sábado, 17 de março de 2012

A Megera Indomada - Capítulo 19 - O grande dia

 Foi uma loucura, admito. Tive que olhar vestido das damas de honra (Leia-se Scarlett, Bella e Anita), a decoração da igreja, o meu vestido, as lembrancinhas, os convites... E o Bill foi atrás da maioria das coisas da festa, além da lista dos convidados. Eu estava parecendo uma maratonista, porque não parei de correr um minuto. Vivia de um lado para o outro, sempre com o telefone na orelha, procurando saber de alguma coisa que estava faltando e, estava prestes a ter um colapso nervoso.

Dois dias antes, a Scarlett e a Bella me seqüestraram e me levaram para um spa, para eu tentar relaxar um pouco. Mas, quem disse que deu certo? Eu estava preocupada se tudo ia dar certo e, por isso, quase apanhei das duas.

O grande dia começou dando errado; Perdi a hora. Depois, quando eu fui para o salão, descobri que a moça que ia arrumar o meu cabelo, estava com uma virose das brabas e não ia poder trabalhar. Por sorte, tinha uma outra cabeleireira disponível e foi ela quem arrumou tudo. Daí, quando fui colocar o vestido, o zíper emperrou, não subia e nem descia, e, graças à mãe da Scarlett, conseguimos fechar o tal do zíper. Quando eu ia entrar na igreja, pisei numa grade, o salto da sandália, que era agulha, enfiou no espaço entre uma "tira" e outra e, justo na hora que todo mundo se virou para me olhar, eu fiquei lá, tentando soltar o danado do salto. Todos os convidados ficaram me olhando sem entender nada. Por fim, o salto quebrou e, como eu já tinha perdido a paciência, pedi um pouco de paciência e dei um jeito de quebrar o outro salto, senão, ia ficar a coisa mais linda eu entrando na igreja mancando... Por fim, quando eu me ajoelhei do lado do Bill, na frente do padre, este perguntou, se inclinando na minha direção:

– Está tudo bem, minha filha?

– Está. Só... Fiquei agarrada ali, mas, já foi resolvido.

O Bill não conseguiu evitar o riso. A celebração foi normal, ainda bem, e, logo que acabou, fomos para a festa. Durante a valsa, o Bill me perguntou:

– O que foi que aconteceu naquela hora, lá na igreja?

– O salto agarrou numa grade, quando eu finalmente consegui soltar, ele quebrou. Daí, pedi para o povo esperar um minuto, porque eu ia quebrar o outro salto. Ia ser a coisa mais linda do mundo... Uma noiva manca por causa do salto alto...

Ele riu.

A festa foi ótima, todo mundo da nossa escola estava lá, inclusive alguns professores e, só sei que, quando me sentei do lado da Scarlett e do Georg, perguntei, indicando a barriga da Scarlett, que já estava bem grande:

– E aí? Como esse meninão está?

– Na folga, né? - Ela respondeu. - Mas, está bem. Daqui a um tempinho, você vai ter mais um afilhado para ajudar a cuidar...

– Pois é... - Eu respondi, imaginando várias coisas.

Mais ou menos duas horas se passaram até que eu avisei que ia jogar o buquê. E, assim como aconteceu no casamento da Scarlett e do Georg, juntou um monte de solteiras, todas loucas para se casarem, perto de mim. O Bill me ajudou a subir numa cadeira, já que eu não ia conseguir jogar o buquê da minha altura normal, e segurou-a, para o caso de uma possível queda. Quando eu joguei o buquê, ouvi todo mundo rindo e, quando me virei, a surpresa: O Tom tinha pegado o buquê de novo. E, de novo, ele estava passando quando o buquê caiu na mão dele. Eu só ouvia ele reclamando:

– Isso é perseguição comigo!

A Bella, lógico, não perdeu a oportunidade de fazer piada com ele. Quando eu tive chance, falei com o Tom:

– Você toma cuidado com a Bella, que o próximo é você...

– É... Eu sei... Aquele safado do Gustav aproveitou que você e o Bill não se decidiam e casou com a Anita. Agora, só falta eu mesmo... - Ele reclamou.

– Falando nisso... Quando ele volta do Canadá? - Perguntei.

– Mês que vem. - O Tom respondeu. - E eu estou com a sensação que vai ter mais criança para a gente apadrinhar...

