quinta-feira, 1 de março de 2012

Ironias Do Destino - Capítulo 2 - O que eu fiz pra merecer isso?

(Contado pela Holly)

      Deixe-me começar dizendo que sempre há dois lados numa história. E este é o meu lado. O lado certo.

      Despertei após me lembrar que aquele seria o meu primeiro dia num emprego novo. Abri os olhos lentamente, e me deparei com um lugar diferente. Aquele não se parecia nada com o meu quarto. Virei-me, e pude ver o rapaz que dormia com um quase sorriso em seus lábios, e com os braços por cima do lençol. Eu não me lembrava com muita clareza da noite passada, então tentei me levantar com o máximo de cuidado para não acordá-lo. Puxei o lençol, e o enrolei no meu corpo. Ele estava completamente nu, e para não deixá-lo daquele jeito, peguei um travesseiro, e coloquei sobre suas partes. Acho que ele se assustou um pouco e acabou acordando.

           - Acho que isso aqui é seu. – disse ele, um pouco sonolento e me entregando o meu soutien.
           - Nossa. Que situação, hein? É melhor você se vestir.
           - Porque não volta pra cama e engatamos de onde paramos? – disse ele, se levantando, e deixando ainda mais a mostra as suas coisas.
           - Ai meu Deus! – coloquei a mão no rosto. – Cubra logo isso ai!
           - A gente poderia continuar...
           - Estou atrasada pro trabalho, e não é legal se atrasar logo no primeiro dia.

      Peguei as minhas roupas, que estavam espalhadas pelo quarto, e fui pro banheiro. Vesti tudo, ajeitei o cabelo, e retornei ao quarto. Ele já estava vestido.

           - Bom... é melhor eu ir. Então... tchau. – disse.

      Ficamos calados por alguns instantes. Ele sorriu, e quebrou o silêncio.

           - Bill. – disse ele, estendendo sua mão para me cumprimentar.
           - Bill, legal. – o cumprimentei. – Sou Holly.
           - Prazer.
           - Tchau Bill. – disse abrindo a porta do quarto.
           - Não quer uma carona?
           - Obrigada, mas não precisa. – sai, e fechei a porta.

      Entrei no elevador, e me ajeitei mais uma vez, só para garantir que nada estaria fora do lugar quando eu passasse pela recepção. Na rua, tomei um táxi e em quinze minutos cheguei em casa. Olhei no relógio, e eu ainda teria meia hora para tomar banho, me arrumar, comer algo, e sair pro trabalho. Fui correndo pro banheiro.

–--
(Contado pelo Bill)

      Esta foi a primeira vez que dormi com uma garota que eu não fazia idéia de quem era. E isso tudo, por culpa do Tom, que me levou aquela boate pra comemorar o inicio da nossa turnê. Peguei a chave do carro que estava em meu bolso, e fui para casa. A manhã estava fria, então liguei o aquecedor. Passei o caminho inteiro tentando encontrar algo que pudesse ser uma pista para chegar até ela novamente. E a única coisa que eu tinha, era o seu primeiro nome, e isso não resolveria o meu problema. Cheguei em casa, e fui até a biblioteca, onde encontrei o Tom mexendo no computador. Ainda sentia um pouco de sono, e me esparramei no sofá.

           - Pelo visto a noite foi boa. – disse Tom.
           - Foi sim. – respondi.
           - E pegou o telefone dela?
           - Não. Mal conversamos.
           - E como vai fazer para encontrá-la de novo?
           - Sei lá.
           - O Georg acabou de me ligar, avisando que teremos ensaio hoje no teatro onde faremos o próximo show. Ah, e a estilista nova também deve dar as caras por lá pra acertar como será o nosso figurino.
           - Ta legal. Eu vou subir pra tomar um banho, e te encontro mais tarde.


–--
(Contado pela Holly)

      Já tinha terminado de me arrumar, e só estava colocando algumas coisas dentro da minha bolsa. Algumas semanas atrás fiz um contrato de um ano e meio com o empresário da banda Tokio Hotel. Tokio o quê? Eu não faço idéia de quem eles são. Não sei se são todos negros, brancos, amarelos, azuis... Só sei que eu trabalharia exclusivamente para quatro garotos. Estava cruzando os dedos para que fossem pessoas legais.

      Sai de casa dois minutos atrasada. Pra minha sorte, eu os encontraria num teatro onde aconteceria um show deles daqui uma semana, e o local não era tão longe assim. Cheguei por volta das 13h12, e fui recebida por um segurança que mais parecia ator de Hollywood. Ele se aproximou da janela e perguntou o que eu desejava. E se eu não estivesse ali a serviço, teria dito que desejava ele. O homem parecia uma miragem de tão bonito. Alto, olhos claros, cabelo loirinho e um pouco arrepiado. Cara de macho cheio de testosterona! Mas como eu estava ali para trabalhar duro – nem tanto assim -, e não pude dizer nada além de:

           - Holly Tyler. – mostrei o crachá.

      Ele verificou o crachá, e me liberou. Procurei uma vaga no estacionamento, e encontrei uma, instantes depois. Entrei no teatro e a banda já estava começando o ensaio. Eu queria ficar ali pra poder escutar o som deles, mas não pude. Tinha algumas coisas pra resolver. Fui pro camarim pra dar uma conferida se tudo estava indo bem. As roupas deles estavam ficando legais. Eu precisava saber as medidas do vocalista que ainda não foram tiradas, então sai à procura dele, no intervalo de um ensaio para outro. Como eu não sabia quem era, fiquei um pouco perdida.

           - Pode me dizer onde eu encontro... – olhei na etiqueta. – Bill Kaulitz.

      Este nome não me era estranho, mas nem me importei muito. Estava tão preocupada em encontrar o rapaz, que nem dei a mínima.

           - Ele está logo ali. – disse Maggie, apontado para um grupo sete ou oito rapazes.

      Ainda assim, continuei perdida. Ela só apontou! Mas não me disse exatamente quem ele era. Fiquei parada, tentando deduzir quem era esse tal de Bill Kaulitz. Eles foram se dispersando, até que ficaram somente três deles. Der repente, avistei alguém que nunca esperaria ver por ali. Não pode ser ele! Será que é ele? Ai meu Deus, é ele sim! Tentei recuar antes que ele pudesse me ver, mas era um pouco tarde. Fui andando pelos corredores, e ele acabou me alcançando.

           - Ei Holly! Eu posso falar com você um minuto? – perguntou ele, me puxando para uma sala vazia.
           - Estou ocupada. – tentei escapar argumentando isso.

      Ele olhou para trás pra ter certeza de que ninguém havia visto, e que não seriamos incomodados enquanto estivéssemos conversando, então fechou a porta.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog