quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Fogo E Fogo?! (Doce E Selvagem 2) - Capítulo 15 - Não vai embora!

POV. Tom

Acordei sem vontade nenhuma de levantar. Passei a mão pelo meu rosto e estiquei meu braço para pegar o celular em cima do criado mudo, olhei as horas e já eram 11h00min. Sentei-me na cama e me espreguicei, daqui a pouco Mayára estaria chegado da faculdade... Droga, preciso parar de pensar nela por pelo menos um minuto!
Ouvi alguém bater na porta me despertando.
– Entra. – a porta se abriu e Bill entrou.
– Tom... – ele começou devagar.
– Que foi? – perguntei curioso.
– A May foi embora. – eu arregalei meus olhos e senti meu coração bater mais rápido. Só não sei por que.
– Como assim ela foi embora? Ela voltou para o Brasil? – perguntei, soltando as palavras rápidas demais.
– Não. – ele disse e eu respirei fundo, relaxando um pouco. – Ela pediu para Jacqueline ceder o apartamento dela por uns tempo, até ela arranjar um emprego e juntar dinheiro para aí sim voltar para o Brasil.
– O quê? – praticamente gritei. – Ela não pode fazer isso! – falei me alterando e Bill estava me olhando com os olhos estreitos. – Quer dizer... Ela não pode fazer isso com Jacqueline!
– A Jacqueline ficou triste claro, mas disse que se ela acha que é melhor assim... Ela apoiava.
– Como ela pôde apoiar um absurdo desses! E a faculdade dela? – perguntei indignado.
– Tom, não é um absurdo! Ela tem o direito de fazer o que quiser com a vida dela. – ele falou com calma.
– MAS ELA NÃO TEM O DIREITO DE SAIR DE PERTO DE MIM! – gritei com ódio e Bill arregalou os olhos. Me joguei de volta na cama e cobri meu rosto com o travesseiro.
– Tom? – Bill falou com um tom de surpresa na voz. – Tem certeza que não sente nada por May?
– Não. – falei. – Digo... Sim! – tirei o travesseiro do rosto. – Tenho certeza. E se ela quer assim, tanto faz para mim. – me levantei e fui direto para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes.
Bill não falou mais nada, apenas ouvi a porta do meu quarto ser fechada. Levantei meu rosto me olhando no espelho e vi o quanto eu estava sendo canalha. Saí do banheiro e desci indo direto para cozinha, pois eu estava morrendo de fome e Jutta já havia deixado preparado sanduíches para mim e suco de morango. Sentei-me no sofá da sala e liguei a TV, estava passando um jogo de basquete e resolvi deixar lá.
– Tom. – olhei para a escada e Bill estava descendo. – Seu celular não para de tocar. – ele entregou na minha mão e vi que era Ria.
– Obrigado. – tentei sorrir.
– Alô amorzinho? – ouvi a voz dela assim que atendi.
– O que foi, Ria? – falei.
Ai, como você está seco. – revirei meus olhos mesmo sabendo que ela não veria. – Bom, vamos sair hoje? – eu estava pronto para recusar, mas achei melhor me distrair.
– Ok, te pego as 21h00min!
Tá bom. Beijos. – desliguei o celular e o joguei de qualquer jeito no sofá.
°°°°°°
Sinceramente eu não estava nem um pouco afim de sair com Ria, mas eu precisa livrar meus pensamentos e ocupar minha mente com qualquer coisa que não fosse Mayára. Terminei de calçar meus tênis e peguei meus pertences. Fui direto para o apartamento de Ria e fiquei esperando ela descer. Ela estava bonita, mas não estava sexy como Ma... esquece! Apenas dei um selinho em seus lábios e seguimos direto para aquela rua cheia de festa da qual salvei ela.
– É só escolher em qual delas quer entrar. – falei para Ria enquanto estacionava meu carro.
– Vamos naquela! – ela apontou para a boate mais iluminada da rua.
Saímos do carro e entramos logo na festa para não chamar muita atenção. Ria disse que estava com sede, então fomos ao bar pedir alguma coisa e como sempre, ela preferiu tomar champanhe, já eu, pedi o que tivesse de mais forte ali.
Eu estava sentado em uma das banquetas do bar, Ria estava entre minhas pernas, abraçada ao meu pescoço e beijando meu rosto. Foi quando eu a vi. May estava com um vestido preto e de renda colado em seu corpo, ele era curto, seus cabelos estavam soltos e ela estava com um sapato de salto brilhante. Linda!
– Tom? Toom! – olhei para Ria e vi ela procurando pela boate o que instantes atrás prendia minha atenção. – O que estava olhando?
– Nada. – respondi rápido. – Pensei ter visto um amigo. – disse e pude ouvir ela murmurar um “Ah”.
Voltei a olhar para Mayára e vi que ela dançava com um cara. Senti o sangue do meu rosto esquentar, ainda mais quando ele passou os braços pela cintura dela e começou a cochichar no ouvido de May. Mas que porcaria era aquela?! Preparei-me para me levantar e ir até lá, mas só aí tive consciência de Ria colada em mim.
– Ria. – chamei e imediatamente ela me olhou nos olhos.
– O que foi amorzinho? – ela perguntou e eu senti um pouco de culpa, mas eu tinha que ter coragem.
– Acho que o que temos... Acaba aqui. – falei com calma.
– O QUÊ? –ela gritou e algumas pessoas nos olharam.