– Ah, pois é... Se continuar do jeito que está... Daqui a pouco nós todos estaremos em falência...

Ele riu e a Bella arrastou ele para dançar. Enquanto eu observava o Tom e a Bella, senti alguém me enlaçando pela cintura e, depois de beijar o meu ombro (Meu vestido era tomara-que-caia), me perguntou:

– Você acreditou na história do Tom?

– De que ele pegou o buquê por um acaso? Não... Um raio não cai três vezes no mesmo lugar... - Respondi, me lembrando que nos casamentos do Georg, do Gustav e agora no meu, ele pegou os buquês e todos foram do mesmo jeito.

– Pois é... Também acho que não. - Ele respondeu. - Vamos dançar?

– Tá. - Respondi, colocando o meu copo vazio sobre a bandeja de um dos garçons. Ele me levou para a pista de dança e, quando ele pôs as mãos na minha cintura, encostei a minha cabeça no peito dele. Por mim, aquele momento não ia terminar nunca. Mas teve que terminar, já que tínhamos uma lua-de-mel pela frente.

Quando eu entrei no carro, depois da festa, o Bill me perguntou:

– Você está feliz?

– Você nem imagina o quanto...

Ele me deu um beijo no rosto e comentou:

– Quando voltarmos... Vamos ser só nós três... Eu, você e a Cacau, que já vai ter destruído o apartamento...

– Hã... Na realidade... Eu tenho uma coisa para te contar. - Eu respondi, me endireitando no banco.

– Que coisa?

– Não vai dar para ser só nós três...

– Como assim? Que história é essa, Kate?

– Infelizmente, eu não vou poder ser só sua e da Cacau...

– Kate... Fala logo!

– Vocês dois vão ter de me dividir com mais... Duas pessoinhas. - Eu respondi, pondo minha mão sobre a minha barriga. O Bill olhou para mim, incrédulo.

– Não... - Ele disse, naquele tom descrente.

– Por que você acha que eu quis um vestido lilás, bem clarinho, e não branco?

– Espera aí... Você... Está me dizendo que...

– Estou grávida. De gêmeos.

Ele me encheu de beijos. Era evidente que ele estava feliz. E continuou feliz, mesmo tendo que dormir no sofá, já que eu estava enorme e, quando queria sair da cama, para ir no banheiro ou até mesmo sair de casa, ele tinha que me rolar para fora da cama. O parto foi um sofrimento, admito. Mas, quando vi as nossas filhas... Não agüentei e comecei a chorar, para variar um pouco. Escolhemos só um padrinho e uma madrinha, o Tom e a Bella. para a mais nova, e o Georg e a Scarlett para mais velha. Tinha dez minutos de diferença entre as duas. A mais velha ia se chamar Sofia e a mais nova, se chamaria Diana.

O tempo foi passando e, a cada dia que passava, as duas se pareciam mais e mais com o Bill. Porém, o gênio era igual ao meu. Tudo bem que a Sofia era mais nervosinha e a Diana era mais calma, mas, ainda sim, as duas eram geniosas. Eu desconfiava que, quando as duas crescessem, iam dar um trabalho daqueles...
Mas, mesmo assim, eu e o Bill estávamos loucos pelas nossas menininhas e estávamos felizes. Tínhamos umas brigas de vez em quando, mas, como tínhamos um trato de nunca dormíamos sem dar um beijo de boa noite, as brigas não duravam muito tempo.

A Bianca se casou com o Joseph, depois que eles terminaram a faculdade e decidiram viajar pelo mundo antes de terem filhos. Já o Georg e a Scarlett tiveram um menino, que recebeu o nome de Johann. O Gustav e a Anita também tiveram uma menina, chamada Clara, e um menino, chamado Klaus. E o Tom... Vive se esquivando do casamento com a Bella. O tempo inteiro terminam e reatam o namoro. E, como não podia deixar de ser... A Cacau também achou um namoradinho e teve uma ninhada de cinco cachorrinhos, dois machinhos e três fêmeas. Como a Sophia e a Diana ficaram doidas com os cachorrinhos, ficamos com duas fêmeas.

E, como eu sempre acreditei em contos de fadas, apesar de ser feminista convicta, estava alegre de ter o meu próprio final feliz, ter encontrado meu príncipe encantado e ter sido "domada" por ele.

FIM.

Postado por: Grasiele | Fonte: x

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