terça-feira, 20 de março de 2012

Insanity - Capítulo 5

Tom...
Virei para olhá-la. Até aquele momento eu tinha feito de tudo para evitar vê-la antes de sair, não queria uma despedida, na verdade, eu queria me certificar que a minha busca por esquecê-la começasse ali mesmo, com minha saída daquele apartamento, mas olhar para ela ali, tão indefesa, encostada na parede, esperando que eu pelo menos fosse dar tchau a ela, me transformou no cara mais egoísta do mundo. Eu não podia culpá-la por querer apenas isso quando, em minha cabeça, algo tão sujo se passava. Kate não tinha culpa sobre meus pensamentos fracos apenas por senti-la perto de mim, mas eu sabia o quão perigoso era esse contato, e eu não estava afim de pôr mais isso em risco.

– Estou saindo, tá bom? – Murmurei sem olhá-la, segurando-me na porta, enquanto ela continuava estática, apenas me observando.

– Eu... - respirou fundo levando sua mão até aos olhos, secando uma lágrima que teimava em cair. - Posso te pedir uma coisa?

Ela caminhava lentamente até mim, como se pedisse permissão para chegar perto, enquanto eu continuava imóvel, apenas ouvindo. Não havia som que eu conseguisse emitir e, se houvesse eu não o faria, ou me entregaria ali mesmo, com minha voz completamente embargada pelo momento.

– Promete que vem me ver... Sempre que puder? Promete isso pra mim, Tom? –
Pediu ela em tom choroso, acabando com meu coração.

– Cuida do Bill pra mim. - Foi tudo o que eu consegui falar, antes de fechar a porta diante dela, deixando-a para trás com todas as coisas que não disse, com todas as coisas que não fiz e que nunca poderia sequer pensar em fazer.

Chutei a mala para dentro do elevador como se quisesse depositar nela toda raiva sentida por mim naquele momento, me permitindo chorar sozinho enquanto olhava a porta se fechar em minha frente.

E então, após algumas horas, eu já estava enfrente à casa de Georg, fitando meu novo endereço, sem que o próprio dono o soubesse...

Georg apareceu na porta, me olhando com curiosidade. Só quando puxei minha mala para fora do carro ele pôde enxergar a mesma.

– Posso ficar aqui? – Pedi o olhando.

– Eu já esperava que viesse. – levantou a sobrancelha rindo.

– Isso é um sim? - Indaguei.

– É, isso é um sim, mas você sabe, minha casa, minhas regras... – Avisou enquanto me apontava com o dedo.

– Ok, eu aceito desde que possa ficar com o quarto maior.

– Ah claro, acho que a casinha do cachorro é enorme, você vai se virar bem lá. - Brincou ele, mudando seu semblante repentinamente. - Mas falando sério agora, como Bill reagiu quando disse que viria pra cá?

Respirei fundo, retirando minha guitarra do carro e voltando a olhá-lo...

– Bom você sabe como ele é, ouve um momento breve de discussão, mas o ponto alto foi ele bater a porta do quarto, ou seja, ele está furioso.

Entreguei a guitarra a ele enquanto pegava minha mala e caminhávamos até ao interior da casa.

– Eu também ficaria, e agradeço por meu irmão não querer roubar minha mulher.

– Mas você não tem um irmão, e muito menos uma mulher. – Eu gargalhei o olhando e ele acertou um tapa no topo de minha cabeça. – Mas eu tenho que avisar você. - Parei e ele me olhou - Eu inventei uma mentira, disse a ele que viria pra cá com você porque queria dar umas festas, inaugurar a casa, sabe coisas assim... - Finalizei.

– Festa é? – ele coçou o queixo e olhou para a casa - Até eu acharia uma desculpa melhor, mas pensando bem, não é tão má idéia assim... Se Sophie ficar sabendo ela vai achar que eu toquei a vida para frente e a esqueci, isso é bom porque ela vai acabar correndo atrás de mim novamente. – Sorriu animado.