– Shhhiiu... – falei e fiz sinal de silêncio. – Olha, me desculpa. Mas eu acho que não estou sendo totalmente sincero com você e isso não é certo. Me perdoa, mas eu não posso mais continuar mentindo para você e muito menos para mim.
– É por causa daquela esquisitona maluca, não é? Ela gosta de você? Porque pra ela ter me xingado e me atacado igual ao animal que ela é, só p...
– Ria! Ela não é esquisita e muito menos um animal! – falei com raiva e ela se assustou. – E... Eu... Eu acho que gosto dela, ok! Desculpe-me. – a empurrei com cuidado do meu colo e me levantei.
Andei em passos pesados até onde Mayára estava com aquele ser indefinível. Podia ouvir Ria ainda me chamar e me xingar, mas não me importei com isso, me aproximei dos dois e dei dois cutucão nas costas do homem. Ele se virou para mim e eu o empurrei, peguei o braço de Mayára e comecei a arrastar ela para a saída.
– Me solta! – ela tentava tirar minha mão do braço dela.
– Ei cara! O que pensa que está fazendo? – parei e me virei, encarando o homem com a minha pior expressão.
– É melhor você não se meter, ou eu quebro a tua cara! Otário! – falei.
– Eu não quero ir com v...
– Fica calada! – falei para ela e a puxei para fora da boate. Ela ainda tentava se soltar de mim, mas eu não deixei.
– Tom! – ela gritou. – O que está fazendo? Me larga! Ficou louco? – apenas abri a porta do meu carro e joguei ela para dentro pela porta do motorista mesmo.
Ela se ajeitou no banco do passageiro e eu entrei, me sentando e ligando o carro. May estava com um bico enorme na cara e com sua cabeça encostada no vidro do carro. Respirei fundo e apertei o volante entre meus dedos, tentando manter a calma.
– Aconteceu alguma coisa com Jacqueline? – ela perguntou.
– Não. – assim que eu falei, parei em frente aonde era o prédio de Jacqueline. Mayára olhou com raiva para mim.
– Então para que me tirou da festa? Para me trazer com segurança para casa? – ela falou com tom de ironia.
– Primeiro: Sua casa não é aqui. Segundo: Não está vendo que te fiz um favor? E terceiro: Você nem sabia quem era aquele cara, ele podia muito bem se aproveitar de você! – ela bufou e começou a gargalhar.
– Faça-me o favor né, Tom! Eu não sou nenhuma criança para ter babá. – ela falou alto. - Mas uma coisa você tem razão... Aqui não é minha casa. Minha casa é no Brasil, e vou voltar amanhã. – ela abriu a porta do carro e saiu, batendo com força. Entrei em pânico. Como assim ela ia voltar amanhã?!
Corri e saí do carro também, ela já tinha entrado no prédio, então fui atrás. Quando passei pela recepção, ela estava no elevador e suas portas já estavam fechando, tentei chegar a tempo, mas não consegui. Passei as mãos pela cabeça nervoso e então vi a porta para a escada, sem pensar, abri e comecei a subir correndo, aos saltos. Eu não poderia deixar ela ir embora, eu não ia deixar!
Depois de muito correr, consegui chegar ao andar do apartamento de Jacqueline e Máyara estava pronta para fechar a porta, mas eu bati meu corpo com força contra ela e vi May cambalear para trás.
– Eu vou chamar a polícia se você não me deixar em paz! – ela gritou. Fechei a porta atrás de mim e comecei a me aproximar dela, que dava passos para trás, até que esbarrou no sofá e foi obrigada a parar.
– Não. – disse quando cheguei bem próximo a ela. – Você não vai! – ela tentou passar por mim, mas eu segurei em seus braços e fiz ela me olhar. – Você não vai chamar a polícia! Você não vai voltar para o Brasil e você não vai sair de perto de mim!
– Você só pode ter perdido o juízo. – ela riu nervosa e virou o rosto.
– Olha para mim! – ela voltou a me olhar.
– O QUE É QUE VOCÊ QUER? – gritou. – NÃO PERCEBE QUE O QUE ME MAGOOU TODO ESSE TEMPO FOI VOCÊ! – soltei seus braços surpreso pelo o que ela falara. – Mesmo sem você saber, mesmo sem ser de propósito, todo esse tempo o que me machucou foi esse amor idiota que eu sinto por ti! – seus olhos começaram a lacrimejar. – Vai embora, Tom! Me deixa em paz.
– Não! – sussurrei.
– Por favor! – uma lágrima desceu, molhando seu rosto.
– Eu não posso! – falei mais alto e me virei, ficando de costas para ela.
– Por que? Por acaso sente prazer em me ver sofrer? – me virei novamente para ela furioso. Como ela podia dizer algo como aquilo.
– SIMPLESMENTE PORQUE EU NÃO CONSIGO FICAR LONGE DE VOCÊ! EU NÃO QUERO FICAR LONGE VOCÊ! – eu gritava e os olhos dela estavam arregalados. – Eu ainda não sei o que é, mas eu sinto uma coisa estranha quando estou contigo. – olhei para ela e May passou a mão pelo rosto, limpando as lágrimas. – Eu terminei com a Ria só para ter você, Mayára!
– Espera um pouco... Você me chamou de Mayára? – ela arqueou uma sobrancelha.
– Você ouviu o que eu disse? – perguntei incrédulo.
– Ouvi, mas é que você nunca me... – eu avancei e abracei ela com força. – Tom? Você...
– Por favor! – sussurrei em seu ouvido. - Não vai embora!

Postado por: Grasiele

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