quinta-feira, 7 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 8

 Bill

And if you want love
(E se você quiser amor)
We'll make it
(Nós faremos)
Swimming a deep sea
(Nadando em um mar profundo)
Of blankets
(De cobertores)
Take all your big plans
(Pegue todos seus grandes planos)
And break 'em
(E os quebre)
This is bound to be a while
(Isso está destinado a demorar um pouco)

Your body Is a wonderland
(Seu corpo é o país das maravilhas)
Your body is a wonder (I'll use my hands)
(Seu corpo é uma maravilha (Eu usarei minhas mãos))
Your body Is a wonderland
(Seu corpo é o país das maravilhas)

Já deveria ser a trigésima vez que ouvia aquela música. Já tinham se passado quinze dias desde que eu beijei a Iza pela primeira vez. E havíamos decidido começar a executar nosso plano assim que ela começasse a trabalhar com a gente. E ouvia essa praga por causa dela. Um dia em que fui à sua casa, aproveitando um raro momento que o Tom não estava lá, estava ouvindo e acabei ficando com a música na cabeça. Recentemente, tinha começado a ter certos... Pensamentos quando ouvia a maldita. Quer dizer, qualquer pessoa que der uma olhada na letra vai me dar razão. Ainda mais que a Luiza tinha mania de desfilar na minha frente usando apenas uma camiseta de alças e short minúsculo.

Estava me arrumando para sairmos juntos quando, de repente, recebi uma mensagem. Peguei o celular e vi:

John Mayer tem outras músicas além de “Your body is a wonderland”. De tanto que você ouviu na última hora, já consegui decorar a letra... Minha sugestão é que escute “Back to you”, “Only heart”, “Edge of desire”...
Sorri e pus a última para tocar. Quando estava pronto, saí de casa, desligando o som e fui até o outro lado do corredor. Depois de uns três minutos, abriu a porta. Só estava faltando calçar as sandálias. Sua gata, como sempre, ficou se esfregando na minha perna e, quando a peguei no colo, a Iza disse:

- Vai ficar coberto de pelos dela. Ainda mais que está com roupa preta.

Suspirando, pus a gata sobre o sofá e, a seguindo até o quarto, perguntei:

- Tem fita crepe?

- Primeira gaveta da esquerda. - Avisou, me mostrando a cômoda. - Qual das duas?

Olhei para as sandálias que me mostrava e perguntei:

- É realmente necessário que você vá de salto?

- É. Além de sapatilha não combinar muito com esse tipo de vestido– Indicou o próprio corpo. - tem uma diferença humilde de quase trinta centímetros entre nós, não se esqueça disso.

- A da mão esquerda. - Respondi, suspirando um pouco impaciente.

- Que foi, criatura? Já estou praticamente pronta, só faltando calçar as sandálias mesmo! - Disse, se sentando em uma poltrona. Até aí, tudo bem, certo? Errado. Sem querer, ela fazia certas coisas, de maneira inconsciente, mas que não passavam despercebidas por mim. Ainda mais que eu era um cara. Se esquecendo desse último detalhe, se inclinou para a frente, para fechar a sandália. E, como estava um pouco de lado, o vestido que usava tinha um certo decote, mesmo que comportado, e ela não usava sutiã...

- Eu... Vou ao banheiro e já vamos. - Avisei, me levantando tão subitamente que até senti um pouco de tontura. E como aquele maldito do Murphy inventou aquela igualmente maldita lei...

- Tem certeza? Se quiser, a gente sai outro dia, não tem problema. - Disse.

- Tenho. - Respondi, antes de fechar a porta. Apoiei minhas mãos na pia, respirando fundo para continuar mantendo meu autocontrole. Quando saí dali, depois de rapidamente passar uma água no rosto, vi que estava colocando um pouco de comida para a gata e, assim que me viu, perguntou:

- Quer mesmo...

- Quero. - Respondi. Deu de ombros e, depois de dar um beijo rápido no topo da cabeça da gata, veio andando até a porta. Não pude deixar de acompanhar o movimento sinuoso dos seus quadris enquanto caminhava e, assim que passou por mim, virada de costas, não contive meus instintos e baixei meu olhar um pouco. Apesar de a saia do vestido ser mais ampla que a outra, ainda sim, conseguia piorar e muito a minha situação.

Assim que chegamos à área VIP da boate, segui na direção oposta à dela, que foi se sentar ao bar. Várias meninas chegavam em mim, assim como alguns caras faziam com a Iza. E tanto eu quanto ela fazíamos a mesma coisa: Dispensávamos todo mundo. Porém, enquanto eu dava um jeito de fazer com que uma menina loira e insistente desistisse, vi que um cara começou a cercar a Iza, que me procurou com o olhar. Assim que me achou, parecia pedir ajuda para se livrar do cara. Dei um fora na menina e, enquanto ia até o bar, aproveitei que um garçom passou com uma bandeja cheia de bebidas. Peguei duas taças e me aproximei da Iza. Entreguei uma das taças para ela, que a pôs sobre o balcão, e se virou para mim. Perguntei, passando o braço em torno da sua cintura:

- Algum problema, liebe?

