quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Fogo E Fogo?! (Doce E Selvagem 2) - Capítulo 13 - Henrique. De novo!

– Ok, Bill. Coloca pra fora! – joguei os braços para cima e me sentei na cama. – Não vai ser o primeiro a gritar comigo hoje. – bufei.
– Não vou gritar com você, Tom. Eu só quero saber o que está acontecendo contigo? – ele caminhou até a minha direção e se abaixou, colocando a mão em meu ombro. – Não minta para mim, ainda sou seu irmão. Sabe que pode contar comigo! – apoiei meus cotovelos sobre o joelho e enterrei meu rosto em minhas mãos.
– Ok. – respirei fundo e ergui meu rosto para encará-lo. – Eu e May ficamos.
– Disso eu já sei. – ele se levantou e sentou ao meu lado.
– Sabe? – perguntei.
– Óbvio né, Tom! Aquelas desculpas horríveis e os barulhos que fizeram ontem a noite deixa tudo bem claro! – ele sorriu e eu olhei para frente. – O que eu quero entender é: por que ficou com ela se sabe que tem uma namorada? É questão de responsabilidade, Tom!
– Eu sei Bill! – me levantei e passei a mão na cabeça, me virando para ele logo em seguida. – Mas você não entende!
– O que eu não entendo Tom?
– Eu... Sei lá. Eu precisava estar com ela. Ela... ela... Eu não sei! – me atrapalhei com as palavras e me senti sufocado. – Eu não entendo o que acontece. Mas ela faz acender algo dentro de mim que eu não sei o que é. – olhei para ele e suas sobrancelhas estavam arqueadas. – É diferente estar com ela.
– Tom... – ele me olhou cautelosamente. – Você não acha que está...
– Não! – falei rápido ao perceber o que ele achava. – É apenas uma necessidade, uma atração, talvez por ela ser meio diferente.
– Você precisa pensar bem, Tom. Preste bem atenção nas coisas que está sentindo, senão pode jogar sua felicidade fora! – ele se levantou e me abraçou. – Não magoe ninguém e nem á você mesmo! – ele afagou minhas costas e saiu do meu quarto. Fui direto para o meu banheiro e tirei minhas roupas, enchi a banheira e entrei, fechando meus olhos e apoiando a cabeça na borda.
Um erro...
Ter traído Ria foi um erro, afinal, não é justo enganar ninguém... Quem quer que seja essa pessoa, mas ter ficado com May, sentir ela, isso para mim não foi um erro. Fiquei lembrando de ontem à noite, ela me deixava louco! Era completamente diferente do que sempre foi com outras mulheres.
O seu pânico quando lhe perguntei se alguém havia magoado ela... Será que ela gostava de mim? Digo me amar?! Claro que não! Até porque a gente se conhece a pouco tempo, é impossível alguém amar outra pessoa em tão pouco tempo. Bom, de qualquer jeito, já passou tudo. Ela mesma me disse que não quer que eu toque nela nunca mais, então se ela quer assim, assim será!
– Tom? – ouvi a voz de Bill e abri meus olhos, olhando para ele. – Quando você falou com a May pela última vez?
– Quando cheguei do hospital. Por quê? – me ajeitei na banheira, ficando sentado.
– Jacqueline está tentando ligar à tempos para ela, mas May não atende. Ela te disse aonde iria? Já são mais de 23h00min! – falou preocupado.
– Não, claro que não. – me levantei e enrolei a toalha na minha cintura.
– Tudo bem então. – ele saiu do banheiro e eu fui para o meu quarto.
Vesti-me e desci para a sala, Jacqueline estava com o celular nas mãos e pela sua cara, estava muito preocupada. Bill estava sentado no sofá ao lado dela, abraçando ela de lado. Me sentei.
– Não aconteceu nada meu amor. Ela só está nervosa com tudo que aconteceu aqui. – Bill falava, tentando acalmar Jacqueline.
– Esse é o problema, Bill. Ela está nervosa! – ela se levantou e passou a mão no rosto.
– Eu vou atrás dela! – falei me levantando. Jacqueline e Bill olharam para mim.
– Tom, eu acho que... – Jacqueline começou a falar cautelosa.
– Eu vou procurar ela! – subi as escadas de dois em dois degraus e coloquei apenas uma calça jeans e o tênis, deixei a camisa como estava e desci novamente com a chave do meu carro na mão. Abri a porta e saí.
