quinta-feira, 1 de março de 2012

Ironias Do Destino - Capítulo 7 - Salve-me!

(Contado pela Holly)

      A noite já havia chegado. Georg, Maggie, Gustav e eu, estávamos sentados na sala, assistindo um filme de terror. Ou melhor, eu estava TENTANDO assistir, mas estava complicado.

           - Você tá comendo mais que a gente! – disse Maggie ao Gustav.
           - Não estou não! – respondeu Gustav.
           - Olha só! Você tá acabando com o refrigerante! – disse ela.
           - Façam silêncio. – disse Georg.
           - Como você é chata, hein? – diz Gustav.
           - Você que é irritante e guloso! – diz Maggie.
           - Dá pra fazer silêncio? – pede Georg, mais uma vez.

      Eu estava me controlando pra não falar nada. Já tô até vendo que a regra nº 3 vai ser quebrada mais uma vez.

           - Come devagar! – disse Maggie.
           - Me erra! – disse Gustav. – Vai ver se eu tô na esquina!
           - Ignorante!
           - Mais será o Benedito?! – gritei.

      Os três começaram a rir.

           - Estão rindo do quê? – perguntei.
           - Que porra é essa de “Benedito”? – pergunta Georg.
           - Deve ser algum parente dela. – responde Maggie.
           - Ou um antigo namorado. – diz Gustav.
           - Calem a boca! – gritei mais uma vez. – Se não querem ver o filme, se retirem!
           - Relaxa Holly! – disse Georg, me jogando algumas pipocas.
           - Não desperdice comida! – disse Maggie.
           - E você fica quieta! – disse Gustav à Maggie.
           - Eu por acaso me dirigi a você?
           - Não, porque você não está de carro!

      Só ele achou graça da própria piada. Quando parou de rir, nós três nos entreolhamos e começamos a rir, mas não da piada, e sim da cara que Gustav estava fazendo.

           - Vocês são um bando de loucos! – disse Georg.
           - Vocês não! Porque eu sou a única certa. – falei.
           - Você é muito convencida, isso sim. – disse Gustav.
           - Ninguém te perguntou nada! – disse Maggie.
           - Ô garota, deixa de ser intrometida! – diz Gustav. - Só responda quando falarem com você.

      Mais uma vez a briga estava começando a se formar. Já repararam que essa convivência tá ficando complicada, não é? Acho que vou acabar enlouquecendo de vez! Preciso de médicos urgentemente! Alguém pode me ajudar com esses malucos?

      O filme acabou, e eu não consegui ouvir uma palavra se quer, e tudo graças aos doidos que estão morando comigo. Meu pai, o que eu fui fazer? Tô começando a me arrepender de ter espalhado aquele anuncio.

      O dia amanheceu. Era o grande dia! Hoje os meninos fariam o show. Estávamos todos nervosos e ansiosos. Chegamos ao teatro juntos. Os três entraram e eu fiquei alguns instantes na portaria conversando com o segurança bonitão. E quando entrei, me deparei com o Bill.

           - Bom dia. – disse.
           - Eu queria te pedir desculpas. – disse ele.
           - Pelo quê?
           - Por ontem.
           - Ah, está tudo bem. – fui seguindo meu caminho, e ele me acompanhou.
           - Pensei em sair pra tomar um café da manhã, o que acha?
           - Eu já comi. – respondi.
           - Comeu o quê?
           - Não interessa.
           - É chegada num cereal, direto da caixa? Prefere frutas. Panqueca! Gosta de panquecas?
           - Ta legal. Gosto de chocolate e iogurte. Satisfez a sua curiosidade?
           - Comeu isso hoje? Sabia que um bom dia começa com um bom café da manhã?
           - Não quero ser vista tão perto de você. Entenda e obedeça!
           - Sou um chefe conhecendo a sua funcionária.
           - Você transou com a funcionária.
           - Mas eu não a conhecia.
           - E deve continuar assim.
           - Quer que eu seja profissional? – ele parou em frente a mim. – Eu serei profissional.
           - É tudo que eu quero.
           - Então é assim que vai ser.
           - Não disse que ia sair pra tomar o café da manhã?
           - Prazer em falar com você, senhorita Tyler.

      Ele seguiu um caminho contrário que o meu. Será que eu consegui? Não tô nem acreditando que consegui fazer o Bill se afastar de mim!

      Faltava alguns minutos para o show começar, e a rua do teatro estava tomado por fãs eufóricas, loucas para entrar. Os meninos já estavam prontos, só esperando o momento de subir no palco. Georg, Gustav e Tom estavam no camarim, jogando vídeo game para descontrair. O Bill estava em outro lugar, aquecendo sua voz. Sem querer, confundi as salas, e entrei exatamente na que Bill estava.

           - Desculpa. – disse.
           - Não tem problema. – disse ele. – Tem muita gente lá fora, não é?
           - Demais. As meninas não param de gritar seu nome.
           - Estou nervoso.
           - Nem precisa. Vai dar tudo certo.
           - E se acontecer alguma coisa?
           - Relaxa! O que pode dar errado? Pessoas experientes trabalharam aqui, e vocês são ótimos.
           - Com licença. – disse Gustav, entrando. – Bill, falta cinco minutos.
           - Já estou indo. – disse ele.

      Gustav se retirou, e Bill fez seu último aquecimento. Ele já estava saindo, quando me deu vontade de dizer:

           - Boa sorte.
           - O quê? – ele retornou.
           - Boa sorte. – repeti, e ele sorriu.
           - Obrigado.

      Fiquei sozinha na sala, mas não por muito tempo. Acho que alguns segundos depois, Bill volta à sala.

           - Esqueceu alguma coisa? – perguntei.
           - Claro.
           - E o que foi? Talvez eu possa te ajudar.
           - Não fala nada, só...
           - Só...?
           - Me beija.

      Como “sempre” fazia, ele me segurou pela cintura e me beijou. Foi tudo tão rápido que nem tive tempo de me defender.

           - Agora sim estou pronto pro show! – disse ele, e seguiu para o palco.

Postado por: Grasiele

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