- Me desculpe, não sabia que estava acompanhada. - O cara disse, se afastando, finalmente. Assim que estava longe, a Iza me disse:

- Vielen danke! Estava quase dando um perdido nele e indo até um segurança...

- Bitte¹. Quer ir? - Perguntei. - Já estou ficando de saco cheio dessas meninas daqui.

Riu e propôs:

- Aceito, mas com duas condições: Que a gente termine essas bebidas aqui e que me deixe te levar ao meu lugar preferido aqui em Hamburgo.

Concordei. Ficamos ali pelo tempo que precisamos para terminarmos as bebidas. Em seguida, fui seguindo as instruções dela, até chegarmos à uma casa antiga, com visual gótico e até mesmo assombrado. Assim que ela saiu do carro, a segui. Passamos por uma porta arqueada, que dava num jardim. Perguntei:

- Invadindo casas? Realmente não esperava por essa...

- Não estou invadindo casa nenhuma. Ainda mais que tenho permissão para vir aqui. - Respondeu, dando um meio sorriso. - A casa é da diretora da escola, que precisou viajar e me dispus a cuidar enquanto ela está fora.
Vi que se abaixou um instante e, de repente, tudo ali ficou iluminado. Era realmente um jardim incrivelmente lindo. Tinha uma fonte antiga bem no centro, com musas dançando em torno da parte por onde saía a água.

Se sentou num daqueles bancos iguais aos de praça e fiz o mesmo, ficando ao seu lado. Estremeceu um pouco e tirei a minha jaqueta, colocando sobre seus ombros, ignorando totalmente seus protestos. Passei meu braço em volta da sua cintura e, com a mão livre, brinquei com seus dedos.

- Parecia que estava adivinhando que ia ficar obcecado com minha mão. - Disse.

- E eu não tenho motivo, não é?

Sorriu fraco e olhou para nossas mãos.

Ficamos ali em silêncio, só aproveitando a companhia do outro. Percebi que adorava ficar daquele jeito com ela.

Porém, quando menos esperamos, houve um clarão no céu e, pouco depois, o som de trovões. E quase instantaneamente, chuva. Torrencial. Em menos de cinco minutos, estávamos encharcados, abrigados na varanda da casa da diretora da escola. Do nada, ela deu um riso meio irônico e perguntei:

- O que foi?

Mordendo o lábio, disse, me olhando:

- No dia que comprei o Scream... Caiu uma chuva igualzinha à essa. Eram quatro horas da tarde e o céu ficou tão escuro que os postes se acenderam. Lembro de que, no dia seguinte, os jornais diziam que tinha anoitecido em BH e tal. Foi tão... Intensa que fiquei encharcada, mesmo que estivesse com guarda-chuva. Se tivesse saído de casa com sombrinha, o estrago seria ainda maior.

- Sério?

Concordou.

- E coincidentemente, no dia que comprei o Humanoid, também estava chovendo.

- Ah, para!

Rindo, insistiu que estava falando sério.

- Acho melhor a gente entrar um pouco e esperar dar uma estiada. - Disse. - É até bom porque a gente se seca.

Hesitei, mas ela acabou me convencendo. Me mostrou onde era o banheiro mais próximo. Depois de tomar um banho rápido, fui procurar minhas roupas e só achei a boxer, já seca. A chamei e não tive resposta. Fui até o segundo andar e, quando a encontrei, estava saindo do banho. Assim que me viu, tomou aquele susto e deixou a toalha em que estava enrolada, cair. Não consegui não olhar para seu corpo e ela também não pareceu se intimidar. Ela era ainda mais linda do que imaginava; Deixei meu olhar percorrer desde seus seios, passando pela cintura curvilínea até chegar nos seus quadris, observando cada mínimo detalhe.

- Me... Desculpe. - Falei, me virando de costas. - Ia te perguntar onde...

- Ai meu Deus. - Disse, parecendo despertar do transe. - Eu que tenho que te pedir desculpa. Deveria ter trancado a porta.

- Luiza, eu... - Falei, começando a me virar. Por sorte, ela já tinha se enrolado na toalha de novo.

- Não tem que se desculpar. Te disse que a culpa foi minha. - Respondeu. - E não precisa ficar de costas. Já viu tudo mesmo...

- Bom... Tudo mesmo, não.

- Ai, meu Deus... - Resmungou, me fazendo rir. Mas não a obedeci; Continuei de costas. Quando terminou de se vestir, aí sim a olhei diretamente e vi que estava usando um roupão branco.

