terça-feira, 13 de março de 2012

The Material Girl And The Rock Stars - Capítulo 33 - O pedido e a consequência

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa,  não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho, chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada , a pessoa errada te faz perder a cabeça,fazer loucuras, perder a hora , morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é prá na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa, essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível, essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado mas vai estar 100% da vida dela esperando você , vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa, Nada aqui é certo. 
LUIS FERNANDO VERISSIMO



Ficamos em silêncio, a respiração de Diogo era a única coisa que eu ouvia  e a realidade dos fatos caíram como uma pedra em minha cabeça, o cansaço mental me dominaram, abracei Diogo e me aconcheguei no peito dele dormindo logo em seguida... como sempre acordei sozinha, fiquei quieta na cama temendo que tudo não tivesse passado de um sonho, mas ao ver Diogo sair vestido do closet tive certeza de que não era...

– Bill ligou, ele vai passar aqui antes de embarcarmos – ele falou – vá logo tomar seu banho... vou dar uma saída e volto mais tarde.

– aonde você vai? – perguntei

– vou a um estúdio de tatuagem – ele riu

– vai fazer mais uma? – ‘que pergunta, Victória’

– vou – ele riu – quando eu chegar te mostro.

– eu quero ir... quer fazer mais uma também – falei me levantando rápido da cama – me espera?

– mas e o Bill, meu anjo?

– você se importa se ele for junto? – hesitei na pergunta

– não... vai logo tomar seu banho que eu aviso ele – ele falou

‘eu aviso ele’ ? eu não tinha entendido direito? Foi isso mesmo?, entre rapidamente no chuveiro de água quente e tomei um banho rápido, corri nas malas e peguei a primeira roupa que achei, um polouver preto, jeans claros e botas de cano longo escuras, passei por ele que já me esperava na porta do quarto. Na passagem para a recepção pegamos Isadora, Diogo foi cavalheiro e ficou entre nós duas, dando-nos os braços, mas qualquer contato dele com Dora me causava um certo ciúme, mas por outro lado Dora estava muito feliz por eu não ter ficado com raiva das meias verdades que ela havia me dito.

O estúdio era bem no centro de Frankfurt, em um prédio colonial absurdamente lindo, ao chegarmos lá, Bill já se encontrava lá e cercado por seguranças... não adianta falar de Bill e diser que um dia ele esteve feio... pelo menos desde quando eu o conheci não havia visto ele feio, e hoje não era diferente, ele estava reluzente com uma calça colada preta, botas pretas uma camisa branca e uma jaqueta de couro branca por cima, medi meus gestos e andei calmamente até ele e o abracei fortemente, mas me virei antes que ele pudesse me beijar... era melhor evitar novos erros e não acabar com  a capa de compreensivo de Diogo.

Entramos no estúdio e aguardamos em uma ante sala lindíssima com uns gravites de papel de parede, Diogo aguardou sua vez e eu estava tão entertida nos braços de Bill que por um breve momento não percebi os olhares de Isadora pra Diogo, ele meramente encarava ela com um rosto inexpressivo, mas eu tive vontade de mata-la apesar dela ser minha amiga e ele o meu ex namorado... e eu tinha feito a minha escolha.

O tatuador chamou Diogo e eu me levantei ao mesmo tempo que Dora se levantou também, Diogo apenas riu e balançou a cabeça negativamente, Dora sentou-se ao meu simples olhar.. eu deveria estar com a cara do ‘lord voldemort’, me lembrei de Bill e percebi que a minha reação foi exarcerbada.

– vai tatuar  quê? – perguntei me recompondo.

– um dragão com o seu rosto – ele falou fazendo os outros ri.

– não tem graça, palhaço – falei batendo no braço dele. – posso ir com você?

– pode... – ele falou olhando pra Bill. – venham também – ele falou pra Dora e Bill.

quem vai tatuar? – o tatuador perguntou.

EU – falamos todos juntos rindo em seguida.

 temos pra todos – ele riu

– eu posso segurar sua mão? Vai doer. – perguntei pra Diogo.

– meu anjo... eu já fiz tantas, não vai doer..

