu lhe contei tudo que havia acontecido, desde o dia que ele me encontrou em meu carro.
– Então você quer dizer que está apaixonada pelo Tom, mas também pelo Gustav, e não sabe ao certo que é o pai do seu filho?- Ela parecia calma, assimilando tudo. Eu assenti.
– Puta que pariu Natalie Benson! Você se meteu numa baita de uma merda!-Disse consideravelmente tranqüila.
– Eu sei!- Coloquei as mãos sobre o rosto.
– Você precisa ir ao médico, pra saber de tudo direitinho! - Ela olhou no relógio – Podemos ir agora, fazer uma consulta. Seu convênio é ótimo!
Arrumei-me e fomos para o hospital, estacionamos o carro e fomos em direção ao prédio. Outro carro veio em nossa direção. Eu me joguei, puxando Ashley junto comigo; o carro subiu à calçada e bateu em uma placa. Um homem saiu de dentro, e quando me viu no chão, sacou uma arma e atirou. Eu me levantei rápido, arrastando Ashley, para trás de um carro. O homem parou de atirar, e foi embora, visto que muitas pessoas passavam pelo local.
Mas eu me recordava dele, esforçando muito minha memória, ele era um “funcionário”, de um dos negociantes de Tom. E pelo visto, o negócio não deu certo, e ele estava ali para descontar em mim.
Acordei de minhas lembranças, quando vi sangue, sangue em...
Em Ashley, ela tinha sido baleada. Gritei por socorro, e logo alguns enfermeiros vieram com uma maca (Sorte nossa que estávamos no hospital).
Eles a levaram para a sala de cirurgia, e eu fiquei na sala de espera. Mas, acho que eu me esforcei demais com toda essa loucura, e comecei a me sentir mal, me senti tonta, e logo eu estava no chão, e tudo que eu consegui ver foram alguns enfermeiros correndo em minha direção.
Acordei provavelmente, algumas horas depois deitada em uma cama, tomando soro. Uma médica estava ao lado da minha cama, lendo alguma coisa que parecia minha ficha médica.
– Olá senhorita, Benson!- Disse educadamente.
– Oi! - Respondi um pouco sem jeito.
– A senhorita desmaiou, e foi trazida para cá, onde nós fizemos alguns exames. Creio que já sabe sobre sua... Gravidez!- Disse um pouco apreensiva, para não me assustar, caso eu não soubesse.
– Sei sim!- Sorri, e inconscientemente coloquei a mão sobre a minha barriga. Ela sorriu aliviada.
– A senhorita desmaiou, por causa do esforço que fez para ajudar sua amiga!
– Como ela está?- Perguntei um pouco sobressaltada.
– Ela está bem. Ela já saiu da cirurgia, e agora está se recuperando. –Respondeu com calma.
– Onde o tiro atingiu?
– O braço dela. Nada com o que se preocupar. – Suspirei aliviada. – Agora descanse, para não prejudicar o bebê.
– Está tudo bem com ele, não é?- Perguntei receosa.
– Sim!- Sorriu docemente. – Vocês agüentaram firme. - Ela passou a mão sob minha cabeça e saiu do quarto.
Eu devia que isso ia acontecer, mais cedo ou mais tarde. Era essa a vida de qualquer pessoa que estivesse com o Tom. Agora eu tinha uma nova ‘vida’ crescendo dentro de mim. Meu bebê é a minha prioridade agora, muito mais do que qualquer dilema amoroso que eu esteja envolvida.
Minha melhor amiga havia levado um tiro, por causa de uma coisa que nem ao menos faz idéia, e como meu bebê ficaria no meio disso tudo?
Eu precisava saber qual dos dois era mesmo o pai, por mais que eu tivesse certeza que gritava dentro de minha cabeça.
Levantei da cama, ainda um pouco tonta, mas com a coragem necessária para olhar minha ficha médica.
2 semanas e meia.
Como eu desconfiava. Foram exatamente 2 semanas e meia, desde o reencontro com Tom, na minha Land Rover, que não só me rendera uma pequena cicatriz na testa, como também um bebê.
O que eu faria agora? Não poderia simplesmente contar para o Tom que eu esperava um filho dele, por que o que eu diria a Gustav? E o mais importante, nem eu, nem Tom, poderíamos protegê-lo completamente, visto que o ‘ramo’ de trabalho dele lhe trouxera muito inimigos. Mas, por outro lado, se eu dissesse a Gustav que o filho era dele não saberia que tipo de ira de Tom nós enfrentaríamos. Afastar-me poderia ser uma opção? Eu não quero, não quero deixá-los. Mas eu tenho, por meu bebê, pelo bem estar dele.
2 semanas depois...
– 1 mês! Daqui a pouco, você não esconderá mais a sua barriga!-Advertia Ashley, enquanto eu a ajudava a fazer as malas - poucas coisas - para que ela, finalmente, fosse embora do hospital.
– Ainda não dá pra ver nada!- Suspirei revirando os olhos.
– Como? Acha que nem o Gustav e nem o Tom estão reparando no rápido crescimento dos seus peitos?- Ela sorriu maliciosamente, imaginando a expressão que algum dos dois fazia quando olhava meus seios.
– Engraçadinha!- Rimos.
– Você tem que decidir o que fazer logo. E saiba que eu estar com você no que decidir!- Ela me abraçou de lado, e finalmente saímos do quarto.
– Eu já decidi!- Disse convicta, enquanto íamos em direção ao meu carro, minha querida Land Rover.
– Tem certeza que é isso mesmo?
– Sim!- Respondi, e coloquei a mão sobre minha barriga.
Entramos no carro e eu a deixei em casa, logo seguindo para a minha.
Tom P.O.V. ON
Eu a segui desde que saiu do hospital com a amiga, que infelizmente foi baleada num atentado contra a MINHA Natalie. Ela ficou assustada, e um pouco distante de mim depois. Se eu pegar o desgraçado que fez isso, eu nem sei o que eu faria, mas seria doloroso, MUITO doloroso.
Eu queria passar um tempo a mais com ela, por que ultimamente, o Schäfer a aluga mais que tudo, e eu odeio ver os dois juntinhos a semana inteira.
Para que ninguém desconfie, eu a ultrapassei, e fiquei 2 quarteirões depois a esperando, e sei que ela me reconheceria. Alguns minutos depois, o carro dela se aproximava, e meu coração começou a bater forte, como nunca antes, é isso que a saudade faz com a gente.
BOOOOMMMM!!!!!!!!
Vidros estilhaçados, o carro em chamas, e a lataria contorcida.
– Não! - Eu gritei, e sai correndo do carro em direção ao que sobrou da lataria.
Cai de joelhos no chão, um pouco distante das chamas, chorando.
Ela, Natalie... estava...Morta. Não, isso não podia estar acontecendo, não é possível. Eu não POSSO perder a razão da minha vida, a razão de eu estar sustentando toda a minha fuga da prisão, a razão de eu ter me tornado uma PESSOA melhor. Meu coração só gritava por ELA. Eu tinha sido capaz de perdoá-la por ter me traído, uma coisa da qual eu não era capaz.
E agora não existia mais nada, nenhuma razão para continuar com tudo.
Eu não me importei quando os policiais chegaram, e com eles, Gustav. Ele olhou pra mim surpreso, mas não durou muito, por que logo ele estava como eu: De Joelhos, encarando o carro destruído.
Os policiais não perderam tempo, e assim que me reconheceram me prenderam, novamente.
E dessa vez eu não pretendia fugir!
Tom P.O.V. OFF.
Gustav P.O.V. ON
Eu estava confuso. Primeiro o Tom estava ali também; Segundo o carro da Natalie estava destruído, e pelo que me informaram era ela que estava dentro.
Será que ele tinha feito aquilo? Eu não consegui mover um músculo sequer, para fazer um acerto de contas. Eu não tinha noção do que acontecia ao meu redor, eu só conseguia pensar em... Natalie. Minha melhor amiga, melhor parceira, melhor companheira, melhor namorada, e se ela tivesse aceitado, melhor esposa. Agora tudo estava destruído, tudo estava acabado, sem sentido. Não tinha força para nada, nem pra responder a Georg que me chamava parecendo preocupado.
Que se dane tudo, eu não quero continuar, EU NÃO VOU CONTINUAR.
Gustav P.O.V. OFF