Sinceramente eu não sei o que estava fazendo. Eu nem sei por onde iria começar a procurar ela! Sem contar que se eu achasse May, ela provavelmente se recusaria a voltar para casa comigo, mesmo assim, saí pelas ruas de L.A. sem destino, apenas vagando, seguindo minha intuição. Ok, eu não estava seguindo minha intuição, pois na verdade eu estava pensando em como ela era perversa na cama. Sorri com isso. Mas logo voltei a me concentrar no que fazia.
Enquanto eu dirigia, passei por uma rua cheia de boates, a rua estaria escura se não fosse pelas luzes de enfeite de cada boate. Mas quando olhei para o lado oposto de onde rolava as festas, vi dois homens arrastando uma garota para um beco escuro. Estreitei meus olhos e reconheci o short preto e a camiseta bege que deixava seu ombro nu.
Parei meu carro bruscamente e abri a porta, correndo em direção a onde os homens a levavam. Encostei-me à parede quando me aproximei e pude ouvir May xingar eles, logo depois um deles gritou:
– CALA BOCA SUA VADIA! – ouvi um estalo. – Você vai convencer Jacqueline a voltar comigo! Você está me ouvindo?
– Eu não sei quem é Jacqueline! – ela gritou. Arrisquei-me a olhar dentro do beco e vi um homem segurando ela por trás e o outro apertando sua bochecha com uma mão, segurando seu rosto.
– Você sabe... Ela já me falou de você! Ou você faz o que eu estou mandando, ou eu mato você!
– Então mata seu maldito! Me mata logo! – ela cuspiu na cara dele e ele se afastou um pouco, logo depois mais um estalo ecoou pelo beco. Percebi que ele tinha batido em seu rosto.
Meu sangue ferveu e entrei com tudo naquele beco, May me olhou com os olhos assustados, balançando a cabeça negativamente, mas não me importei. Puxei o ombro daquele covarde e lhe acertei um soco no rosto, ele cambaleou um pouco e depois se voltou contra mim. Consegui desviar de seu golpe e deu outro soco em sua barriga, ele se curvou e lhe acertei novamente no rosto. Ele caiu no chão gemendo de dor e me preparei para ajudar Mayára, mas quando olhei para ela, vi o homem que a segurava ajoelhado no chão com a mão em suas partes e ela com um pedaço de madeira erguido.
Só tive tempo para arregalar os olhos, pois ela acertou em cheio a cabeça do homem com a madeira e ele desmaiou. Corri na direção dela e segurei em sua mão, puxando ela para fora do beco, saindo correndo até o meu carro. Entramos rápido e nem coloquei o cinto, apenas dirigi rápido até em casa. Não trocamos nenhuma palavra durante o percurso, nem ao menos me olhar ela não fazia.
Quando estacionei meu carro em frente a minha casa, Mayára colocou a mão na porta, pronta para abrir, mas eu segurei em seu braço e puxei. Ela me encarou e percebi que o canto de sua boca estava roxo.
– Ele te machucou... – sussurrei. – Quem era aquele desgraçado? – perguntei morrendo de raiva e coloquei a mão em seu rosto, passando o dedo de leve pelo machucado.
– Era Henrique. – ela falou e virou um pouco o rosto, fazendo com que minha mão desencostasse de sua boca.
– Acho que já ouvi esse nome em algum ... Espera! Ele é o tal ex da Jacqueline, não é? – perguntei e ela assentiu.
– Ele queria que eu convencesse ela a voltar com ela. Mas eu jamais faria isso! – ela olhou para mim por um breve segundo. – Obrigada. - e tornou a abrir a porta, mas mais uma vez, puxei seu braço.
Olhei em seus olhos e não aguentei, subi minha mão até a nuca dela e a puxei para um beijo. No começo ela tentou me afastar, mas depois deu passagem para a minha língua e o nosso beijo se intensificou. Me aproximei mais dela pelo banco do carro e coloquei minha mão livre em sua cintura, tentando trazer ela para mim, mas ela acabou me empurrando com força e fez com que eu me soltasse dela.
– Eu disse que era para você nunca mais tocar em mim! – falou ofegante e dessa vez, saiu do meu carro como um jato. Suspirei e me debrucei sobre o volante, encostando minha cabeça no próprio.
– Que merda! – murmurei sozinho.

Postado por: Grasiele

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