terça-feira, 20 de março de 2012

Insanity - Capítulo 8

Bill...

O que significava amar verdadeiramente outra pessoa?

Por um tempo eu realmente pensei que soubesse. E isso significava que eu me importava mais com ela do que comigo mesmo, tanto que chegava a cogitar passar o resto de minha vida ao lado dela, era isso que eu desejava, mas talvez para ela isso não fosse o bastante...

Segui seu olhar por várias vezes, tentando achar a raiz da questão, o momento exato em que a deixei se perder, mas tudo que eu conseguia enxergar eram seus olhos castanhos perdidos. Sorri para ela recebendo o mesmo de volta... E, naquele momento, eu me dei conta de que não importava o que estivesse acontecendo em nossas vidas, eu poderia me imaginar para sempre deitado ao lado dela, abraçando-a... Ou apenas perdido na imensidão obscura de seus olhos...
– Posso te fazer um pedido? - Pedi prendendo meu olhar ao dela o máximo que pude.

– Claro. – Respondeu sonolenta.

– Sonha comigo?

– Eu sempre sonho. – Sorriu beijando-me para logo encolher-se em meus braços, deixando-me preso àquele momento seguro em que nos encontrávamos.
Tom...


Faltava pouco tempo para a festa e minha animação de anteriormente parecia ter ido embora junto com Kate quando ela pronunciou tais palavras. Não foi fácil para eu aceitar a simples verdade de que o que ela mais temia era perder Bill, enquanto tudo o que eu sentia era que uma parte de mim doía só com o pensamento de estar tão perto e ainda sim tão intocável.

Gustav finalmente aparecera com mais uma caixa de bebidas na mão, olhando-me assim que entrou na casa.

– Já está bebendo a essa hora? – Disse ele.

– Dane-se. – Retorqui olhando para o lago.

– O que tem lá, hein? – Perguntou curioso olhando também, talvez tentando encontrar o que prendia minha visão.

– Água. - Forcei-me a manter os olhos no lago tentando de alguma forma ignorá-lo, pois sabia exatamente onde esta conversa chegaria.

– Muito engraçado, aposto que está pensando em Kate. – Me olhou preocupado. - Droga Tom, o que está acontecendo com você? Sei que não deve ser fácil, mas se não se esforçar nunca vai esquecê-la.

– Não quero falar sobre isso.

– Porque sabe que é verdade... Ou não estaria aqui se escondendo. – Gritou ele.

– Não estou. – retruquei no mesmo tom.

Gustav balançou a cabeça e saiu de perto de mim. Eu não o impedi, não disse mais nada, mas quanto mais ele se afastava, mais eu me apercebia do quanto ele estava certo. Eu era louco por Kate e nem o detalhe de ela ser casada com meu irmão afastava os pensamentos absurdos que tinha em relação a ela... E faria qualquer coisa para estar com ela se ela quisesse.


Mais tarde, quando a casa já estava cheia de pessoas que eu não fingia conhecer, me dei conta de que meu mundo havia mudado totalmente depois do casamento e me senti como se tivesse a obrigação de ficar acomodado de certa forma, ou apenas para me certificar de que o que eu sentia era realmente autêntico e não só o pensamento de alguém que acabara de ver o único irmão se casar e estava com ciúmes ou algo assim.

Notei que algumas meninas dançavam perto de mim, talvez até perto demais. Antigamente eu saberia exatamente como agir, mas agora tudo que eu conseguia fazer era lançar a elas um olhar curioso, praticamente implorando para que se afastassem e, enquanto isso, Georg me olhava de longe, não acreditando no que via. Talvez se ele pudesse ler meus pensamentos ele estaria rindo e me acusando de ter virado gay, mas a verdade era que eu não me importava com nada disso, eu apenas não estava a fim de ser o velho Tom... Não hoje e talvez nunca mais.

– Oi Andy. - Me aproximei vendo-o se virar e me encarar.

– Tom! Há quanto tempo?! – Ele comentou.

– Que papo é esse?... Eu vi você ontem. – O lembrei.

– É, acho que já estou um pouco bêbado. – Confessou enquanto enchia novamente seu copo.

– Está bebendo o quê? – Observei o mesmo fitar o copo antes de me responder.