– Desculpa, mas ela não está nem aí pra você. - Confessei sem querer - Ontem mesmo ela...

– Cala a boca ou vai ter que achar outro lugar pra ficar... – Ele gritou andando em minha frente.
– Ok, mas... – Continuei.

– Cala a boca. – Gritou novamente.

Eu estava certo quanto à minha decisão, ficar afastado por um tempo me ajudaria não só a esquecer, como também me levaria a minha antiga vida.

Bill...


Quando finalmente o ouvi bater a porta e me dei conta de que todo aquele pesadelo era verdade, lembrei que havia deixado Kate sozinha.

Cheguei à sala e a vi deitada no sofá, olhando qualquer coisa na televisão... Estava longe... Tão igual a esses últimos dias, mesmo comigo ela sempre estava fora como se não fizesse mais parte desta casa, como se já não fizesse parte de mim.

– Kate.

Olhou-me depois de longos segundos, e ainda assim parecia não estar ali.

– Eu pensei que quisesse ficar sozinho - Sussurrou sonolenta.

– E eu quero. – Afirmei me aproximando.

– Tá bom.

– Quer ficar sozinha comigo? – Segurei sua mão levando-a ao meu rosto, fechando meus olhos, a fim de apenas senti-la.

– É claro. – Ela confirmou movendo a cabeça.

Sentei-me ao seu lado, procurando suas mãos e levando-as ao encontro do meu rosto, secando as lágrimas que ainda restavam nele. Então fiz o mesmo percurso em sua face, enquanto a via fechar os olhos e aproximar-se de mim.
Agarrei-a para mim e a apertei, fazendo-a rir quando mordi seu pescoço. Sentia tudo menos vontade de rir naquele momento, necessitando chegar com pressa à minha maior perdição em seu corpo... Seus lábios.

Sem precisar pedir, senti sentar-se sobre meu colo, entrelaçando suas pernas em minha cintura, deixando assim que pudesse ver o desejo crescer em seus olhos, procurando meus lábios tal como os meus procuravam os dela... Sentindo tudo como se fosse à primeira vez, seus lábios suaves abraçavam os meus, beijavam, lambiam.

Peguei-a novamente deixando-a escorregar lentamente sobre o sofá, puxando-a para cima de mim. Não queria me afastar dela nem um minuto que fosse. Tornei a beijar sua boca, mordendo a mesma, ela apenas sorriu sussurrando que me desejava ali e já.

– Posso? – Perguntei me afastando um momento apenas para tirar nossas roupas.

– Claro. – Beije-a outra vez – Faça o que quiser. – Respondeu ela.

Logo as peças estavam novamente no chão, tão igual ao que fizemos cedo nesse dia, porem tão diferente... Olhou para mim e riu enquanto se deitava de novo, deixando o caminho livre para que eu pudesse percorrer seu corpo com pequenos beijos, sentindo-a se arrepiar a cada um.

Encontrei seus olhos pedindo para que continuasse e assim o fiz, olhando-a pela última vez antes de penetrar não só o seu corpo como também sua alma, sentindo nossos corações frente a frente em um mesmo ritmo agradável e, claro, meu eterno fetiche... Seu pescoço. Ela sabia bem qual era, deixando a passagem livre para o mesmo, enquanto sussurrava coisas em meu ouvido que me faziam ganhar alma para continuar...
Em um momento nossos olhares se encontram, via seu rosto e a cada avanço meu seus olhos fechavam e abriam em um desespero extasiante, foi então que me suplicou para que não parasse.

Os olhares, os apertões, os gemidos foram o culminar perfeito de todos os desejos daquela noite... A respiração começando a falhar, perdendo forças, dando passagem, como sempre, ao ponto alto, deixando que pudéssemos nos satisfazer finalmente...

Postado por: Grasiele

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