Noticiário ON

Hoje um atentado chocante, tirou a vida de uma das mais prestigiadas agentes da polícia de Nova York, Natalie Benson. Por algum motivo, o procurado golpista e traficante, Tom Kaulitz, estava no local, e PEDIU para ser preso. E como a própria detetive Benson ajudou a desmascará-lo e prendê-lo da primeira vez, ele é o principal suspeito de ser o mandante do atentado que tirou a vida da mesma.
O parceiro dela, o detetive Gustav Schäfer, não quis gravar entrevistas e logo após o corpo dela ser levado, ele pediu exoneração da polícia.
De volta aos estúdios com...

Noticiário OFF

Eu observava tudo de longe, do alto de um prédio, onde era seguro.
Pronto... estava feito. Eu sai definitivamente da vida dos dois.
Uma lagrima caiu de meus olhos, e eu sabia que era só começo. Mas tudo era pelo MEU bebê, minha razão de viver agora. Eu não conseguia me importar com nada ao meu redor, meus sentimentos estavam alheios a qualquer ação minha. Sim, eu poderia, e iria me arrepender mais tarde, mas agora, nada mais tinha importância. Eu tinha certeza que teria tudo que eu precisasse. Meu filho ou filha, minha melhor amiga, Ashley; principalmente agora que sigo os passos de Tom. Talvez o ramo de trabalho dele não seja tão ruim assim, ainda mais que eu não trato com nenhum de meus ‘sócios’ diretamente. Prefiro ficar na sombra e não correr tantos riscos. Acho que eu posso ficar boa nisso, tanto quanto Tom.
Só não se esqueça da próxima vez...
Não Confie em Mim!

FIM

Postado por: Alessandra | Fonte: x

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