– Absinto.

– Não beba demais, ontem eu passei mal por culpa do diabo verde.

– Bebeu quanto? – Perguntou preocupado.

– Toda a garrafa. – Confessei.

– Você é um idiota, absinto pode te deixar em coma... Ou até pior. – Falou pronunciando as palavras indistintamente.

– Sério? Agora já é tarde. – Sorri pegando o copo de sua mão e bebendo tudo em apenas um gole.

– Jordin chegou. – Gustav apareceu do nada me avisando.

– Hora de eu me divertir um pouco. – E sem pensar em mais nada, apenas caminhei em direção a ela.

– É, vai lá. – Escutei Andy pronunciar enquanto eu me afastava.

– Olha só, ela já está um pouco bêbada, então é só subir e... – Gustav tentou falar e então eu parei, encarando-o.

– Você quer mesmo ensinar o mestre aqui? – Questionei empurrando-o logo depois.

E então eu vi Jordin, uma das muitas garotas de meu passado, encostada a guarda da escada...

– Tom... Eu estava te procurando. – Ela disse tentando me beijar, mas eu desviei meu rosto até seu ouvido.

– Acabou de me encontrar. – Sussurrei e consegui perceber que se arrepiou.

– O que acha de subir? – pediu mordendo os lábios.

Não respondi apenas a puxei escada a cima, procurando o primeiro quarto que aparecesse em minha frente.

Abri a porta e a empurrei para dentro do mesmo me perguntando se devia ser educado com uma garota do tipo de Jordin e a resposta foi procurada de diferentes formas em minha mente... Não, eu não deveria.

– Por que quer fazer isso? – Perguntei enquanto beijava seu colo e notava suas mãos escorregarem para o fecho de minha calça.

– Tom Kaulitz, fazendo essa pergunta em uma hora tão crucial? – Ela apenas riu e seguiu o que estava fazendo.

– Sim, eu! Por que, não posso? – Parei um momento para encará-la.

– Pode, claro.

– Então diz, porque se prestou a vir até aqui para transar comigo mesmo sabendo que eu não a olharei mais? – Perguntei e ela não pareceu se incomodar em nenhum momento.

– Porque eu sei que é só isso, você é só isso... Eu sei que não posso esperar mais nada de você.

Ouvi-la falar assim me levou à velha pessoa que eu costumava ser, e eu mal podia suportar pensar que estava voltando a ser aquele cara.

– E mesmo assim você quer? – perguntei presunçoso.

– Você não entende que não importa pra mim? Eu estarei com você uma vez, mas a lembrança ficará comigo sempre. – Ver seu rosto enquanto se rebaixava tanto me fez perceber que essa era a primeira vez que eu sentia pena de uma garota.

– Gosta de mim?

– Eu gosto do que você me pode dar no momento... – Mentiu desviando o olhar. - E a única coisa que você me pode dar é sexo... Porque você é só sexo. – Sim, ela tinha razão. Talvez eu fosse apenas isso, mas desejava que estivesse errada.

– Está enganada. – Disse sacudindo a cabeça.

– Estou? O que faz neste quarto comigo, então? – Ela riu não acreditando.

– Eu não faço a mínima idéia. – Confessei saindo de cima dela.

– Vou deixá-lo... – levantou-se passando por mim. - Não se preocupe, vou falar a todos que você foi incrível!

– Não me importo... Fale o que quiser. – Foi tudo o que consegui dizer.

– Não quero falar nada. – Disse antes de bater a porta e só então notei que ela havia ido embora.

Um tempo depois, quando a festa de Georg estava inacreditavelmente mais lotada do que antes, eu me lembrei de casa e do que estaria fazendo se estivesse lá... Por um momento eu não pensei em Kate, mas na saudade que sentia de ver meu irmão...
Embora só estivesse longe há dois dias, era estranho tanto pra mim quanto eu tinha certeza que era pra ele.

Caminhei até ao armário e peguei minhas chaves, eu precisava vê-lo, conversar com ele, dizer a ele o quanto estava sendo difícil todo este momento, precisava confessar o que eu tinha a certeza que ele já sabia... Precisa falar sobre Kate...

Postado por: Grasiele

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