quinta-feira, 1 de março de 2012

Ironias Do Destino - Capítulo 6 - Uma noite de um dia duro

(Contado pela Holly)

      Acordei com o celular tocando. Com muito sono, estiquei o braço até a mesinha, e o atendi. Era o meu pai, avisando que eu acabara de ganhar a nossa antiga casa de presente. A casa fica situada próximo ao Central Park, tem seis quartos, duas salas, uma cozinha, e cinco banheiros. É enorme e bem bonita. Morei lá quando tinha dois anos, mas tive que me mudar para Espanha com minha mãe quando meus pais se separaram. Enfim, agora não precisarei mais pagar o aluguei do apartamento. O único problema é que terei de encontrar algumas pessoas para dividi-la comigo.

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(Contado pela 3º pessoa)

      Maggie e Gustav viram o anuncio que Holly havia colocado sobre a casa, e foram atrás dela para saberem mais.

           - Porque não? – pergunta Maggie.
           - Porque passamos quatorze horas por dia juntas, e não quero ter que olhar pra você assim que eu acordar! – respondeu Holly.
           - Mas a mim você quer ver, não é? – pergunta Gustav.
           - Você não mora com os outros meninos? – pergunta Holly.
           - Tô cansado de viver num lugar onde só tem machos! – disse ele.
           - Por favor, Holly! – insistia Maggie.
           - A gente tá precisando de um lugar pra morar. – completou Gustav.
           - Tá legal. – ela cedeu. – Mas se essa convivência não der certo, os dois podem tratar de procurar outro lugar, ok?
           - Ok. – responderam em uníssono.

      Depois a Holly foi procurada pelo Georg, que também precisava de um lugar para ficar. Ela concordou, e passou o endereço do local para os três, que disseram que se mudariam ainda naquela noite para adiantar as coisas.

      Mais tarde, quando a Holly já havia mostrado a casa, disse que eles poderiam escolher qualquer um dos quartos, mas sem brigas. Cada um escolheu o seu, e o arrumou a sua maneira.

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(Contado pela Holly)

      Passamos a maior parte do tempo no teatro, tentando deixar tudo pronto e perfeito até o show de abertura da turnê. São cinco dias por semana, quatorze horas por dia. Estamos mais juntos do que separados. O relógio marcava 6h13 da manhã de quinta-feira. Mudei minha posição na cama, e me virei para o outro lado. Abri os olhos levemente, e levei um baita susto ao ver Maggie parada como uma assombração, olhando pra mim.

           - O quarto do Gustav é maior que o meu. – disse ela, na maior tranqüilidade.

      Aquilo fez meu sangue subir completamente pra cabeça. Me levantei rapidamente, e acho que isso me fez ficar um pouco tonta. Resultado: cai de cara no chão, e ela nem se deu o trabalho de me ajudar. Me levantei novamente, e sai do quarto. Estava caminhando em direção a cozinha, sendo seguida por ela. 

           - Eu tenho muito mais roupa. Deveria ficar com o quarto maior. – disse Maggie.

      Passamos em frente ao quarto do Gustav, e ele estava na porta, com os braços abertos, tentando impedir que Maggie entrasse.

           - Eu cheguei aqui primeiro! – disse ele, em seguida veio nos seguindo.
           - A casa é dela, então a Holly que decide. – disse ela.
           - Meu quarto são cinco centímetros maior que o seu.
           - Seu armário é maior.
           - E daí?

      Desci as escadas, passei pela sala, e cheguei a cozinha. Os dois continuavam discutindo. Mas e o Georg? Ah, ele provavelmente estava dormindo. Eu não estava mais agüentando aquela briga toda. Minha cabeça estava prestes a explodir.

           - Podem calar a boca?! – gritei, e eles se calaram. – Parecem duas crianças!
           - Que gritaria é essa? – pergunta Georg, chegando a cozinha.
           - Ainda bem que acordou! Vê se dá um jeito nesses dois!
           - Eu só quero o quarto dele, que é maior. – disse Maggie.
           - Deixa de ser chata garota! Eu cheguei primeiro! – disse Gustav.

      Depois de um tempo, os hábitos da residência viram os hábitos do cotidiano. E é sempre bom saber como lhe dar com essa situação. Nº 1: sempre mantenha uma boa cara. Nº 2: faça o que puder para superar o outro. Nº 3: tente manter o controle e ignorar as confusões. É uma pena que eu não tenha conseguido cumprir a terceira regra.

      A manhã conturbada passou, e os quatro foram pro trabalho juntos. Bill saiu de casa mais cedo e foi até uma loja. Estava acompanhado por seu segurança, Carlão. Os dois saíram do estabelecimento, e foram em direção ao carro que estava do outro lado da rua. Carlão tentou avisar que estava com mau pressentimento, mas Bill nem lhe deu ouvidos. Der repente uma moto surge do nada, em alta velocidade. Por sorte, o seu segurança o puxa de volta para a calçada. Mais tranqüilos e seguros, eles entram no carro e seguem em direção ao teatro, onde todos trabalhavam a mil por hora. Estava a maior correria, pois na noite seguinte seria o show.

      As costureiras, muito competentes, faziam o seu trabalho de deixar os últimos detalhes prontos. E sempre que havia um intervalo, Holly e Maggie “corriam” atrás dos meninos para fazê-los provar as roupas. Os primeiros a fazer isso, foram Tom e Georg. Tom logo foi liberado, e enquanto provava, Georg cantarolava, e a Holly se divertia com a situação.

      Georg terminou, e se retirou. Holly ficou no camarim sozinha, e estava distraída arrumando as roupas. Quando se virou, viu Bill parado na porta com os braços cruzados.

           - O que você quer? – pergunta Holly.
           - Que negócio é esse do Georg ir morar na sua casa? – pergunta Bill.
           - Por quê? Está com ciúmes?
           - Claro que não! Eu não tô com ciúmes!
           - Que bom, porque se estivesse, eu diria que seria uma bobagem.
           - Mas você e ele...
           - Está querendo saber se transamos? Não. Nós não fizemos isso.
           - E nem deveriam fazer!
           - Agora sim está com ciúmes. Bill, você e eu não temos nada, e só transamos uma vez. Ou seja, não temos absolutamente nada!
           - Nos beijamos no restaurante.
           - Sim. Nos beijamos no restaurante, uma vez! – ela pegou as roupas, e foi seguindo seu caminho, e o Bill ia atrás dela.
           - Esperai, é sério! Vamos sair mais uma vez. Só mais uma.
           - Não!
           - Eu quase morri hoje. Escapei por um triz! O que sentiria se eu morresse, e você não tivesse tido a chance de sair comigo?
           - Deixa de ser egocêntrico!
           - Ah, qual é? Vamos.
           - É a caçada, não é? – ela parou, e ficou olhando pra ele.
           - O quê?
           - Eu vivo me perguntando: porque insiste tanto pra eu sair com você? Sabe que é o meu chefe, é antiético, e que eu vivo dizendo não. É a caçada.
           - É divertido.
           - Viu só? Pra você é só um joguinho. Mas pra mim não é! Minha situação é diferente da sua. Se eu aceitasse, no dia seguinte estaria estampado em todos os jornais “estilista aceita sair com chefe pra crescer no emprego!”. Eu seria julgada, mesmo sabendo que isso não é verdade. Não quero que pensem errado de mim. E quero crescer sim! Mas mostrando o meu talento, e não por ter dormido com você! – disse Holly, e se retirou.

Postado por: Grasiele

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