Diogo foi cordial em me dar o fora, mas todos nós ficamos na mesma sala pra fazer as tatuagens, a maior era a de Bill, enquanto esperávamos pra sentar nas macas, eu era observada por Diogo e Bill, e eu não sabia pra quem olhava, quando os outros tatuadores chegaram a sala, Bill deitou de lado pra fazerem a sua, ele tinha escolhido uma frase enorme em alemão que tomava o lado esquerdo dele quase todo vinda da lateral até abaixo do braço. A de Diogo era simples um sol enorme na nuca com um ‘V’ vermelho e embaixo da letra lia-se ‘Heilig’. Isadora lagrimava ao fazer o seu ‘I’ elaborado em detalhes no seu ombro direito. A minha era a mais comum de todas, eu havia feito quase uma constelação na minha costa, fiz estrelas que representavam Diogo, Bill, André, Vó Guilhermina, mamãe e eu obvio. Doeu muito, mas a dor era comum pra mim...

Diogo saiu primeiro pra pagar as nossas tatuagens e foi seguido por Isadora, eu fiquei a sós na sala com Bill, a minha primeira menção de ir atrás de Diogo e Dora, Bill segurou silenciosamente a minha mão e me olhou intensamente nos olhos e eu me envergonhei e baixei a cabeça.

– desculpa, ainda é forte – falei encarando o chão.

– ta tudo bem- ele falou erguendo minha cabeça e me dando um breve selinho.

De um selinho o beijo foi pegando fogo, eu coloquei por impulso minhas mãos no pescoço de Bill que me puxou pra ele, e eu o entenrrompi, coloquei a mão em seu rosto  e ele respirou fundo e ficou de olhos fechados.

– não, não.. desculpe amor..

– por que não? Estamos em um local fechado... qual é o problema?

– Diogo – eu falei – não quero fazer isso na frente dele, vai magoa-lo

Bill não disse nada, mas respirou fundo, eu sabia que era uma atitude errada e eu tinha que me policiar pra não fazer mais isso. Voltamos pro hotel e Diogo subiu direto com Isadora em seus calcanhares me deixando a sós com Bill, quando me perdi mais uma vez olhando a minha melhor amiga subir com o meu ex subirem juntos só pra deus sabe aonde, Bill me puxou e ainda atordoada eu o beijei, retribui com a mesma intensidade, sua língua explorava cada canto da minha boca, e minha língua fazia o mesmo na dele, sua mão passeava docemente pela minha costa, o ardor da tatuagem não era nada, a sensação da mão dele em mim era a melhor coisa, quando fui fazer o mesmo nele, ele parou o beijo gemendo de dor..

– desculpa, amor – falei me encolhendo

– tudo bem.. normal – ele falou rindo.

– vamos ter que nos separar de novo daqui a pouco – falei olhando o relógio da recepção.

– é, mas com uma diferença.

– qual?

– agora nada vai nos separar, nem erros, nem distância... nada – ele falou selando nossos lábios.

– é... – retribui o beijo.

– só não vou poder te levar até o aeroporto, algum problema?

– não – falei fazendo bico.

– essa é a minha Vick... aaah... antes que eu me esqueça – ele fez uma carinha de quem era esquecido... -  quer namorar comigo? – ele perguntou num tom totalmente causal, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– eu...- fiquei surpresa – é claro! – falei convicta.

– vou ter que pedir pra alguém?  Diogo? Seu pai?

– não.. não..

– então ta, minha namorada...  – ele riu – eu tenho outra pergunta pra te fazer! – eu olhei confusa pra ele.

– faça logo.. – falei impaciente e curiosa.

– quer casar comigo? – ele falou olhando nos meus olhos.

– não somos muito novos pra isso? – perguntei rindo e tentando disfarçar a minha comoção com o pedido.

– somos, mas já te falaram como eu sou muito drástico? – ele riu

– eu percebi isso sozinha – falei pensataiva.

– mas então, aceita ou não? – ele insistiu.

– credooo, assim? De cara? Sem anel nenhum? – fiz piada rindo e me esquivando do pedido.

Bill estava disposto a me cercar de todas as maneiras possíveis pra eu não adiar a resposta, e como eu me esquivava por todas as brechas possíveis, ele fechou minha ultima saída com um sorriso de vitória no rosto, se ajoelhou em minha frente... a aquela altura as pessoas do hall todo já olhavam, mas eu pouco me importava, aquela cena era o sonho de qualquer pessoa apaixonada... quando voltei o olhar para Bill ele puxava do bolso uma caixinha vermelha, a minha surpresa quando ele abriu foi mais do que visível, eu arfei com o anel maravilhoso que havia dentro dela, era linda em ouro amarelo cravejada de diamantes talhados em facetas perfeitas, obra da Tifannys é claro.

  Victória Regina Biazzuis Matarazzo, quer casar comigo?

