(Contado pela Holly)
A noite já havia chegado. Georg, Maggie, Gustav e eu, estávamos sentados na sala, assistindo um filme de terror. Ou melhor, eu estava TENTANDO assistir, mas estava complicado.
- Você tá comendo mais que a gente! – disse Maggie ao Gustav.
- Não estou não! – respondeu Gustav.
- Olha só! Você tá acabando com o refrigerante! – disse ela.
- Façam silêncio. – disse Georg.
- Como você é chata, hein? – diz Gustav.
- Você que é irritante e guloso! – diz Maggie.
- Dá pra fazer silêncio? – pede Georg, mais uma vez.
Eu estava me controlando pra não falar nada. Já tô até vendo que a regra nº 3 vai ser quebrada mais uma vez.
- Come devagar! – disse Maggie.
- Me erra! – disse Gustav. – Vai ver se eu tô na esquina!
- Ignorante!
- Mais será o Benedito?! – gritei.
Os três começaram a rir.
- Estão rindo do quê? – perguntei.
- Que porra é essa de “Benedito”? – pergunta Georg.
- Deve ser algum parente dela. – responde Maggie.
- Ou um antigo namorado. – diz Gustav.
- Calem a boca! – gritei mais uma vez. – Se não querem ver o filme, se retirem!
- Relaxa Holly! – disse Georg, me jogando algumas pipocas.
- Não desperdice comida! – disse Maggie.
- E você fica quieta! – disse Gustav à Maggie.
- Eu por acaso me dirigi a você?
- Não, porque você não está de carro!
Só ele achou graça da própria piada. Quando parou de rir, nós três nos entreolhamos e começamos a rir, mas não da piada, e sim da cara que Gustav estava fazendo.
- Vocês são um bando de loucos! – disse Georg.
- Vocês não! Porque eu sou a única certa. – falei.
- Você é muito convencida, isso sim. – disse Gustav.
- Ninguém te perguntou nada! – disse Maggie.
- Ô garota, deixa de ser intrometida! – diz Gustav. - Só responda quando falarem com você.
Mais uma vez a briga estava começando a se formar. Já repararam que essa convivência tá ficando complicada, não é? Acho que vou acabar enlouquecendo de vez! Preciso de médicos urgentemente! Alguém pode me ajudar com esses malucos?
O filme acabou, e eu não consegui ouvir uma palavra se quer, e tudo graças aos doidos que estão morando comigo. Meu pai, o que eu fui fazer? Tô começando a me arrepender de ter espalhado aquele anuncio.
O dia amanheceu. Era o grande dia! Hoje os meninos fariam o show. Estávamos todos nervosos e ansiosos. Chegamos ao teatro juntos. Os três entraram e eu fiquei alguns instantes na portaria conversando com o segurança bonitão. E quando entrei, me deparei com o Bill.
- Bom dia. – disse.
- Eu queria te pedir desculpas. – disse ele.
- Pelo quê?
- Por ontem.
- Ah, está tudo bem. – fui seguindo meu caminho, e ele me acompanhou.
- Pensei em sair pra tomar um café da manhã, o que acha?
- Eu já comi. – respondi.
- Comeu o quê?
- Não interessa.
- É chegada num cereal, direto da caixa? Prefere frutas. Panqueca! Gosta de panquecas?
- Ta legal. Gosto de chocolate e iogurte. Satisfez a sua curiosidade?
- Comeu isso hoje? Sabia que um bom dia começa com um bom café da manhã?
- Não quero ser vista tão perto de você. Entenda e obedeça!
- Sou um chefe conhecendo a sua funcionária.
- Você transou com a funcionária.
- Mas eu não a conhecia.
- E deve continuar assim.
- Quer que eu seja profissional? – ele parou em frente a mim. – Eu serei profissional.
- É tudo que eu quero.
- Então é assim que vai ser.
- Não disse que ia sair pra tomar o café da manhã?
- Prazer em falar com você, senhorita Tyler.
Ele seguiu um caminho contrário que o meu. Será que eu consegui? Não tô nem acreditando que consegui fazer o Bill se afastar de mim!
Faltava alguns minutos para o show começar, e a rua do teatro estava tomado por fãs eufóricas, loucas para entrar. Os meninos já estavam prontos, só esperando o momento de subir no palco. Georg, Gustav e Tom estavam no camarim, jogando vídeo game para descontrair. O Bill estava em outro lugar, aquecendo sua voz. Sem querer, confundi as salas, e entrei exatamente na que Bill estava.
- Desculpa. – disse.
- Não tem problema. – disse ele. – Tem muita gente lá fora, não é?
- Demais. As meninas não param de gritar seu nome.
- Estou nervoso.
- Nem precisa. Vai dar tudo certo.
- E se acontecer alguma coisa?
- Relaxa! O que pode dar errado? Pessoas experientes trabalharam aqui, e vocês são ótimos.
- Com licença. – disse Gustav, entrando. – Bill, falta cinco minutos.
- Já estou indo. – disse ele.
Gustav se retirou, e Bill fez seu último aquecimento. Ele já estava saindo, quando me deu vontade de dizer:
- Boa sorte.
- O quê? – ele retornou.
- Boa sorte. – repeti, e ele sorriu.
- Obrigado.
Fiquei sozinha na sala, mas não por muito tempo. Acho que alguns segundos depois, Bill volta à sala.
- Esqueceu alguma coisa? – perguntei.
- Claro.
- E o que foi? Talvez eu possa te ajudar.
- Não fala nada, só...
- Só...?
- Me beija.
Como “sempre” fazia, ele me segurou pela cintura e me beijou. Foi tudo tão rápido que nem tive tempo de me defender.
- Agora sim estou pronto pro show! – disse ele, e seguiu para o palco.
Postado por: Grasiele
Nenhum comentário:
Postar um comentário