- Ainda está pelada? - Perguntei.

- Não. Mas estou com calcinha e sutiã aqui debaixo. Quer comer alguma coisa?

- Tem certeza que a gente pode?

- Claro! A Frau Schneider disse que podia... Como ela não sabe quanto tempo vai demorar, então, não tem problema. Segundo era até melhor, porque aí não deixava as coisas se perderem...

Acabamos fazendo um pouco de macarrão. Quando terminamos, estava perdido nos meus pensamentos quando a ouvi me chamar. A olhei e perguntou:

- Estava bom lá em Plutão?
Sorri e respondi:

- Estava pensando... Você não ficou com vergonha de mim...

- Foi o choque! - Disse, fazendo uma cara engraçada. - Mas, por incrível que pareça, sempre tive essa sensação de... Desinibição na sua frente. Não pergunte o porquê porque nem eu sei explicar isso direito.

- Sério?

Concordou com a cabeça. De repente, houve um clarão maior ainda e a luz acabou. A Luiza gemeu baixo.

- Está com medo? - Perguntei.

- Não. Só que meu celular está longe. E tem uma lanterna que podia ser uma mão na roda!

Ri baixo. Quando conseguimos colocar os pratos dentro da pia, saímos da cozinha e ela sumiu, assim que terminamos de acender alguns lampiões e até uma lâmpada de Argand. A chamei e estava sentada no sofá. Fui até ela, me sentando ao seu lado e, sem dizer nada, a beijei. Daquela vez, não me contive e devo ter sido mais ansioso do que das outras vezes, tanto que, em poucos segundos já estávamos ofegantes. Fiz com que ela se deitasse sobre o sofá, ficando por baixo de mim. Consegui fazer com que abrisse a boca um pouco mais e aprofundei o beijo. Quando deixei seus lábios para dar atenção ao pescoço, percebendo-a se arrepiar quando me aproximei da sua orelha esquerda. E a Iza, correspondendo à tudo, se dividia entre entrelaçar seus dedos nos meus cabelos e puxá-los com a força exata (Não chegava a ser forte, mas também não era fraco.) e deslizar as mãos por baixo da minha camiseta e arranhando minha pele, hora das costas, hora a da minha barriga, fazendo com que minha excitação aumentasse sempre que sentia a ponta das suas unhas arranhando em volta do meu umbigo e, vez ou outra, descendo em linha reta e só parando quando chegava à beirada do elástico da minha boxer. Quando menos esperou, segurei seu pulso, o acariciando com o polegar, vendo-a enrijecer debaixo de mim. Perguntei, me endireitando um pouco para tentar observá-la:

Percebi que mordeu o lábio inferior e respondeu:

- É que... Você está só... Piorando minha situação. Não acho que vou conseguir me controlar se continuar...

- Então... - Falei, segurando seu pulso e o beijando, olhando fixamente para ela, vendo-a vacilar por alguns instantes. - Não se controle.

Me olhou fixamente e fiz o mesmo, observando cada mínimo detalhe: Suas bochechas rosadas, os olhos brilhantes, a boca ainda mais irresistivelmente vermelha e inchada mesmo, tamanho foi meu entusiasmo de beijá-la. Sem falar que, por minha culpa, o roupão estava aberto, mostrando quase totalmente o conjunto de calcinha e sutiã de renda preta, que cobria outro tecido cor-de-rosa claro, e com enfeites de laço. Fiquei me perguntando onde tinha conseguido aquelas peças. Mas mais importante que isso era minha impaciência em tirá-las. Desatei o nó do roupão e o abri, sentindo seu olhar fixo em mim o tempo inteiro. Me inclinei na sua direção, voltando a beijar seu pescoço, porém, descendo cada vez mais, passando pelo colo, curva dos seios e barriga. Quando vi o piercing² do seu umbigo com enfeite de estrela, feito como se tivessem montado várias camadas (A final era rosa. Em seguida, vinha uma branca, lilás, outra branca e, no topo, uma azul clara). Perguntou, ainda me olhando:

- O que foi?

- Você é linda.

Corou e, levantando a cabeça, me beijou.

Passados alguns minutos, já não conseguia mais me controlar e, quando vi, já estava abrindo o seu sutiã. O roupão que usava já estava jogado em um canto qualquer. Finalmente percebendo o que fazia, tentei me afastar, mas a Iza me impediu. A avisei:

- Já fomos longe demais. Se eu continuar, não vou conseguir parar.

- Ainda não fomos totalmente longe demais. E eu não estou pedindo para parar. Além do mais, quero você. Como jamais quis alguém tanto assim.

A olhei fixamente e tomei minha decisão, mesmo indo contra meus princípios.

Postado por: Grasiele

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