Fiquei como uma boba olhando pra saber o que brilhava mais, os diamantes ou os olhos de Bill, nem nos meus maiores devaneios eu teria imaginado algo como aquilo, enquanto a luz batia fazendo o reflexo dos diamantes da meia aliança reluzirem lágrimas se formaram nos meus olhos, naquele momento eu me sentia sozinha em um circulo com um anjo, um deus grego me pedindo em casamento como uma cena de filme...

– eu quero – consegui falar.

Então eu ouvi os aplausos ao nosso redor e Bill com a mão tremula colocou a meia aliança bem ao lado do meu anel de compromisso que havia ganhado de Diogo  e papai e beijou delicadamente minha mão... enquanto me recuperava comecei a ver os rostos ao nosso redor, Isadora aplaudia com um certo ar de conquista e logo ao lado o rosto de Diogo me fez perder metade da alegria do momento, se ele fosse mais mole, ele teria chorado e não seria de emoção, seria pela dor da perda, naquele momento mais um pedaço de mim não seria dele.

Bill percebeu o mesmo que eu e me segurou antes que eu corresse atrás dele, Isadora também percebeu e seus olhos brilhavam, tive vontade de arrancar os olhos azuis dela. Diogo virou-se e sumiu no meio do povo com Isadora atrás dele. As pessoas de dispersaram logo após e Bill me abraçou eu tinha em mim um misto de dor , raiva e emoção.. eu era um monstro que sempre destruía com a alegria dos outros, mas eu estava feliz porque o homem da minha vida tinha me pedido em casamento, ele seria só me e de mais ninguém. Ele ficou comigo até a hora de irmos ao aeroporto, Diogo evitou até me olhar no trajeto, pra ele era como se eu tivesse me transformado no próprio anel de noivado, ele sentia uma dor visível ao me olhar.

A viagem de volta foi super silenciosa, Diogo dormiu a viagem toda, Isadora idem, dormia com a cabeça em seu ombro, naquela hora eu percebi o que ela quis me dizer com aquele gesto, eles haviam ficado, ou melhor, ela teria ficado com ele. E eu me toquei que eu não tinha mais direitos de achar ruim, eu tinha que engolir tudo o que eu estava pensando. Ao chegarmos no Palace, Diogo correu ao meu pai pra esclarecer os fatos da minha passagem pelo hospital, ele amenizou e disse que foi só uma crise de anemia pernisiva, mas que ela já não existia mais... até quando eu o machucava ele me protegia, mas aproveitou a deixa pra informar ao meu pai que não éramos mais namorados... me obrigando assim a contar que eu estava noiva de Bill.

Meu pai a principio ficou contrariado, era obvio que ele preferia Diogo, aliás ele era o sonho de qualquer pai e mãe, mas eu era a do contra sempre, não que eu não o amasse, mas o meu sentimento por Bill era maior.. Renée achou um pouco ruim, ficou por duas semanas sem falar direito comigo por eu ter magoado o filho dela, Isadora confessou que ficou com Diogo no dia em que Bill me deu o anel de noivado, engoli o ódio e fingi que tava tudo bem, eu tentei retomar a minha amizade com Diogo, é lógico pensando que tudo seria como antes, não sei dizer se por ingenuidade minha ou por pura idiotice mesmo..

As minhas conversas com Diogo viraram monossílabos, e assim um mês se passou, minha vó corria com tudo pro casamento, eu havia deixado tudo nas mãos dela, eu andava meio sem animo por causa da minha amizade furada com Diogo, eu estava feliz por me casar com Bill, mas algo não estava completo. Minha vó já havia escolhido o meu modelo de vestido, as roupas da minha madrinha e do meu padrinho, as daminhas, igreja, buffê... tudo... Isadora ajudava também, ela tentava voltar as boas como antes comigo.

Quando faltavam apenas um mês pro casamento, a minha madinha, Tay, já havia chego pra ficar até a data do casamento, a família de Bill também havia chegado, enfim conheci a minha futura sogra e sogro, eles eram maravilhosos, Simone era linda como eles... ou melhor, eles eram lindos como ela, e o padrasto deles era um amor de pessoa, minha família adorou eles, os outros meninos viriam apenas uma semana antes.

Enquanto eu fazia a social com a minha futura família, não pude fingir que não notei a ausência de uma pessoa... o meu padrinho não havia aparecido pra nenhuma prova de roupa, eu quase não o via mais no palace, ele havia sumido de vez, tão sutil que eu quase não percebi, como ele pode fazer isso comigo? Mandei que deixassem a roupa dele coberta na sacola do estilista em cima de sua cama em seu quarto.

Postado por: Grasiele

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